quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O humor de direita e a liberdade de expressão

Em Porto Alegre, a crítica à imprensa é tratada como "atentado à liberdade de imprensa". É o velho tema com variações: o humor brasileiro guinou para a direita, jornalistas e artistas globais são os militantes dos seus patrões, que não têm credibilidade, liberdade de imprensa para a "grande" imprensa é isso mesmo: só para eles. Em Belo Horizonte também há chargistas assim, sem graça e com muito preconceito.

A imprensa criticando a liberdade expressão?!? A que ponto nós chegamos!!!
Venho por meio deste comunicar que meu amigo Mirgon Kayser, membro da esquerda no RS, foi severamente criticado ao postar em seu blog que um chargista de direita teria feito piadas preconceituosas e sem nenhuma graça em um jornal conceituado. Jornalistas o acusaram de ser antidemocrático por criticar a imprensa.
A íntegra.
O humor que traveste preconceitos
O humor – que deveria servir para levar um pouco de graça e leveza à rotina das pessoas – anda, sempre, muito próximo dos nossos preconceitos. Volta e meia ambos misturam-se e trazem à tona nossas maiores vergonhas, nossos piores pensamentos. O jornal Zero Hora de ontem (8/11/10) estampou mais uma criação do chargista Marco Aurélio – bastante tradicional no veículo, nem tanto pela graça de suas charges, e sim por sua fidelidade ideológica às linhas de pensamento mais conservadoras da direita gaúcha. Marco Aurélio costuma fazer piadas sem qualquer graça, mas com uma carga ideológica muito forte, muitas vezes carregadas pelo que há de mais preconceituoso. Depois de uma história recheada por piadas homofóbicas, racistas e intolerantes religiosa e politicamente, Marco Aurélio resolveu colocar todo seu preconceito estético e – o que é pior – machista. A charge na página 3 de Zero Hora traz Lula conversando com o leitor de um jornal.