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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Cientista judeu especialista em genocídio afirma que Israel pratica genocídio dos palestinos

É óbvio. O fato de a imprensa não tratar o assunto dessa forma e o mundo não se revoltar mostra como Israel e Estados Unidos controlam a informação mundial. Timidamente, a BBC toca no assunto. É significativo que a entrevista não esteja assinada: é para proteger o autor ou a autora da perseguição de Israel. Nessa cena do fim do mundo, o mundo acompanha um genocídio como nunca aconteceu antes e não nos revoltamos, as autoridades nacionais e mundiais não o impedem. Escolas, hospitais, igrejas, áreas residenciais são bombardeados, crianças, mulheres, médicos, enfermeiros, jornalistas, funcionários de instituições de ajuda internacional são mortos. Tudo acontece há dois anos diariamente e assistimos  pela televisão e pela internet. O mundo vai acabar assim, sem reação da espécie humana para defender a vida, a vida individual e a vida de todos. 

'O que Israel faz em Gaza não tem precedentes no século 21', diz historiador israelense especialista em holocausto  

BBC News Mundo  

"O que está acontecendo em Gaza se encaixa na definição de genocídio, uma tentativa de destruir um grupo como tal", afirmou Omer Bartov à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Bartov é professor de estudos sobre Holocausto e genocídio na Universidade Brown, nos Estados Unidos. Ele é um dos maiores especialistas em genocídio mundialmente, de acordo com o site do Museu Memorial do Holocausto dos EUA.

O historiador é cidadão israelense e americano e, na década de 1970, foi soldado do Exército israelense.

Inicialmente, Bartov não classificou como genocídio as ações militares de Israel em Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Agora, ele não hesita em fazer isso, e afirma que há um consenso neste sentido entre especialistas em genocídio.

Bartov explicou à BBC News Mundo por que mudou de posição e por que a ação israelense em Gaza "não tem equivalente" na história recente. Ele também refletiu sobre algo que descreve como "perturbador": a indiferença de muitos israelenses ao sofrimento dos palestinos. 

Israel enfrenta uma acusação de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ), e o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, tem um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra.

O parlamentar israelense Boaz Bismuth, leal a Netanyahu e suas políticas, argumenta: "Como podem nos acusar de genocídio quando a população palestina cresceu não sei quantas vezes? Como podem nos acusar de limpeza étnica quando estou deslocando a população dentro de Gaza para protegê-la? Como podem nos acusar quando estamos perdendo soldados para proteger nossos inimigos?"

Israel lançou uma campanha militar em Gaza em resposta ao ataque pela fronteira do Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e outras 251 foram feitas reféns.

Desde então, os ataques israelenses mataram pelo menos 54.470 pessoas em Gaza, incluindo mais de 17 mil crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas.

A seguir, está a entrevista que a BBC News Mundo fez com Omer Bartov.

BBC News Mundo - Nos primeiros meses após o ataque do Hamas, você não usou a palavra genocídio para se referir às ações de Israel em Gaza. Quando e por que você mudou de posição?

Omer Bartov - Mudei de opinião e passei a acreditar que Gaza é inegavelmente um caso de genocídio no início de maio de 2024.

Em novembro de 2023, escrevi que havia evidências de crimes de guerra, possivelmente crimes contra a humanidade.

Eu ainda não tinha certeza de que havia provas suficientes de genocídio. Mas havia indícios de que poderia chegar a isso, porque havia declarações com conteúdo genocida.

Em maio de 2024, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) entraram em Rafah e desalojaram cerca de um milhão de pessoas para a região de Al-Mawasi, uma área sem infraestrutura à beira-mar, isso parecia indicar que se tratava de uma operação com intenções genocidas, intenções que já haviam sido manifestadas em outubro de 2023.

Leia a íntegra clicando aqui.