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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Historiador israelense Ilan Pappe desmente Israel em entrevista a Breno Altiman

Uma entrevista brilhante. Em poucas palavras e admirável clareza, o historiador israelense explica as origens do Estado de Israel e como ele se tornou o que é. Israel se autodenomina -- e seus defensores repetem isso -- "a única democracia do Oriente Médio", mas de fato nunca foi uma democracia, como revela Ilan Pappe. Ele próprio foi expulso da universidade em que trabalhava e proibido de lecionar em Israel depois de publicar livro em que desmentia a versão oficial do Estado sionista sobre o começo do conflito dos israelenses com os palestinos, em 1948. Israel é uma invenção do Império Britâncio, um enclave ocidental no mundo árabe, os israelenses se consideram superiores aos árabes, por isso são racistas, assim como os alemães, sob o nazismo, se consideravam superiores a outros povos, assim como os africânderes de origem holandesa se consideravam superiores aos africanos da África do Sul, assim como os portugueses colonizadores deste continente se consideravam superiores aos indígenas e aos africanos escravizados, assim como os magas se consideram superiores aos afrodescendentes e latinos. O racismo contemporâneo é uma ideologia europeia. Ilan Pappe é considerado traidor em Israel, posição típica dos governantes racistas contra os integrantes do seu grupo social que desmascaram o racismo. 

Sendo como é um Estado inaugurado pela limpeza étnica e que prosseguiu pelo apartheid, condição tolerada, acobertada e apoiada há quase oitenta anos pelos governos norte-americanos e europeus, com a submissão da ONU, fico pensando se o que acontece nos EUA e muitos outros países hoje, isto é, a ascensão de autocracias, o aumento sem limites do poder de governos eleitos e os desmandos despudorados dos bilionários, não é uma "israelização" do mundo. Israel é caso único de um Estado que se estabeleceu nas terras de outro povo, como uma colônia em permanente expansão, que se impõe pela força das armas e do dinheiro com apoio do chamado "mundo ocidental". O regime da África do Sul não durou tanto (começou em 1948, como Israel, e terminou há 31 anos) nem contou com tanta simpatia e cumplicidade para seus crimes de genocídio.  

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