sábado, 4 de outubro de 2025

Cenas finais

Alguns filmes valem só pela sua sequência final. Já escrevi aqui que a melhor sequência final de um filme para mim é a de Viver por viver, do francês Claude Lelouch (1967), mas me recordo de outras que me impressionaram fortemente, como a de Pequenos Assassinatos, do americano Alan Arkin (1971), e deste Butch Cassidy and the Sundance Kid, do americano George Roy Hill (1969). As três têm em comum não serem epilogares. A cena final epilogar é a mais comum, ela arremata a história. Penso, por exemplo, num filme que também me maravilhou, e até mais, na mesma época, Romeu e Julieta, do Franco Zeffirelli (1968). Claro, o filme recria (formidavelmente, pelo menos para jovens com eu era) a tragédia do Shakespeare e não poderia terminar de outra forma, mas é um modelo de narrativa: a história acabou no funeral dos protagonistas, fazendo referência às consequências daquelas mortes. Os filmes que citei não têm, como disse, sequências finais epilogares, elas sugerem a continuação das histórias, de diferentes formas, deixam-nas em suspense, ainda que em Butch... isso aconteça de forma artificial, por um efeito cinematográfico, e o final seja presumível. Mesmo depois de ver a cena final, vale a pena ver o filme. Embora, no caso de Viver por viver, eu aconselho começar pelo começo.

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