terça-feira, 26 de agosto de 2025

Capitalismo e eficiência tecnológica

É isso aí. Essa moça é boa para analisar. É impossível o capitalismo conter as mudanças climáticas e a destruição ambiental, simplesmente porque todo ganho tecnológico é revertido em mais produção, que consome mais energia e destrói mais. Porque o capital é isso, produzir cada vez mais, porque só assim há lucro, só assim é capital, capital é dinheiro com lucro, dinheiro sem lucro é só dinheiro. Simples assim. Dizendo de outra forma: conter as mudanças climáticas e a destruição ambiental da Terra só serão possíveis em outro tipo de civilização, não capitalista. As pessoas estão pensando e formando uma visão de superação do neoliberalismo que se tornou tão amplo e profundo que atingiu a própria esquerda.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Capitalismo é crescimento permanente e destruição permanente

"Desacelerar" - Kohei Saito. El Manifiesto del Decrecimiento.

A obra-prima do Chico Buarque

A obra (quase) toda do Chico é primorosa, mas o seu melhor disco é Construção. Começa com essa Deus lhe pague, que é um soco do estômago, ainda hoje, e continua com pérola seguida de pérola. Naquela época, tudo era uma metáfora que nos levava a sublimar o ódio à ditadura militar, mas isso é um erro, de fato a razão dos nossos sofrimentos é o capital. Transcende a ditadura, mera forma transitória que a ideologia impôs para a dominação do capital.

domingo, 24 de agosto de 2025

Trotskismo ou stalinismo?

 

Nem um nem outro. Ainda sobre o debate muito informativo entre o trotskista Gustavo Machado e o stalinista Breno Altman, cujo vídeo compartilhei abaixo, quero dizer que não faz nenhum sentido ressuscitar Stalin em 2025, assim como os trotskistas precisam compreender que, passados 85 anos do assassinato de Trotski a mando do Stalin, o programa do grande revolucionário russo pertence à história. A revolução socialista no século XXI passa pela liderança do enfrentamento da destruição ambiental que ameaça as condições de vida na Terra e a sobrevivência da espécie humana. É o capitalismo que faz isso, como fazia em 1917. Os marxistas, sejam eles leninistas, trotskistas, stalinistas ou de qualquer outra corrente, precisam ser capazes de se unir e liderar movimentos revolucionários nacionais populares, começando pelos trabalhadores organizados, em qualquer categoria, juntando a eles os cada vez maiores exércitos de trabalhadores desorganizados, os "empreendedores" do próprio trabalho, em torno de um projeto ao mesmo tempo nacional e internacional que seja uma alternativa concreta ao avanço do neoliberalismo de extrema direita que representa a barbárie capitalista. Um socialismo que ofereça segurança social, emprego, salário, previdência, saúde e educação pública, moradia, transporte de qualidade, esportes, lazer e um programa urgente de contenção da destruição ambiental e do uso de combustíveis fósseis, de agrotóxicos e armas de destruição em massa. Tudo bancado pelo Estado controlado pelos trabalhadores, com o dinheiro que hoje vai para os bilionários, o "capital". E a união dessas forças nacionais para colaborarem entre si e enfrentarem a ameaça das mudanças climáticas e construírem o socialismo mundial. É disso que se trata. Ou o socialismo se torna um projeto dos trabalhadores em todo o mundo ou os bilionários capitalistas da extrema direita neoliberal vão levar a espécie humana à catástrofe ambiental, destruição nuclear e autoextinção. Em outras palavras, os trabalhadores do século XXI precisam se mostrar capazes de liderar a humanidade na luta contra sua autoextinção, apresentando um projeto próprio alternativo ao capitalismo neoliberal de extrema direita, e os marxistas precisam ser capazes de apontar esse caminho para os trabalhadores, organizá-los, liderá-los. Marxismo, hoje, é isso. 

sábado, 23 de agosto de 2025

Debate entre um stalinista e um trotskista

Interessante. As discussões sobre socialismo etc., que o lulopetismo eliminou nas últimas décadas, estão voltando. Breno Altman não me parecia um stalinista ardoroso como se revela aqui. É o segundo que vejo, o primeiro é do PCdoB, Elias Jabbour. Ressuscitar Stalin em 2025 é o fim da picada. Conhecer a história e debatê-la é fundamental, mas vamos partir do princípio de que os crimes do Stalin não têm justificativa, se não queremos repeti-los ou que se repitam. É impressionante, eu pensava, ingenuamente, que o stalinismo tinha acabado, pela evidência histórica do seu fracasso e dos seus crimes, que não foram erros, como quer Altman. O trotskista Gustavo Machado tem muitas informações, mas é fraco na retórica. Ele até toca nas questões, mas não é convincente, Altaman é muito mais, mas tergiversa o tempo todo e Machado não o aperta, por exemplo: a matança dos comunistas, a eliminação das lideranças dos trabalhadores e do partido bolchevique são toleráveis? Foram corretas? Altman diz: "Se Stalin foi um tirano..." Se? Não foi então? Machado não o obriga a afirmar isso. Na prática, Altman não tem muito o que ganhar num debate assim, exatamente porque o trotskismo é muito fraco e não convence. É perda de tempo, a não ser que seja para defender o stalinismo, mas ele afirma logo no começo que não existe stalinismo. O que seria então o stalinismo se não é stalinismo? A questão principal, para mim, é que o trotskismo joga no campo do stalinismo e nele não tem como ganhar, pode desgastar o adversário, mas não derrotá-lo. Obviamente, Stalin não chegou nem se manteve no poder sendo um idiota, como Trotski o pintou. Um assassino, um genocida, um antirrevolucionário, um antimarxista e antileninista, mas não um imbecil. Seja com o for, é um debate ideológico que não tem ganho para a esquerda, para os trabalhadores, para a espécie humana sobreviver, enfim. São os mesmos argumentos da década de 1970. No fim das contas, é um depoimento aterrorizador sobre a revolução bolchevique. Lá pelas tantas Altman compara Trotski a Ciro Gomes. Dá vontade de rir. Eu até pressentia que ia chegar nisso, porque os stalinistas defendem Lula com a mesma cara de pau. Considerando que nunca tinha visto um debate franco e civilizado entre um trotskista e um stalinista, foi importante e até provoca esperança, embora não haja convergência. A consideração final do Altman sobre Stalin é lamentável. Apesar do extenso conhecimento que ele tem, sua posição mantém vivo o pior do stalinismo. No fim, minha crítica ao trotskismo é a mesma do Altman: ele não foi capaz de conquistar a classe operária mundial, de formar uma IV Internacional dos trabalhadores forte e influente. A crítica ao stalinismo é maior: nada justifica os crimes do Stalin contra seus opositores internos (isto é, todas as lideranças bolcheviques) e contra as revoluções em outros países. A propósito, hoje é aniversário (76 anos) da assinatura do pacto de não agressão entre a URSS stalinista e a Alemanha hitlerista. 

 

Música do dia: No tabuleiro da baiana, João Gilberto

Ary Barroso foi genial. Essa gravação do JG, com Bethânia, Caetano e Gil é ótima. Aliás o disco Brasil, segunda parte do álbum Amoroso, é composto de pérolas. Disse alguém, uma daquelas versões primorosas do Haroldo Barbosa, é outra. A Aquarela, do AB também, idem. São cinco canções longuíssimas e mais uma curtinha. É um João diferente, que costumava gravar canções curtas, mas também gravou outras em que repetia sem parar, quase como um mantra, não sei se começou isso nesse disco. 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Ciro Gomes e o "projeto nacional" do Elias Jabbour

É isso aí. Não conhecia Elias Jabbour, mas andei ouvindo-o em entrevistas e podcasts e fiquei desconfiado, apesar das suas posições conciliatórias e do seu grande conhecimento sobre a China. Meu faro para stalinistas é infalível. Agora ele faz esses ataques destemperados ao Ciro Gomes. Obviamente tem interesses. E fico sabendo que ele trabalha para o prefeito Eduardo Paes, do Rio. As críticas do Frederico Krepe são bem sensatas. E eu pensando que os "comunistas" estavam evoluindo. A vassalagem ao Lula é infinita. É por isso também que a esquerda brasileira não avança. Triste. 

 

domingo, 17 de agosto de 2025

A história de Frankenstein, de Mary Shelley

Muito bom. A forma como eu gosto de entender uma obra literária. Aplausos para essa interessantíssima Sofia Nestrovski. 

 

A história do livro Brasil nunca mais

Um podcast excelente com uma história sensacional e fundamental para a memória do Brasil.

Uma homenagem ao dia dos economistas

Veja as manchetes do começo do vídeo. Ingênuos pensam que são erros, outros acham que é só a desonestidade do capital. 

O problema da economia (uma pequena reflexão).

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Por que não há alternativas ao PT?

Esse vídeo complementa o debate do vídeo anterior.

Jones Manoel x Elias Jabbour: governo Lula é neoliberal?

Um debate urgente. A resposta é óbvia: sim. E não é de hoje, é desde 2003. O debate é urgente, mas já passou da hora também há vinte anos. Desde o primeiro governo Lula a esquerda deveria estar tentando formar uma alternativa ao PT e ao Lula, porque desde o primeiro governo ele mostrou que seu governo seria neoliberal. Aliás, há mais tempo, desde que divulgou a "Carta aos brasileiros", mais conhecida como "Carta aos banqueiros", na qual se comprometeu em continuar a política neoliberal de FHC. Mas desde a mesma época criticar o Lula é considerado ofensa, ser de direita, estar a serviço de não sei quem. Será que isso passou, agora que é mais do que evidente que o lulismo é neoliberal ou vai continuar? Não sou otimista, acho que só aparecerá uma alternativa à esquerda quando Lula morrer ou perder uma eleição. Dizer isso também pode ser considerado mau agouro, expressar um desejo, mas é o contrário, o que eu gostaria de ver desde 2010 é o Lula daquela octaetéride eternizado como o melhor presidente do Brasil, tendo dado passagem para novas lideranças, democraticamente, sabiamente. 

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Os desorganizados são a nova classe operária

"Os partidos de centro-esquerda e centro-direita estão em colapso. E por que não conseguiram resolver os problemas básicos das sociedades contemporâneas? A base histórica da social-democracia eram os trabalhadores da antiga vanguarda econômica, que era a indústria. Na teoria marxista, era essa a classe que falava pelos interesses universais da humanidade. Mas agora essa classe passou a ser vista como só mais um grupo falando pelos seus próprios interesses. A verdadeira minoria representativa dos interesses universais da humanidade é essa pequena burguesia subjetiva que eu descrevi. Essa maioria de pessoas pobres e desorganizadas. Então os partidos liberais (progressistas) não resolvem os problemas porque não entenderam que a única solução possível é organizar uma forma socialmente inclusiva desse novo paradigma produzir a economia de conhecimento, com as capacitações dessa periferia. A conversa no Brasil é uma variação desse drama universal. Então a grande maioria no Brasil elegeu o direitista (Bolsonaro) que nomeia para conduzir a economia o funcionário do mercado financeiro que não faz absolutamente nada para construir um capitalismo popular. Então a confusão persiste." 

Uma entrevista do Roberto Mangebeira Unger à BBC Brasil. Não é nova, tem mais de um ano, mas como o Brasil está parado, continua atual, como aquele livrinho que ele escreveu há trinta anos. Ele é um tipo esquisito e não faz questão de ser claro, mas quem se dá o trabalho de afastar o preconceito encontra ideias interessantes e até premonitórias, como o livrinho citado confirma. Na verdade, a afirmação do título é óbvia, mas ver o óbvio é o desafio da mente confundida pela ideologia. Para ler a íntegra, clique aqui

 


Trinta anos marcando passo

Há trinta anos, Ciro Gomes e Roberto Mangabeira Unger publicaram um livrinho, O próximo passo -- uma alternativa prática ao neoliberalismo. Muita água passou debaixo da ponte depois, água que parecia boa, água que parecia melhor ainda, água ruim, água pior ainda, água contaminada, água que, há trinta anos, nos ventos auspiciosos do Plano Real, não podíamos imaginar que viria, de forma que nossa vida tornou-se essa coisa horrorosa de nos acostumarmos a nos banhar em águas sujas sem ter esperança de que voltem a ficar limpas. Reler aquele livrinho (digo livrinho porque era mesmo um livrinho de bolso com menos de cem páginas), que eu li na época e tenho exemplar com autógrafos dos autores, proporciona uma viagem ao passado e, tendo vivido as ilusões e desgraças que vivemos nessas três décadas, pensar em como o Brasil poderia ter sido melhor, se aquelas ideias tivessem sido implantadas, em vez de sucumbirmos de forma lamentável ao neoliberalismo. Trinta anos foi o período em que a China tornou-se o que é hoje. O que teria acontecido com o Brasil se também tivesse começado um novo plano de desenvolvimento próprio? Lembremos, rapidamente, que o Brasil começou a existir como nação em 1930, com a revolução liderada por Getúlio Vargas; a partir de então, em diferentes ritmos, direções e governos, seguimos durante meio século um projeto nacional de desenvolvimento, até o colapso da ditadura militar. A democracia que a minha geração ajudou a restabelecer abandonou aquele projeto e adotou a cartilha neoliberal de submissão ao capital internacional liderado pelo imperialismo americano. Desde então nenhum outro plano foi apresentado aos brasileiros, exceto este, do Ciro Gomes e do Mangabeira Unger. A tragédia brasileira é tão grande que o prefácio me faz lembrar Nietzsche, que dizia falar do futuro como quem olha para o passado: o que está dito ali é absolutamente atual, é de certa forma a previsão do que aconteceu nessas três décadas. Quem quiser conferir o livrinho ou pelo menos ler o prefácio e fazer sua própria avaliação, clique aqui. Como contraponto, publico vídeo do podcast Calma urgente! em que Gregório Duvivier, de quem falei na postagem anterior, louva o presidente Lula, emocionado. As pessoas que formam o trio do programa estão entre as que mais admiro e me fazem pensar: a quem ponto chegamos. Para ser exato, não estamos marcando passo há trinta anos e sim andamos para trás, voltamos à condição de nação exportadora de matérias-primas; pior: a devastação ambiental para proporcionar ao mundo os produtos primários que ele compra é hoje infinitamente mais rápida, mais extensa, mais danosa, alcançou a Amazônia, contamina solo, águas e ar, muda o clima. 

domingo, 10 de agosto de 2025

Ciro Gomes x Gregório Duvivier, em 2022

Rever esse debate três anos depois é bizarro. Os dois estão errados, como eu achei no dia, mas há coisas que o tempo esclarece. A questão mais importante está no finalzinho, e Ciro estava certo. Ele pergunta ao Gregório se ele acha que a vitória do Lula vai pacificar o Brasil e Gregório responde que sim. Hoje, vemos que Gregório estava errado, isso não aconteceu. Será que Gregório faz autocrítica? Pelo que acompanho, não. Tampouco Ciro faz autocrítica dos seus inúmeros erros, inclusive essse de debater com um humorista, que, como diz, não tem procuração do Lula para falaar em nome dele, portante o debate não tem o menor sentido nos termos em que se dá e mostra, como diz acertadamente o Gregório, que Ciro estava perdido, embora afirmasse que ia ganhar a eleição, que ia conquistar a parcela dos 45% que não queriam nem Lula nem o bozo, que ia tirar o bozo do segundo turno e vencer Lula. Foi um delírio, ou um erro, mais um dos tantos que Ciro cometeu desde o final do século passado nas suas decisões políticas. Saiu da eleição muito menor do que entrou, ficou magoado (aliás já estava magoado com o lulopetismo, com razão, pois foi difamado e perseguido, e diz várias vezes que é o Gregório que está magoado: Freud explica), disse que nunca mais se candidatava, ficou ainda mais feroz contra o lulopetismo e suas chances hoje de ser presidente parecem nulas. E assim perdemos o melhor político da nossa época, da minha geração. Por que isso aconteceu? Acho que pelos seus sucessivos erros de escolha e avaliação, mas que eu resumiria em dois, um erro e um defeito, exatamente o oposto do Lula. O defeito é que Ciro é arrogante, o que o torna antipático. Ele diria que é sincero, honesto, autêntico, intransigente em relação a princípios, e talvez esteja correto, mas o fato é que não aglutina as pessoas em torno dele, como faz o Lula, e isso nos leva ao erro, que foi o maior acerto político do Lula: passou sua carreira trocando de partidos. Agora mesmo, a notícia mais recente é que vai sair do PDT e se filiar ao PSDB e ser candidato ao governo do Ceará. Ora, ele é fundador do PSDB, por que não ficou lá esse tempo todo? Poderia ter sido o candidato do partido à sucessão do FHC, mas preferiu sair e disputar a presidência em 1998 por outro partido. Depois trocou novamente e foi para o PDT; e é verdade que ficou lá muito tempo, mas o partido tinha outro dono. Lula tem esse mérito, fundou um partido e se tornou dono dele. Sou crítico disso, acho que o erro do Lula foi não ter se afastado da sucessão em 2010 para deixar que o partido se renovasse, mas quis manter o controle do partido, talvez voltar mais adiante, como acabou acontecendo, e impôs um poste para sucedê-lo. Deu no que deu. Lula é gigante e surpreendeu com a superação da sua queda, superou a prisão e voltou. Graças a quê? Ao partido que construiu. Mas voltou menor, magoado também, fraco, seu governo atual não passa de sombra comparado ao que foram os seus primeiros mandatos, o que confirma minha opinião de que, se ele tivesse sabedoria, teria se afastado em 2010 e deixado o PT e o Brasil se renovarem. Seria melhor para todos nós e para ele também. A obsessão do Lula pelo poder é tão grande e a dependência que os petistas têm dele é do mesmo tamanho que nossa época política virou a Era Lula e só vai acabar quando ele morrer. O Brasil também se tornou dependente dele. É isso que Gregório manifesta no "debate", essa submissão de políticos, intelectuais e artistas à liderança do Lula, como se sem ele não tivesse salvação, preferimos continuar dependentes dele no curso prazo e adiar a tragédia que virá mais dia menos dia, que já veio com Dilma, golpe, Temer, bozo, pandemia, tentativa de golpe e tudo que sofremos nesses últimos quinze anos. Dependência cega que não vê que relação entre nossa tragédia e essa submissão patológica ao Lula. Ao contrário do que pensam lulólatras, Lula não é imortal nem onisciente e o Brasil vai ficar órfão quando ele morrer, a esquerda vai ter de renascer, porque Lula não deixou nenhuma liderança se projetar, exceto seu antagonista, o bozo. Lula é um brilhante político, o maior da história do Brasil, fez coisas que nem Getúlio fez, isto é, ressuscitar, mas é também um estadista medíocre, nunca teve um projeto para o Brasil e governou para o capital, distribuindo migalhas para os pobres. Seguiu o modelo neoliberal do FHC e os lulólatras fingem não ver isso. Essa é a tragédia brasileira. Eleger um presidente que tenha um projeto nacional e apoio político é o que precisamos desde o Plano Real, é só o começo do que precisamos fazer, porque reverter a devastação do ambiente e a destruição do país é uma tarefa hercúlea, para décadas. No entanto, nem isso está no horizonte. O que Ciro pretende? Tornar-se governador do Ceará e se apresentar como alternativa para o pós-lulismo daqui a quatro anos? Tomara, mas o fato é que fará isso com atraso de trinta anos, em condições muito piores, com problemas muito maiores, especialmente a devastação ambiental, o desmonte da sociedade, o poder do crime organizado. Triste e terrível. A tragédia brasileira. Minha esperança não está mais no Ciro, está em novos atores. Não os vejo, mas a história é surpreendente. Quem esperava 2013? Aquelas mobilizações foram fantásticas, mas a esquerda não as compreendeu e foi a direita que herdou sua energia, parte também da tragédia brasileira. Talvez um novo 2013 seja diferente, talvez leve o Brasil para uma situação melhor.  

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Os segredos da comunicação entre o cérebro e o coração

Os 7 sentidos

Interocepção e propricepção. Você já ouviu falar desses sentidos? Sabe o que são? São os dois sentidos mais importantes. Depois vêm os outros cinco que apredemos e identificamos facilamente: tato, visão, audição, olfato, paladar.

 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Música do dia (2): These foolish things (remind me of you), Emmy Rossum

Música do dia: The trolley song, João Gilberto

Música de Irving Berlin, versão do Haroldo Barbosa. Haroldo Barbosa foi um craque das versões, letras precisas e preciosas, na medida certinha. Aplausos.Outro exemplo perfeito é Trevo de 4 folhas, versão de I'm looking over a four leaf clover, de Harry M. Woods e Mort Dixon.

O melhor pot-pourri da MPB

domingo, 3 de agosto de 2025

EUA é Hollywood

Em resumo: os EUA são Hollywood, uma indústria de ilusões. O povo americano domina o mundo há um século fingindo ser o máximo, que todos querem copiar, mas na verdade vivem no luxo graças ao trabalho alheio. Consomem muito mais do que produzem, compram do mundo inteiro e emitem dinheiro sem parar, acumulando uma dívida de 39 trilhões de dólares que nunca pagam, que é financiada pelo mundo inteiro que compra títulos do tesouro americano e mantém o dólar como moeda de troca internacional. Acontece que, com a emergência da China como maior potência mundial, isso está acabando e os EUA entraram no modo desespero que elevou Trump a presidente, o autocrata que está taxando todos os países. O que significa isso? Significa que ele está obrigando as outras nações a continuar financiando a dívida americana. Se ele é mais eficaz do que os democratas para fazer isso, com seu método de parecer um maluco na loja de cristais, vai permanecer no poder. O excelente José Kobori explica isso, não exatamente o que escrevi, mas as informações para essas conclusões, na primeira resposta a perguntas de leitores.  

Dívida USA, multiplicador keynesiano, austeridade fiscal, planejamento urbano.