domingo, 29 de setembro de 2013

O Gabinete Digital do governo federal

Do Portal Brasil.
Presidenta Dilma apresenta novo Portal Brasil
Junto com a estreia de sua fan page no Facebook, o novo Portal Brasil pretende ser a porta de entrada da relação do cidadão com o governo federal

A presidenta Dilma Rousseff apresentou nesta sexta-feira (27/9/13) o novo Portal Brasil em cerimônia no Palácio do Planalto. "Nossa ideia é mudar o governo de analógico para digital. O Gabinete Digital é esse esforço", afirmou a presidenta.
O Gabinete Digital é uma iniciativa online do Governo Federal para ampliar o acesso do cidadão à informação pública, serviços, prestação de contas e participação popular nas decisões.
"Queremos construir uma prática sistemática de ouvir as ruas, o que querem as universidades, o que querem as pessoas do campo, dos diferentes segmentos sociais, e ouvir as redes sociais, ter com elas uma interação. Isso que permite que eu diga que o Portal Brasil, que estamos hoje lançando na nova forma, é mais um instrumento pra exercício da cidadania", complementou Dilma.
A íntegra.

Do jornal GGN.  
Como Dilma descobriu as redes sociais e lançou o Gabinete Digital
Luís Nassif

O "Gabinete Digital", lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff, é a primeira manifestação graúda do governo em relação ao fenômeno das redes sociais. A ideia ganhou força a partir de boatos criados na velha mídia, e propagados nas redes sociais, sobre o suposto apagão iminente.
Em 10 de janeiro passado, escrevi o artigo "O desafio da comunicação pública" (http://glurl.co/cs8) mostrando a junção de dois fenômenos midiáticos: a tendência histórica à escandalização de cada tema pela velha mídia; o fenômeno da expansão viral das notícias pelas redes sociais.
Nas eleições de 2010, Dilma já havia sido vítima de campanhas de difamação. Por e-mail e pelo Twitter foi montada uma enorme estrutura de propagação de boatos, reforçada pelo noticiário da velha mídia. Ou seja, criavam-se boatos de fontes apócrifas, depois os jornais tratavam como informação checada. Exemplo maior foi o caso da ficha falsa de Dilma no Dops.
Pouco antes das manifestações de junho, quando o desgaste do governo era perceptível, Dilma já tinha acordado para a importância de sistemas de informação do governo com coordenação centralizada.
O porta-voz Thomas Traumann montou a estratégia e a montagem da rede foi entregue ao que é considerado, internamente, o mais competente gerente do governo Dilma: Valdir Simão, a quem é atribuído o feito de ter eliminado as filas do INSS.
A íntegra.

Na Inglaterra, ninguém leva The Economist a sério

Do Diário do Centro do Mundo.
Só os brasileiros levam a sério a Economist
Paulo Nogueira
Uma das primeiras coisas que aprendi ao chegar a Londres, em 2009, é que ninguém dá a menor bola para a Economist. A revista, idolatrada no Brasil, é simplesmente ignorada em sua terra.
Ninguém fala nela. Você não encontra no metrô ou no ônibus gente a lendo. Jornalistas de primeira linha não trabalham nela – mas na BBC, no Guardian, no Times, ou mesmo em tabloides como o Sun. A Economist, de certa forma, é hoje uma invenção brasileira.
Rio comigo mesmo quando vejo, como agora, a repercussão intensa de alguma reportagem da Economist sobre o Brasil.
É uma prova de imensa caipirice nacional. Lembro uma vez em que fui a Rio Claro, no interior de São Paulo, quando dirigia a Exame. Fui nota na coluna social do principal jornal da cidade, e fui tratado como um Platão. Só para minha mãe, ou talvez nem para ela, eu fazia jus a tanta deferência.
A íntegra.

Presidente Mujica na ONU: "primeira tarefa é salvar a vida humana"

Enfim um presidente que não perde tempo fazendo discursos de ficção e diz o que todos sabemos, mas os donos do poder, que vivem na fantasia, insistem em não ver.

Do Portal Vermelho.
Pepe Mujica: "deus mercado organiza a economia e a felicidade"
Vanessa Silva
Aos jornais uruguaios, Mujica prometera um "discurso exótico" e de fato fugiu do protocolo ao dizer que "tem angústia pelo futuro" e que nossa "primeira tarefa é salvar a vida humana". "Sou do Sul e carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância."
A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o "deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão". No mesmo tom, ressaltou o fracasso do modelo adotado no capitalismo: "o certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. Nossa civilização montou um desafio mentiroso".
Para o mandatário, que já havia surpreendido o mundo com seu discurso durante a Rio+ 20, criamos uma "civilização que é contra os ciclos naturais, uma civilização que é contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite ter tempo para viver as relações humanas", porque "só o amor, a amizade, a solidariedade, e família transcendem". "Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano."
Mujica defendeu a utilidade da produção de recursos no mundo: temos que "mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo precise de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece". "O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota."
A íntegra.

sábado, 28 de setembro de 2013

Dia da transparência orçamentária e orçamento participativo

Organizações assim se multiplicam, no mundo e no Brasil. Com a internet, fica mais fácil acompanhar e controlar os gastos públicos, mas a questão não é só controlar, a questão é decidir os gastos públicos. Orçamentos dos governos em todos os níveis devem ser discutidos como se discutem propostas de candidatos, em eleições, e votados pela população, como votamos em vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidente. Governos devem ser eleitos para executar os orçamentos votados pela população -- assim poderemos escolher se queremos centros administrativos ou escolas, estádios ou hospitais, viadutos ou metrôs. Sem isso, a democracia "representativa" não passa de enganação: somos enganados periodicamente pelos políticos que ganham nossos votos e depois vão fazer o que mandam os lobbies que pagam suas despesas.

Da Agência Brasil.
Organizações de 60 países promovem Dia de Ação Mundial pela transparência orçamentária  
Stênio Ribeiro
Brasília – Organizações civis de 60 países, que compõem o Movimento Global de Transparência Orçamentária, Accountability e Participação (Btap), promovem neste sábado (28) um Dia de Ação Mundial, com iniciativas de divulgação na mídia e em redes sociais, além de teleconferências, para exigir dos governos maior abertura sobre a execução dos orçamentos públicos e as prestações de contas.
Iniciado em 2011, o Btap conta atualmente com 130 entidades da sociedade civil organizada em todo o mundo, que focam suas ações na luta pela transparência e a inclusão dos orçamentos públicos. De acordo com Iara Pietricovsky, do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), são itens essenciais de direito do cidadão, na fiscalização dos gastos do dinheiro que ele recolhe aos cofres públicos por meio de impostos, taxas e contribuições.
A íntegra.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Como se faz refrigerante

Da série "de onde vem tanto câncer".

Do Facebook.
Fórmula da Coca-Cola (gracias, Múcio!)
Quer saber a quantidade de lixo que tem em refrigerante diet? Não uso nem para desentupir a pia, porque tenho pena da tubulação de pvc... Olha, só para abrir os olhos dos cegos: os produtos adocicantes diet têm vida muito curta. O aspartame, por exemplo, após 3 semanas de molhado passa a ter gosto de pano velho sujo.
Para evitar isso, soma-se uma infinidade de outros químicos, um para esticar a vida do aspartame, outro para dar buffer (arredondar) o gosto do segundo químico, outro para neutralizar a cor dos dois químicos juntos que deixam o líquido turvo, outro para manter o terceiro químico em suspensão, senão o fundo do refrigerante fica escuro, outro para evitar cristalização do aspartame, outro para realçar, dar 'edge' no ácido cítrico ou fosfórico que acaba sofrendo pela influência dos 4 produtos químicos iniciais, e assim vai... A lista é enorme.
Depois de toda essa minha experiência com produção e estudo de refrigerantes, posso afirmar: Sabe qual é o melhor refrigerante? Água filtrada, de preferência duplamente filtrada, laranja ou limão espremido e gelo... Mais nada!!! Nem açúcar, nem sal.
A íntegra.

O ministro Celso de Mello denuncia a velha imprensa

Quem pensa um pouco já não lê Veja há muito tempo, sempre desconfia da Folha e sabe que a Globo distorce o noticiário desde sempre. Não é à toa que, em tempo de internet, essa velha imprensa perde cada vez mais sua influência. Alguns, que se pretendem bem informados, mas de fato são apenas preconceituosos e arrogantes, persistem baseando suas opiniões na desinformação editorial desses veículos (a Folha, por exemplo, que publicou a matéria abaixo, também publicou inúmeras colunas do Jânio de Freitas denunciando o julgamento do "mensalão", em choque com seu próprio noticiário; O Globo, na véspera do voto do ministro Mello, cochilou e publicou matéria confirmando a legalidade dos embargos infringentes). Em geral fazem isso por convicção reacionária, mas aqueles de boa-fé que estão sendo manipulados sempre podem acordar.

Da Folha de S. Paulo.
Nunca a mídia foi tão ostensiva para subjugar um juiz, diz ministro Celso de Mello
Mônica Bergamo
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), fez um desabafo no começo da semana a um velho amigo, José Reiner Fernandes, editor do "Jornal Integração", de Tatuí, sua cidade natal. Em pauta, críticas que recebeu antes mesmo de votar a favor dos embargos infringentes, que deram a réus do "mensalão" chance de novo julgamento em alguns crimes.
"Há alguns que ainda insistem em dizer que não fui exposto a uma brutal pressão midiática. Basta ler, no entanto, os artigos e editoriais publicados em diversos meios de comunicação social (os 'mass media') para se concluir diversamente! É de registrar-se que essa pressão, além de inadequada e insólita, resultou absolutamente inútil", afirmou ele.
Mello parece estar com o assunto entalado na garganta. Na terça-feira (24/9/13), ele respondeu a um telefonema da Folha para confirmar as declarações acima. E falou sobre o tema por quase meia hora.
"Eu imaginava que isso [pressão da mídia para que votasse contra o pedido dos réus] pudesse ocorrer e não me senti pressionado. Mas foi insólito esse comportamento. Nada impede que você critique ou expresse o seu pensamento. O que não tem sentido é pressionar o juiz."
A íntegra.

O futuro do nascer

Documentário do programa Sala de Notícias do Canal Futura.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Terceiro mandato é ditadura?

Para a velha(ca) imprensa, depende: dos esquerdistas Lula ou Chávez, sim, mas da conservadora alemã Angela Merkel, não. Assim como não foi a emenda constitucional da reeleição feita sob medida para FHC.
Do Jornalismo B.
charge

Na ONU, Dilma denuncia espionagem na internet e propõe "marco civil multilateral"

A presidenta é corajosa. Quantas vezes vimos discursos assim de políticos diante de outras nações?

Do Blog do Planalto
Na ONU, Dilma propõe governança global para internet 
A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (24/9/13), durante discurso de abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados.
Dilma afirmou que as recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial. No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois dados pessoais de cidadãos e da própria presidenta da República foram indiscriminadamente objeto de interceptação.
"Lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele – direito à privacidade – não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações", disse.
A íntegra.

Tudo sobre o "mensalão"

Em programa apresentado pelo jornalista Fernando Morais, a revista Retrato do Brasil disseca a farsa do processo do "mensalão', mostrando o que a "grande" imprensa não mostrou. Para quem foi ludibriado por Globo, Veja, Folha de S. Paulo etc., mas tem boa-fé e quer superar sua ignorância sobre o assunto.

Imprensa ninja X "grande" imprensa

Do jornal GGN.
A nova linguagem do jornalismo 
Luis Nassif  

No domingo fui a um evento sobre mídia alternativa, no qual um dos expositores era da chamada Mídia Ninja - a rede montada na internet para transmissão de eventos utilizando a tecnologia do celular.
Cada vez mais reforça a convicção de que as manifestações de junho passado - as passeatas mobilizadas pelas redes sociais - serão reconhecidas futuramente como um marco na história das mídias e do chamado mercado de opinião.
O rapaz contou como um dos Ninja foi preso pela PM do Rio de Janeiro, acusado de atirar coquetéis Molotov na passeata, acusação endossada pelo próprio Jornal Nacional. Houve convocação geral para que manifestantes enviassem vídeos que comprovassem a inocência do Ninja. Imediatamente despencaram dezenas de e-mails com vídeos acoplados. Um advogado da OAB levou a um juiz de direito que ordenou a libertação imediata do Ninja. Na edição seguinte o JN corrigiu a notícia e chamou a atenção para o fenômeno dos agentes policiais infiltrados.
Em outro episódio, um Ninja flagrou policiais civis espancando uma moça encapuzada. Os vídeos foram levados até a delegacia, e o delegado ordenou a detenção imediata dos agressores.
Na época, críticos das boas maneiras jornalísticas apontaram o pouco acabamento dos vídeos, em comparação com o apuro técnico das transmissões profissionais. Criticaram a linguagem tosca, a falta do lide (a abertura ou "cabeça" das matérias), a prolixidade da cobertura.
Não entenderam nada.
Nada contra o apuro, o acabamento, a estética das transmissões profissionais. Mas equipararam o produto notícia ao produto show e, com isso, houve uma perda da credibilidade jornalística junto a públicos mais bem informados, sem saber diferenciar a dramaturgia da notícia.
É um padrão repetitivo. Reparem em transmissões ao vivo do comportamento da torcida em jogos de futebol. A câmara fecha no repórter. Aí, se volta para os torcedores e eles, do nada, começam a gritar o nome do seu time. Qual a diferença dos programas de auditórios, nos quais há o coordenador de público com cartazes mandando aplaudir, vaiar ou ficar quieto?
Ou o close nos olhos do entrevistado, quando se emociona.
Em uma das passeatas, um dos Ninja flagrou um técnico da Globo colocando um cartaz político contra a corrupção nas mãos de um manifestante ébrio. Foi desmascarado. Provavelmente não havia intenção política, mas apenas a de conferir à reportagem a cena que - imaginava-se - mais atrairia os telespectadores.
Em qualquer caso, há a constante manipulação dos fatos.
A íntegra.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Os novos transgênicos: muito mais tóxicos

Agrotóxico contém o agente laranja, usado como arma química pelos EUA na Guerra do Vietnã.

Da Deutsche Welle Brasil.  
Nova geração de transgênicos pode deixar lavouras brasileiras mais tóxicas
Brasil pode ser o terceiro país a aprovar plantio de sementes resistentes ao agrotóxico 2,4-D. Especialistas alertam que o possível aval da CTNBio à soja e ao milho aumente o uso do herbicida altamente tóxico.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) julga nesta quinta-feira (19/9/13) o pedido de aprovação de quatro modalidades de sementes transgênicas resistentes ao agrotóxico 2,4-D. São dois tipos de soja e dois tipos de milho.
O Brasil seria o terceiro país a aprovar o plantio dessas variedades. O pedido de liberação foi feito pela americana Dow AgroSciences, que também tem sede no Brasil e é uma das seis gigantes da indústria de sementes e agrotóxicos do mundo.
Segundo Leonardo Melgarejo, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na CTNBio e avaliador de uma das sementes solicitadas pela Dow, existem "riscos alarmantes" na aprovação. "Nós estamos passando agora para a possibilidade de aplicação via aérea de produtos de alta periculosidade", afirma.
O 2,4-D é um dos componentes do chamado Agente Laranja, usado pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Ele é o terceiro agrotóxico mais usado no Brasil (5%), depois do glifosato (29%) e do óleo mineral (6%). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta e avalia a toxicidade de agrotóxicos, o 2,4-D é classificado com o nível de toxicidade mais elevado.
A íntegra.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Táxis especiais

Alguns blogueiros hoje fazem matérias melhores do que as de muitos jornalistas.

Do blog Tudo bem ser diferente.
Táxi acessível: uma boa! 
Papo de pai
Por Carlos Wagner Jota Guedes

Uso táxi com o João duas vezes por semana – sou desses que com preguiça deste trânsito infernal preferiu não perder tempo com carteira de motorista –, é que nestes dias ele tem fisioterapia e terapia ocupacional e se não fizermos uso do táxi não conseguimos chegar à escola em tempo hábil. Como já disse outras vezes aqui, depender dos táxis convencionais é muitas vezes um problema para quem está na cadeira de rodas ou o familiar que está junto. Você fica à mercê deles quererem te transportar. Em certos pontos de táxi da cidade prefiro esperar, a pegar quem já teve má vontade, tenho razoável memória fotográfica e isso facilita. Logo que descobri o serviço do táxi acessível comecei a fazer uso. Como diz o João "esse táxi é pra todos" (ele ainda não entende a lógica de classe que impede milhares de pessoas terem acesso a este tipo de transporte), "não preciso sair da minha cadeira, isso é legal", "neste táxi eu vejo tudo que se passa na rua".
Descobri este tipo de serviço porque frequento o site da BHTrans com certa frequência, sempre fico atento a matérias publicadas nos jornais sobre questões relativas às pessoas com deficiência (PcD) e, principalmente, porque frequento diversas redes sociais. Quando converso com os taxistas, já peguei 4 ou 5 até agora, é unânime a ideia de que falta divulgação do serviço. Ainda tem muita gente que não sabe que existe ou acha que é mais caro. Nada mais equivocado. Belo Horizonte já tem 60 táxis acessíveis e o serviço, que eu conheci, é de excelente qualidade e não custa um centavo a mais que os demais táxis.
A íntegra.

Rato na Coca-Cola

Grande imprensa que alardeia "impunidade" no julgamento do "mensalão" (na verdade, tudo que pode ser decidido hoje é se os réus terão direito a recorrer das sentenças, como qualquer condenado) cala-se diante da justiça que não age contra seu grande anunciante.
A bebida cuja fórmula é segredo, coleciona denúncias e se apropria de espaços públicos. Este caso mostrado em reportagem da Rede Record -- ocorrido há 13 anos (!) e ainda sem decisão judicial -- é tão escabroso que nos faz perguntar: como é que essa bebida continua sendo vendida? Até quando? Nos EUA a fórmula foi mudada por exigência do governo, mas no Brasil os componentes cancerígenos continuam presentes.

Religiosa espanhola prega a revolução

O noticiário original da BBC é muito melhor do que o em língua portuguesa, que costuma tratar o leitor brasileiro como debiloide. Irmã Teresa é a própria mulher contemporânea. Se o capitalismo, com suas guerras e destruição da natureza, acabar com a civilização, é possível que sobrevivam comunidades assim, como a das beneditinas de Montserrat.

Do Diário do Centro do Mundo, traduzido da BBC.
Irmã Teresa, a freira mais radical do mundo, sacode a Espanha


O mosteiro de St. Benet está entre os mais belos e tranquilos lugares. Para chegar lá, você precisa rumar pelas paisagens lindas da montanha sagrada de Montserrat.
A irmã Teresa Forcades, estrela improvável de programas de entrevistas, do Twitter e do Facebook, tem tido dificuldade em parar de pregar. Tão grande é a demanda por seu tempo e sua bênção que o email de seu secretário aqui no mosteiro sempre retorna uma resposta automática de que a caixa de entrada está cheia.
Irmã Teresa parece sempre estar em pelo menos dois lugares ao mesmo tempo. Ela tem os olhos brilhantes, é confiante, quase alegre. Sua inglês perfeito – aprimorado nos anos que estudou na Universidade de Harvard – parece de alguma forma fora de lugar nos claustros humildes deste local sereno.
Não há nenhum político parecido com ela. Ela nunca está sem o hábito de freira e diz que tudo que faz vem de uma profunda fé cristã e devoção. No entanto, tem sido crítica da Igreja e dos homens que a dirigem.
Os seguidores de seu movimento, Proces Constituint, com aproximadamente 50 mil catalães, são principalmente esquerdistas não-crentes. Ela não quer um cargo e diz que não vai criar um partido político, mas é inegavelmente uma figura política em uma missão – derrubar o capitalismo internacional e alterar o mapa de Espanha.
Seu programa de 10 pontos, elaborado com o economista Arcadi Oliveres, pede:
• A estatização de todos os bancos e medidas para coibir a especulação financeira
• O fim de cortes de empregos, salários mais justos e pensões, menos horas de trabalho e pagamentos para os pais que ficam em casa
• Uma "democracia participativa" genuína e medidas para coibir a corrupção política
• Habitação decente para todos e um fim a todas as execuções de hipotecas
• A reversão de cortes de gastos públicos e renacionalização de todos os serviços públicos
• Direito de um indivíduo ser dono de seu próprio corpo, incluindo o direito da mulher de decidir sobre o aborto
• Políticas econômicas "verdes" e a nacionalização das empresas de energia
• O fim da xenofobia e a revogação das leis de imigração
• Meios de comunicação públicos sob controle democrático, incluindo a internet.
Enquanto espero, as irmãs que param para conversar não têm dúvida de que o seu talento e sua fama são “dons de Deus” e que ela está abrindo caminho para um futuro mais jovem e mais feminista para a Igreja Católica.
Elas são apenas três dezenas de mulheres que vivem uma vida tranqüila de oração, mas esta é a base do poder político da Irmã Teresa. Ela é a embaixatriz delas para o mundo secular, e muitas vezes turbulento, para além da montanha. Diferentemente da maioria dos partidos políticos, movidos pela rivalidade, o círculo íntimo de Irmã Teresa a ama incondicionalmente.
A íntegra.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Policiais militares matam e ficam impunes, denuncia o Estadão

Até o jornal conservador se manifesta. 
PS: Policiais roubam em despejo de pobres, segundo outra noticia (vídeo). 

Do Estado de S.Paulo
PM mata 2 por dia e ninguém é punido em 3 meses
Mudança de investigações para o DHPP, causada por crime revelado pelo ''Estado'' em abril, ainda não resultou em investigação mais ágil
William Cardoso 

Três meses depois de assumir as investigações dos casos de resistência seguida de morte, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) não conseguiu esclarecer a participação de policiais militares nas mortes de supostos criminosos em São Paulo. No período, integrantes da corporação mataram 132 pessoas durante o serviço. Somente em junho, foram 61 mortos, média superior a dois por dia e 85% maior que no mesmo mês em 2010.
A mudança nas investigações se deu em 6 de abril, depois que o Estado revelou uma ligação feita ao 190 em que a denunciante narrava em tempo real a execução feita por um PM em um cemitério de Ferraz de Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo. Até então, todos os casos de resistência seguida de morte eram apurados pelo Distrito Policial da área da ocorrência, e não pelo departamento especializado da Polícia Civil.
A íntegra.

6 milhões morrem por ano de poluição nas grandes cidades

Do Diário do Centro do Mundo.
Trânsito caótico e poluição matam milhões por ano nas grandes cidades
A vida nas grandes cidades lentamente transforma pessoas saudáveis em doentes crônicos. Um dos maiores vilões da saúde nas metrópoles mundiais é a poluição, gerada em grande parte pela frota de veículos exagerada e pelo transporte público deficiente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 6 milhões de pessoas no mundo perdem suas vidas por causa da poluição do ar.
A entidade estuda os efeitos da falta de mobilidade urbana sobre a saúde há pelo menos 15 anos. Neste período, constatou que outras milhares de pessoas desenvolvem doenças crônicas degenerativas causadas pelo estilo de vida nas metrópoles: elas matam em longo prazo ou debilitam a saúde, deixando uma multidão de indivíduos produtivos incapazes de desenvolverem suas atividades.
A íntegra.

Sindicato age contra repressão a jornalistas em Brasília



Do Viomundo.
Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas viram alvo da PM em protestos em Brasília
por Conceição Lemes
Essas fotos quase certamente muitos de vocês já viram. Elas estão circulando circular na internet desde 7 de setembro. Assim como o vídeo em que um capitão da Polícia Militar (PM) diz que espirrou gás pimenta nos manifestantes "porque quis".
Só que os alvos dos abusos da PM não foram os de sempre nos protestos – os manifestantes. Mas jornalistas cobrindo as manifestações de 7 de Setembro, em Brasília. Dois foram mordidos por cães da PM, vários levaram spray de pimenta no rosto e alguns cacetadas, mesmo.
"Há casos, como o da repórter Monique Renne, do Correio Braziliense, que foi alvejada diretamente com spray de pimenta nos olhos", denuncia Lincoln Macário, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), em nota à imprensa.
E é justamente para discutir a violência da PM na cobertura de protestos que o SJPDF realiza nesta terça-feira 17, às 19h, um debate no seu auditório.
A íntegra.

Para quem governa o governo dos EUA

Para Monsanto e Cargill, por exemplo.

Do saite do MST.
Congresso dos EUA estende Lei de Proteção à Monsanto
Uma provisão orçamentária para proteger as sementes geneticamente modificadas de quaisquer litígios sobre riscos à saúde foi estendida por três meses pela Câmara dos Estados Unidos na última terça-feira (10/9/13).
Chamado de "Lei de Proteção à Monsanto" pelos seus opositores, o orçamento piloto blinda gigantes da biotecnologia como Monsanto, Cargill e outras, de quaisquer possíveis ameaças de processos legais e proíbe que o tribunal federal intervenha para forçar o fim da venda de transgênicos (OGM -- Organismos Geneticamente Modificados) mesmo se o produto tiver efeitos nocivos à saúde.
O projeto piloto da biotecnologia foi notícia pela primeira vez em março, quando foi incluído de última hora na Lei de Apropriações do Departamento de Agricultura para 2013, uma lei de financiamento de curto prazo que foi aprovada para evitar uma paralisação do governo. A atual extensão de três meses é parte da Resolução da lei de gastos FY14.
A íntegra.

Globo perde recurso contra multa milionária por sonegação

Do Consultor Jurídico. 
Carf nega recurso da Globo contra multa por uso de ágio
Por Alessandro Cristo 
As organizações Globo perderam recurso administrativo contra uma cobrança de R$ 713 milhões do Fisco federal. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, que julga contestações a punições fiscais, rejeitou argumentos contra autuação da Receita Federal sobre aproveitamento de ágio formado em mudanças societárias entre as empresas do grupo.
Em uma delas, a Globo Comunicação e Participações S.A. (Globopar) foi condenada por amortização indevida no cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). A amortização dos tributos usou o chamado ágio, valor embutido no preço de uma companhia vendida equivalente à estimativa de sua rentabilidade futura. De acordo com a lei, a empresa que compra outra tem direito de abater da base de cálculo de seus tributos o valor que desembolsou a título de ágio. Mas a Receita Federal alega que o valor da Globopar é artificial. A empresa espera análise de Embargos interpostos e ainda pode recorrer à última instância do Carf.
A íntegra.

Assad tem apoio da maioria dos sírios

A nova guerra dos EUA, os interesses em jogo, a manipulação do noticiário e nossa ignorância sobre o que se passa na Síria.

Da Agência Carta Maior.
Noticiário internacional: uma extensão da guerra interna
O brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, comissário da ONU que investiga crimes contra os direitos humanos na Síria há mais de dois anos, tem uma opinião diferente (sobre o que acontece na Síria).
Ele concedeu uma profilática entrevista à Folha nesta 2ª feira (16/9/13), retificando um "consenso" do noticiário para o qual se empenham colunistas do próprio jornal.
Fatos, segundo Paulo Sérgio Pinheiro:
a) "Vou dizer no Conselho de Direitos Humanos que não há dúvidas de que armas químicas foram utilizadas. Não sabemos por quem, nem efetivamente onde."
b) "As análises estratégicas por parte de vários países, os quais não vou nomear, foram profundamente enganadas e enganosas (...) porque alguns interesses externos apostam na destruição do Estado sírio."
c) "Há um desconhecimento profundo sobre a Síria. Apesar de ser um regime autoritário, era uma sociedade que funcionava, onde o fundamentalismo não prevalecia, os cristãos se sentiam à vontade. A Síria tinha esse contraste: um regime autoritário, mas uma sociedade razoavelmente aberta."
d) "Os grupos rebeldes, por outro lado, estão divididos. Para aumentar a confusão, há a cereja do bolo, os grupos ligados à [rede] Al Qaeda. Ainda tem as outras minorias, os cristãos de diferentes procedências, e 500 mil refugiados palestinos (...) não há vitória possível. A única saída é uma negociação política."
e) "Há muitas forças apoiando os rebeldes, que não têm interesse nessa negociação."
f) "Houve uma estratégia profundamente equivocada de anunciar a cada semana que Assad iria cair (...) além do poderio militar, ele tem enorme apoio na opinião pública. Se houvesse um Datafolha na Síria hoje, mais de 50% estariam a favor dele." 
Quantas vezes você leu ou ouviu sobre isso antes, de um conflito que se arrasta há dois anos?
A íntegra.

sábado, 14 de setembro de 2013

Marilena Chauí: acorda PT!

Da Agência Carta Maior.

Celso de Mello: velho sábio ou velhaco?

Aflito para condenar sem provas, no julgamento farsa que montou, o presidente do STF subitamente perdeu a pressa quando a votação ficou desfavorável ao seu voto. Esta é a (corte suprema da) justiça que temos. Não fica devendo nada -- é até mais arbitrária -- do que o tribunal português que condenou Tiradentes à forca, conforme análise do historiador britânico Kenneth Maxwell. Como votará o ministro Celso de Mello, que já se manifestou a favor dos "embargos infringentes", mas agora está sob fogo cerrado dos velhacos?

Do blog Escrevinhador.
Novatos, velhos e velhacos
por Rodrigo Vianna 
Os embargos infringentes permitiriam uma análise menos passional do chamado "Mensalão". Qual prova levou à condenação de Dirceu? O STF precisa explicar.
Barbosa precisa explicar também por que tirou da ação principal dois diretores do Banco do Brasil (ligados ao PSDB) que assinaram as liberações de verba para a agência de Marcos Valério. Henrique Pizzolato, petista, está no "Mensalão". Foi condenado. Os outros, ligados aos tucanos, não foram a julgamento. Por que? Porque isso desmontaria a tese de Barbosa, que passa pelo uso do dinheiro da Visanet pela "quadrilha petista".
A história do "Mensalão" não fecha. Quem pede mais tempo para compreender os meandros dessa história é agora chamado de "novato".
Curiosamente, Barbosa perdeu a pressa na quarta dia 11 (quando a votação ficou em 4 x2). Estrategicamente, parou tudo, e nos bastidores operaram-se pressões de toda sorte para barrar os embargos que seriam decididos em nova rodada de cotos no dia seguinte. Na quinta 12 (com o placar em 5 x 5), Barbosa também perdeu a pressa. Faltava o voto de Celso de Melo pra fechar a história. Celso já anunciou que tem a decisão tomada. Já se manifestou publicamente a favor dos embargos. Mas até quarta estará sujeito a todo tipo de pressão. 
Celso de Melo é o mais antigo dos ministros. Não é novato. Manterá a opinião firme – contra o fogo cruzado midiático? Agirá como velho sábio ou como velhaco?
A íntegra.

A internet e o futuro da humanidade

Do Blog da Boitempo Editorial.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A lâmpada ecológica inventada por um mineiro

Digamos que você estivesse passeando nas Filipinas, visse casas iluminadas por garrafas pet colocadas no telhado e lhe informassem que aquilo é invenção de um brasileiro: o que você diria? Pois é, a gente nem sabe, mas uma lâmpada alternativa, baratinha, que não gasta energia nem polui o ambiente foi inventada por um uberabense, durante o apagão do governo FHC. E ganhou o mundo.

Da BBC Brasil.  
Brasileiro inventor de 'luz engarrafada' tem ideia espalhada pelo mundo 
Gibby Zobel 

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve o seu próprio momento de 'eureka' quando encontrou a solução para iluminar a própria casa num dia de corte de energia.
Para isso, ele usou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas utilizando a 'luz engarrafada'.
Mas afinal, como a invenção funciona? A resposta é simples: pela refração da luz do sol numa garrafa de dois litros cheia d'água.
"Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor", explica Moser.
Moser protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d'água.
A íntegra.

Do Estado de S.Paulo 
'Luz engarrafada' sai de Minas e conquista pelo menos 15 países
Rose Dutra, de Uberaba

Morador de Uberaba (MG) desde 1980, o mecânico natural de Itajaí (SC), Alfredo Moser, 61 anos, inventou em 2002 a "luz engarrafada". O produto, criado para economizar energia e preservar o planeta, já beneficia milhares de pessoas pelo mundo. A "lâmpada de Moser" está em uso em pelo menos 15 países, entre eles Filipinas, Bangladesh, Índia, México, Colômbia.
Mesmo com todo esse sucesso, Moser, que concluiu apenas o ensino fundamental, permanece vivendo com extrema simplicidade ao lado da esposa Carmelinda, com quem é casado há 35 anos, e do filho Samuel, de 27 anos. Sua consciência ecológica e sua postura solidária impressionam. 
"Nunca pensei em ficar rico, mas sim em ajudar a população, pois a energia elétrica é muito cara, e em contribuir para a preservação do planeta," diz. Dependendo da força do calor, segundo mediu um engenheiro da Cemig, a "lâmpada de Moser" é de 40 a 60 watts.
A "lâmpada de Moser" já é usada em áreas mais pobres em estufa para a produção de alimentos. Há casos em que a economia com energia, de aproximadamente 30%, permitiu que a família carente comprasse o enxoval do bebê. E ele revela que já consegue colocar sua lâmpada até em casas com laje, utilizando baldes de plástico. 
O sonho de Moser é que uma empresa se interesse pela sua invenção e possa investir em tecnologia para que ela tenha um formato mais decorativo, ilumine mais e também à noite. É que a lâmpada inventada por ele, usando garrafa pet com água e duas tampinhas de água sanitária, instalada no telhado com massa plástica, depende da luz do sol. "Eu já sei como fazer ela clarear à noite, mas preciso de apoio financeiro." 
Moser já procurou políticos das esferas municipal, estadual e federal, mas ainda não conseguiu apoio para registrar o seu invento nos órgãos competentes. "O governo deveria ter um órgão de acesso fácil pelos inventores para patentear seus produtos, até porque cada invento movimenta diversos segmentos da economia", observa.
A íntegra.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O julgamento do "mensalão": última oportunidade da justiça no STF

Neste momento, o placar da votação está 5 a 3. Gilmar Mendes certamente votará contra e Marco Aurélio Mello, pelas declarações que deu, também (ambos votam para agradar a "grande" imprensa, e admitem isso, o que revela o baixo nível do tribunal e por si só já devia anular o julgamento), o que significa que caberá ao decano, último a votar, Celso de Mello, o desempate (ele já se manifestou enfaticamente a favor, como se vê no vídeo abaixo; se mudar de opinião será por efeito de pressão da oligarquia da comunicação). A mineira Cármen Lúcia votou como tucana: reconheceu o direito aos embargos, mas votou contra eles. Os nomes dos juízes dignos -- pelo menos nesta votação (em todo o julgamento, só Lewandowski fez jus ao cargo) estão em negrito, abaixo.
A "grande" imprensa, inclusive jornalistas sérios, insinuam ou dizem claramente que a aceitação dos embargos será a vitória da impunidade. Na verdade, o STF tem oportunidade de começar a reverter um episódio vergonhoso, liderado por seu presidente Joaquim Barbosa, e reparar um erro que manchará sua história para sempre, como aquele que, em 1936, o fez entregar a comunista Olga Benário grávida de filha brasileira para ser morta pelo governo nazista.
Os jornalistas que merecem respeito mas foram embalados na onda de deturpação de informações promovida pela oligarquia da comunicação -- Globo, Veja, Folha etc. -- terão oportunidade de se informar melhor sobre a farsa desse julgamento, um julgamento político, de exceção, o único na história do País em que os réus não tiveram direito a apelar para uma corte superior.
Prova disso é que os réus do "mensalão mineiro" serão primeiro julgados em instância inferior e só mais tarde poderão ir a julgamento no STF.
PS: Mais uma artimanha de Barbosa adiou a sessão para a semana que vem, com o placar em 5 a 5, o que significa um longo fim de semana durante o qual Veja, Folha e Globo farão de tudo para pressionar o ministro Celso de Mello. O fato é que todo réu condenado tem direito a recorrer da sentença. Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, explica bem o que está sendo decidido: "A incompetência da justiça brasileira tem sido demonstrada no processo todo. Os que arquitetaram levar os acusados diretamente para o STF – um absurdo em si – se esqueceram de que os embargos infringentes poderiam ser invocados, e isso na prática redundaria num outro julgamento. A esperteza foi tanta que mordeu o esperto, para usar um provérbio que era caro a Tancredo Neves. Postos inesperadamente diante dos embargos infringentes, Joaquim Barbosa e colegas têm se esforçado agora para evitar que se dê uma nova oportunidade aos acusados, o que a Constituição garante."  Jânio de Freitas, analista político da Folha de S. Paulo, explica no artigo "Direitos dos outros" como o STF me meteu nessa embrulhada jurídica: "Decisão majoritária, não unânime, apoiou o desejo do relator Joaquim Barbosa de que os acusados fossem todos julgados em conjunto, nas condições próprias de senadores e deputados. Isso, no chamado julgamento do PT, bem entendido, que ao do PSDB foi concedida a tramitação convencional". 

Da Agência Brasil
Lewandowski acata recurso que pode reabrir julgamento da Ação Penal 470  
Heloisa Cristaldo
Brasília – O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu hoje (12) a possiblidade de novo julgamento por meio do recurso conhecido como embargo infringente para 12 réus condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Com o voto, o placar da votação sobre a validade do recurso está em 5 a 3 a favor dos novos recursos.
Para o ministro, o recurso deve ser acatado pela Corte já que "embargos infringentes não constituem nenhuma extravagância jurídica"e é aplicado, inclusive, no Superior Tribunal Militar (STM). Segundo Lewandowski, esse tipo de recurso é um direito "importantíssimo" dos réus e que "nem o Supremo pode revogar este dispositivo".
Lewandowski ressaltou que apenas o Congresso Nacional tem prerrogativa de excluir o recurso do ordenamento legal e, portanto, não se pode "retirar casuisticamente o recurso com o qual os réus contavam, e sob o qual não havia nenhuma restrição anteriomente nessa Corte".
"Aqui é a última instância [de julgamento] e é necessário que haja um reexame de julgamentos", argumentou. De acordo com ministro, a Corte não pode atuar para restringir o direito de liberdade dos cidadãos.
Neste momento, vota o ministro Gilmar Mendes. A ministra Cármen Lúcia e os ministros Joaquim Barbosa e Luiz Fux votaram contra os embargos infringentes. Além de Lewandowski, os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber e Dias Toffoli votaram a favor da validade dos recursos.
A íntegra.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

11 de setembro de 1973

Morrer de trabalhar

Por que trabalhamos tanto? Por que a tecnologia, em vez de diminuir o tempo dedicado ao trabalho, só o faz aumentar? Por que produzir tanto? Por que consumir tanto? Por que queremos sempre mais? Keynes, citado na matéria, foi o economista que salvou o capitalismo no século XX, quando duas guerras, fascismo e a Grande Depressão de 1929 pareciam indicar que não havia saída. Dr. Keynes prescreveu a intervenção do Estado e o fim do liberalismo e de fato o capitalismo viveu uma grande fase, desde o fim da II Guerra Mundial até os anos 70. E então o liberalismo renasceu (e foi testado pela primeira vez no Chile), trazendo de volta todo o inferno de crises, conflitos e sofrimentos do período entre 1914 e 1945.

Do Outras Palavras.
A morte de Moritz Erhardt e o erro de Keynes
Por Ruth Margalit | Tradução Cristiana Martin 
Ainda não está claro o que provocou a morte de Moritz Erhardt, um jovem de 21 anos, estagiário no Bank of America Merrill Lynch, em Londres no mês passado. Erhardt, um estudante alemão que havia terminado recentemente um semestre de intercâmbio na faculdade de negócios da University of Michigan, estava se aproximando do final de um estágio de verão de sete semanas no renomado banco quando desmaiou tomando banho em sua residência no leste de Londres. Relatórios indicaram que ele sofria de epilepsia e deve ter convulsionado. Esta é uma trágica história e o que a faz ainda mais atroz são as revelações da fatigante agenda que tinha Erhardt nas semanas que antecederam sua morte. (Convulsões epilépticas também podem ocorrer devido à exaustão).
Tentando conseguir a aprovação de seu chefe, Erhardt virou a madrugada trabalhando por oito vezes em duas semanas, dizem seus colegas. Nas noites que antecederam sua morte, ele trabalhou até às seis horas da manhã por três dias seguidos. Erhardt estava empregado na divisão de investimentos bancários, que é notável, mesmo para os parâmetros degoladores da City of London e de Wall Street, pelas horas de trabalho esperadas dos trabalhadores. "Eu vejo muitas pessoas andando por aí, com os olhos avermelhados e bebendo cafeína para poder passar por isso, mas elas não reclamam, pois a recompensa pode ser muito boa", disse um estagiário ao The Independent. (Em uma declaração, o Bank of America Merrill Lynch disse que não poderia comentar tais afirmações sobre as horas que Erhardt vinha trabalhando e está aguardando laudos pós-morte).
Excesso de trabalho: esta possível causa para a morte de Erhardt pode ser relativamente rara, mas não é nenhuma novidade. Apenas alguns meses atrás, um rapaz de 24 anos, em Beijing, sofreu uma parada cardíaca após ter trabalhado excessivamente por um mês. No Japão existe até um termo para este fenômeno, e o ministério da Saúde fez um grande esforço para reduzir o número de casos. A morte de Erhardt mostra um curioso fenômeno, que destaca a natureza do trabalho e do lazer, e as razoáveis expectativas que as pessoas possuem de ambos.
Em 1930, John Maynard Keynes escreveu um ensaio chamado Economic Possibilities for Our Grandchildren (Possibilidades Econômicas para Nossos Netos), no qual ele previu que, com o avanço de tecnologias e o consequente aumento da produtividade, poderíamos trabalhar muito menos para satisfazer nossas necessidades. Em um século, estimou Keynes, ninguém deveria trabalhar mais do que quinze horas semanais. O argumento parece quase ingênuo, à medida em que 2030, a data estimada por Keynes, se aproxima.
A íntegra.

Ditadura chilena não mata nem tortura mais, só discrimina, prende e expulsa

É como o Brasil: mudou, mas não tanto assim. Se o julgamento do "mensalão" tem semelhanças com a condenação de Tiradentes à morte, em 1792, segundo insuspeito historiador britânico, o que dizer das práticas arbitrárias das polícias?

Do Opera Mundi. 
Perto do aniversário de 40 anos do golpe, brasileiro vítima de Pinochet é barrado em Santiago
Victor Farinelli, de Santiago 

O ex-sindicalista brasileiro Dirceu Luiz Messias, de 72 anos, foi barrado neste sábado (7/9) no aeroporto de Santiago (Chile) e devolvido ao Brasil. Ele havia viajado a convite de organizações de direitos humanos para participar dos eventos de 40 anos do golpe de Estado que derrubou Salvador Allende e iniciou a ditadura de Augusto Pinochet.
Messias é um dos sobreviventes do Estádio Nacional, para onde foram levados opositores de Pinochet após o golpe de 11 de setembro de 1973.
O ex-sindicalista desembarcou na capital chilena por volta das 19h45. Ao iniciar os trâmites para o seu ingresso ao país, teve o seu documento de identidade confiscado e começou a ser interrogado por diferentes policiais da PDI (Polícia de Investigações, responsável pelo trâmite de aeroportos e fronteiras).
"Passei horas de pé respondendo perguntas que se repetiam: de onde eu vinha, o que vinha fazer exatamente no país, como e quando havia estado no Chile anteriormente, e apesar de responder tudo, eles insistiam em perguntar", relatou o brasileiro, que disse ter enfrentado quase uma hora de perguntas.
Ao final do interrogatório, os policiais chilenos informaram Messias que ele não poderia ingressar no país, segundo ele, sem oferecer nenhum motivo para justificar essa decisão. "Um dos policiais me levou, de forma agressiva, para um sofá, onde eu teria que aguardar. Eu perguntava o motivo do impedimento e ele não me dizia, pedia para poder falar com alguma das pessoas que estavam esperando por mim na sala de desembarque, e ele também me negou esse direito", contou ele, em entrevista para Opera Mundi.
A íntegra.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Revolução verde, armas químicas e envenenamento do ambiente

Antes da extinção dos seres humanos, a extinção das abelhas.

Do Outras Palavras.
O envenenamento das abelhas 
Por Inês Castilho, com a colaboração de Taís González
Em sua recente participação no III Encontro Internacional de Agroecologia, em Botucatu (SP), a cientista indiana Vandana Shiva lembrou a tragédia que a levou a estudar o impacto da indústria química na agricultura: o vazamento de 42 toneladas de um gás letal na fábrica de pesticidas da Union Carbide em Bophal, na Índia, em 1984, causando a morte de três mil pessoas e sequelas permanentes em mais de 100 mil. O presidente da empresa norte-americana, Warren Anderson, teria fugido do país em avião do governo, dias depois, abandonando na fábrica toneladas de produtos químicos perigosos, entre eles DDT – que estão lá até hoje.
A origem da tragédia, lembra Vandana, está na chamada Revolução Verde, imposta pelos Estados Unidos em sua área de influência geopolítica nos anos 1960 para ampliar o mercado de produtos agrícolas e agroquímicos – fabricados a partir de armas químicas usadas na Guerra do Vietnã. O resultado desse modelo, o agronegócio, é conhecido: 65% da biodiversidade e da água doce do planeta contaminadas por agrotóxicos – caldo de cultura para a morte súbita e desaparecimento das abelhas melíferas, fenômeno batizado em 2006 de Colony Collapse Disorder (CCD), ou Desordem de Colapso da Colônia.
Prestadoras de inestimáveis serviços ambientais, as abelhas respondem pela polinização de 71 dos 100 tipos de colheita que alimentam e vestem a humanidade, segundo relatório da ONU de 2010. Às abelhas devemos, além do mel, do própolis e da cera – os aspargos, o óleo de canola e o de girassol, as fibras têxteis do linho e algodão e culturas utilizadas para forragem na produção de carne e leite, como a alfafa. A videira depende em parte do trabalho das abelhas e, com ela, a produção de vinhos. Em um mundo sem abelhas seriam impensáveis os cítricos, o abacate, o agrião… Em particular, a produção de maçãs, morangos, tomates e amêndoas.
Parece assustador – e é mesmo. A cultura de amêndoas, totalmente dependente da polinização das abelhas, é exemplo da dimensão do desastre: são hoje necessárias 60% das colmeias remanescentes nos Estados Unidos para polinizar as plantações do estado da Califórnia, responsáveis pela produção de mais de 80% das amêndoas no mundo. Nos últimos seis anos, a CCD dizimou cerca de 10 milhões de colmeias do país. A taxa de mortalidade das colônias é de 30% ao ano: das 6 milhões de abelhas existentes em 1947, restam hoje não mais que 2,5 milhões.
A íntegra.

124 têm 12% do Brasil

O país das desigualdades. Os bilionários controlam os veículos de comunicação, bancos, construções e alimentos.

Do Diário do Centro do Mundo
124 pessoas concentram mais de 12% do PIB do Brasil
As 124 pessoas mais ricas do Brasil acumulam um patrimônio equivalente a R$ 544 bilhões, cerca de 12,3% do PIB, o que ajuda a entender porque o país é considerado um dos mais desiguais do mundo.
Estas 124 pessoas integram a última lista de multimilionários divulgada nesta segunda-feira pela revista Forbes, que inclui todos os brasileiros cuja fortuna supera R$ 1 bilhão.
O investidor chefe do fundo 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, que acaba de adquirir a fabricante de ketchup Heinz e é um grande acionista da cervejaria AB InBev e do Burger King, ficou com o primeiro lugar.
A fortuna de Lemann, de 74 anos, chega a R$ 38,24 bilhões, enquanto o segundo da lista, Joseph Safra, empresário de origem libanesa e dono do banco Safra, tem ativos de R$ 33,9 bilhões.
A maioria das fortunas corresponde a membros de famílias que dominam as grandes empresas de setores como mídia, bancos, construção e alimentação.
Entre os 124 multimilionários brasileiros apenas o cofundador de Facebook, Eduardo Saverin, constituiu seu patrimônio por meio da internet.
A íntegra.

Cuba, um país de médicos

Professor britânico que estuda a internacionalismo médico mostra por que uma ilha pobre tem um sistema de saúde melhor do que a nação mais rica do mundo, por que os médicos cubanos estão em todo o planeta e como a velha imprensa reacionária se esforça para esconder estes fatos.

Do Viomundo.
John Kirk e o Mais Médicos: "Brasil e Cuba estão fazendo uma troca sensata de produtos e serviços"
por Heloisa Villela, de Nova York

Para quem só entende a lógica capitalista, John Kirk explica: no mundo globalizado, cada país vende aquilo que faz de melhor ou que tem de excedente.
A Colômbia vende muito café, o Chile exporta frutas e Cuba hoje vende ao mundo serviços na área de saúde.
John Kirk é britânico, estudou na Espanha e é radicado no Canadá onde, há três décadas, tornou-se um dos mais respeitados professores de estudos espanhóis e latino americanos. É professor da Universidade Dalhousei.
Ele tem se dedicado a um assunto em particular: Cuba. Especialmente à política externa e ao sistema de saúde do país. Por isso se voltou para o que chama de internacionalismo médico.
Ele visita Cuba desde 1976 e se interessou pelo país porque sempre viajou muito pela América Latina.
Nas viagens, começou a encontrar mais e mais médicos cubanos por toda parte.
Há cinco anos ele escreveu o primeiro livro sobre este intercâmbio médico e está preparando o segundo. Desta vez, vai corrigir dois erros. Vai mudar de editora e de conclusão.
A University Press, da Flórida, empresa que distribui Cuban medical internationalism: origins, evolution and goals (Internacionalismo médico cubano: origens, evolução e metas) cobra mais de US$ 100 por cópia.
John Kirk desconfia que o objetivo seja dificultar ao máximo a venda.
Quanto à conclusão, expressa logo na abertura do livro, ele mudou de ideia. Ele achava, anteriormente, que o principal motivo para tanta dedicação de Havana à saúde alheia era uma forma de conquistar votos e apoio nas Nações Unidas.
Hoje, John Kirk está convencido de que o espírito humanitário, a noção de que é um dever ajudar quem precisa estão sedimentados na cultura cubana, além de fazer parte da Constituição do país.
No mundo capitalista globalizado, onde os interesses econômicos determinam as ações governamentais e vale tudo para conseguir novos negócios, até mesmo espionar governos amigos, soa irreal e ingênuo.
Mas Cuba investiu muito no programa, nos últimos 50 anos. E continua investindo.
Só que agora, depois que Raúl Castro assumiu a direção do país, houve uma mudança. Cuba passou a cobrar de quem tem, para continuar oferecendo ajuda a quem não pode pagar. Assim, governos árabes, como o do Qatar, pagam pela experiência dos médicos cubanos, enquanto o Haiti continua recebendo todo o apoio de graça.
Para John Kirk, o sucesso incontestável do programa de saúde cubano, e da diplomacia médica, é o segredo mais bem guardado da história.
Segredo, diz ele, que os meios de comunicação ocidentais fazem questão de manter guardado. Muito bem guardado. Ele conta que observou com atenção o trabalho da imprensa internacional logo após do terremoto do Haiti, em 2010.
A imprensa não falava dos médicos cubanos, que já estavam na ilha antes do terremoto e estão lá até hoje.
Uma reportagem na rede de tevê a cabo americana CNN chegou a entrevistar um médico obviamente cubano, porque o sotaque não nega, que vestia uma camisa com o retrato de Che Guevara, e foi identificado como um médico espanhol, conta John Kirk.
O pesquisador britânico entrevistou mais de 70 profissionais de saúde cubanos em Cuba e no exterior, nos últimos sete anos.
Ele está escrevendo outro livro, que deve ficar pronto em janeiro. Mas adiantou ao Viomundo alguns resultados do estudo. Diz que hoje Cuba tem um número maior de profissionais de saúde trabalhando em missões de cooperação fora do país do que todos os países do G-8 somados.
Os médicos cubanos estão dando aulas em 15 países (entre eles Etiópia, Iêmen e Gana). Foram os profissionais de Cuba que, através do programa Operação Milagre, salvaram a vista de Mario Terán, o soldado boliviano que executou Che Guevara em outubro de 1967.
A íntegra.

A história do jornal chileno El Mercurio

O mais antigo jornal em língua espanhola em circulação ajudou a derrubar o presidente Allende e apoiou o ditador Pinochet. Toda oligarquia latino-americana tem seu Globo ou seu Clarin. 

Mineradora e policiais massacram indígenas

Na Guatemala. Mas podia ser no Brasil: a mineração é predadora e violenta em toda parte.

Do Opera Mundi.
Onze membros de comunidade indígena morrem em chacina na Guatemala 
Onze pessoas morreram e pelo menos 17 ficaram feridas em um atentado ocorrido no último sábado (7/9/13) contra uma comunidade indígena maia na Guatemala. Os moradores da localidade de Kakchikel, em San José Nacahuil (sudoeste do país), de apenas 7 mil habitantes, se opõem pacificamente à construção de uma mina na região e alegam sofrer uma campanha de intimidação por parte das empresas extrativistas. Segundo líderes comunitários, o ataque foi realizado com a participação de policiais civis.De acordo com o Ministério do Interior, a chacina ocorreu em decorrência de uma guerra de gangues. No entanto, a alegação foi rechaçada pela população local que, desde 2005, expulsou a polícia e passou a organizar sua própria segurança. Oito das vítimas foram mortas em um restaurante recém-inaugurado.
A íntegra.

Mais Médicos aumenta popularidade do governo Dilma

Mais um tiro no pé da direita protofascista. População "com cara de empregada doméstica" aprova vinda dos médicos cubanos que têm "cara de empregada doméstica".
Médicos reconhecem, enfim, que erraram ao ficar contra o programa. 

Repórter da Agência Brasil
Maioria dos brasileiros apoia Programa Mais Médicos, aponta CNT 
Carolina Sarres
Brasília – A maioria da população brasileira é favorável à contratação de médicos estrangeiros por meio do Programa Mais Médicos. Pesquisa divulgada hoje (10) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revela que 73,9% dos entrevistados apoiam o programa.
Os dados revelam que 49,6% dos entrevistados acreditam que o programa solucionará problemas graves relacionados à saúde no país. Para 34,7% dos entrevistados, o serviço vai melhorar nos próximos seis meses.
A pesquisa da CNT aponta que os índices de aprovação do Programa Mais Médicos contribuíram para a recuperação da popularidade da presidenta Dilma Rousseff e do governo que, em julho, tiveram índices mais baixos.
A íntegra.

Deputados querem distância do povo

Quanto menos nos representam, mais se isolam. Vivem mesmo na fantasia das elites, não entendem que só estão lá porque foram eleitos, que o seu poder emana do povo, como diz a Constituição, e que só o voto do povo justifica sua existência. Na Câmara -- como nos estádios e nas ruas -- também quem dita as normas neste Estado policial é a polícia. E o PT assumiu definitivamente o papel de partido da ordem.

Da Agência Brasil.
Câmara proíbe faixas e limita número de visitantes 
Ivan Richard
Brasília – A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados aprovou hoje (10/9/13), por unanimidade, resolução que limita o número de pessoas nas dependências da Casa, e proíbe ingresso de manifestantes carregando banners, cartazes e faixas. Pela nova regra, além dos parlamentares, funcionários – do quadro e terceirizados – jornalistas credenciados e convidados, 1,7 mil visitantes poderão frequentar a Câmara diariamente.
A limitação foi adotada para atender orientações do Corpo de Bombeiros. "Estudos realizados pelo Departamento Técnico e pelo Departamento de Polícia Legislativa, em atenção às vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiros, demonstram a necessidade do estabelecimento de limites de ocupação de cada espaço físico do Complexo Arquitetônico da Câmara dos Deputados", diz trecho da resolução.
"Temos que ter uma política de evacuação, de cuidado pelas pessoas que estão aqui. Não tem o objetivo de restringir a participação popular. Queremos que ela seja garantida, mas de forma ordeira", argumenta o vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR). Incomodados com as constantes manifestações no plenário e nas comissões, vários líderes haviam se manifestado favoravelmente à restrição do número de pessoas na Câmara.
A íntegra.

Tiradentes, José Dirceu, Maria I, Joaquim Barbosa, a devassa e o "mensalão"

Agora que a farsa do julgamento do "mensalão" chega ao fim, vale a pena reler o que escreveu há quase um ano o insuspeito historiador americano Kenneth Maxwell, professor do Departamento de História e diretor do Programa de Estudos Brasileiros do Centro de Estudos Latino-Americanos (Drclas) da Universidade de Harvard. Ele é autor de A Devassa da Devassa, obra publicada no Brasil em 1977 e que mudou a forma de se ver a Inconfidência Mineira. O segundo texto foi suprimido da revista Época (Globo) na internet, mas está copiado no blog Página do E.
PS: No julgamento, Joaquim Barbosa citou jurista para respaldar sua decisão, mas o jurista citado retrucou dizendo que o presidente do STF está errado...

Da Folha de S. Paulo. 
A Alçada
Kenneth Maxwell
Em 17 de julho de 1790, a rainha Maria, de Portugal, estabeleceu um tribunal itinerante especial, ou Alçada, para julgar os conspiradores de Minas Gerais, detidos no Rio de Janeiro e em Minas, sem direito a visitas desde a traição na Inconfidência Mineira, em 1789.
Os prisioneiros incluíam Joaquim José da Silva Xavier, alferes nos Dragões de Minas e mais conhecido pelo apelido Tiradentes, e o desembargador Tomás Antônio Gonzaga.
O chanceler indicado para o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro, desembargador Sebastião Xavier de Vasconcellos Coutinho, foi apontado para presidir a Alçada, formada também por Antônio Gomes Ribeiro e Antônio Diniz da Cruz e Silva, da Casa de Suplicação, que se juntaram a ele em Lisboa.
O chanceler Vasconcellos Coutinho foi instruído a ignorar "qualquer falta de formalidades [...] e invalidades judiciais [...] que possam existir nas devassas, e considerar as provas de acordo com a lei natural". A Alçada recebeu toda a autoridade necessária: "Não obstante todas as outras leis, disposições, privilégios e ordens em contrário, apenas para esta ocasião".
Ao final, Tiradentes foi sacrificado. E, se por acaso os processos da Alçada começam a lhe parecer estranhamente semelhantes com o mensalão, isso não deveria causar surpresa: de fato, são. Algumas coisas nunca mudam.
A íntegra.

Da revista Época.
Poderosos e "poderosos" no mensalão
Paulo Moreira Leite
Kenneth Maxwell, historiador respeitado do Brasil colonial, compara o julgamento do mensalão ao Tribunal que julgou a inconfidência mineira. Não, a questão não é perguntar sobre Tiradentes. Mas sobre Maria I, a louca e poderosa. Tanto lá como cá, diz Maxwell, tivemos condenações sem provas objetivas. Primeiro, a Coroa mandou todo mundo a julgamento. Depois, com uma ordem secreta, determinou que todos tivessem a vida poupada – menos Tiradentes.
Poderoso é quem faz isso.
Escolhe quem vai para a forca.
"Poderoso" pode ir para a forca, quando entra em conflito com sem aspas.
Genoíno, Dirceu e os outros eram pessoas importantes – e até muito importantes – num governo que foi capaz de abrir uma pequena brecha num sistema de poder estabelecido no país há séculos.
O poder que eles representam é o do voto. Tem duração limitada, quatro anos, é frágil, mas é o único poder para quem não tem poder de verdade e depende de uma vontade, apenas uma: a decisão soberana do povo.
A íntegra.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A violência dos bancos contra seus clientes

Por falar no ex-sindicalista bancário Gushiken, descrevo a cena corriqueira em uma agência do maior banco privado brasileiro, que teve no primeiro trimestre deste ano o maior lucro de um banco privado na história do País.
A área da agência é imensa, mas o espaço destinado aos caixas, no fundo, é bem pequena, para só quatro funcionários. Na entrada da agência, depois da porta giratória com detector de sei-lá-o-quê e dos guardas armados, espaço para (também) quatro caixas eletrônicos, mas um deles está vazio; dos três caixas instalados, só dois funcionam. Entre caixas eletrônicos e caixas com funcionários, também quatro mesas de "gerentes" -- quatro parece ser a escala de medida do banco. Um dos dois caixas eletrônicos em funcionamento não realiza operações de depósito, o que leva clientes a irem a ele e depois voltarem à fila. Por fim, este mesmo caixa sai do ar. A fila não para de crescer e a insatisfação também, mas não vai além de comentários.
Os bancos brasileiros dispensaram seus funcionários e instalaram equipamentos eletrônicos, terceirizaram serviços e reduziram drasticamente seus custos.
Em 1990 havia, segundo o Dieese, 732 mil bancários no País; em 2012, eram só 508 mil.
Entre 1990 a 2007, segundo o Ipea, foram suprimidas 1.688 agências bancárias no País, cerca de 8,4%.
Tudo isso, enquanto a população brasileira aumentava em quase 50 milhões. 
O trabalho que era feito pelos bancários demitidos agora é feito por nós, clientes -- gratuitamente. Alegam que a tecnologia agiliza a nossa vida, mas isso não é verdade, porque continuamos perdendo tempo na fila do caixa eletrônico ou na internet.
Os bancos pegam nosso dinheiro e o emprestam cobrando juros altíssimos -- e ainda nos cobram taxas por isso!
O lucro dos maiores bancos brasileiros subiu de R$ 23,3 bilhões em 2004 para R$ 53,4 bilhões em 2011. 
Mesmo assim não têm um pingo de respeito por nós, seus funcionários não remunerados. Não se dão sequer o trabalho de instalar número suficiente de caixas eletrônicos, nos tratam com desprezo absoluto. E se o cliente procurar um (simpático) funcionário para reclamar, vai ouvir dele palavras de apoio e a sugestão de que ligue para a central do banco, porque ele concorda com a reclamação, mas não pode fazer nada. A central do banco, porém, é uma gravação!
Os bancos inventaram a empresa perfeita, que quase não tem funcionários, que tem lucros astronômicos e é absolutamente impessoal, na qual o cliente não tem a menor possibilidade de entrar em contato com o dono, com administrador, com o chefe. Todos nós, clientes e bancários, lidamos e obedecemos a uma entidade virtual, a um senhor invisível.
Depois, quando os jovens depredam e põem fogo em agências bancárias, são tachados de vândalos e violentos. E isso que os bancos fazem diariamente com seus clientes, com toda a população, afinal, que não pode prescindir deles, é o quê?

Luís Gushiken e a "grande" imprensa

Mais um dos ótimos textos do experiente Paulo Nogueira sobre a imprensa, a política, a justiça e o Brasil. Penso naquele irmão do Collor, que o denunciou na mesma Veja; penso no Joaquim Barbosa e no seu ódio aos petistas, que o levou a construir a farsa do julgamento do mensalão. Além da banalidade do mal, há a impunidade do mal.

Do Diário do Centro do Mundo.
Gushiken, a mídia e a justiça: uma parábola do país que temos
Paulo Nogueira
O que os anos recentes de um dos grandes líderes sindicais das décadas de 1970 e 1980 contam sobre o Brasil de hoje.
Montaigne escreveu que o tamanho do homem se mede na atitude diante da morte, e citava como exemplos Sócrates e Sêneca.
Os dois morreram serenamente consolando os que os amavam. Sócrates foi obrigado a tomar cicuta por um tribunal de Atenas e Sêneca a cortar os pulsos por ordem de Nero.
Meu pai jamais se queixou em sua agonia, e penso sempre em Montaigne quando me lembro de sua coragem diante da morte, confortando-nos a todos.
Me veio isso ontem à mente ao ler no twitter a notícia de Luís Gushiken morrera aos 63 anos. Depois desmentiram, mas ficou claro que ele vive seus dias finais num quarto do Sírio Libanês, com um câncer inexpugnável.
Soube que ele mesmo se ministra a morfina para enfrentar a dor nos momentos em que ela é insuportável, e para evitar assim a sedação.
Li também que ele recebe, serenamente, amigos com os quais fala do passado e discute o presente.
A força na doença demonstrada por Gushiken é a maior demonstração de grandeza moral segundo a lógica de Montaigne, que compartilho.
Não o conheci pessoalmente, mas é um nome forte em minha memória jornalística. Nos anos 1980, bancário do Banespa, ele foi um dos sindicalistas que fizeram história no Brasil ao lado de personagens como Lula, no ABC.
Eu trabalhava na Veja, então, e como jovem repórter acompanhei a luta épica dos trabalhadores para recuperar parte do muito que lhes havia sido subtraído na ditadura militar.
Os militares haviam simplesmente proibido e reprimido brutalmente greves, a maior arma dos trabalhadores na defesa de seus salários e de sua dignidade. Dessa proibição resultou um Brasil abjetamente iníquo, o paraíso do 1%.
Gushiken foi arrolado entre os 40 incriminados do Mensalão. O número, sabe-se hoje, foi cuidadosamente montado para que se pudesse fazer alusões a Ali Babá e os 40 ladrões.
Gushiken foi submetido a todas as acusações possíveis, e os que o conhecem dizem o quanto isso contribuiu para o câncer que o está matando.
Uma nota da seção Radar, da Veja, acusou Gushiken de ter pagado com dinheiro público um jantar com um interlocutor que saiu por mais de 3 000 reais. A nota descia a detalhes nos vinhos e nos charutos "cubanos".
Gushiken processou a revista. Ele forneceu evidências – a começar pela nota e por testemunho de um garçom – de que a conta era na verdade um décimo da alegada, que o vinho fora levado de casa, e os charutos eram brasileiros.
Mais uma vez, uma demora enorme na justiça, graças a chicanas jurídicas da Abril.
Em junho passado, Gushiken enfim venceu a causa. A justiça condenou a Veja a pagar uma indenização de 20 mil reais.
O tamanho miserável da indenização se vê pelo seguinte: é uma fração de uma página de publicidade da Veja. Multas dessa dimensão não coíbem, antes estimulam, leviandades de empresas jornalísticas que faturam na casa dos bilhões.
A íntegra.

O despreparo da PM

Não se trata de acusação, é o próprio capitão do batalhão de choque de Brasília quem diz que age arbitrariamente. Em São Paulo, um policial sacou do revólver e disparou contra manifestantes e feriu um fotógrafo. Também porque "quis". Um estudante perdeu a visão de um olho com estilhaço de granada -- estamos em guerra? E no Rio Grande do Sul, a polícia também bate em professores. Não é demais lembrar que o RS e o DF são governados pelo PT. As polícias brasileiras ainda são as polícias da ditadura, atuam como se estivessem em guerra contra um inimigo externo, como na guerra fria, como se a população que elas atacam não fosse os cidadãos do país, que pagam os impostos que pagam seus salários -- seus patrões, em última análise. Atuam como forças fora de controle dos governos, como na ditadura agiam os Doi-Codis fora do controle do próprio governo militar. Quanto tempo vai passar até que os governantes brasileiros entendam que liberdade de expressão e liberdade de manifestação são garantidas pela Constituição e fazem parte da democracia? E que polícias militares não têm mais razão de ser? 

O uso de armas químicas pelos EUA

A guerra é o verdadeiro negócio americano. Para justificar a invasão da Síria, o presidente Obama diz que o governo daquele país usa armas químicas contra civis. Os EUA fazem isso desde a II Guerra Mundial -- inclusive contra o seu próprio povo! -- como mostra a lista abaixo, do Opera Mundi:
1- napalm contra os japoneses, em 1944 e 1945;
2- testes com gases tóxicos em bairros pobres de St. Louis (EUA), no começo da década de 1950;
3- 88 milhões de litros de agente laranja e outros gases tóxicos lançados contra vietnamitas, nas décadas de 1960 e 1970;
4- gases venenosos jogados contra iraquianos e curdos, em 1988;
5- armas químicas usadas contra iraquianos, em 2003;
6- fósforo branco lançado contra iraquianos, em 2004;
7- fósforo branco lançado contra palestinos (com Israel), em 2009.
A íntegra.

Repressão a professores no Rio Grande do Sul

Notícia cheia de curiosidade, a menor das quais é a grafia da palavra gás. Tarso Genro é o governador mais à esquerda do PT, mas usa a tropa de choque da ditadura para reprimir professores. Ele mora em casa? Em Minas, o governador mora em palácio. Aliás, tem vários: o da Liberdade, sem função desde a construção do bilionário centro administrativo, continua servido ao governador, o que é mais um absurdo dos governos Aécio Anastasia; deveria ser transformado em museu e suas grades derrubadas, para que a área fosse incorporada à Praça da Liberdade.

Do Sul 21. 
Polícia dispersa manifestação de professores em frente à casa de Tarso
Cerca de cem pessoas ligadas ao Cpers/Sindicato protestavam em frente à casa do governador Tarso Genro, nesta segunda-feira (9/9/13), por volta das 6h30min, em Porto Alegre. A manifestação foi dispersada após o Pelotão de Policiamento Ostensivo (POE) da Brigada Militar (BM) ter utilizado gáz de pimenta e bombas de efeito moral. Após o ato, três professoras precisaram de atendimento médico, conforme informou o Cpers.
A BM montou um cordão de isolamento em frente à residência, impedindo o acesso à via. Os sindicalistas realizaram caminhada na rua Dona Laura e Protásio Alves, que tiveram o trânsito bloqueado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (Eptc).
Professores ligados ao Cpers estão em greve no estado. Entre outras reivindicações, pedem o pagamento do piso do magistério e revisão do vale-alimentação. Em reunião na última sexta-feira (6), o sindicato decidiu manter a paralisação, que atinge menos de 1% das escolas gaúchas, segundo o secretário de Educação, Jose Clóvis de Azevedo.
A íntegra.

Acidente com BRT faz 26 feridos no Rio

Para fazer BRT, Lacerda e Anastasia quebraram as obras que tinham acabado de fazer em Belo Horizonte. Pela incompetência já amplamente demonstrada, é bem capaz que estejamos sujeitos a acidentes desse tipo também. A questão do transporte na cidade é simples e barata: corredores de ônibus em todas as avenidas, com linha única, ônibus de cinco em cinco minutos e estações integrando as linhas; para os bairros, microônibus. Não fazem isso porque prevalecem os interesses das empresas de ônibus e das empreiteiras, umas e outras financiadoras de campanhas dos políticos. Para atender interesses das empresas e dos políticos corruptos, obras têm que ser caras e o sistema ruim.

Da Agência Brasil.
Acidentes de trânsito no Rio deixam pelo menos 32 pessoas feridas 
Ao menos 26 pessoas ficaram feridas, duas delas em estado grave, em um acidente no início da manhã entre um ônibus articulado BRT, o bus rapid transit, e um coletivo convencional da linha 758 Cascadura/Recreio, na zona oeste do Rio. Segundo a assessoria da empresa que controla os BRT, o coletivo que liga a zona norte à zona oeste teria avançado o semáforo. Todas as pessoas foram encaminhadas ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Atirador acampa diante do palanque do 7 de Setembro em Brasília

Do Tijolaço.
O acampamento montado por um atirador treinado, diante do palanque de Dilma
Não sou policial, nem policialesco.
Mas não sou irresponsável e peço a sua atenção para o que vou descrever e mostrar.
Não estou sugerindo que seja um atentado. Mas a história é de arrepiar.
O Globo publica agora à tarde que um grupo de "manifestantes" acampou diante do palanque presidencial montado para o desfile de Sete de Setembro.
Nada demais, todos têm o direito de se manifestar.
E a gente tem o direito de saber quem são.
O jornal os identifica como integrantes do Movimento Brasil Contra a Corrupção.
Que tem um saite na internet, o mbcc.com.br registrado por Geraldo Magela Abreu, um de seus autores e o dono do registro do domínio na internet.
Do Movimento e de outro, como os "Amigos do Tiro", ainda em construção.
Geraldo é um entusiasta de armas e pode ser visto aqui treinando tiros de pistola.
Será que os alegres meninos que estão sentados ali sob a égide de seu "MBCC" sabem que seu líder é um "sniper"?
Nao estou acusando Geraldo de nada, a não ser de pertencer à este grupinho de maníacos que realizam suas frustrações segurando um cano de pistola, como aliás ele deveria ter aprendido, já que se identifica como aluno de psicologia da Uniceub.
Mas é bom que todo mundo saiba com quem está se metendo e, ainda que, por precaução e civilizadamente, seja feita uma verificação de se Geraldo estará portando um arma, com o treinamento que fez para usá-la, ali bem defronte ao palanque presidencial.
Todas as páginas que comprovam o que estou dizendo podem ser vistas aqui, aqui, aqui e aqui.
E, abaixo, o video do treinamento de Geraldo com uma pistola Glock, que ele mesmo colocou no Youtube.
A íntegra.

A mais bela canção chilena

Victor Jara era o maior cantor popular chileno; foi preso no golpe de 11 de setembro de 1973 e levado ao Estádio Nacional, com milhares de outros. Antes de matá-lo, cortaram-lhe as mãos e lhe disseram: "Toca violão agora". O governo Allende foi romanticamente bonito como as canções de Victor Jara, a ditadura Pinochet -- apoiada pelos militares brasileiros -- foi bestial como esse episódio.

 Do Impedimento. org.

Te recuerdo Amanda

Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel
La sonrisa ancha,
la lluvia en el pelo,
no importaba nada,
ibas a encontrarte con él
con él, con él, con él, con él
Son cinco minutos
la vida es eterna
en cinco minutos
Suena la sirena
de vuelta al trabajo
y tú caminando
lo iluminas todo
los cinco minutos
te hacen florecer
Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel
La sonrisa ancha
la lluvia en el pelo
no importaba nada
ibas a encontrarte con él
con él, con él, con él, con él
Que partió a la sierra
que nunca hizo daño
que partió a la sierra
y en cinco minutos
quedó destrozado
Suena la sirena
de vuelta al trabajo
muchos no volvieron
tampoco Manuel
Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fábrica
donde trabajaba Manuel

STF pede desculpa por atuação no caso do "mensalão"

Inspirados na notícia abaixo, do STF do Chile, antecipamos manchete a ser publicada daqui a quarenta anos. No julgamento do "mensalão" também imperou a covardia. Joaquim Barbosa não leu os autos, ignorou provas, inventou crimes, deturpou teorias jurídicas  e manipulou penas, movido só ele sabe por quais motivos; seus pares acompanharam seu voto como carneirinhos, salvo exceção digna do ministro Lewandowski. Juntos escreveram a mais vergonhosa página do tribunal, só comparável à entrega da comunista alemã Olga Benário, grávida de filha brasileira, para ser morta pelos nazistas, em 1936.

Do Opera Mundi.
Suprema Corte do Chile reconhece omissões na ditadura de Pinochet
O plenário da Suprema Corte do Chile fez nesta sexta-feira (6/9/13) um inédito reconhecimento de suas omissões durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), quando não acolheu milhares de recursos de amparo. O tribunal, no entanto, não pediu perdão formalmente às vítimas. As informações são da agência de notícias France Presse.
"Chegamos à convicção de que não cabe outra atitude que não seja explicitar o reconhecimento das graves ações e omissões" ocorridas, afirmou o presidente do máximo tribunal do Chile, Rubén Ballesteros, em uma declaração pública, ao final de uma reunião plenária de seus pares.
A íntegra.

Dilma, no primeiro turno

Não mudou muito em relação a 2010 -- e naquele ano teve segundo turno. A diferença é que agora a segunda colocada é Marina, cujo partido ainda não conseguiu registro. Aécio (quem acredita nele?) não decola e Campos tem índice muito pequeno. A questão principal da eleição presidencial é que tem muita coisa para melhorar no País, mas o povo não quer mudar para pior. O PT -- que resiste ao golpe da farsa do julgamento do mensalão -- é o único partido verdadeiro do Brasil, os demais são arremedos, sem relações efetivas (e afetivas) com a população, a não ser o pedido de votos, de quatro em quatro anos; inclusive os desnorteados partidos de esquerda, que, como o PSTU e o PSOL, volta e meia fazem coro com a direita mais reacionária.
PS: A aprovação do governo também aumentou 6,8 pontos percentuais. 

Da CartaCapital.
Dilma lidera a corrida para 2014 
No cenário mais provável da disputa para 2014, a presidenta Dilma Rousseff tem hoje o mesmo índice de intenção de votos do que a soma do desempenho de seus três possíveis adversários. É o que revela a mais recente pesquisa CartaCapital/VoxPopuli, publicada na atual edição da revista. O levantamento faz parte de uma parceria entre o instituto e a publicação para a divulgação do cenário eleitoral a cada dois meses.
A pesquisa, realizada entre 7 e 9 de agosto, coloca a presidenta em vantagem sobre os adversários. A petista soma 38% das intenções de voto, seguida por Marina Silva (Rede Sustentabilidade), com 19%, Aécio Neves (PSDB), com 13%, e Eduardo Campos (PSB), com 4%. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais, o que deixa a possibilidade de segundo turno em aberto. Outros 15% dos eleitores disseram que vão votar em branco ou em ninguém e 11% estão indecisos. A primeira medição do cenário, feita pouco antes dos protestos de junho explodirem, colocava a presidenta com 51%, seguido por Marina e Aécio (14% cada) e Campos (3%).
A íntegra.

Caetano Veloso e os black blocs

Comitê da inquisição do governador Cabral proíbe música "Noite dos Mascarados" no 7 de Setembro. Chico e Caetano podem ser processados como líderes dos black blocs e por incitamento à violência pacífica. Já o presidente do STF, Joaquim Barbosa, desmascarado no julgamento do "mensalão", poderá se manifestar livremente.
Não dá pra levar a política brasileira a sério.

Do G1.
Caetano Veloso cobre rosto como Black Bloc em visita ao Mídia Ninja
Caetano Veloso visitou a sede do coletivo de jornalismo Mídia Ninja no Rio na noite desta quinta-feira (5). Durante o encontro, ele cobriu o rosto com uma camiseta preta, a exemplo de integrantes do Black Bloc. É na mensagem seguinte que Caetano aparece "encapuzado". Na legenda, está uma declaração atribuída ao músico: "É uma violência simbólica proibir o uso de mascaras. Dia 7 de setembro todos deveriam ir às ruas mascarados!".
A íntegra.
Do Pós TV

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A tragédia chilena, há 40 anos

Série de reportagens do Sul 21 faz boa reconstituição do governo Allende. Entre os grupos que promoveram protestos preparando terreno para a deposição militar do presidente estava o dos médicos.

Do Sul 21.
Há 40 anos, mais de meio milhão de chilenos marcharam por Allende
Maurício Brum, especial para o Sul21

A noite de 4 de setembro de 1970 avançou barulhenta nas vizinhanças da Alameda Bernardo O'Higgins, antiga Alameda de las Delicias, a principal artéria de Santiago do Chile. Durante a manhã e a tarde, o país inteiro havia comparecido às urnas para aquelas que prometiam ser as eleições mais equilibradas da história republicana. Três candidatos disputavam voto a voto a preferência do eleitorado e, para os partidários do socialista Salvador Allende, o lugar de concentração para escutar as notícias vindas pelo rádio era em frente à Federação dos Estudantes da Universidade do Chile (Fech), um antigo casarão de frente para a Alameda e não muito distante do palácio de La Moneda.
O triunfo se confirmou poucos minutos depois da meia-noite. Allende havia arregimentado 36,6% dos eleitores, pouco menos de quarenta mil votos acima do conservador Jorge Alessandri (35,3%), com ambos deixando para trás o democrata cristão Radomiro Tomic (28,1%), que pertencia à corrente progressista do partido de situação, que agora seria obrigado a deixar o governo. A vitória, estreitíssima e longe da maioria absoluta, prenunciava as dificuldades que aguardavam o mandato da Unidade Popular – e nem mesmo o resultado era seguro, pois precisou ser confirmado pelo Congresso cinquenta dias depois, em sessão prevista pela Constituição para definir entre os dois mais votados.
Embora a tensão tenha se mantido até que os deputados e senadores fizessem sua reunião definitiva, havia nos bastidores um acordo de cavalheiros: Allende e Tomic apertaram as mãos e concordaram que, se derrotados, reconheceriam a vitória um do outro – e articulariam para que os congressistas de seus partidos votassem no adversário. Isso não impediu uma sucessão de violências entre o 4 de setembro das eleições e o 24 de outubro em que o Legislativo confirmou a vitória da UP – incluindo o assassinato do então comandante do Exército, René Schneider, pela ultradireita –, mas por fim a palavra fora cumprida e Allende teve o mandato garantido.
Exatos três anos depois, em 4 de setembro de 1973, restava muito pouco do otimismo daquela noite. A crise enfrentada pelo país havia vários meses parecia já incontornável. Nenhum dos ultimatos dados pelo governo às greves de caminhoneiros, médicos e comerciantes fora respeitado, a inflação continuava a crescer, e os atentados terroristas da extrema-direita continuavam se acumulando como notas corriqueiras nas páginas dos jornais.
Renán Fuentealba, ex-presidente do PDC, havia mandado um bilhete a Allende em que alertava: "Não confie em nada da democracia cristã. [...] O único problema de Aylwin consiste em como se desfazer de Allende o mais depressa e a um custo menor". Mas foi do próprio Radomiro Tomic a análise mais precisa do momento vivido pela política chilena, em artigo publicado no jornal La Nación no dia 29 de agosto:
"Seria injusto negar que a responsabilidade de alguns é maior que a de outros; mas, uns mais e outros menos, entre todos estamos empurrando a democracia chilena ao matadouro. Como nas tragédias do teatro grego, todos sabem o que vai ocorrer, todos dizem não querer que ocorra, mas cada um faz precisamente o necessário para que aconteça a desgraça que pretende evitar."
É pelo fato de o governo estar encurralado de tal forma que o 4 de setembro de 1973 se revestiu de uma transcendência fundamental. Naquele dia, festejando o terceiro aniversário do triunfo nas urnas, uma multidão saiu às ruas de Santiago com o objetivo de demonstrar que seu apoio à Unidade Popular não se abalava pela crise.
A íntegra.