Enfim, uma discussão política pertinente. Debate com João Pedro Stédile, Luciana Genro, Thiago Torres e José Eduardo Bernardes. A gente devia estar discutindo só isso. O jovem Torres expõe praticamente um programa político para a esquerda, essa posição que deixou de existir no Brasil quando Lula se apropriou do PT e o dirigiu para ser o partido do capital, em vez de ser o partido dos trabalhadores. O mediador puxa para a discussão acadêmica, como o jornalismo em geral, mas os debatedores o encaminham para a realidade atual. Luciana expõe um começo de organização política de base: mobilizar os atingidos pelas catástrofes climáticas para ações de prevenção, que atingem em cheio o capital. E informa que a IV Internacional, que pensava ter sido extinta antes do Hs, assumiu um programa ecossocialista. Aplausos. Torres diz uma coisa básica: "Não é a população que tem que vir para as lutas da esquerda, é a esquerda que tem que ir para as lutas que a população está travando". Aplausos mais uma vez. Em resumo: o PT, que foi criado pela minha geração para ser o partido de esquerda brasileiro, tornou-se o partido da ordem, ou seja, do centro e da direita.