A serviço da repressão: Grupo Folha e violação de direitos na ditadura, livro
escrito por uma equipe de pesquisadores acadêmicos para subsidiar ação do Ministério Público Federal, mostra como os donos do da Folha de S. Paulo participaram das preparações do golpe militar de 1964 e como a empresa colaborou com o aparelho repressivo da ditadura, inclusive dentro do jornal contra seus próprios jornalistas e demais funcionários. Não é exatamente novidade: a Comissão Nacional da Verdade atestou isso, conforme reportagem da Carta Capital de dezembro de 2014. De mais a mais, a participação da Folha na ditadura era amplamente conhecida, exceto pelos incautos. Inexpressivo, o jornal deu uma guinada editorial e apoiou a campanha
Diretas Já, declarando-se desde então como diário pluralista, fez mais ou
menos o mesmo que Sarney e seus colegas da dissidência do PDS que virou
PFL. O livro conta em detalhes, inclusive com depoimentos de integrantes da repressão, como se deu a colaboração da Folha, como diz a entrevistada, muito maior e pior do que a da Globo, e nesse sentido é um livro definitivo. A ação do MPF está responsabilizando empresas, a Folha entre elas, por colaborarem com a repressão.