Voto pertinente da ministra Cármen Lúcia, assim como a intervenção do ministro Alexandre de Moraes, que se tornou uma referência no assunto. "A neutralidade das redes não existe", afirma Moraes.
A complexidade do assunto, a tal liberdade de expressão nas redes sociais, na verdade é muito simples. Quando a internet apareceu, ela quebrou o monopólio das grandes empresas de comunicação que intermediavam e continuam intermediando a produção e difusão de informações. Na internet, todos os cidadãos, todos os trabalhadores, todas as pessoas simples, todos os "do povo" podiam se expressar livremente e era excelente que fosse assim, a internet foi a democratização radical da informação. Acontece que logo algumas empresas se apoderaram da internet e, usando tecnologias avançadas, controlaram as informações produzidas por todos gratuitamente. Elas fazem isso para ganhar dinheiro e poder, com o comércio de publicidade (em tempo recorde, se tornaram as empresas mais ricas do planeta) e de controle do poder (elas interferem em eleições e tentam decidir os votos dos eleitores nas democracias; nos EUA chegaram ao poder apoiando o atual presidente). A internet tornou-se assim um negócio capitalista como todos os outros e o mais poderoso de todos. Para exercer seus poder ilimitado, as "big techs" não aceitam se submeter a leis e governos nacionais, pretendem de fato ser o novo poder internacional, acima de todos os outros, apoiando a eleição, os governos e as guerras dos políticos aos quais se aliam. Simples assim.