sexta-feira, 18 de abril de 2025

Agrotoxiconegócio destrói o ambiente e não produz alimentos suficientes

Da excelente Repórter Brasil.

‘Comida mais cara tem a ver com a falta de reforma agrária’, diz pesquisadora

Para Yamila Goldfarb, presidenta da Associação Brasileira de Reforma Agrária, combater a concentração de terras ainda é ferramenta para reduzir a fome, diminuir a injustiça social, fazer reparações à população negra e mitigar a crise climática. 
 
Por Igor Ojeda, 17/4/2025  

A ALTA DOS PREÇOS dos alimentos observada nos últimos meses no Brasil tem como um dos fatores a falta de uma política consistente de reforma agrária. A avaliação é de Yamila Goldfarb, presidenta da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária). 

“Há um déficit de oferta de alimentos que seria suprido pela reforma agrária, com mais famílias tendo acesso à terra e, portanto, podendo produzir alimento”, explica, em entrevista à Repórter Brasil

Segundo Yamila, a oferta de alimentos deve ser uma das medidas de combate à fome. Mas, ao contrário do que propaga, o agronegócio não supre o mercado interno, além de ser responsável por danos ambientais e conflitos no campo. 

Doutora em ciências humanas pela USP, Yamila Goldfarb preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária (Foto: Arquivo Pessoal)
Doutora em ciências humanas pela USP, Yamila Goldfarb preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária (Foto: Arquivo Pessoal)

“O agronegócio implementou uma estratégia política e midiática de se fazer valer como sendo tudo e todos: ‘É o motor da economia brasileira, representa o campo brasileiro.’ E essas duas afirmações são mentiras”, afirma.

Doutora em ciências humanas pela USP (Universidade de São Paulo), Yamila argumenta que a modernização do campo a partir da década de 1990 abriu margem para o discurso de que a reforma agrária não é mais necessária, ideia que considera um equívoco. “Não somente a reforma agrária sempre se manteve atual, como ela ganha uma nova importância hoje frente à questão climática”, reflete.

A entrevista é publicada por ocasião do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, celebrado em 17 de abril. Instituída em 2002, a data marca o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando, nesse mesmo dia de 1996, 21 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados pela polícia. 

Na entrevista, a presidenta da Abra analisa também a relação do agronegócio com a extrema direita, as dificuldades encontradas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva para implementar a reforma agrária e a importância dessa política como medida de reparação para a população negra.

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