segunda-feira, 31 de março de 2025
Música do dia: Juventude transviada, com Luiz Melodia e Cássia Eller
Adolescência: meninos desesperados por modelos de comportameto
Ouvi uma mãe, se não me engano uma psicóloga, falando sobre isso há algum tempo, acho que na própria BBC: o outro lado, os meninos. Foi a primeira voz que ouvi falando sobre o assunto. Essa reportagem entra no assunto. Me faz pensar na crise da esquerda: sem proposta para eles, deixou os pobres (trabalhadores ) para serem conquistados pela direita. Deixou também os homens?
domingo, 30 de março de 2025
Música do dia (2): Fullgás, Marina Lima
Música do dia: Help!, The Beatles
Um vídeo completamente non sense. A canção é um ícone do rock e a letra mostra a genialidade do John para expressar a condição humana na juventude. Genial porque simples, é isso mesmo. É impressionante a autoconfiança das crianças, que são frágeis. Quando a gente se torna adulto, gente grande, "independente", a segurança desaparece. Como acontece isso? Por que acontece? É porque "as portas de abrem"... A segurança das crianças vem da confiança incondicional nos seus pais, no amor da mãe em especial, mas também na força do pai, na onipotência de ambos, enfim. E é por isso que o homem adulto busca o amor romântico (com as mulheres é diferente, não ouso tentar explicar, está além da minha experiência e da minha capacidade) e depende da mulher amada (a Bossa Nova não cantou outra coisa e os Beatles também não), que é a substituta da sua mãe. Na história musical do John Lennon, que foi criado sem pai e mãe, isso é evidente. E nos deus tantas pérolas, de Help! a Woman, passando Mother, God, Jealous Guy e Oh Yoko!, para citar algumas.
I never needed anybody's help in any way
But now these days are gone
I'm not so self assured
Now I find I've changed my mind
I've opened up the doors
My independence seems to vanish in the haze
But every now and then I feel so insecure
I know that I just need you like
I've never done before"
sexta-feira, 28 de março de 2025
Uma análise ampla sobre o que está acontecendo na internet
Bruno Torturra faz uma excelente análise, ampla e oportuna, sobre o que está acontecendo aqui, na internet, nas redes sociais, que se tornaram a grande mídia contemporânea, com seus magnatas, agora alinhados numa nova extrema direita internacional liderada pelo presidente americano. Tenho o que dizer sobre isso, mas estou amadurecendo.
Boletim do Fim do Mundo - Ainda Estamos Aqui...
Paulo Leminski Neto, músico e filho do poeta, está em situação de rua no Rio
Como escrever ficção com uma realidade que supera uma boa imaginação?
Paulo Leminski está em situação de rua no Rio
Por Jotabê Medeiros, no blog Farofafá, 27 de março de 2025.
O policial militar pediu ao pessoal em situação de rua dormindo na Praça São Salvador, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, para mostrar os documentos. Uma batida de praxe. O primeiro homem abordado remexeu nos bolsos e entregou a sua carteira de identidade. O policial leu o nome no RG: “Paulo Leminski Neto. Não tem um compositor com esse nome?”, murmurou o policial. O homem na praça respondeu: “Sim, é o meu pai”.
No próximo dia 30 de julho, a 250 km do Rio, o pai daquele cidadão que está vivendo em situação de rua será o próximo homenageado do maior evento literário do País, a Festa Literária de Paraty 2025, a Flip. Já Paulo Leminski Neto, seu filho, foi despejado em dezembro da casa onde vivia na Lapa, Rio, por não ter conseguido pagar o aluguel. Desde então, Paulo Neto tem vivido com a mulher durante quase quatro meses na rua.
Paulo Leminski Neto é cantor e professor de música. Mas ficou sem trabalho no final do ano passado e não conseguiu cumprir compromissos de sobrevivência básicos. “Em dezembro, a cidade fica cheia de turistas, os alugueis sobem, os preços ficam difíceis de acompanhar. Eu adoro o Rio, mas a cidade está numa situação muito difícil em termos de trabalho e contexto social”, ele diz, acrescentando que talvez se mude para as montanhas, para o interior.
Nesta quinta-feira, por conta de um incidente trágico que enfrentou há uma semana na rua, Paulo está temporariamente num hotel de pernoite com a mulher, a figurinista Claudia Tonelli, com quem vive há 6 anos (foram despejados juntos). Na saída dos banhos, foi atacada por um sujeito (um homem de 29 anos com 22 passagens pela polícia), levou um soco na testa e caiu no chão. O homem seguiu batendo nela e tentou estuprá-la. Uma pessoa que passava viu e chamou a polícia, e o homem foi preso em flagrante. Claudia foi atendida emergencialmente no Hospital Miguel Couto.
Paulo Leminski Neto, na verdade, só existe com carteira de identidade desde agosto de 2021. Antes, seu nome era Luciano Costa, nascido em 31 de janeiro de 1968, apelidado de Lucky (Sortudo). Foi somente em 2001, com o lançamento do livro O Bandido Que Sabia Latim, de Toninho Vaz (relançado pela Tordesilha Livros em 2024), que ele soube que era filho do famoso poeta curitibano. Mais: que o próprio Leminski o tinha registrado como seu filho, existia uma certidão. De posse dessa certidão, ele conseguiu anular uma segunda certidão de nascimento (que, ele alega, foi forjada em 1976 por sua mãe, Nevair Maria de Souza, ex-mulher de Leminski, no papel, entre 1963 e 1985).
segunda-feira, 24 de março de 2025
Mineradoras querem destruir o Gandarela, mas os mineiros resistem
Destruir o Gandarela significa, entre outras coisas, liquidar o fornecimento de água para Belo Horizonte e região dentro da alguns anos. A ganância do capital não tem limites, as mineradoras continuam atuando do mesmo jeito, mesmo depois dos crimes ambientais de Mariana e Brumadinho.
Audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 21/3/2025.
sábado, 22 de março de 2025
Segunda música do dia: As tears go by, Marianne Faithfull
Música do dia: Joseph, Georges Moustaki
sexta-feira, 21 de março de 2025
Lula na pesquisa Ipsos-Ipec, bozo às vésperas de se tornar réu e mais
Alguns programas têm a qualidade rara de estarem no ponto, como o pão de queijo de determinada padaria, a broa de outra, a pizza de um restaurante, a massa de outro etc., que fazem a gente caminhar mais para usufruir daquela prazer. Me ocorre imediatamente o Jô Soares Onze e Meia, que durante um bom tempo me proporcionou prazer certo com a inteligência do entrevistador e suas conversas descontraídas com os entrevistados. Padarias e restaurantes costumam manter o padrão durante anos e anos, conservando cozinheiras e cozinheiros, receitas, ingredientes etc. Na comunicação, ao contrário, parece que a qualidade tem prazo de validade. Lembro da alegria com que eu ia à banca comprar a revista Bondinho, no começo dos anos 70, até que um dia ela acabou. O mesmo posso dizer do Grilo, jornal de quadrinhos, e do Ex-, jornal alternativo, e ainda da revista Argumento, de artigos políticos e culturais. Todos desapareceram abruptamente, no auge do sucesso. Naquela época, a ditadura militar interferiu diretamente, mas há outros casos em que foi o próprio veículo que exauriu. O Pasquim, por exemplo, foi um estrondoso sucesso desde seu lançamento, em 1969, até meados dos anos 70, sob feroz censura, depois foi decaindo, mesmo sem censura. Me parece que um veículo de comunicação perfeito depende de vários fatores, entre eles o momento em que é feito. Mesmo o longevo programa do Jô perdeu seu encanto quando se transferiu para a Globo. Sem querer fazer trocadilho e já fazendo, como diria o Jô, o podcast A Hora é o veículo da vez, um programa da hora. Vem elevando seu nível há 35 edições, ao tratar dos principais assuntos políticos da semana, combinando competência e descontração, inteligência e simpatia, experiência e humor, informação e análise, de forma que uma hora passa depressa e a gente já fica esperando a próxima edição. Tomara que essa "química" que une a dupla de jornalistas aquarianos, sua equipe e o público continue por muito tempo ainda, informando e divertindo.
quinta-feira, 20 de março de 2025
Provocações, Vladimir Safatle, 2013
Maior saite de venda ilegal de dados é derrubado
Nossos dados estão à venda na internet, inclusive para golpistas. Dados que nós nem imaginamos que possam estar disponíveis e até que desconhecemos, como o endereço em que nossos pais moraram quando eram solteiros.
Mais um excelente podcast do Uol Prime.
segunda-feira, 17 de março de 2025
Águas de março, Tom e Elis
sábado, 15 de março de 2025
O necrossistema e a necropolítica. Acervo da Pandemia, trailer
Gleisi queridinha do Centrão; governo Trump, extrema direita pelo mundo
Um atraso de quarenta anos
Os atos protagonizados pelo Bozo na tragédia brasileira me fazem pensar no atraso em que se meteu esta nação que poderia ter um destino único e brilhante na história do Homo sapiens, o que não aconteceu porque a qualidade dos nossos políticos, como disse Brizola, é muito ruim. Nos ocuparmos hoje do que fez a escória é o atraso do atraso.
Vivemos paradoxos; a ditadura militar tinha um projeto nacional e os governos democráticos que vieram depois, não. Os militares que implantaram a República, em 1889, eram idealistas e as expressões mais próximas do povo que tivemos, até o governo Lula, os militares de hoje são apenas uma casta privilegiada, que cuida só do seu e foi capaz de apoiar um sujeito que o próprio Exército expulsou dos seus quadros. Um presidente operário, líder sindical, retirante nordestino tornou-se a maior liderança política da nossa época, mas em vez de governar para os trabalhadores, governou e governa ainda para os banqueiros, para os agrotoxiconegociantes, para as mineradoras, para as multinacionais, enfim, para o grande capital internacional. Um partido definido como "dos trabalhadores" tornou-se o principal partido dos capitalistas.
Como partido da ordem, o PT não faz nada para desmontar a tragédia brasileira. Lula presidente não mudou a política econômica do seu antecessor, nos dois primeiros mandatos, e não revogou a reforma trabalhista do golpe nem a política de desmatamento da Amazônia do bozo, para dar exemplos importantes.
Isso não acontece à toa, mas porque o PT virou PC, o partido dos capitalistas e a política dos capitalistas para o Brasil é essa.
A direita quando chega ao poder, faz o que promete e nos impinge atrasos terríveis. E então o PT volta para manter tudo como está, sem mudar o que a direita fez, sem fazer coisas novas, sem dar outro rumo para o país.
Uma direita que faz mais do que promete e uma esquerda que não faz o que se espera dela. E assim vamos andando para trás -- ou para o abismo. Essa é a tragédia brasileira.
Julgamento sobre golpe é marcado para o dia 25; saiba os próximos passos do processo que pode tornar Bolsonaro réu
Ontem (13), o relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, liberou os autos para votação da Primeira Turma
Ana Gabriela Sales
Publicado em 14 de março de 2025, 10:38
O ministro presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, marcou para o dia 25 de março o início do julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados pela tentativa de golpe de Estado em 2022.
Ao todo, foram convocadas três sessões para análise do caso. As discussões da Primeira Turma irão começar com uma sessão extraordinária, às 9h30, da terça-feira (25). No mesmo dia haverá uma segunda sessão, na faixa tradicional das 14h. Outro encontro extraordinário foi agendado para a quarta-feira (26), às 9h30.
sexta-feira, 14 de março de 2025
Brizola mo Roda Viva, em 2001 e 1994
Imagina se a eleição em papel e urna não fosse nos Estados Unidos, como a imprensa brasileira a trataria. Como isso acontece lá, a imprensa colonizada sempre tratou o assunto com respeito, explicando para seu público que esse é um costume deles, como, por exemplo, o dia de ação de graças, que para nós também soa estranho. Nossa reverência a tudo que é americano, que a imprensa expressa e incentiva, é impressionante. A mesma reverência temos pela tecnologia. A urna eletrônica é um "avanço tecnológico" e basta isso para aprová-la. O fato de não ser possível a recontagem de votos é um argumento desprezado. O fato de os partidos não têm acesso aos programas também. Brizola questiona a informatização do voto e a totalização. Por que não entregar para os estados a totalização? Afinal, o Brasil é uma federação. O papel do TSE poderia se limitar à soma e divulgação. É assim que acontece nos EUA e a nação mais desenvolvida do mundo não se considerada atrasada por não adotar o voto eletrônico. A eleição foi dominada por uma tecnocracia, argumenta Brizola.
Brizola tinha autoridade moral, como ele mesmo lembra, para questionar a entrada da informática na eleição. Em 1982, ainda sob a ditadura militar, ele foi eleito governador do Rio de Janeiro graças à descoberta, por acaso, de um programa de totalização de votos que transferia seus votos para o candidato preferido dos militares e da Globo. O JB, concorrente do Globo, comprou a briga e ajudou o PDT a desmascarar a farsa. Como lembra Brizola nessa entrevista ao Roda Viva, foi um órgão do sistema de informações da ditadura quem montou a fraude, que nunca foi apurada nem punida, assim como o órgão continuou funcionado, incorporado pela Abin, que existe ainda hoje e participou ativamente da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.
Rever programas assim é uma aula de história, mas não só: é uma oportunidade de fazer uma autocrítica de quem fomos, como pensamos e nos comportamos nesses quarenta anos de redemocratização do país.
Ridicularizado como um político antiquado pelos entrevistadores, que não tinham nenhum constrangimento em rir dele, Brizola demonstra uma lucidez impressionante. Suas críticas, suas ponderações e suas bandeiras eram pertinentes. Com sua experiência política e inteligência admirável, ele via o que poucos viam, o que intelectuais, líderes políticos e jornalistas não queriam ver e, com sua influência de formadores da opinião pública, impediam que a população visse.
Eu era um, reconheço, que considerava Brizola, com sua fala arrastada, um político ultrapassado. Tinha embarcado, assim como a maioria, no espírito do nosso tempo, na ideologia dominante, na era de neoliberalismo. Abrimos mão do desenvolvimento nacional em nome da modernização. Um dos muitos exemplos que Brizola dá é a própria informática, que se desenvolvia protegida pela reserva de mercado e foi destruída pela abertura à concorrência internacional. Collor começou isso, mas foi FHC, aparentemente seu adversário, quem impulsionou e Lula, tido como esquerdista, quem continuou e continua ainda. Sem nenhum plano de desenvolvimento nacional, sem nenhum planejamento de longo prazo, sem nenhum equilíbrio, sem considerar os interesses nacionais e muito menos os interesses populares.
Na prática, a política econômica brasileira após a ditadura nada mais foi do que entregar para o capital estrangeiro todo o patrimônio nacional, transformar o Brasil numa nação exportadora de produtos primários -- à custa da catastrófica destruição ambiental -- e importadora de tudo mais, cujo desequilíbrio só faz aumentar sua dívida e entregar para banqueiros somas astronômicas de juros, todo ano, há décadas.
Brizola via tudo isso desde o começo e era considerado ultrapassado.
quinta-feira, 13 de março de 2025
90% dos juízes ganharam mais do que os ministros do STF em 2024
Tostão, num vídeodocumentário
Música do dia: Fita amarela, Noel Rosa, por Ivan Lins
“Quando eu morrer, não quero choro nem vela, quero uma fita amarela gravada com o nome dela. Meus inimigos, que hoje falam mal de mim, vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim.” Noel de Medeiros Rosa conheceu bem a alma humana, que “tem muito do bem e um pouquinho do mal”, como escreveu outro poeta. Não é outra a função da poesia senão expressar os abismos e também os cumes (por que não?) da alma humana, que não é alma nem espírito, é só o cérebro, como ensina Suzana Herculano, mas o cérebro é fantástico, nas suas infinitas capacidades. Sou sempre tentado a dizer que Noel foi o mais genial dos compositores populares brasileiros, mas escuto outros e fico em dúvida. O que impressiona é ele criar obra tão genial tendo morrido aos 26 anos. O que me leva a pensar que aquele vigor criativo que a gente sente na juventude, que extrapola a razão e brota das profundezas da alma, profundezas tão profundas que não pertencem ao indivíduo, mas à sua herança genética, esse vigor criativo deve ser vivido intensamente, mas também parece ser fato que ele consome a vida mais rapidamente. Criar ou viver, ser insano ou sensato, dilema da "alma" humana, do Homo sapiens, dessa história louca de maravilhas e horrores, cuja única certeza é que não há nela nada maior do que a arte. Esta gravação, assim como todo o disco, é primorosa. Infelizmente, só achei para comprar o número 1, mas sei que tem o volume 2 e acho que o 3 também. Todos podem ser escutados no YT, com paciência para interrupções cada vez mais frequentes de propagandas. Mais infelizmente mesmo é que sei que não terei a tal fita amarela.
quarta-feira, 12 de março de 2025
Françoise Hardy
terça-feira, 11 de março de 2025
'Por que a guerra?': as cartas que Einstein e Freud trocaram há 90 anos
domingo, 9 de março de 2025
Edifício de 20 andares será construído na Praça da Savassi
sexta-feira, 7 de março de 2025
Oscar de 'Ainda Estou Aqui' assombra criminosos da ditadura; governo Trump
segunda-feira, 3 de março de 2025
Flávio Dino: bastidores de decisões no STF e ativismo judicial
domingo, 2 de março de 2025
Música do dia: Like a Rolling Stone, Bob Dylan
"How does it feel, how does it feel?
To be on your own, with no direction home, a complete unknown, like a rolling stone."
É um refrão poderoso de uma canção forte ainda hoje, equiparada às melhores do Beatles, do CCR e de mais alguns, vários, que não me ocorrem agora, mas o número não importa, essa história de melhor, maior, (a revista que tirou seu nome dela, como a banda, a colocou, obviamente, no primeiro lugar em todos os tempos, mas) esse negócio de comparar é bobagem, porque depende do momento de quem ouve, o que importa é que é uma obra-prima, está no topo das obras-primas.