sábado, 30 de março de 2013

Censura econômica: Globo cala blog Viomundo

A censura mudou para mãos mais eficientes que aquelas da ditadura: a justiça.
Impor multa pesada a pequeno veículo significa impedi-lo de funcionar, o juiz sabe disso. 
O objetivo é esse mesmo: intimidar com processos a nova imprensa que prospera na internet.
Encerrar o Viomundo será um golpe forte na blogosfera, mas não fatal: novos veículos independentes nascem diariamente. Esperamos que não seja um mau sinal. Colaboradores prometem impedir que o Viomundo acabe. Blogueiros reagem. A imprensa impressa independente denuncia; a outra, que está sempre dizendo que a liberdade de imprensa corre risco mas vive da publicidade oficial, se cala. E o governo Dilma, por meio do seu ministro das teles, Paulo Bernardo, já anunciou de que lado está nesse embate entre grandes e pequenos.
Globo, Folha, Veja etc. caluniam diariamente, sem que a justiça os moleste.
Direito de resposta não existe mais.
Liberdade de imprensa no capitalismo é liberdade de empresa -- grande empresa; a pequena imprensa da internet não pode publicar informações, a "grande" imprensa pode publicar mentiras sem ser incomodada.
As informações publicadas pelo Viomundo são documentadas e testemunhadas -- são fatos. Mas o juiz não deu importância a isso. Seguiu o modelo inaugurado pelo presidente do STF Joaquim Barbosa no "mensalão": condenar inocentes ignorando os autos.
No auge da ditadura havia uma revista -- afinal, calada pela censura -- que proclamava: contra fato há argumento. Agora a situação se inverteu: contra fato, há a justiça.


Do blog Luís Nassif Online.
Processos da Globo calam o Viomundo

Do Viomundo.
Denúncias
Globo consegue o que a ditadura não conseguiu: calar a imprensa alternativa
por Luiz Carlos Azenha
Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma "campanha difamatória" em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo.
Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser "esquecidas" – tirar o pé, foi a frase – porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula.
Vi colegas, como Mariana Kotscho e Cecília Negrão, reclamando que a cobertura da emissora nas eleições presidenciais não era imparcial.
Um importante repórter da emissora ligava para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que a Globo pretendia entregar a eleição para o tucano Geraldo Alckmin. Ouvi o telefonema. Mais tarde, instado pelo próprio ministro, confirmei o que era também minha impressão.
Pessoalmente, tive uma reportagem potencialmente danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada. A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro, tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a prefeituras.
Quando uma produtora localizou no interior de Minas Gerais o ex-assessor do ministro da Saúde Serra, Platão Fischer-Puller, que poderia esclarecer aspectos obscuros sobre a gestão do ministro no governo FHC, ela foi desencorajada a perseguí-lo, enquanto todos os recursos da emissora foram destinados a denunciar o contador do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, este posteriormente absolvido de todas as acusações.
Tive reportagem sobre Carlinhos Cachoeira -- muito mais tarde revelado como fonte da revista Veja para escândalos do governo Lula -- 'deslocada' de telejornal mais nobre da emissora para o Bom Dia Brasil, como pode atestar o então editor Marco Aurélio Mello.
Num episódio específico, fui perseguido na redação por um feitor munido de um rádio de comunicação com o qual falava diretamente com o Rio de Janeiro: tratava-se de obter minha assinatura para um abaixo-assinado em apoio a Ali Kamel sobre a cobertura das eleições de 2006.
Considero que isso caracteriza assédio moral, já que o beneficiado pelo abaixo-assinado era chefe e poderia promover ou prejudicar subordinados de acordo com a adesão.
Argumentei, então, que o comentarista de política da Globo, Arnaldo Jabor, havia dito em plena campanha eleitoral que Lula era comparável ao ditador da Coréia do Norte, Kim Il-Sung, e que não acreditava ser essa postura compatível com a suposta imparcialidade da emissora. Resposta do editor, que hoje ocupa importante cargo na hierarquia da Globo: Jabor era o "palhaço" da casa, não deveria ser levado a sério.
No dia do primeiro turno das eleições, alertado por colega, ouvi uma gravação entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e um grupo de jornalistas, na qual eles combinavam como deveria ser feito o vazamento das fotos do dinheiro que teria sido usado pelo PT para comprar um dossiê contra o candidato Serra.
Achei o assunto relevante e reproduzi uma transcrição -- confesso, defeituosa pela pressa – no Viomundo.
Fui advertido por telefone pelo atual chefão da Globo, Carlos Henrique Schroeder, de que não deveria ter revelado em meu blog pessoal, hospedado na Globo.com, informações levantadas durante meu trabalho como repórter da emissora.
Contestei: a gravação, em minha opinião, era jornalisticamente relevante para o entendimento de todo o contexto do vazamento, que se deu exatamente na véspera do primeiro turno.
Enojado com o que havia testemunhado ao longo de 2006, inclusive com a represália exercida contra colegas -- dentre os quais Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e Carlos Dornelles -- e interessado especialmente em conhecer o mundo da blogosfera -- pedi antecipadamente a rescisão de meu contrato com a emissora, na qual ganhava salário de alto executivo, com mais de um ano de antecedência, assumindo o compromisso de não trabalhar para outra emissora antes do vencimento do contrato pelo qual já não recebia salário.
Ou seja, fiz isso apesar dos grandes danos para minha carreira profissional e meu sustento pessoal.
Apesar das mentiras, ilações e tentativas de assassinato de caráter, perpretradas pelo jornal O Globo* e colunistas associados de Veja, friso: sempre vivi de meu salário. Este saite sempre foi mantido graças a meu próprio salário de jornalista-trabalhador.
O objetivo do Viomundo sempre foi o de defender o interesse público e os movimentos sociais, sub-representados na mídia corporativa. Declaramos oficialmente: não recebemos patrocínio de governos ou empresas públicas ou estatais, ao contrário da Folha, de O Globo ou do Estadão. Nem do governo federal, nem de governos estaduais ou municipais.
Porém, para tudo existe um limite. A ação que me foi movida pela TV Globo (nominalmente por Ali Kamel) me custou R$ 30 mil reais em honorários advocatícios.
Fora o que eventualmente terei de gastar para derrotá-la. Agora, pensem comigo: qual é o limite das Organizações Globo para gastar com advogados?
O objetivo da emissora, ainda que por vias tortas, é claro: intimidar e calar aqueles que são capazes de desvendar o que se passa nos bastidores dela, justamente por terem fontes e conhecimento das engrenagens globais.
Sou arrimo de família: sustento mãe, irmão, ajudo irmã, filhas e mantenho este saite graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores.
Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é o caso das Organizações Globo, que concentram pelo menos 50% de todas as verbas publicitárias do Brasil, com o equivalente poder político, midiático e lobístico.
Durante a ditadura militar, implantada com o apoio das Organizações Globo, da Folha e do Estadão -- entre outros que teriam se beneficiado do regime de força -- houve uma forte tentativa de sufocar os meios alternativos de informação, dentre os quais destaco os jornais Movimento e Pasquim.
Hoje, através da judicialização de debate político, de um confronto que leva para a Justiça uma disputa entre desiguais, estamos fadados ao sufoco lento e gradual.
E, por mais que isso me doa profundamente no coração e na alma, devo admitir que perdemos. Não no campo político, mas no financeiro. Perdi. Ali Kamel e a Globo venceram. Calaram, pelo bolso, o Viomundo.
Estou certo de que meus queridíssimos leitores e apoiadores encontrarão alternativas à altura. O certo é que as Organizações Globo, uma das maiores empresas de jornalismo do mundo, nominalmente representadas aqui por Ali Kamel, mais uma vez impuseram seu monopólio informativo ao Brasil.
Eu os vejo por aí.
PS do Viomundo: Vem aí um livro escrito por mim com Rodrigo Vianna, Marco Aurelio Mello e outras testemunhas -- identificadas ou não -- narrando os bastidores da cobertura da eleição presidencial de 2006 na Globo, além de retratar tudo o que vocês testemunharam pessoalmente em 2010 e 2012.
PS do Viomundo 2: *Descreverei detalhadamente, em breve, como O Globo e associados tentaram praticar comigo o tradicional assassinato de caráter da mídia corporativa brasileira.

A decadência da Cemig

A Cemig repete sem parar em propaganda que produz a melhor energia do Brasil. Não é verdade. O consumidor mineiro -- que sofre cortes de energia e demoras enormes no restabelecimento -- sabe disso faz tempo, mas nos últimos dias vários fatos escancararam a mentira.
Sob os governos tucanos de Aécio e Anastasia, os investimentos e a qualidade dos serviços da Cemig caíram e sua posição no ranking das companhias de eletricidade despencou: entre 35 empresas, está em 25º lugar.
Para aumentar a conta de luz dos mineiros, a estatal forneceu informações erradas à Aneel: o governo Dilma deu com uma mão -- cortando as tarifas em 18% -- e a Cemig tentou tomar com a outra. A "grande" imprensa, porta-voz do mercado de capitais, ignorou a tramóia; só a repórter do jornal O Tempo contou a história direito.
Para aumentar a distribuição de lucros aos acionistas privados, o governo estadual antecipou o pagamento de uma dívida de R$ 2 bilhões.
É assim que funciona o governo tucano Aécio-Anastasia: gasta muito dinheiro em propaganda e pouco em serviços, dá tudo para os ricos e nada para os pobres, cobra impostos de todos e destina o dinheiro para empresas privadas.

Do jornal O Tempo. 
Reajuste da Cemig será menor por causa de informação errada 
Ana Paulo Pedrosa
O reajuste das tarifas da Cemig deve ficar bem abaixo da média de 6,36% proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e levada em consulta pública no início deste mês. Depois da suspeita de maquiagem nos dados sobre investimentos nos últimos anos, o órgão regulador reduziu a base de remuneração regulatória da Cemig Distribuição, o que deve influenciar diretamente no percentual de reajuste. A base de remuneração é um dos critérios usados no cálculo da nova tarifa.
De acordo com a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), o impacto da mudança seria uma redução de 3,7 pontos percentuais no reajuste médio proposto, o que reduziria o reajuste médio para 2,66%.
O estudo que indicou a distorção de dados foi apresentado na audiência pública pela Abrace. De acordo com a entidade, a Cemig informou que teria investido R$ 8,9 bilhões desde 2007, mas os estudos indicavam um valor 55% menor, de R$ 4 bilhões.
Ontem, a Aneel informou, por meio da assessoria de imprensa, que o estudo da Abrase subsidiou a decisão da agência. O órgão ressaltou que mantém fiscalização permanente e que, mesmo sem o alerta da Abrace, faria a revisão dos valores.
A íntegra.

O Estado de S.Paulo
Aneel indica que cortará tarifa cobrada pela Cemig e ações caem 14%  
Para analistas financeiros, notícia traz 'incertezas' sobre intervencionismo no setor; papéis de outras empresas também caíram na bolsa 
As mudanças feitas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no processo de revisão tarifária da estatal mineira Cemig azedaram o humor do setor elétrico -- ressabiado desde a renovação das concessões no fim de 2012. As ações da companhia despencaram 13,8% e puxaram as das demais elétricas, que fecharam o dia em queda. O Índice de Energia Elétrica (IEE) caiu 3,46%.
A íntegra.

Da Folha de S. Paulo.
Lucro líquido da Cemig totaliza R$ 4,27 bi em 2012, avanço de 76,8%
A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) apresentou lucro líquido de R$ 4,27 bilhões em 2012, avanço de 76,8% na comparação com os R$ 2,41 bilhões registrados em 2011. A receita líquida da empresa de energia subiu 17,2% na mesma base de comparação, para R$ 18,46 bilhões no ano passado. O maior impacto positivo nos resultados da Cemig foi a liquidação antecipada de uma dívida do Estado com a companhia. O governo de Minas Gerais, acionista majoritário, decidiu antecipar o pagamento de um contrato de cessão de créditos, o que gerou um ganho financeiro à empresa superior a R$ 2 bilhões.
A íntegra.

Do em.com.br.
Cemig fica em 25º lugar no ranking de qualidade da Aneel  
Zulmira Furbino
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ficou em 25º lugar no ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que mediu a qualidade do serviço prestado no segmento no ano 2012. O trabalho avaliou todas as distribuidoras do país e foi dividido em dois grupos: 35 de grande porte, entre as quais está a concessionária mineira; e 28 de menor porte. A DME Distribuição, concessionária municipal que pertence à Prefeitura de Poços de Caldas, no Sul de Minas, ficou em terceiro lugar entre as melhores distribuidoras de energia do país de pequeno porte.
A íntegra.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Jornada de luta da juventude brasileira

Promete fazer barulho.

Do Portal Minas Livre.
"As juventudes unidas, pela Minas que queremos."
O ato em Belo Horizonte terá concentração na Praça Afonso Arinos, no Centro de Belo Horizonte, às 9h do dia 4 de abril. Confira abaixo o manifesto das organizações:

As entidades estudantis, as juventudes do movimento social, dos trabalhadores/as, da cidade, do campo, as feministas, as juventudes partidárias, religiosas, LGBT, dos coletivos de cultura e das periferias se unem por um ideal: avançar nas mudanças e conquistar mais direitos para juventude.
É preciso denunciar o extermínio da juventude negra e das periferias a quem o estado só se apresenta através da violência. O mesmo abandono se dá no campo, que alimenta a cidade e segue órfão da Reforma Agrária e dos investimentos necessários à permanência da juventude no campo, de onde é expulsa devido à concentração de terras, à ausência de políticas de convívio com o semiárido. Já na cidade, a juventude encontra a poluição, a precarização no trabalho, a ausência do direito de organização sindical, os mais baixos salários e o desemprego, fatores ainda mais graves no que diz respeito às jovens trabalhadoras.
Essa é a dura realidade da maioria da População Economicamente Ativa no país, e não as mentiras da imprensa oligopolizada, que foi parceira da ideologia do milagre brasileiro e cúmplice da ditadura, ao encobrir torturas e assassinatos e sendo beneficiária da monopolização ainda vigente. É coerente que ela se oponha à verdade e à justiça, que se cale ante as torturas e ao extermínio dos pobres e negros dos dias de hoje, que busque confundir e dopar a juventude, envenenando a política, vendendo-nos inutilidades, reproduzindo os valores da violência, da homofobia, do machismo e da intolerância religiosa. mas eles não falam mais sozinhos: estamos aqui pra fazer barulho.
A íntegra.

Os vizinhos do Itaquerão

O apoio ao governo do PT não pode significar cegueira aos seus erros, decorrentes da sua face neoliberal -- e não das suas qualidades, razão dos ataques da "grande" imprensa de direita. A Copa 2014 é a pior coisa pior dos governos Lula e Dilma, digna de um governo tucano. Expulsar pobre para realizar grandes obras é tão antigo quanto o capitalismo, o PT não inova em nada. Queria ver é derrubar casas de ricos -- seriam poucas -- para fazer uma obra assim. Isso ninguém nunca viu.

Estatinas, efeitos colaterais e lucros

Como é possível tanta gente usar esse remédio e seu preço ser tão alto? Isso vai contra a regra do capital (aumento da produção, queda no preço unitário), mas confirma a informação de que a indústria farmacêutica multiplica por cinco o preço dos medicamentos para pagar indenizações em processos judiciais.
Este é só um dos aspectos -- e não o principal -- da medicina que funciona como um grande negócio. A questão principal é que o remédio é tóxico e combate o que não deve ser combatido.

Trecho do artigo:
O grande conto do colesterol
Por Eduardo Almeida, MD, PhD
"Calcula-se o custo do tratamento com estatinas, em doses habituais, entre US$ 900 e US$ 1.400 por ano. As estatinas já são a categoria de medicamento mais vendida no mundo (6,5%); significa um faturamento US$ 12,5 bilhões/ano (2004).
O uso de estatinas aumentou 156% entre 2000 e 2005. O número de usuários passou de 15,8 milhões para 29,7 milhões.
O gasto passou de 7,7 bilhões de US$ para 19,7 bilhões de US$, embora mais de 900 estudos tenham sido publicados mostrando a toxidade dessa droga e sua baixíssima eficácia.
No melhor resultado pró estatina até hoje publicado o "Woscop clinical trial", patrocinado pela indústria farmacêutica, a redução do LDL significou uma redução da taxa de mortalidade em 5 anos de 0,6%, ou seja, 165 pessoas saudáveis deveriam ser tratadas por cinco anos para se estender a vida de apenas uma pessoa por outros 5 anos.
O custo dessa vida seria por volta de US$ 1,2 milhões. Num cálculo otimista, o custo para salvar um ano de vida de uma pessoa com DC seria de cerca de US$ 10 mil.
Em suma, a estatina, pelo seu potencial tóxico e pela sua baixa eficácia, é talvez uma das drogas mais non sense do arsenal terapêutico da medicina atual. Ao invés de ser deixada de lado pelos médicos, tornou-se a droga mais vendida e a categoria farmacêutica de maior faturamento.
Como se pode notar há algo de muito errado com essa medicina.
A insistência na tese lipídica ao longo de mais de 60 anos não conseguiu convencer os estudiosos éticos da alimentação humana. A medicina centrada na doença que pouco sabe sobre a alimentação e sobre os grandes processos que mantêm a vida no organismo, tornou-se uma presa fácil do public relation da indústria farmacêutica.
Estamos diante de um grande "conto do vigário" que repetido a exaustão ilude o ouvinte e passa a ser real. O colesterol deixa de ser a substância estratégica para o funcionamento do organimo e passa a ser o grande vilão do adoecimento humano.
Você acredita nesse conto?" 

Efeitos colaterais das estatinas:
"Dentre os efeitos colaterais menos freqüentes temos: risco aumentado de câncer; supressão do sistema imune; pancreatite, disfunção hepática, rabidomiólise (destruição do músculo estriado) (American J. Cardiovascular Drugs, 2008;8(6):373-418).
Poderíamos classificar, em termos didáticos, os efeitos colaterais de acordo com a substância bloqueada pela estatina, mas geralmente os efeitos tóxicos envolvem vários mecanismos.
Baixa de esteróides: perda da libido, disfunção erétil, osteoporose, perda de cabelo;
Inibição glial: amnésia focal e global, confusão mental, desorientação, senilidade;
Baixa da coenz Q10;
Baixa produção de energia: fadiga crônica, insuficiência cardíaca, retenção de liquidos, dispnéia;
Perda da integridade de membrana: hepatite, pancreatite, miopatia, neuropatia, rabidomiólise;
Excessiva oxidação: danos mitocondrial, mitocondriopatia adquirida, neuropatia permanente, miopatia permanente, neurodegeneração;
Baixa de dolicol:
Disfunção de neuropeptídeos: agressividade, hostilidade, irritabilidade, comportamento homicida, depressão, suicídio;
Alteração da síntese de glicoproteinas;
Disfunção em vários processos celulares: identificação alterada da célula, alteração da mensagem celular, defesa imune alterada;
Bloqueio da selenoproteina: neuropatia, deficit cognitivo."
A íntegra.

Milton Nascimento: Minas Geraes

Música do dia.
De Novelli e Ronaldo Bastos, no LP Geraes.

Os tucanos sobreviventes

No governo e no "mercado" financeiro.

Do blog Luís Nassif Online.
O jogo recorrente para aumentar os juros
Por Luís Nassif
Para entender o jogo da chamada confraria da Selic.
Desde 1999, quando foi instituído o sistema das "metas inflacionárias", criou-se a chamada "confraria da Selic", um conjunto de economistas, incrustrados em consultorias e departamentos econômicos de instituições financeiras, elaborando análises recorrentes sobre os rumos da taxa de juros e apostando permanentemente na sua elevação.
Não se trata do mercado financeiro como um todo, mas de um grupo que gira em torno das tesourarias de bancos e de grandes empresas. O sistema bancário é mais que isso. Existem os grupos que trabalham em área de crédito, do mercado de capitais, das operações estruturadas, que exigem um conhecimento mais sofisticado.
O problema da inflação está nas estratégias mal elaboradas do Ministério da Fazenda.
Quando optou por políticas proativas, a Fazenda teria que obrigatoriamente armar-se dos instrumentos não-monetários de controle de altas pontuais de preços – especialmente estoques reguladores de alimentos e ações de convencimento sobre setores oligopolizados.
Em vez disso, limitou-se aos anúncios recorrentes de desoneração tributária a cada notícia de pressão sobre os preços. Uma tolice! Desonerações ajudam a recompor ou melhorar margens de empresas, jamais induzi-las a reduzir preços.
Ontem, o Diretor de Política Monetária do BC, Carlos Hamilton de Araújo, insistiu que as taxas de juros são o melhor remédio contra a inflação. E repetiu a imensa tolice de que superávits fiscais são a melhor receita contra a alta de preços. Isso em uma economia que ainda patina.
Ajudou a jogar gasolina nas expectativas do mercado.
O quadro atual é de inflação cedendo, especialmente com a menor pressão sobre os preços internacionais de commodities. O desafio maior é administrar os discursos desencontrados da área econômica.
A íntegra.

Sábado, 30 de março, Dia do Teatro

Tapejara, o último guasca, por Louzada

Mais Tapejara aqui.
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80% dos exames complementares da rede pública de saúde são desnecessários

Leio isso no livro de um médico, que cita estudo feito em Niterói.
A maior frequência de diagnósticos dos médicos é de "queixas vagas e mal definidas".
Antes que o leitor apressado ponha a culpa na má administração pública, crítica fácil e superficial, embora muitas vezes acertada, é preciso dizer que na medicina privada o índice é o mesmo ou maior, segundo outro estudo.
Na análise do médico escritor, a causa desse excesso de exames é o modelo de medicina predominante no sistema, que se baseia no hospital, na busca da lesão, no diagnóstico por exames e no tratamento com remédios químicos. Seu objeto é a doença, não é o doente.
Um dado americano assustador: 15% dos cânceres de mama, de acordo com estudo feito nos EUA, são provocados pelas próprias mamografias periódicas.
Nesse modelo de medicina, somos todos submetidos a frequentes cargas de radiação e a substâncias tóxicas, para realização de exames.
Os médicos, depois de seis anos de curso e mais tantos de especializações e residências, pouco mais fazem do que auscultar, medir pressão, pedir exames e prescrever drogas sintéticas.
Eles são preparados em e para hospitais. O hospital é o seu castelo, não o consultório. Nos procedimentos hospitalares -- que, no entanto, são minoria -- eles são magistrais.
Por trás de tudo está a indústria química, dominada por meia dúzia de empresas gigantescas e globais, que produzem desde agrotóxicos até antibióticos.
A medicina não foi sempre assim, esse modelo é coisa recente e não tem nada a ver com Hipócrates, apesar do juramento que os médicos prestam ainda hoje ao se formarem.
É modelo industrial, em que a relação médico-paciente foi relegada a segundo plano, ficando em primeiro a doença, os hospitais, os exames, a tecnologia, as drogas.
É a indústria das drogas, das máquinas sofisticadas, das cirurgias, dos CTI. Tudo muito lucrativo. Nesse modelo, o Estado desperdiçar dinheiro público não é um defeito, ao contrário, é um objetivo, porque esse dinheiro faz parar nos bolsos dessa indústria.
É a mesma lógica do sistema de transporte público deficitário e de péssima qualidade: as empresas estão lucrando com isso, porque o Estado paga.
Como disse um analista da indústria farmacêutica em entrevista ao jornal International Herald Tribune, citado pelo médico: "O primeiro desastre é se você mata pessoas. O segundo é se você as cura. As boas drogas de verdade são aquelas que você pode usar por longo e longo tempo". (A reportagem, em inglês, pode ser lida aqui.) O preço dos remédios é cinco vezes maior para que a indústria farmacêutica pague indenizações nos processos em que é condenada.
Todo medicamento químico é tóxico e provoca efeitos colaterais -- basta ler a bula para pensar duas vezes se vale a pena tomá-lo --, mas estes são desconsiderados e ninguém se responsabiliza por eles, nem médico nem fabricante.
A doença é um bom negócio e enquanto for assim, enquanto gerar grandes lucros, o modelo vai persistir. É a lei máxima do capitalismo.

quarta-feira, 27 de março de 2013

CQC: nazijornalismo

Um dia Marcelo Tas foi um criador inteligente e progressista, hoje é mais um udenista sem graça e reacionário.

Da CartaCapital.
Nazijornalismo 
Leandro Fortes
A violência do CQC contra o deputado José Genoíno alcançou, essa semana, um grau de bestialidade que não pode ser dimensionado à luz do humorismo, muito menos no campo do jornalismo. Isso porque o programa apresentado por Marcelo Tas, no comando de uma mesa onde se perfilam três patetas da tristeza a estrebuchar moralismos infantis, não é uma coisa nem outra.
Não é um programa de humor, porque as risadas que eventualmente desperta nos telespectadores não vem do conforto e da alegria da alma, mas dos demônios que cada um esconde em si, do esgoto de bílis negra por onde fluem preconceitos, ódios de classe e sentimentos incompatíveis com o conceito de vida social compartilhada.
Não é jornalismo, porque a missão do jornalista é decodificar o drama humano com nobreza e respeito ao próximo. É da nobre missão do jornalismo equilibrar os fatos de tal maneira que o cidadão comum possa interpretá-los por si só, sem a contaminação perversa da demência alheia, no caso do CQC, manipulada a partir dos interesses de quem vê na execração da política uma forma cínica de garantir audiência.
A utilização de uma criança para esse fim, com a aquiescência do próprio pai, revela o grau de insanidade que esse expediente encerra. O que se viu ali não foi apenas a atuação de um farsante travestido de jornalista a fazer graça com a desgraça alheia, mas a perpetuação de um crime contra a dignidade humana, um atentado aos direitos humanos que nos coloca, a todos, reféns de um processo de degradação social liderado por idiotas com um microfone na mão.
A íntegra.

Os presidentes marajás nos EUA

Esta é para os udenistas tucanos que falam mal dos políticos brasileiros e idolatram os americanos.

Do The Week via Diário do Centro do Mundo.
Ex-presidentes americanos custam 3,7 milhões de dólares ao contribuinte
Entre pensões, escritórios, funcionários, viagens e outros benefícios, os EUA gastaram cerca de 3,7 milhões de dólares em 2012 com os quatro ex-presidentes vivos e mais a viúva de Ronald Reagan, Nancy.
A conta de luz de George W Bush, em 2012, chegou a 85 mil dólares, cerca de 170 mil reais.
É "uma gota no oceano se comparado com os trilhões que o governo federal gasta a cada ano", afirma um jornalista, mas é uma soma robusta para gastar com ex-presidentes "capazes de ganhar grandes somas com livros de memórias e palestras nos anos pós-Casa Branca".
A vida nem sempre foi tão fácil para os ex-presidentes. Alguns, como Harry S. Truman e Ulysses S. Grant, enfrentaram problemas financeiros depois da Casa Branca.
Em 1958, em face das dificuldades de Truman, o Congresso aprovou a "Lei de ex-presidentes", para que no futuro ninguém sofresse como Truman.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Memória dos desaparecidos

Interessante iniciativa para lembrar daqueles que foram mortos e desaparecidos pelas ditaduras latino-americanas. A propósito, o canal Discovery (51 da Net) está exibindo um documentário sobre a Operação Condor, uma organização criminosa internacional montada pelas Forças Armadas das ditaduras, nos anos 70, e que até hoje a direita insiste em dizer que não passa de ficção.

Do blog Pedalante.
Não passará
Por Suzana Dornelles
Não é mais possível convivermos com a dor e o sofrimento daqueles que perderam pessoas tão importantes em suas vidas. Que achemos "normal" não poder enterrar um filho, um pai, um amigo…
Não é mais possível saber que essas pessoas podem estar morando no mesmo prédio dos algozes de seus entes queridos. Saber que assassinos foram promovidos e recebem em dia seus salários pagos com dinheiro público.
Não é mais possível encontrarmos torturadores na rua passeando com seus cachorrinhos, e vê-los comemorar um golpe que arrasou a democracia, a vida e a dignidade de um país.
Desarquivem o Brasil. Desenterrem esse passado que não passa… Não passará… e que envergonha a todos nós.
A íntegra.

As violências da Copa 2014

No governo, a esquerda ocupa o centro e assume práticas da direita. 

Do Blog da Raquel Rolnik.
Remoção forçada da Aldeia Maracanã: não é assim que se faz uma Copa do Mundo
Por Raquel Rolnik
Hoje de manhã fomos surpreendidos com a notícia da remoção violenta da Aldeia Maracanã, que ocupava o antigo Museu do Índio, nas imediações do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Reproduzo abaixo um texto da professora Fernanda Sánchez, da Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre o ocorrido. 

É assim que se faz uma Copa do Mundo?  
Por Fernanda Sánchez*
Nesta sexta-feira, o Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu a Aldeia Maracanã, antigo Museu do Índio, e agiu com extraordinária truculência. Os policiais jogaram bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, gás pimenta, bateram nos manifestantes e prenderam ativistas e estudantes. A Aldeia estava ocupada desde o ano de 2006 por grupos representativos de diferentes nações indígenas que, nos últimos tempos, diante do projeto de demolição do prédio (para aumentar a área de dispersão do Estádio do Maracanã, estacionamento e shopping), vinham resistindo.
As lideranças indígenas são apoiadas por diversos movimentos sociais, estudantes, pesquisadores, universidades, comitês populares, organizações nacionais e internacionais de defesa dos Direitos Humanos, redes internacionais e outras organizações da sociedade civil. A luta dos índios e o conflito estabelecido entre o governo e o movimento resultaram num importante recuo do governo, que diante da pressão social desistiu da demolição do prédio e passou a defender a sua "preservação". A desocupação do prédio foi decretada, com hora marcada. Os índios, no entanto, continuaram a resistir, apoiados por diversas organizações. Certamente essa posição política ensina muito mais aos cidadãos cariocas e ao mundo sobre preservação, direitos e cidades do que as violentas ações que vêm sendo mostradas nos diversos meios.
A íntegra.

Da Rede Democrática.
Polícia infiltrada nas manifestações lembra a ditadura
Mais truculência policial durante manifestação pacífica em frente à Alerj com a presença de policiais a paisana, infiltrada na manifestção, lembrando a ditadura militar.
Depois de toda manhã de truculência na "desocupação" do histórico Centro Indígena que há seis anos se tornou a Aldeia Marcanã, movimento político, reconhecido e respaldado pela sociedade civil, o que se viu, em frente à assembleia legislativa do Rio de Janeiro, foi mais violência típica da ditadura militar.
Não só cidadãos foram agredidos em plena manifestação pacífica, como uma liderança indígena que apenas segurava um cartaz contrário à ocupação, foi arrastada barbaramente pelos cabelos e desaparecida num carro da polícia.
A íntegra.

A Revolução Cubana

Jornal dedica edição à Revolução Cubana.

Do Jornalismo B.
Editorial: Viva a Revolução!  
Por Alexandre Haubrich
Esta edição do Jornalismo B Impresso que abre o ano do jornal é mais um resultado de décadas de construção da Revolução Cubana por seus líderes, seus inspiradores e seu povo. Se Fidel Castro uma vez disse que o autor intelectual do Assalto ao Quartel Moncada, ação que inaugurou o processo revolucionário, foi o líder independentista do fim do século XIX José Martí, cabe aqui afirmar que Martí, Fidel, Che, Camilo e Raul são os autores intelectuais desta edição que tens em mãos.
É impossível, em oito páginas, esgotar o tema da Revolução Cubana. Seria impossível mesmo em mil páginas ou em mil edições. Procuramos selecionar temas essenciais e que não costumam ser devidamente tratados nem nos espaços da esquerda. Por isso a escolha de um texto sobre as atualizações econômicas – indissociáveis do bloqueio estadunidense –; a escolha de um texto sobre a União dos Jovens Comunistas, segunda mais importante organização de massa de Cuba; e a opção por uma entrevista com a esposa de um dos Cinco Heróis cubanos presos há 15 anos nos EUA. Também trazemos uma pauta de Cultura, com a entrevista com o pintor Camilo Villalvilla Soto, e um texto sobre a participação popular na política cubana. Acabaram ficando de fora temas importantes, o que seria inevitável. Fica para a próxima.
A Revolução Cubana talvez seja o mais rico, diverso e consistente processo revolucionário popular que já tivemos no mundo. E está logo aqui, pertinho, ao mesmo tempo em que os dominantes do mundo nos tentam afastar de seu exemplo. Este jornal é uma colaboração com quem, ao contrário, quer aproximar nossas lutas.
Esta edição do Jornalismo B Impresso sai com uma tarja em sua capa como forma de lembrança ao legado do presidente venezuelano Hugo Chávez. Os homens morrem, suas ideias permanecem. A Chávez e ao povo da Venezuela estão dedicadas estas páginas.
A íntegra.

A eleição de 2018 ou a reeleição da presidente Dilma

O melhor analista político brasileiro compara as eleições de 1998, 2006 e 2014 e o comportamento da "grande imprensa". Campos, Marina, Aécio são todos alternativas à direita ao PT. Do ponto de vista do avanço do País o que falta é uma alternativa à esquerda, que ocupe o lugar que cabia antes ao PT. Quando o PT se tornou governo e fez alianças à sua direita para obter maioria no Congresso e governar, moveu-se para o centro e deixou um lugar vazio na esquerda, até hoje não ocupado. Isto é da lógica política: também a direita se move para o centro, quando chega ao poder. O maior prejuízo é que o PT levou com ele grande parte das lideranças sindicais e sociais. Também a estas falta agora uma alternativa à esquerda. Sem uma força puxando-o para a esquerda, o PT tende a ir cada vez mais para a direita, porque é para a direita que o sistema puxa: governo é sinônimo de trabalho e realidade, mas também de acomodação e corrupção.

Da CartaCapital. 
A eleição de 2014 parece resolvida. Por mais que alguns se aborreçam Por Marcos Coimbra
As eleições de 2014 ainda estão, para a vasta maioria da população, a uma distância colossal. Nas pesquisas, só depois de algum esforço, os cidadãos se recordam de que elas ocorrem daqui a um ano e meio.
Enquanto isso, nos meios políticos e na "grande imprensa", é como se fossem acontecer amanhã.
Será nossa terceira eleição nacional em que o presidente em exercício é candidato. Antes de Dilma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e Lula, em 2006, passaram pela experiência. Ambos tiveram sucesso, de maneiras diferentes.
A que temos no horizonte se assemelha àquela do tucano. Nada indica que Dilma terá de lidar com turbulências tão fortes quanto as que atingiram Lula, seu governo e o PT em 2005 e 2006. Nem o mais exaltado oposicionista imagina que ela venha a enfrentar situação análoga à que seu antecessor viveu nos meses de auge das denúncias do "mensalão".
Dilma deve disputar seu novo mandato em um momento mais marcado pela normalidade do que pela excepcionalidade: sem crises agudas na economia, na política ou no cotidiano da sociedade. Em 1998, FHC enfrentou uma crise econômica séria, mas não suficientemente séria para impedir sua vitória relativamente tranquila.
Apesar dessa semelhança, é grande o contraste entre o ambiente de opinião que vivíamos em 1997 e o de agora.
A partir de junho daquele ano, quando promulgada a emenda que permitiu a FHC concorrer a um novo mandato, entramos em período de calmaria. O escândalo da compra de votos para aprovar a mudança constitucional havia amainado, a tropa de choque governista impedira a instalação de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito e a Procuradoria-Geral da União, dirigida por alguém escalado para tudo engavetar, mantinha-se inerte. Os ministros da Suprema Corte preferiam se entreter com outras coisas.
Nesse clima de tranquilidade, ninguém se pôs a especular a respeito de nomes e cenários. Dir-se-ia que, uma vez estabelecido que FHC seria candidato, independentemente dos meios utilizados, os comentaristas e analistas ficaram satisfeitos com a perspectiva de que ele viesse a vencer as eleições seguintes. É como se achassem que não era somente natural, mas desejável que o peessedebista permanecesse no Planalto por mais quatro anos.
Um claro sintoma da pasmaceira é que nem sequer se fizeram pesquisas sobre a eleição até o fim de 1997 (ao menos não foram divulgadas). Apenas uma foi publicada, em novembro. Ninguém se mostrava ansioso a respeito de quem tinha condições de ganhá-la.
O jogo havia sido jogado e o PSDB parecia imbatível.
A vantagem de FHC sobre seus oponentes era, no entanto, muito menor do que a de Dilma hoje.
A íntegra.

O novo e a barbárie

Compartilho da ideia do Nassif, embora veja a história de forma um pouco diferente.
A primeira guerra mundial inaugurou a entrada da humanidade na barbárie, para a qual o capitalismo inevitavelmente nos levará. Desde aquela época o que era progresso material e espiritual se transformou em destruição e obscurantismo.
Estão aí os fatos para confirmar: uma guerra mundial, depressão mundial, o nazi-fascismo e outros regimes totalitários, outra guerra mundial, duas bombas atômicas, novas guerras localizadas que nunca mais deixaram de ocorrer, da Coréia ao Afeganistão, do Vietnã ao Iraque, do Oriente Médio às ditaduras militares na América Latina.
Terrorismo e narcotráfico se tornaram corriqueiros no mundo contemporâneo, não como ameaças à sociedade, mas como parte do próprio sistema, alimentado por ele, unindo Estados e bandidos, exércitos e mercenários, grandes corporações e quadrilhas.
Interesses econômicos promoveram a guerra no Iraque, a violência nas favelas do Rio, a guerra de Israel contra os palestinos, os confrontos entre guerrilheiros e exército na Colômbia. A guerra é um dos melhores negócios do capitalismo.
A destruição das condições de vida na Terra é a perspectiva na qual o capitalismo lança a humanidade. A alternativa a isso é um novo sistema baseado no planejamento, nos interesses coletivos e na colaboração, em substituição ao lucro, ao individualismo e ao imediatismo capitalistas.
A questão é como fazer isso. Quem vai fazer isso somos todos nós que não fazemos parte da minoria que se beneficia do sistema. Mas o sistema está nas mãos da minoria, que controla armas e exércitos, governos e comunicações, instituições e mentes.
Apesar disso, o novo nasce e está em toda parte, como resultado do próprio desenvolvimento capitalista e a exigir o novo sistema, pois o sistema atual é incapaz de controlar as forças que criou.
No novo sistema, a razão deve imperar e a humanidade deverá fazer escolhas, pois não é possível continuar crescendo indefinidamente como pretende o capital.
Como já estamos atrasados exatamente um século na criação do novo sistema, não basta conter o processo, é preciso revertê-lo. E ninguém sabe se ainda é possível.
As futuras gerações -- nossos filhos, nossos netos -- herdarão as respostas para estas perguntas.

Do blog Luis Nassif Online
Coluna Econômica
A economia e as velhas-novas utopias
Tenho insistido que o novo já nasceu, mas não consegue ser apresentado ao Brasil.
De fato, há um turbilhão de fatos novos, ideias novos, mudanças socioeconômicas, regionais, uma ânsia de discutir o Brasil que se espalha pelas redes sociais.
O novo não está exclusivamente nos jovens. Há velhos jovens e jovens velhos.
Neste fim de semana, em Parati, o Seminário Pensa Brasil -- com a participação do sociológo italiano Domenico de Masi -- juntou um grupo de sonhadores que trouxeram elementos relevantes sobre o novo e o velho novo. Especialmente na apresentação do economista Ladislau Dowbor.
Ladislau é especializado em economia alternativa, em novas formas de organização social e econômica. E discípulo e colega do notável Ignacy Sachs, um dos faróis do pensamento humanista do século 20.
Joachim Kollreutter, maestro, músico, humanista, costumava descrever o mundo, os tempos, com um espiral: volta-se sempre para a posição anterior, mas um patamar acima.
A íntegra.

sábado, 23 de março de 2013

A obra no Maracanã: prejuízo público, lucro privado

Ou seja, como sempre: nós pagamos a conta -- em forma de incentivos públicos -- para as empresas lucrarem. E é no governo do PT.

Do Anonymous Brasil.
Maracanã dará lucro de R$ 1,4 bi a concessionária e perda de R$ 111 mi a RJ 
A privatização do Maracanã deverá dar um lucro de R$ 1,4 bilhão à empresa que assumir o controle do estádio pelos próximos 35 anos. Durante esse período, porém, o governo do Rio de Janeiro, dono do complexo esportivo, amargará uma perda de R$ 111 milhões por ceder o espaço à iniciativa privada.
Os valores são algumas das conclusões do estudo de viabilidade econômica da concessão produzido a pedido do próprio governo. A análise foi feita pela IMX, empresa do bilionário Eike Batista. Foi com base nela que a administração estadual decidiu que privatizar o estádio é a melhor alternativa econômica para depois da Copa do Mundo.
O estudo traça expectativas sobre quanto a futura concessionária do Maracanã ganhará e gastará por ano enquanto estiver administrando o complexo. Prevê também quanto o Estado do Rio de Janeiro receberá ou deixará de arrecadar para abrir mão do controle do mais famoso estádio do país, já reformado para o Mundial de 2014.
De acordo com esse estudo, a concessionária do Maracanã recuperará em 12 anos todo o investimento que terá de ser feito no estádio e seu entorno por causa da privatização. Nesse período, os R$ 594 milhões que serão gastos para demolir e reconstruir o Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros, para erguer os novos estacionamentos e fazer outras obras obrigatórias, já terão sido abatidos dos ganhos que a empresa terá vendendo ingressos, camarotes e alugando o Maracanã para shows. Depois disso, são 23 anos de lucro.
A íntegra.

PM bate em mulher

Vídeo mostra a absurda atuação da Polícia Militar em Minas, que está completamente fora de controle. Uma operação de guerra e dezenas de policiais para prender, algemar e agredir duas cidadãs que cometeram uma infração banal de trânsito. Como diz a moça no vídeo: "Se tivesse roubado, não aparecia um guarda. Para prender duas mulheres que entraram num lugar errado, nove viaturas e uma moto". A questão de sempre, cada vez mais evidente para todos: a PM continua sendo a mesma da ditadura, não está preparada para suas tarefas atuais, num Estado democrático, em que as pessoas têm direitos e a lei está acima da autoridade. Mais uma vez a internet funciona como novo jornalismo, que qualquer pessoa pode fazer.


Do jornal Hoje em Dia
Com a testa machucada, empresária denuncia truculência da PM 
Carlos Calaes
Após o Hoje em Dia noticiar um vídeo em que mãe e filha denunciam uma operação desastrada da Polícia Militar, que teria transformado uma simples ocorrência de trânsito em uma exposição de truculência e abuso de autoridade, uma das envolvidas, a empresária Mardelle Salomão, de 56 anos, acusa o policial militar de tê-la agredido. "A polícia precisa ser melhor preparada. Não pode tratar as pessoas com tanta brutalidade, como se nós fôssemos animais."
Ainda muito atordoada, com uma grande cicatriz em forma de "V" na testa, se queixando de dores no pescoço e se recuperando de uma infecção urinária, pois alega ter sido impedida até de ir ao banheiro, Mardelle, mãe da estudante Caroline Salomão, disse que defenderia a filha até a morte.
Confira entrevista com Mardelle Salomão

Como a senhora avalia esse episódio?
Vejo que certos policiais militares não estão devidamente preparados para lidar com as pessoas. Essa era uma situação simples, que se transformou num filme de terror.

Como a senhora foi ferida?
Eu voltava da plataforma depois de embarcar minha outra filha para o Rio, quando vi a Caroline sendo agredida. Corri para defendê-la e, quando a abracei, recebi um golpe de algemas na testa.

E a partir daí?
Começou a sangrar muito e ficamos muito nervosas, principalmente quando os policiais insistiram em nos separar. Ali, eu morreria por minha filha, mas não a deixaria sozinha.

A senhora teve medo de coisa pior?
Sim. Cheguei a ouvir um policial dizer que seria melhor me dar um "sossega-leão". Eu tinha que ficar consciente, pois temia que eles nos separassem, que sumissem com a gente.
A íntegra.

A corrupção tucana

Aquela da qual a "grande" imprensa não fala, e que foi muito maior do que a que acontece nos governos petistas (exceto talvez numa cidade vizinha de Belo Horizonte). Não era comum até algum tempo atrás que jornalistas revelassem os bastidores das redações, aquilo que está por trás das manchetes e que o leitor não fica sabendo. Este é mais um benefício que a internet e os blogs de jornalistas experientes como Paulo Nogueira prestam à liberdade de informação. O chefão atual da Veja é um sujeito que um dia acreditou no boimate; o colunista que pretendeu substituir Paulo Francis já deu provas evidentes de incompetência que o tornaram motivo de piada. Na "grande" imprensa, interesses políticos e econômicos, notícias e carreiras de sucesso convivem promiscuamente.

Do Diário do Centro do Mundo.
E se Verônica Serra fosse filha de Lula?
Paulo Nogueira
Um título do saite Viomundo, trazido ao Diário pelo atilado leitor e comentarista Morus, merece reflexão.
E se o filho de Lula fosse sócio do homem mais rico do Brasil?
Antes do mais: certas perguntas têm mais força que mil repostas, e este é um caso.
Bem, o título se refere a Verônica Serra, filha de Serra. Ela foi notícia discreta nas seções de negócios ontem quando foi publicado que uma empresa de investimentos da qual ela é sócia comprou por 100 milhões reais 20% de uma sorveteria chamada Diletto.
Os sócios de Verônica são Jorge Paulo Lehman e Marcel Telles. Lehman é o homem mais rico do Brasil. Daí a pergunta do Viomundo, e Marcel é um velho amigo e parceiro dele.
Lehman e Marcel, essencialmente, fizeram fortuna com cerveja. Compraram a envelhecida Brahma, no começo da década de 1980, e depois não pararam mais de adquirir cervejarias no Brasil e no mundo.
Se um dia o consumo de cerveja for cerceado como o de cigarro, Lehman e Marcel não terão muitas razões para erguer brindes.
Verônica se colocou no caminho de Lehman quando conseguiu dele uma bolsa de estudos para Harvard.
Eu a conheci mais ou menos naquela época. Eu era redator chefe da Exame, e Verônica durante algum tempo trabalhou na revista numa posição secundária.
Não tenho elementos para julgar se ela tinha talento para fazer uma carreira tão milionária.
Ela não me chamou a atenção em nenhum momento, e portanto jamais conversei mais detidamente com ela.
Mas ali, na Exame, ela já era um pequeno exemplo das relações perigosas entre políticos e empresários de mídia. Foi a amizade de Serra com a Abril que a colocou na Exame.
Serra pareceu, no passado, ter grandes possibilidades de se tornar presidente. Numa coluna antológica na Veja, Diogo Mainardi começou um texto em janeiro de 2001 mais ou menos assim: "Exatamente daqui a um ano Serra estará subindo a rampa do Planalto". (Os jornalistas circularam durante muito tempo esta coluna, como fonte de piada e escárnio.)
Cotas para excluídos são contestadas pela mídia, mas cotas para amigos são consideradas absolutamente normais, e portanto não são notícia.
Bem, Verônica agradou Lehman, a ponto de se tornar, depois de Harvard, sócia dele.
O nome dela apareceu em denúncias – cabalmente rechaçadas por ela – ligadas às privatizações da era tucana.
Tenho para mim que ela não precisaria fazer nada errado, uma vez que já caíra nas graças de Lehman, mas ainda assim, a vontade da mídia de investigar as denúncias, como tantas vezes se fez com o filho de Lula, foi nenhuma.
Verônica é da turma. Essa a explicação. Serra é amigo dos empresários de mídia. E mesmo Lehman, evidentemente, não ficaria muito feliz em ver a sócia exposta em denúncias.
A íntegra.

A censura na Rede Brasil Atual

A coisa no PT está ficando esquisita: a presidente Dilma corta verbas publicitárias da blogosfera e aumenta a publicidade na imprensa de direita; o ministro Paulo Bernardo apóia as teles, engaveta o plano nacional de banda larga e critica a abertura do sinal de internet em São Paulo; e agora um ex-sindicalista diretor da Rede Brasil Atual, formada por sindicatos e teoricamente de esquerda, demite jornalista que desagrada a PM paulista.

Do blog Viomundo.
A entrevista com Telhada e a demissão de jornalista; coordenador nega ligação  
por Conceição Lemes 
A jornalista Lúcia Rodrigues tem 19 anos de profissão. De 31 de janeiro de 2011 a 5 de março de 2013, trabalhou na Rádio Brasil Atual. Primeiro, como pauteira. Depois, repórter.
Nesse período, foi agraciada com dois prêmios por reportagens sobre a desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). O 1º Prêmio Beth Lobo de Direitos Humanos das Mulheres, outorgado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo. E o 29º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, concedido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e Ordem dos Advogados do Brasil – seção Rio Grande do Sul (OAB-RS).
No último dia 4, Lúcia entrevistou por mais de uma hora o coronel Paulo Adriano Telhada, ex-comandante da Rota, atualmente vereador do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo.
O foco da matéria era principalmente a contratação de dois doadores de campanha para trabalhar como assessor no gabinete. Os nomes aparecem na lista do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. Um doou quase R$ 40 mil e o outro, cerca de R$ 19 mil. Segundo o site da Câmara dos Vereadores, o primeiro assessor recebeu, em janeiro, mais de R$ 21 mil de salário; o segundo, quase R$ 18 mil. O coronel contratou, ainda, um primo para a assessoria de imprensa do gabinete.
O clima esquentou quando a repórter, ao abordar a contratação de parentes, perguntou se era legal contratar primos. Embora não seja moral nem ético, a lei permite. Lúcia não tinha certeza e disse que iria consultar advogados. O coronel reage com uma ameaça:
Eu aconselho você a tomar cuidado com o que você vai publicar, porque a paulada vem depois do mesmo jeito, no mesmo ritmo.
À tarde, nesse dia, a jornalista foi demitida pelo próprio coordenador da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador. Habitualmente ele não trabalha no mesmo espaço da Rádio; foi até o local apenas para exonerar Lúcia:
Ele me demitiu no estacionamento do prédio. Perguntei várias vezes o motivo. Ele disse que não iria falar. A única coisa que chegou a dizer é que não havia mais espaço para mim na firma com a mudança para a Paulista [a nova sede será na rua Carlos Sampaio]. Perguntei de quem era a decisão. Disse que era dele.
A íntegra.

Carlos Lyra: Primavera

Vinicius de Moraes foi o rei do pirobo. "É que eu gosto tanto dela que é capaz dela gostar de mim. E acontece que eu estou mais longe dela que da estrela a reluzir na tarde. Estrela, eu lhe diria, desce à Terra, o amor existe" -- isto são versos de Shakespeare. É por ser o rei do piropo que na sua fase bossa nova (antes da parceira com Toquinho) parece que ele estava fazendo sempre a mesma canção, em que mandava a saudade levar uma mensagem à sua amada... Minha namorada é uma exceção: uma longa, formal e definitiva declaração de amor.

Evinha: Casaco marrom

E por falar em Evinha, esta pérola. Que voz. Não tem nenhuma irregularidade, mais parece uma instrumento do que voz.

Antônio Adolfo e a Brazuca: Teletema

E a melhor de todas: Teletema. Esta é a gravação original, mas tem outra muito boa, da Evinha, e uma da qual gosto especialmente, da Regininha
Estradas e viagens são recorrentes nas canções de AA & TG nessa época, a dupla fez até um tema para a Transamazônica.

Antônio Adolfo e a Brazuca: Cláudia

As canções de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar eram espécies de crônicas dos anos 60, como esta.

Antônio Adolfo e a Brazuca: Tributo a Victor Manga

Mais uma estranha de Antônio Adolfo e Brazuca, lancinante homenagem ao músico Victor Manga.

Antônio Adolfo e a Brazuca: Cotidiano

A virada dos anos 60 para os anos 70 -- AI5, luta armada, ocaso dos festivais, censura, exílio da rapaziada -- provocou coisas estranhíssimas na música brasileira, uma espécie de criatividade deprê, da qual a obra-prima foi provavelmente o show (gravado no disco antológico) Gal a todo vapor. Mas teve muito mais: Erasmo Carlos fazendo blues, Marcos Valle fazendo jingle e essa incrível Brazuca do Antônio Adolfo (e Tibério Gaspar, os dois nomes vinham sempre juntos). Nunca teve nada igual antes nem depois.

Viola enluarada

Um clássico. Destaque para a voz do Milton: quando entra, ilumina a música, que até então era ótima e vira uma obra-prima. 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Eleição no sindicato dos servidores da prefeitura de BH tem chapa do patrão

Chapa 2 foi formada por servidores tucanos que fizeram campanha para a reeleição do prefeito Lacerda. As esquerdas se uniram na Chapa 1. É uma boa hora para se começar a reconstruir a oposição também na cidade.

Do Portal Minas Livre.
Eleição para Sindibel polariza direita e esquerda
Por Joana Tavares
Começou na manhã de hoje (20/3/13) e vai até dia 22 a eleição da nova diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), representante de uma base de quase 30 mil pessoas. A categoria, que está em campanha salarial e exige 22% de reajuste, vai escolher qual das duas chapas vai comandar o sindicato de 2014 a 2017. Uma delas, de continuidade, reúne todas as correntes de esquerda. A outra é apoiada pelo PSDB Sindical, como parte do projeto do partido de se aproximar e disputar o movimento sindical.
Segundo Israel Arimar de Moura, atual secretário-geral do Sindicato e candidato a presidente da Chapa 1, alguns sindicalistas – inclusive membros da atual diretoria – decidiram montar a chapa de oposição após participarem da campanha de reeleição de Márcio Lacerda para a Prefeitura. "Como o PSDB está no governo da prefeitura, nossa avaliação é que se as eleições fossem ganhas pela Chapa 2, o sindicato estaria na mão do patrão. Por isso a unidade", diz.
Israel relata que foram feitas ameaças de invasão do sindicato no dia da eleição – é na sede que votam os aposentados –, de impedimento da saída de urnas e outras posturas consideradas autoritárias por um empresário contratado pela Chapa 2. Confira a entrevista completa.

Minas Livre – O Sindibel representa todos os trabalhadores da Prefeitura, de várias categorias profissionais. Como funciona isso, um trabalhador pode então se sindicalizar em mais de um sindicato?

Israel de Moura – Noventa por centro dos funcionários da Prefeitura são representados exclusivamente pelo Sindibel. Mas temos outra parcela que são filiados a mais de um sindicato, como, por exemplo, os professores, que podem se filiar ao Sindibel e ao Sind-Rede. Outras categorias, como os médicos, engenheiros, dentistas também possuem sindicatos estaduais. O pessoal municipalizado da saúde é filiado ao Sindibel, mas continua filiado ao Sind-Saúde, que é o sindicato estadual da categoria.
A íntegra.

A privatização do saneamento

Os governos neoliberais vão comendo pelas beradas, privatizando as empresas públicas aos pedaços.

Do Portal Minas Livre.
Copasa quer licitar obra desnecessária 
Por Aloísio Lopes
Organizações sociais e sindicais que atuam na área de saneamento, promovem nesta quarta-feira, dia 20/3/13, em Brasília, ato de protesto contra a privatização do setor, via Parceria Público-Privada. Recentemente, o ministro Moreira Franco, defendeu a entrada do capital privado na execução do Plano Nacional de Saneamento Básico.
Em Minas, o Conselho de Administração da Companhia de Saneamento de Minas Gerais, empresa controlada pelo governador Antônio Anastasia (PSDB), aprovou, em fevereiro, aumento no valor da licitação para realização de parceria público-privada (PPP) para ampliação do sistema produtor Rio Manso, responsável atualmente por 30% do abastecimento de água potável na região metropolitana de Belo Horizonte. A capacidade de produção, atualmente de 4,2 mil litros por segundo deverá ser ampliada para 5,8 mil litros por segundo. O valor anterior, de R$ 457 milhões, foi elevado para R$ 512 milhões, para cobrir despesas de comunicação e desapropriações, não previstas na primeira versão do edital, segundo justificativa apresentada à assembléia dos acionistas.
A íntegra.

As obras do metrô de Belo Horizonte

Os governos Anastasia-Aécio e Lacerda são incompetentes e jogam dinheiro público fora, basta pensar em duas obras: 1) o Centro Administrativo, obra faraônica e desnecessária, cuja justificativa era diminuir as despesas do Estado com administração, mas em vez disso as fez aumentar e ainda aumentou a dívida do Estado; foi feito a toque de caixa para o Aécio inaugurar, sem que se resolvesse antes o problema do transporte para milhares de funcionários e cidadãos que passaram a se deslocar para o lugar; 2) o BRT, que começou quebrando o que estava recém-inaugurado, os corredores das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, e que agora vai a passo de tartaruga e já não é mais "a solução", que, na véspera da eleição de 2012, passou a ser o metrô.
Mas também a obra bilionária do metrô não vai resolver o problema que precisa ser resolvido, vai ficar na linha que aparece mais, a da Savassi -- que por sinal acabou de ser (pessimamente) reformada e terá de ser destruída novamente para abrigar estação do metrô.
Enfim, o objetivo não é resolver o problema do transporte coletivo, que nem precisa de metrô ou BRT, basta um eficiente sistema de corredores de ônibus integrados, com poucas linhas e muitos veículos, um atrás do outro, com distância de cinco minutos, nas principais avenidas. O modelo belo-horizontino é tão absurdo que a linha Circular 1, que percorre a Avenida do Contorno e integra toda a cidade, só tem ônibus de vinte em vinte minutos! Ao mesmo tempo, várias outras linhas entopem o trânsito na Contorno.
Mas implantar um sistema racional e eficiente prejudicaria os interesses das empresas de ônibus, que querem mais e mais linhas para andar vazias, fazendo os mesmos percursos, e cobrando caríssimo (como a nova linha com ar  condicionado, que congestiona ainda mais o trânsito e não leva passageiro nenhum).
O objetivo das obras é dar dinheiro público para empresários e financiar campanhas dos políticos.  
O Portal Minas Livre faz jornalismo tímido, mas está avançando e pelo menos critica Aécio-Anastasia e Lacerda, os queridinhos da imprensa mineira.   

Do Portal Minas Livres.
Metrô pode frustrar população
Do Portal Minas Livre
Por Thaíne Belissa 
Sindicato dos metroviários de Minas critica governo por priorizar linha para a Savassi e pede investimento no Barreiro
Ao fazerem buracos pela cidade e anunciarem uma obra de R$3 bilhões para o metrô, os governos de Minas Gerais e de Belo Horizonte dão esperança à população que, hoje, quase se esbofetea para conseguir entrar nos trens. Mas tanta propaganda pode acabar em frustração, segundo analisa o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro), Romeu José Machado Neto. Para ele, o dinheiro arrecadado não será suficiente para terminar as três novas linhas prometidas, deixando a cidade com mais obras pela metade. "Eles vão começar todas e não vão terminar nenhuma. Na verdade, só vão conseguir modernizar a linha que já existe hoje", diz.
A principal crítica do Sindimetro é o investimento na linha 3, que fará o trecho Lagoinha-Savassi. Segundo Romeu, essa linha vai abocanhar boa parte da verba, sendo que não é prioridade para a cidade, uma vez que os principais usuários do metrô estão em outros pontos. O vice-presidente explica que se toda a verba levantada fosse investida na modernização da linha 1, que é a atual em funcionamento, e na construção da linha 2, que vai até o Barreiro, seria possível terminar as obras e já entregar linhas prontas à população. Focando o investimento nesses trechos, ele acredita que seria possível, inclusive, ampliar a linha do Barreiro, levando-a até as regiões dos hospitais, ao invés de só até o Calafate, como é o atual plano.
"Se eles investissem na conclusão total da linha 2 e, posteriormente, fizessem o projeto para a linha 3 seria muito mais viável e o dinheiro seria melhor aplicado", defende. Outro motivo levantado por Romeu para que a linha 2 seja priorizada é o fato de que boa parte das obras já foram iniciadas. Segundo ele, o local passou por desapropriações e já tem os esqueletos das futuras estações. "Só com a modernização da linha 1 e conclusão da linha 2 passaríamos de 200 mil para 600 mil usuários atendidos pelo metrô", afirma.
A íntegra.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os Jogos Olímpicos e um símbolo ameaçado de extinção

Os Jogos Olímpicos do Rio servem de ilustração para essa contradição capitalista, que vende a competição como uma maravilha cheia de oportunidades para o País. A propaganda dos Jogos inclui um mascote, que é uma coisa muito bonitinha pra mostrar ao mundo um símbolo brasileiro. O muriqui -- o maior primata das Américas, afora os humanos -- é um dos mascotes sugeridos. Aí entra a realidade: ele está em processo de extinção e o Brasil empresarial que destrói o ambiente não se importa com isso. Mas se importa com um mascote para seu evento grandioso. Os Jogos são só negócios.

Do Ciência Hoje On-line.
Mascote em extinção? 
Pesquisadores criam plano de ação para preservar o macaco muriqui. Confira a entrevista concedida por um dos responsáveis pelo projeto à CH On-line.  
Por Mariana Rocha. 
Menos de três mil exemplares. É tudo o que resta do macaco muriqui na Mata Atlântica. Forte candidato a mascote das Olimpíadas de 2016, o primata corre o risco de sumir das florestas por conta do desmatamento desenfreado e da caça para consumo humano. No intuito de reverter esse quadro, pesquisadores traçam estratégias para garantir a sobrevivência do muriqui.
A íntegra.
 
Maior primata não humano das Américas, o muriqui sofre em função do desmatamento desenfreado e da caça para consumo humano. (foto: Sinara Conessa/ Flickr – CC BY 2.0)

R$ 10 milhões de indenização pelo crime do Pinheirinho

Já pensou se no Brasil tivesse justiça e ela concedesse essa indenização, como concede todos os benefícios que os ricaços pedem por meio de caríssimos advogados e não caro comprando também juízes? Aí estaríamos numa democracia. É claro que a indenização tem de sair dos bolsos de quem foi beneficiado por aquele barbarismo e não dos cofres públicos. Mas R$ 10 milhões para 1.600 famílias não é pouco? O BNDES dá muito mais para qualquer grande empresa que bate à sua porta.

Do saite Última Instância.
Defensoria pede indenização de R$ 10 milhões para ex-moradores do Pinheirinho 
Da Redação
Cerca de um ano após o cumprimento de ordem judicial que retirou mais de 1.600 famílias de suas casas no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos (94km da Capital), a Defensoria Pública de SP ajuizou uma ação civil pública para garantir indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 10 milhões, além de pedir que os moradores recebam tratamento psicológico e sejam reinseridos em programas sociais, laboriais e de qualificação profissional.
Entre outros pedidos, a ação também pede que sejam retirados os resíduos sólidos que se encontram no terreno desocupado. A ação foi proposta perante o Estado, Município e a massa falida de Selecta Comércio e Indústria S/A, esta última proprietária da área.
Proposta por Defensores do Núcleo de Habitação e Urbanismo da Defensoria, a ação argumenta que "medidas devem ser efetivadas de modo a amenizar parte dos grandes efeitos perpretados pelo Estado de SP, franqueando aos moradores do Pinheirinho alternativas para que possam integrar-se novamente ao seio social da cidade, e ainda para reduzir os danos psicológicos causados às crianças e aos adolescentes vítimas do assédio moral e da violência decorrente dos atos de reintegração".
A ação é assinada pelos defensores públicos Jairo Salvador de Souza, Sabrina Nasser de Carvalho, Ana Carvalho de Moraes, Anaí Arantes Rodrigues, Carolina Nunes Pannain e Douglas Tadashi Magami. Divulgado nessa terça-feira (19/3), o processo tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública de São José dos Campos.
A íntegra.

terça-feira, 19 de março de 2013

O oligopólio da comunicação e a barbárie

É interessante notar como nenhuma ideia nova surgiu depois do marxismo e como velhos pensadores marxistas continuam atuais. Também é impressionante constatar que essas ideias têm mais de um século. O que significa isso? Que não vivemos mais o progresso capitalista, mas um acelerado processo rumo à barbárie. 

Do Blog do Miro.
A mídia e a disputa pela hegemonia  
Por Altamiro Borges 
Avança o consenso nas esquerdas políticas e sociais de que a mídia exerce hoje papel central na disputa pela hegemonia na sociedade. Não há como avançar nas lutas dos trabalhadores, na radicalização da democracia e na própria superação da barbárie capitalista sem enfrentar o poder altamente concentrado e manipulador dos latifundiários da mídia. A luta pela democratização da comunicação, com o fim dos monopólios privados e com o estímulo à pluralidade informativa, passa a ser encarada como estratégica na atualidade.
Antonio Gramsci, intelectual e revolucionário italiano, já havia alertado para esta questão no início do século passado. Como apontou na época, principalmente nos momentos de crise da representação partidária das classes dominantes, a imprensa ocuparia a função de "partido do capital". Ela se tornaria o principal "aparelho privado de disputa da hegemonia". Hoje, com a construção dos gigantescos impérios midiáticos – menos de 30 no planeta e apenas sete no Brasil –, este papel nefasto ficou ainda mais proeminente.
Na América Latina, que de laboratório do neoliberalismo transformou-se em vanguarda na luta pela superação das teses destrutivas e regressivas do capital, esta distorção é ainda mais visível. A mesma mídia que apoiou os golpes e as ditaduras militares na região e que disseminou as teses do desmonte do estado, da nação e do trabalho, hoje substitui os partidos em crise das classes dominantes como a principal força opositora e desestabilizadora dos governos progressistas democraticamente eleitos pelo povo.
Mesmo no Brasil, onde a luta de classes ainda não atingiu maior radicalização, os barões da mídia tentam agendar a política, definir as prioridades e enquadrar os governos. A própria ex-presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito, executiva do Grupo Folha, confessou recentemente que a mídia desempenha a "posição oposicionista" em função da "fragilidade da oposição". Em vários episódios, a velha imprensa tem se comportado como a principal força opositora ao que ela mesma batizou de "lulopetismo".
A íntegra.

A história da relação do papa argentino com a ditadura

Um artigo longo mas esclarecedor. Bergoglio está mais para Pôncio Pilatos do que para Francisco de Assis.

Da Agência Carta Maior. 
A única verdade é a realidade 
Por Horácio Verbitsky, do Página 12.
A qualificação deste diário pelo porta-voz do Vaticano como sendo de "esquerda anticlerical" revela a continuidade de arraigadas tradições. É o mesmo que o agora papa fez há 37 anos com seus sacerdotes, ainda que naquele momento isso implicasse um grave perigo. As acusações contra Bergoglio foram formuladas pela primeira vez antes que o Página/12 existisse. Seu autor foi Mignone, diretor do órgão oficial da Ação Católica, Antorcha, fundador da União Federal Democrata Cristã e vice-ministro da Educação na província de Buenos Aires e na Nação.
Nenhum desses cargos podia ser alcançado sem a benção episcopal. Em seu livro "Igreja e ditadura", de 1986, Mignone escreveu que os militares limparam "o pátio interno da Igreja, com a aquiescência dos prelados". O vice-presidente da Conferência Episocpal, Vicente Zazpe, revelou que pouco depois do golpe a Igreja acordou com a Junta Militar que, antes de deter um sacerdote, as Forças Armadas avisariam o respectivo bispo. Mignone escreveu que “em algumas ocasiões a luz verde foi dada pelos próprios bispos” e que a Armada interpretou a retirada das licenças de Yorio e Jalics e das "manifestações críticas de seu provincial jesuíta, Jorge Bergoglio, como uma autorização para agir". Para Mignone, Bergoglio é um dos "pastores que entregaram suas ovelhas ao inimigo sem defendê-las nem resgatá-las".
Duas décadas depois encontrei por acaso as provas documentais que Mignone não conheceu e que confirmam seu enfoque do caso. O fato de Bergoglio ter ajudado outros perseguidos não é uma contradição: o mesmo foi feito por Pío Laghi e inclusive Tortolo e Victorio Bonamín.
A íntegra.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Mr. Tambourine Man, Bob Dylan, 1964

A joia do dia.

 

Página 12 e o papa hermano

  

O jornal que incomodou o papa hermano é o jornal que os brasileiros não tiveram. Aqui, jornais alternativos, nanicos, de esquerda prosperaram durante a ditadura, quando os grandes jornais capitularam (Estadão) ou colaboraram abertamente (Folha, Globo) com a ditadura. Quando veio a redemocratização, jornalistas e leitores confiaram em que os grandes exerceriam o papel de informar livre e democraticamente (o melhor exemplo dessa época foi a Folha, que anos antes emprestava carros para torturadores e passou a apoiar a campanha Diretas já). Ledo engano. Hoje vemos no que Folha, Veja, Globo, Estadão e outros menores se transformaram. Faltou e falta ainda um Página 12 no Brasil.

Da Agência Carta Maior. 
O jornal que incomoda fardas e batinas
Na manhã seguinte ao anúncio de um Papa argentino, o jornal Página 12 sacudiu Buenos Aires com a manchete: "!Dios, Mio!"
Na 6ª feira, dois dias depois, como relata o correspondente de Carta Maior, Eduardo Febbro, direto do Vaticano, o porta-voz da Santa Sé reclamou do que classificaria como ‘acusações caluniosas e difamatórias’ envolvendo o passado do Sumo Pontífice.
Em seguida atribui-as a "elementos da esquerda anticlerical".
Alvo: o Página 12.
Com ele, seu diretor, o jornalista Horácio Verbitsky, autor de um livro sobre o as suspeitas que ensombrecem a trajetória do cardeal Jorge Mário Bergoglio, durante a ditadura argentina.
A cúpula da Igreja acerta ao qualificar o Página 12 como "de esquerda" – algo que ostenta e do qual se orgulha praticando um jornalismo analítico, crítico, ancorado em fatos.
Mas erra esfericamente ao espetá-lo como "anticlerical".
O destaque que o jornal dispensa ao tema dos direitos humanos não se restringe ao caso Bergoglio.
Fundado ao final da ditadura, em maio de 1987, o Página 12 é reconhecido como o grande ponto de encontro da luta pelo direito à memória na Argentina.
No crepúsculo da ditadura militar, um grupo de jornalistas de esquerda vislumbrou a oportunidade de criar um veículo enxuto, no máximo 12 páginas (daí o nome), mas dotado de densa capacidade analítica.
E, sobretudo, radicalmente comprometido com a redemocratização e com os seus desafios.
A receita das 12 páginas baseava-se num cálculo curioso.
Era o máximo que se conseguiria produzir com qualidade naquele momento; e o suficiente para a sociedade reaprender a refletir sobre ela mesma.
A fidelidade a essa diretriz (hoje o total de páginas cresceu e a edição digital tem mais de 500 mil acessos/dia) levou-o, naturalmente, a investigar os crimes da ditadura.
A íntegra.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Um filme de Werner Herzog

Herzog é um cineasta ímpar. Não é aquele que nos deleita, é aquele que tira as coisas do lugar na nossa cabeça. Até hoje me lembro com inquietação e fascínio de Cada um por si e Deus contra todos (O enigma de Kaspar Hauser) e Aguirre, a cólera dos deuses.

Do saite Outras Palavras.
Dois filmes para duvidir do que conhecemos 
Por Bruno Carmelo, editor do blog Discurso-Imagem
Caverna dos Sonhos Esquecidos (2010) e Sem Sol (1982), dirigidos por Werner Herzog e Chris Marker, respectivamente, partem de temas distintos: o primeiro investiga as pinturas rupestres mais antigas da História, descobertas na gruta de Chauvet, na França. Já o segundo mostra os relatos de viagem de um homem anônimo, que percorreu o Japão, Guiné-Bissau e outros países, estabelecendo reflexões sobre as culturas e ritos locais. Apesar dos pontos de partida distintos, a obsessão que perpassa os dois filmes, e de certa maneira a filmografia inteira de ambos os cineastas, é a mesma: o papel da memória e a representação da natureza em imagens.
Herzog possui um interesse manifesto pelas artes, pela história e pela arqueologia, mas o que realmente impulsiona o cineasta a adentrar a caverna francesa é a busca de uma nova possibilidade de representação. Segundo suas próprias palavras, o grande interesse nas pinturas pré-históricas, com seus animais e desenhos de caça, é poder imaginar como os homens viviam naquela época, e como representavam sua própria rotina através dos rabiscos nas paredes. Diante da impressão de movimento dos animais, ele exclama: "É quase um protocinema…"
A íntegra.

O impeachment do procurador-geral Gurgel

Também conhecido como engavetador-geral, por engavetar todas as denúncias contra seus amigos tucanos, e inepto-geral, por apresentar a pior denúncia num processo, o do "mensalão", que não continha nenhuma prova contra os acusados. Entre as investigações que engavetou está aquela em que o senador Aécio Neves é acusado de destinar recursos públicos para empresas da sua família.

Do Consultor Jurídico.  
Pedido de impeachment de Gurgel é protocolado no Senado
Por Pedro Canário
Foi protocolada na manhã desta terça-feira (12/3), na Mesa Diretora do Senado, um pedido de impeachment do procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel. A acusação é que ele cometeu crime de responsabilidade ao avocar para si três processos em que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, é ré e não ter dado andamento aos casos.
O pedido foi protocolado por Aderson Lago, primo de Jackson Lago (morto em 2011), que foi governador do Maranhão e era opositor ao ex-presidente do Senado José Sarney, pai de Roseana. Hoje senador pelo PMDB do Amapá, Sarney fez sua carreira política no Maranhão. Na petição, Lago afirma que se trata de uma questão fática: todos os processos de competência da Procuradoria-Geral da República em que Roseana Sarney é ré foram avocados por Gurgel.
A íntegra.

Ades com detergente feito em Minas

O lema da Ades é: "Ades é soja e muito mais". Agora estamos sabendo o quê.
Faz sentido: a Unilever produz sabão, por que seu "leite de soja" -- provavelmente transgênica -- já não viria com detergente?
É assim a produção industrial de alimentos. São essas as maravilhas do consumo capitalista, das quais faz parte também, por exemplo, o hambúrger com carne da ração para cachorro do McDonald's. Isso é o que a gente fica sabendo.

Da Agência Brasil.
Anvisa acompanha recall de lote da bebida Ades envazado com produto de limpeza
Aline Leal
Brasília - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária disse hoje (14/3/13) que está acompanhando o recall de um lote da bebida Ades Maçã 1,5 litro que foi envasado com solução de limpeza. De acordo com a fabricante Unilever Brasil, cerca de 96 embalagens foram distribuídas em São Paulo, no Rio de Janeiro e Paraná com o produto impróprio para consumo.
A empresa informou que houve falha no processo de higienização das máquinas, o que resultou no envasamento de embalagens com a solução de limpeza. O lote em questão tem iniciais AGB, foi fabricado em 25 de fevereiro de 2013 e é válido até 22 de dezembro de 2013.
De acordo com a Anvisa, o consumo do produto nessas condições pode causar queimaduras na boca. A agência solicitou à Vigilância Sanitária de Minas Gerais, onde o produto foi fabricado, que faça uma inspeção sanitária no estabelecimento.
A íntegra.

O PT cada vez mais sem vergonha

De assumir práticas da direita.

Do blog Viomundo.
Deputado do PT homenageia o "maior grileiro do mundo"
por Igor Felippe Santos, especial para o ViomundoO deputado federal André Vargas (PT-PR) apresentou em 2009 um projeto de lei (PL 6.167/09) para nomear o trecho da BR-277 entre as cidades de Paranaguá e Curitiba (PR) de Rodovia Cecílio do Rego Almeida.
Nesta quarta-feira, a homenagem foi aprovada, depois de parecer favorável de outro deputado do PT na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, José Mentor.
Por que uma homenagem dessas para um nome pouco conhecido?
Cecilio do Rego Almeida, que morreu aos 78 anos em 2008, foi presidente do Conselho de Administração do Grupo CR Almeida.
Almeida é paraense, mas mudou para o Paraná com 7 anos de idade.
O grande feito dele foi conquistar o título de "maior grileiro do mundo", por concentrar fazendas que somadas são maiores que o estado da Paraíba.
Um homem só concentrou 6 milhões de hectares. Não, não é 6 mil hectares, que já seria um baita latifúndio.
Em 2012, a subseção da justiça federal de Altamira, no Pará, recebeu os autos do processo sobre a grilagem.
O documento com 1.500 páginas, distribuídos em seis volumes, demonstra os crimes de Cecilio do Rego Almeida para chegar ao topo do ranking dos grileiros.
A homenagem de André Vargas deixa uma lição: a grilagem terras será recompensada.
A íntegra.

Novo papa hermano foi cúmplice da ditadura

É difícil imaginar que um papa com passado negro venha para melhorar. O chefe jesuíta omitiu-se diante do roubo de bebês, um dos piores crimes pela ditadura argentina, e dedurou padres, um dos quais se chamava Francisco.
A escolha surpreendente do papa hermano também mostrou como os jornalistas e analistas não entendem nada do assunto.

Do Opera Mundi.
Novo papa já foi acusado de cumplicidade com crimes da ditadura argentina
Arcebispo de Buenos Aires, o cardeal chegou a testemunhar em julgamento sobre a desaparição de sacerdotes
Recém-eleito papa, o argentino Jorge Mario Bergoglio é acusado de ter sido cúmplice de crimes cometidos pela ditadura cívico-militar de seu país (1976-1983). Arcebispo de Buenos Aires, o cardeal chegou a ser convocado para testemunhar em julgamento sobre a desaparição de sacerdotes durante os anos de terrorismo de Estado.
De acordo com a Associação Mães da Praça de Maio, Bergoglio foi "cúmplice da ditadura". O cardeal é acusado de facilitar o sequestro dos sacerdotes jesuítas Francisco Jalics e Orlando Yorio, versão corroborada pelo jornalista Horacio Verbistky, autor de diversos livros sobre o assunto. "[Ele] era chefe da Companhia de Jesus, às quais eles pertenciam, mas em vez de protegê-los, lhes tirou a proteção eclesiástica e poucos dias depois foram sequestrados."
"Ele os denunciou por estarem vinculados com a subversão e de terem desobedecido seus superiores hierárquicos", continuou o jornalista, em entrevista de 2010 à televisão pública argentina, afirmando que a informação estava documentada na chancelaria argentina.
Em 2011, durante as audiências do processo sobre o plano sistemático de roubo de bebês – nascidos em prisões clandestinas, durante a ditadura, e adotados ilegalmente por outras famílias, em sua maioria próximas a autoridades militares –, Bergoglio chegou a ser citado para declarar, após testemunhas apontarem que ele estava ciente deste tipo de crime.
Leia mais: Como a Igreja Católica ajudou a implantar a ditadura na Argentina
"Como é que o Bergoglio diz que só sabe do roubo de bebês há 10 anos?", questionou em uma audiência Estela de la Cuadra, que apresentou ao tribunal cartas de seu pai ao arcebispo, agora papa, nos quais pedia que este intercedesse na procura por sua filha desaparecida, e de sua neta, que nasceu em um centro clandestino de prisão e tortura da ditadura.
A íntegra.

terça-feira, 12 de março de 2013

A morte do Grilo

O melhor da imprensa no começo dos anos 70 não foi o Pasquim, foram as publicações da A&C, que eu ficava esperando chegar nas bancas e consumia avidamente: Grilo, Bondinho, Jornalivro, Ex-. A coleção do Ex- tenho ainda, as do Grilo e Bondinho mandei encadernar e nunca mais vi. Uma perda e tanto. Até hoje são publicações inovadoras. As entrevistas de Gilberto Gil e Caetano Veloso na Bondinho são documentos históricos. Foi no Jornalivro que eu li O jogador, de Dostoiévski, e Insônia, de Graciliano Ramos, literatura de primeira grandeza a preço de jornal. Ex- foi o único jornal a noticiar o assassinato do Vladimir Herzog, numa longa reportagem, daquelas para ser lida em curso de jornalismo. A ditadura apreendeu exemplares e o impediu de circular a partir de então. A editora lançou outro jornal no lugar: Mais Um, escrito com as letras da Coca-Cola, igualzinho o Ex-. Só durou um número. Quadrinhos como os do Grilo não houve antes nem depois no Brasil: Wolinski, Feiffer, Crumb, Crepax. Era uma editora com publicações excelentes que vendiam muito, mas faliu por causa da perseguição da ditadura. Eram jornalistas topetudos (Mylton Severiano foi um deles): numa reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa, a entidade dos barões da imprensa, mandaram um representante para denunciar o jornal Estado de S. Paulo que também tentava calar o Ex-. Naquela época (1975), como agora e sempre, o Estadão defendia liberdade de imprensa para ele e censura para os adversários.

Do Observatório da Imprensa.
Memórias de um tempo que bem podia não ter existido
Por Mylton Severiano
Com A Morte do Grilo – A história da Editora A&C e do gibi proibido pela ditadura militar em 1973, Gonçalo Junior nos traz um olhar de fora e distanciado no tempo daquele momento, com detalhes e ângulos para os quais aqueles que dele participavam estavam desatentos. Enriquece o acervo do pesquisador, do historiador, do jornalista, do escritor, de quantos queiram "munição" para reconstituir as trevas e a ação dos que arriscavam a pele para, em vez de se limitar a amaldiçoá-las, acender uma vela, que eles apagavam, e acendíamos outra, e outra, e outra...
A íntegra.

O papa brasileiro

Ou teuto-brasileiro. Depois da Copa e dos Jogos Olímpicos, era só o que faltava.

Da Agência Carta Maior. 
Odilo Scherer é o líder do momento nas especulações para Papa
Por Dermi Azevedo
O cardeal arcebispo de São Paulo lidera as especulações da imprensa internacional, como o mais forte candidato à sucessão de Bento XVI. Seria o nome preferido do próprio Papa Emérito, com o qual trabalhou na máquina burocrática do Vaticano, entre 1994 e 2001. Se fosse um partido político, a Cúria Romana também votaria nele. O arcebispo paulistano também contaria com os votos dos cardeais vinculados à Opus Dei, a organização semi-secreta que segue diretamente as ordens do Papa por se tratar de uma diocese (prelazia) pessoal do Pontífice Romano.
A íntegra.

Paulo Bernardo, o ministro das teles 2

Ele é contra a democratização do acesso à internet e adota medidas que beneficiam as teles. É o petista das teles.

Da Rede Brasil Atual.
Idec critica desoneração de impostos para o setor de telecomunicações
Para o órgão de defesa do consumidor, proposta do Ministério das Comunicações transfere recursos públicos para iniciativa privada mas não garante redução de preços e melhoria na qualidade do serviço prestado
Por Cida de Oliveira 
São Paulo – A desoneração de impostos para estimular a expansão das telecomunicações no país, anunciada hoje (12/3/13) pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, foi criticada por setores ligados à defesa do consumidor. Para a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Veridiana Alimonti, o poder público deveria ser mais duro quanto à exigência de investimentos, ampliação da cobertura e melhoria da qualidade do serviço prestado pelas empresas do setor. E não conceder incentivos fiscais, como a isenção de PIS/Pasep, Cofins e IPI para aquelas que apresentarem projetos de expansão.
"Para não criar conflitos com os interesses desses grupos, o governo optou por transferir R$ 6 bilhões de recursos públicos para a iniciativa privada, o que é uma abordagem inadequada", disse a advogada.Em vez disso, segundo ela, o governo deveria exigir melhorias na rede e ampliação da cobertura, chegando a todas as localidades, e não apenas àquelas que proporcionam maior retorno e lucratividade, além de punir empresas que não dão ao serviço que prestam a devida importância.
Segundo pesquisa divulgada hoje pela Fundação Procon de São Paulo, quatro operadoras de telefonia fixa e celular (Claro, Vivo, Oi e TIM estão entre as 11 empresas mais reclamadas no órgão em 2012. Essas mesmas empresas estão entre as cinco com mais reclamação da área de serviços essenciais. E no ranking das mais reclamadas que não chegaram a prestar nenhum tipo de atendimento ao consumidor reclamante estão a Oi, Claro e Vivo.
A íntegra.