sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A ocupação de Wall Street e a velha imprensa

Televisões e jornais não deram bola para o movimento. Cada vez fica mais claro que a velha imprensa é a imprensa da direita, a imprensa dos poderosos, a imprensa do capital. A nova informação está aqui, na web.

Da Agência Carta Maior.
Os 99% que ocuparam Wall Street
Duas mil pessoas ocuparam Wall Street no dia 17 de setembro. A sua mensagem era clara: "Somos os 99% da população que não toleram mais a ganância e a corrupção do 1% restante". Se dois mil ativistas do movimento conservador Tea party se manifestassem em Wall Street, provavelmente haveria a mesma quantidade de jornalistas cobrindo o acontecimento. Mas o interesse da mídia em divulgar protestos contra Wall Street parece ser bem menor. O artigo é de Amy Goodman.
A íntegra
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A ocupação de Wall Street: uma multidão nas ruas também em Nova York

A crise capitalista internacional voltou à situação de 2008. A solução é mexer com os banqueiros, mas as autoridades (FMI) não têm coragem. Preferem culpar a China.

Da Agência Carta Maior.
Venham todos ocupar Wall Street, pede Michael Moore
Após visitar os acampados em Wall Street e declarar seu apoio ao movimento de ocupação, o cineasta e ativista Michael Moore publicou uma nota em seu blog chamando pessoas de todo o país para se reunirem aos manifestantes em Nova York. Ele considera o fato histórico: "É a primeira vez que uma multidão de milhares toma as ruas de Wall Street". A manifestação segue sendo ignorada pela "grande imprensa"
A íntegra.

E para quem entende inglês:

Empreiteira não cumpre exigências para construção de Belo Monte

Empresa cumprir compromisso? Só se perder dinheiro.

Da Radioagência NP.
Prefeitura e população de Altamira pedem o fim de Belo Monte
A prefeitura de Altamira (PA) pediu a suspensão imediata das obras da hidrelétrica de Belo Monte. Em ofício encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), o consórcio Norte Energia é acusado de não realizar as medidas compensatórias que protegeriam o município dos impactos provocados pelo empreendimento. A lista de promessas não cumpridas inclui escolas, postos de saúde, sistema de abastecimento de água e esgoto, melhorias urbanas e a contratação de mão-de-obra local. Com a chegada de migrantes em busca de emprego, a demanda por vagas em sala de aula aumentou e os hospitais da cidade e dos municípios vizinhos não têm capacidade para atender a população.
A íntegra.

A repressão à greve dos professores no Ceará

Este é o partido "socialista" -- de Cid Gomes e também de Márcio Lacerda. De socialista não tem nada, é um partido de empresários. Abriga, digamos assim, a ala neoliberal que deixou o PT, um grupamento que se identifica com o PSDB, mas não assume, porque os tucanos estão em baixa. No Ceará como em Minas Gerais, o governo neoliberal considera educação caso de polícia. Lá como aqui ficou claro mais uma vez que a assembleia legislativa não é a "casa do povo", é a casa das elites que usam o voto do povo de quatro em quatro anos para controlar os três poderes na chamada "democracia representativa".

Do Diário Liberdade.
Professores em greve são violentamente reprimidos no Ceará
Professores da rede pública estadual do Ceará, em greve há 56 dias, foram alvo de violenta repressão da Tropa de Choque na manhã desse dia 29 de setembro, em Fortaleza. Os professores estavam acampados na Assembleia Legislativa desde a noite do dia 28 e, quando os deputados colocaram em votação um projeto do governo Cid Gomes (PSB) que destrói a carreira dos docentes da rede pública, tentaram entrar no plenário. A direção da Assembleia chamou a polícia, que atacou de forma brutal os professores. Pelo menos três professores foram detidos e há vários feridos. Segundo a imprensa local, um professor teria sofrido traumatismo craniano e permanecia internado. Imagens de TV flagraram cenas chocantes da violência policial. Ao final da repressão, os deputados aprovaram a mensagem do governador, com apenas quatro votos contrários.
A íntegra.

A revolução no Egito

A história se move lentamente, quase sempre, e aos saltos, de tempos em tempos. No Egito e em várias partes do mundo, especialmente o Oriente, mas também alguns países europeus, a revolução foi disparada. O povo, quando se move, quer muito, quer tudo a que tem direito, quer liberdade para inventar sua vida, que é, afinal, o que o capital promete desde 1789, mas não realiza, porque a liberdade do capital exclui a liberdade dos demais. Para defender sua liberdade, o capital gasta como nunca com armas e munições, promove guerras sem parar, genocídios e chacinas, sustenta contrarrevoluções, bombardeia cidades, ocupa nações. Não é à toa que a indústria bélica é a mais pujante do mundo. O mesmo capital que sustentou ditadores posa de democrata quando os ditadores são derrubados por levantes populares, apóia políticos (neo)liberais locais e monta a "democracia representativa". É o que está acontecendo no Egito. Com o passar do tempo e a acomodação do povo, as elites tomam conta da "democracia", a polícia volta a ser instrumento para reprimir a população, a justiça só funciona para os ricos -- contrariando a lei, quando preciso -- e os "representantes do povo", eleitos periodicamente, se tornam políticos corruptos a serviço do capital.

Da Agência Carta Maior.
Os próximos passos da revolução egípcia
Eduardo Febbro, do Cairo.
A revolução da Praça Tahrir já tem o primeiro horizonte democrático aberto. Após meses de protestos e bloqueios contra a demora com que a junta militar no poder organizou os passos legais da transição democrática logo após a derrubada do presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro, o Conselho Supremo da Forças Armadas (CSFA) colocou o calendário eleitoral sobre a mesa com um processo que terá quatro etapas. A primeira foi fixada para o próximo dia 28 de novembro. Nesse momento, serão eleitos os representantes da Assembleia do Povo (Câmara baixa), dois terços dos quais virão de listas fechadas e o restante de listas abertas. A segunda etapa ocorrerá com a eleição da Shura, a Câmara Alta, no dia 29 de janeiro. Depois, ocorrerá a redação de uma nova Constituição e, até o final de 2012, as eleições presidenciais. A junta terminou por ceder à pressão da rua pela demora em tornar tangíveis as conquistas da revolução que estourou no dia 25 de janeiro deste ano. "Queriam nos anestesiar com promessas, divagações e, além disso, nos furtar a Revolução com uma agenda eleitoral totalmente inadequada para o Egito de hoje. Esta é só uma primeira greve, ainda falta muita coisa", diz Ibrahim Ahlal, um dos muitos professores que participa da greve que paralisou a educação egípcia.
A íntegra.

Como a velha imprensa difunde o medo

Nada é por acaso durante tanto tempo. É modelo empresarial, é ideológico.

Do Comunique-se.
Jornalista mostra em livro como violência na mídia gera medo na sociedade
A jornalista Leticia Cantarela Matheus lança neste final de semana, no Rio de Janeiro, o livro Narrativas do Medo - O Jornalismo de Sensações Além do Sensacionalismo, pela editora Mauad X. A obra mostra como a violência na mídia gera medo na sociedade. Por meio de dois fatos policiais publicados em jornal, a autora aprofunda-se no discurso midiático e suas repercussões. Leticia é doutora e mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

E também dá dinheiro para trabalhadores

E preservação ambiental. Pouco dinheiro, bem pouquinho, muito menos do que os incentivos para a indústria. Mas contra isso certamente a velha imprensa vai chiar. "É dinheiro para sustentar vagabundos", costumam berrar os fascistoides.

Do Blog do Planalto.
Bolsa Verde é um estímulo para a preservação ambiental, avalia líder extrativista
O extrativista Nelson Martins da Silva, líder comunitário na Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, localizada em Bragança (PA), viveu ontem (28/9) um momento que definiu como inesquecível: representando 2 mil famílias, Nelson recebeu, em Manaus (AM), das mãos da presidenta Dilma Rousseff, certificado de inclusão no programa Bolsa Verde, integrante do Plano Brasil sem Miséria. As famílias que Nelson representou vivem da pesca e catado de mariscos e caranguejos. Lá, muitas vezes, o pescado é utilizado apenas para consumo das próprias famílias e, ainda assim, o volume é insuficiente para alimentação digna. Os R$ 300 trimestrais que cada família receberá será usado, principalmente, para a complementação da alimentação e compra de produtos de higiene e material escolar, explica Nelson. Mas o líder extrativista chama atenção para um ponto fundamental do novo benefício: mais que complementar a renda dos trabalhadores da região, o Bolsa Verde será um estímulo para a preservação do meio ambiente.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Governo dá dinheiro para empresas

E empresas da indústria bélica, que fabricam armas e munições. Isso acontece todo dia: para um setor empresarial, para outro... E a velha imprensa não reclama.

Do Blog do Planalto.
Anúncio de medidas de fomento à indústria nacional de defesa
A presidenta Dilma Rousseff assinou nesta quinta-feira (29/9) Medida Provisória que estabelece mecanismos de fomento à indústria brasileira de defesa. Preparada em conjunto pelos ministérios da Defesa, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Planejamento e Fazenda, a MP é um desdobramento do Plano Brasil Maior, lançado em agosto para aumentar a competitividade da indústria nacional, a partir do incentivo à inovação tecnológica e à agregação de valor. A Medida institui regras especiais para compra e contratação de produtos e sistemas de defesa para o país. Além disso, cria um regime especial de tributação que desonera empresas do setor de encargos como o IPI, PIS/Pasep e Cofins. Além da desoneração, a MP estabelece incentivos ao desenvolvimento de tecnologias no setor de defesa. (...) Nesse universo estão contidos: equipamentos eletrônicos, munições, armas, embarcações, aviões, satélites, foguetes, veículos, fardas, rações, softwares outros usados nas atividades finalísticas de defesa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lacerda libera passeios para carros e construtoras, mas implica com pipoqueiros

Código de Posturas do Lacerda proíbe pipoqueiros nos passeios. Mas veículos podem estacionar, sem ser incomodados pela prefeitura, construtoras podem usá-los como canteiros de obras sem problema. Passeios de Belo Horizonte têm de tudo, caminhões de concreto a cocô de cachorro, de lixo e lixeiras a tocos de árvores, de canteiros a postes e mais postes. O que menos tem é espaço para o pedestre. Lacerda, que privatizou a Praça da Estação e todos os espaços públicos que pôde, que tenta vender até uma rua, implica com os pequenos, como pipoqueiros, artesãos, hippies, moradores de rua, enquanto construtoras, lojas e carros de bacanas deitam e rolam ocupando os passeios para fins particulares.

Do jornal Hoje em dia, via Movimento Fora Lacerda!
Pipoqueiro sob ameaça de "sumir" das ruas de BH
Artigo 118-A do Código de Posturas não permite que a atividade seja
realizada em passeios da Capital mineira A tradicional figura do pipoqueiro, que sempre povoou a imaginação das crianças e até mesmo dos adultos, está sob ameaça em Belo Horizonte. Por imposição do artigo 118-A do Código de Posturas, a atividade não pode mais ser feita em passeios e ruas da cidade, o que deixa alarmados os cerca de 200 pipoqueiros que atuam na cidade. Hoje, 82 profissionais têm licença para o trabalho, e os demais estariam na informalidade. Considerado o pipoqueiro mais idoso de Belo Horizonte, Domingos José de Oliveira, de 66 anos e quase meio século na profissão, é contra a imposição. Domingos, que também é diretor financeiro do Sindicato Profissional dos Pipoqueiros da Grande BH, revela que a categoria já está mobilizada para tentar mudar o artigo do Código de Posturas. Ele não esconde que a categoria se sente amedrontada diante da possibilidade de ter que abandonar seus tradicionais locais de trabalho. Para Domingos, que só viveu situação semelhante na época da ditadura militar, a medida não tem sentido. "Sou pipoqueiro há 48 anos. Sempre paguei meus impostos e criei minha família. Minha mulher e filha também têm a minha profissão", diz.
A íntegra.

O capitalista sem capital

Ou dono de "capital humano". O capitalismo se reinventa sem parar para sobreviver. Esta foi certamente uma das suas invenções mais bem-sucedidas nas últimas décadas: a transformação do trabalho (que tradicionalmente lhe fazia oposição dialética, seu "inimigo mortal", segundo o marxismo) em capital -- em aliado, portanto, ou "parceiro". Artigo luminoso sobre o que aconteceu e está acontecendo com uma parcela dos trabalhadores contemporâneos.

Do blog Escrevinhador.
Todo mundo vai virar suco
Por Carlos Alberto Dória
(...) Tudo começou no já distante ano de 1960, quando o economista Theodore Schultz, da Universidade de Chicago, escreveu um pequeno artigo, intitulado "Investimento em Capital Humano", que produziu uma grande polêmica entre economistas. Quarenta anos depois, as ideias de Schultz acabaram se espraiando por toda a sociedade e resumem o que se pensa modernamente sobre o papel do trabalho no capitalismo ultramoderno. (...) Schultz destruiu a noção clássica de "força de trabalho" e colocou em seu lugar as habilidades inatas ou adquiridas -- habilidades que não contribuíam da mesma maneira para a "riqueza da nação". Desapareceu, assim, a categoria "recursos humanos" das empresas. O que parecia uma conversa enfadonha entre economistas era, na verdade, uma revolução na economia política desde os seus fundadores: o capital deixava de ser visto como homogêneo, e o trabalho, que era a categoria oposta, passava a ser considerado capital ou, mais precisamente, "capital humano", que se materializa quando o capital "pega esse talento e consegue botá-lo na corporação". A revolução conceitual do "capital humano" demorou décadas para conquistar o mundo dos negócios, até que as teorias de administração, as empresas de consultoria, as revistas técnicas e tudo o que possa "fazer a cabeça" dos executivos se curvassem diante dela. Agora que ela se vulgarizou, a nova teoria faz com que os indivíduos se comportem como "capitalistas de si próprios" e, portanto, o consumo que signifique qualificação, diferenciação, sofisticação cultural, será considerado "investimento". É um novo modo de se ver e de ser visto pelo mercado. A "mudança" permanente, o aperfeiçoamento pessoal, o elogio dessa atitude, virou o mantra do nosso tempo, conforme López-Ruiz. Em outras palavras, "você é o seu projeto". Mas não se trata apenas de uma mudança subjetiva. Este novo "ethos", no qual o antigo trabalhador passa a se comportar como um átomo de "capital humano", fundamenta uma nova cultura empresarial, uma nova forma de exploração do trabalho. O primeiro grande passo foi a eliminação do "emprego". Os antigos executivos foram transformados em "sócios" das grandes corporações. Como diz um capitalista, "os acionistas investem dinheiro em nossas empresas, os empregados investem tempo, energia e inteligência". Junto com as participações nos ganhos do capital, foram socializados também os riscos da atividade capitalista. Eles já não ganham "altos salários", mas parcelas do lucro quando este resulta da sua atividade. Às vezes -- como nos Estados Unidos, no escândalo do caso Eron ou, na Itália, no caso Parmalat -- falsificam lucros para ganhar mais. Entre os que trilham o trabalho honesto, vê-se uma corrida frenética para se qualificar sempre mais e mais. O que antes era acesso à educação se transformou em "capacitação" para o trabalho ultracompetitivo do dia-a-dia. A própria vida privada é administrada como se fosse uma "empresa" que se integra à corporação na busca do lucro. Ir a um concerto, conhecer novas pessoas, saber discorrer sobre vinhos -- tudo faz parte do bom desempenho dessa "empresa" nova, que só é competitiva se apresenta uma alta dose de "capital humano", isto é, conhecimentos e habilidades de "ganhadores". Um dia, tudo isso acaba. Jovens mais "competitivos" aparecem por todos os poros do mercado para deslocar os mais velhos. Mas o que se segue não é o "desemprego", pois já não havia o "emprego". É apenas uma sociedade entre capitais que se desfaz. E, aí, mediante uma série de tentativas e erros, o trabalhador das corporações busca inaugurar a sua "segunda carreira". A metáfora desta "segunda carreira" é o famoso caso do início dos anos 80 do século passado, quando um engenheiro desempregado abriu uma lanchonete na avenida Paulista, em São Paulo, e a batizou com a frase que resumia a sua vida: "O engenheiro que virou suco", definindo assim uma personagem que foi explorada pelo filme "O homem que virou suco", de João Batista de Andrade. Mas, antes de "virar suco" o trabalhador tentará virar consultor, escrever livros, enfim, fazer "render" aquelas suas velhas habilidades que o mercado acabou de lhe dizer que já não valem nada. Como "terceirizado", tem uma empresa que é contratada para serviços específicos. É remunerado pelo "tempo total" trabalhado e só por ele, sem qualquer um dos velhos custos trabalhistas (previdência, seguro saúde, vale-refeição etc.).
A íntegra.

O novo partido velho

Já passamos pela revolução de 30, pela redemocratização de 46, pela ditadura militar e pela Constituição de 86, mas o Brasil continua sendo um país de partidinhos, criados e dominados por pessoas, não por ideias, não por movimentos e classes sociais. Está aí o prefeito de São Paulo criando uma nova sigla, que vem a ser a mesma que o ex-ditador e ex-presidente Getúlio Vargas criou para a direita, nos anos 40: PSD -- "partido social democrático". Sigla que viveu seu momento mais importante sob a liderança do ex-presidente Juscelino Kubitschek e que foi extinta pelo primeiro governo militar, juntamente com as demais, especialmente o PTB, partido trabalhista. Nenhuma delas vingou na redemocratização do final dos anos 70, nem as que foram ressuscitadas como o PTB (este porque era sigla de fachada, pois os antigos trabalhistas fundaram outro partido, o PDT) e o PCB. Os novos ares trouxeram principalmente o PT -- raro, senão único, partido fundado no Brasil que faz jus ao nome -- e o PSDB, além de partidos de esquerda, menores, e de direita, que minguaram. A recriação do PSD, porém, tem significado -- não o que seus fundadores pretendem, mas outro, que não gostariam de reconhecer: a falência dos partidos tradicionais da direita pós-ditadura militar. Primeiro foi o PDS (simples ordem de letras?), herdeiro da Arena, depois o PFL (também conhecido como pefelê), agora Democratas (!), e por último o PSDB. Aos poucos, eleição após eleição, a direita brasileira, empobrecida de votos, migrou para partidos à sua esquerda (ou foram os partidos que caminharam para a direita?) até ser representada pelos tucanos, que, embora neoliberais, se proclamavam o quê? Social-democratas! Ou, pomposamente: Partido da Social Democracia Brasileira -- exatamente a mesma coisa que o novo partido pretende ser. É social-democracia demais para um país só, não é não? Ainda mais se levamos em conta que o PDT se considera legítimo representante da social-democracia no Brasil. De fato, quem realiza aqui a obra que os social-democratas e socialistas fizeram na Europa, qual seja, a reforma do Estado capitalista, é o PT. Enfim, sigla no Brasil não significa nada. Basta dizer que o atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, milionário e privatizante como ele só, integra o PSB -- partido socialista! O "novo" PSD é mais um partido com dono e "sem ideologia", que tem a cara de pau de se proclamar "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro". Em outras palavras: a serviço dos ricos, em busca dos votos dos pobres.

Da Agência Carta Maior.
TSE aprova criação do PSD, que já poderá disputar eleição de 2012
Por seis votos a um, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decide aceitar documentos apresentados pelo Partido Social Democrático (PSD) e libera registro para a 28ª legenda brasileira. Partido, que 'não será de direita, de esquerda nem de centro', segundo cacique Gilberto Kassab, está apto a disputar eleição municipal do ano que vem.
A íntegra.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Notícias da greve dos professores: na Assembleia Legislativa

Como recomendou o professor José Luiz Quadros de Magalhães, os grevistas filmam tudo e mostram para a população: no youtube, em blogs, em emeios. Assim fazem a nova imprensa e driblam a deturpação de informações da velha imprensa.

Notícias da greve dos professores: educação física

Do blog da Beatriz Cerqueira.
Realidade dos professores de educação física de Minas Gerais
Olá pessoal, o momento é tenso, mas temos que aproveitar as oportunidades para colocarmos na mídia a realidade que vivemos. Uma jornalista fará uma matéria nacional sobre a questão abaixo descrita. Quem puder ajudar poste a situação, descrevendoe um telefone/email de contato. Me comprometo a não publicar os comentários postados. Agradeço a ajuda. "Segundo o Censo Escolar, cerca de 70% das escolas brasileiras não têm quadra de esportes. Em Minas só cerca de 60% das escolas estaduais tem quadra. O problema se repete nas outras redes também. Preciso ouvir alguém do sindicato que dê uma panorâmica da situação no estado, que explique as dificuldades e tudo o mais: falta de equipamentos, de aulas, questão curricular. E preciso de personagens, professores de educação física que trabalhem em escola onde faltam todos os equipamentos para as aulas e como eles se viram."
A íntegra.

Notícias da greve dos professores: um pito na "grande" imprensa

Apesar de o articulista ser condescendente com o governador Anastasia, percebe as consequências nefastas do comportamento irresponsável da velha imprensa na cobertura da greve.

Do Hoje em dia.
Greve ilegal?
Volto a um assunto já abordado várias vezes nesse espaço, nos últimos três meses, para reafirmar o meu espanto diante da indiferença da sociedade diante da greve dos professores. O fato de o governador não ter se reunido sequer uma vez com a líder dos professores me incomoda, mas, considerando as dificuldades de caixa e os gigantescos números da Educação (são mais de 400 mil profissionais), posso compreender razões apresentadas por seus auxiliares para negar reajuste maior. O que realmente me corrói é a ausência do meu sindicato - dos Jornalistas -, da OAB, da Assembleia, da Federação das Indústrias, enfim, todos nós, mineiros, que temos o direito e o dever de palpitar, buscar o entendimento e salvar o ano letivo de milhões de jovens pobres desse estado. Vem um desembargador e dá uma canetada dizendo que o movimento paredista é absurdo... Ora, será que ele toparia viver com R$ 700 por mês? Será que ele acha razoável essa discussão, se o piso deve ser mil e pouco ou R$ 1.500? Outra coisa que me envergonha é a postura de colegas procurando desmoralizar o movimento, com essa história de greve política. Nós, jornalistas, tínhamos de respeitar os professores, pois, com raras exceções (felizmente, estou entre elas), nossos salários são tão ridículos quanto o deles. Nós estamos jogando no lixo o nosso passado de escola pública, contribuindo para um mundo com aulas ainda mais mentirosas, porque, se esses já desolados professores forem humilhados, será o fim de toda e qualquer esperança.
A íntegra
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Compartilhe esta ideia: Eu quero Patrus prefeito de Belo Horizonte

O ex-ministro e ex-prefeito Patrus Ananias é a única liderança com estatura política e moral para derrotar a articulação da direita em torno da reeleição do prefeito Márcio Lacerda e colocar o PT belo-horizontino de novo nos trilhos de uma gestão popular e democrática. Para se viabilizar, no entanto, a candidatura Patrus precisa vir de baixo para cima e se impor à cúpula petista, como uma exigência do eleitorado da capital, cansado dos desmandos e autoritarismo da atual administração.

Notícias da greve: "o fora-da lei com poder supostamente legal é o pior bandido"

Um artigo indignado sobre a greve dos professores estaduais mineiros que põe os pingos nos is.

Do blog Diário da Classe.
A ditadura volta a Minas Gerais!
por José Luiz Quadros de Magalhães*
O leitor deve estar pensando: a ditadura voltou? Mas, ela já não está aí há muito tempo? Pois é, o título é só uma provocação, só para chamar atenção. A ditadura já está em Minas Gerais há muito tempo, e o pior é que os mesmos donos de jornais, rádios e redes de TV que se autocensuram, que traem a democracia e os princípios constitucionais de liberdade de expressão são os mesmos que "denunciam" a falta de liberdade em outros países. Hipócritas. Há um problema recorrente nestas pessoas no poder: falta espelho (eles só têm o espelho de narciso). Sempre acusando os outros são incapazes de se perceberem como violadores da Constituição, como violadores da Democracia, da República e das leis. Estes são os piores bandidos (o fora-da-lei com poder supostamente legal). Existe outra categoria de pessoas perigosas: os que cumprem ordens ilegais. Não posso fazer nada, estou cumprindo ordens, dizem. Esquecem que não estão obrigados a cumprir ordens ilegais ou flagrantemente inconstitucionais. Basta um mínimo de conhecimento jurídico, ou para não pedir muito, basta um mínimo de bom senso. Agredir pessoas é permitido para os que estão fardados? Onde está escrito, em qual lei da república (com letra minúscula, escondida e oprimida está a república que de pública não tem nada), em qual Constituição está escrito que os cidadãos, donos da República (com letra maiúscula, a República que conquistaremos um dia) podem ser tratados pelos seus servidores como lixo, como bandidos. Quem é o bandido nesta história. E nossas praças privatizadas? E os palácios? Já viram uma República com tantos palácios? Para mim os palácios pertenciam à monarquia e deveriam todos virarem museus públicos. Entretanto nossa república esta cheia de palácios. Só o governador (?) tem três: um palácio de verão, um de inverno (nas Mangabeiras) e um para despacho (eparrei). Acredito que todos eles deveriam virar museus e espaços públicos recreativos. Nas Mangabeiras poderíamos inclusive fazer um clube público, com piscinas públicas como aquelas que encontramos em outros países mais democráticos.
A íntegra.
*Professor da UFMG e da PUC Minas, mestre e doutor pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor do programa de mestrado da Faculdade de Direito do Sul de Minas, pesquisador do Instituto de Investigações Jurídicas da Universidade Autônoma do México e professor convidado do doutorado da Universidade de Buenos Aires.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Notícias da greve: a lição dos professores

Excelente artigo mostrando as consequências do tratamento dado pelo governo ao movimento dos professores. O respeito que todos devemos ter pelos educadores dos nossos filhos foi jogado na lata de lixo. Coisa da direita neoliberal que só respeita o "mercado". Mais uma razão para a continuidade da greve: os professores precisam sair dela de cabeça erguida, com orgulho do seu trabalho, como vencedores. Esta será a maior lição que poderão dar ao "professor" Anastasia e à secretária de "educação".

Do Portal Luís Nassif.
A humilhação dos professores em Minas Gerais
por Lúcio Alves de Barros
A greve dos professores de Minas Gerais que se arrasta por mais de 108 dias, além de grave já se tornou inaceitável. A leviandade, a irresponsabilidade e a despolitização do debate levada a efeito pelo Governo Anastasia (PSDB) criaram condições que são no mínimo humilhantes, cansativas, vexatórias e sérias para os professores, estudantes e pais. Digo professores porque estou falando de uma categoria que, por natureza, trabalha com a interação e cujo resultado é a formação do outro, sempre estranho e, por vezes hostil. Levanto, neste caso, três questões que não tarde produzirão efeitos perversos de grandes dimensões. Em primeiro vale dizer do "jogo de palavras": o governo diz que já paga o famoso piso salarial aos docentes. Os professores mais de uma vez, tal como fizeram os policiais em 1997, mostraram (até rasgaram) contracheques, falaram em jornais, televisão, blogs, sentaram-se à mesa e mostraram que não recebiam o piso (Lei 11.738, de 2008, que exige o pagamento do piso de R$ 1.187,97) fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O governo Anastasia simplesmente chamou os professores de mentirosos. Se é possível ser um bom professor sendo mentiroso e recebendo mais ou menos dois salários, ou não estamos no Brasil ou muitos acreditam na fala do governo. E é óbvio que não teríamos professores pesquisando nas universidades federais e estaduais. (...) A segunda questão diz respeito à truculência, vigilância, crueldade e intransigência governamental. Além do recurso ostensivo de vigiar quem não tem nada a esconder, o governador e seus avatares armaram os policiais e bateram forte nos professores. A situação é e foi humilhante. Presenciei professores correndo como galinhas, gritando como loucos, chorando como irmãs de caridade e apanhando como ladrões em porta de viatura. Não era preciso todo aquele aparato na praça docemente chamada de "Liberdade". Foi um exagero sem fim. O efeito perverso já é percebido: professores adoecendo, cansados (porque greve é coisa séria), ansiosos, deprimidos, ressentidos e podem esperar um bom tempo de educação em luto e sem significado. O governo foi de encontro a tudo que ensinamos e defendemos junto aos alunos, como a honestidade, a liberdade, o respeito à diferença, à diversidade, ao cuidado com o outro. (...) Em terceiro e último é preciso apontar para outras consequências desse movimento. Alunos atrasados e pais enfurecidos eu acho difícil. Já se sabe que "só se ensina a quem deseja aprender". Há tempos a comunidade não faz a mínima questão de participar dos rumos da educação e os seus filhos já estão mais do que entupidos de redes de relacionamento na internet e de baladas na calada da noite. Neste sentido, os professores estão solitários em um campo de batalha cujo rei aposta que o "vencedor ficará com as batatas".
A íntegra.

Passeata contra o prefeito Lacerda reuniu mais de 2 mil

Matéria do Portal Minas Livre aponta contradição nos números divulgados pela velha imprensa oficial. É evidente que não eram só duzentas ou trezentas pessoas, mesmo porque número tão pequeno não precisa citar a PM como fonte, repórteres podem contar. Aliás, era isso que faziam, quando a imprensa era menos de direita do que é hoje, pelo menos nos melhores jornais. Repórter acostumado a cobrir manifestações calcula multidão facilmente. Neste vídeo e também neste podemos ver o que diz a matéria abaixo: uma multidão diversificada de insatisfeitos com a administração Lacerda protestando de forma bem humorada.

Do Portal Minas Livre.
Marcha Fora Lacerda reúne multidão nas ruas da capital
A primavera começou oficialmente na sexta-feira (23) no hemisfério sul. Em Belo Horizonte, ela parece ter chegado na tarde de sábado (24). Depois de muita expectativa e muita mobilização durante as últimas semanas, o grito de Fora Lacerda! finalmente ecoou pelas ruas, casas, prédios públicos e praças da região central da cidade no sábado. Um conjunto impressionante de grupos e de indivíduos protestava pelos mais variados motivos, mas todos com uma certeza comum: a de que Belo Horizonte não aguenta mais os desmandos da administração do Sr. Empresário Márcio Lacerda. Segundo o jornal O Tempo, 300 pessoas participaram do protesto. De acordo com o Estado de Minas, cerca de 250. Para o portal G1, 200. O curioso dos números dissonantes é que todos citam a mesma fonte: a Polícia Militar. A mesma que nos disse, já no fim da tarde e no último destino, que seríamos cerca de 500. Para qualquer um que tenha olhado com atenção para as avenidas pelas quais passamos – ou até para alguma das imagens que já pululam na Internet –, éramos certamente mais de 2.000.
A íntegra.

domingo, 25 de setembro de 2011

Os times mineiros, o rebaixamento, a copa e os governos "competentes"

América (20º) e Atlético (17º) na zona de rebaixamento do campeonato brasileiro, Cruzeiro (16º) doido pra ficar também*. Enquanto isso, Mineirão e Independência sendo reformados "para a copa". Os três clubes sem campo pra jogar em Belo Horizonte. Talvez este seja o melhor retrato dos prejuízos que a copa traz, ao contrário da propaganda. Quem ganha com a copa? A máfi(f)a, a CBF, as empreiteiras e os políticos corruptos. Para a população, prejuízos, inclusive no futebol. E as diretorias dos três clubes ainda apoiaram as obras simultâneas. E Kalil e Perrela fizeram campanha para Anastasia (Perrela, agora senador, tinha interesses pessoais, mas Kalil entrou de bobo na história -- ou não, conforme comentário abaixo). E a propaganda do Aécio-Anastasia era de "competência" -- mesmo cometendo o crime de construir o milionário shopping administrativo, mesmo "sem dinheiro" para pagar o piso salarial dos professores. E a velha imprensa, porta-voz de todos os governos de direita, nunca questionou o absurdo das obras simultâneas nos dois estádios. Imagina se um governo de esquerda fizesse isso.

* Como é que pode Diego Souza, que não fez um gol (ou fez um?) enquanto jogou no Galo, meter três no Cruzeiro jogando pelo Vasco?

A Academia, os imortais e os mortos-vivos

O título abaixo já é exato, então não paga repetir. Digo outra coisa, que essa gente se apega às instituições como um náufrago se agarra a um pedaço de pau que boia no mar. E as instituições que já tiraram sua importância de fatos e pessoas que as criaram (Machado, o grande, o mulato, foi quem inventou esta) passam a emprestá-la aos decadentes, num processo "dialético", como diria o outro. Obviamente, Merval é incapaz de fazer a crítica do comercial da Caixa.

Do Diário do Centro de Mundo.
Merval, o imortal
Bem, eis a Pataquada da Semana. Merval Pereira, jornalista, virou imortal. Lol. Vou em busca de explicações. Ele deve ter escrito algum livro importante que não notei. Ou alguns, penso numa perspectiva mais otimista. Pesquiso. Mas. Ele é autor de “O lulismo no poder”, uma coletânea de seus artigos no Globo. Quer dizer, não bastasse o leitor ser castigado por Merval uma vez na forma de jornal, ele apanha de novo na forma de livro. Merval é, basicamente, contra tudo que Lula fez, do Bolsa Família às cotas universitárias. Se Lula inventar a cura do câncer, Merval vai atacar. Seu poder de persuasão pode ser facilmente medido nas urnas. Se eu fosse candidato, torceria para que Merval fosse contra mim. Ao lado de Ali Kamel, ele é um dos mais fiéis reprodutores do ideário da família Marinho. (Esperemos para ver se Kamel não vira futuramente um imortal.) Numa carta célebre a um editor, o barão da imprensa Joseph Pulitzer disse o seguinte: "Espero que você pense, pense, pense!!! (…) Que compreenda que todo editor depende do proprietário, é controlado pelo proprietário, deve veicular os desejos e as idéias do proprietário. (…) Sua função é pensar, o mais próximo possível, no que você pensa que eu penso." Merval – e nem Kamel – teriam que ouvir isso. Lembro que, nas reuniões do Conselho Editorial da Globo das quais participei entre 2006 e 2008, os dois pareciam disputar entre si quem era campeão em pensar como a família Marinho pensa.
A íntegra.

Notícias da greve dos professores: ajude a sustentar o movimento

Depositar qualquer quantia no fundo de greve dos professores mineiros é uma forma de dizer que somos a favor da educação pública de qualidade para todos.

Caixa Econômica Federal
Agência: 0086
Operação: 003
Conta corrente: 1137-5

Notícias da greve dos professores: as palavras e seu significado verdadeiro

Nos momentos de conflito -- e eles são cada vez mais frequentes -- ficam explícitas as contradições do sistema e a distância entre o discurso e a prática dos governos neoliberais. A Assembleia é uma "casa do povo" enquanto não tem povo, enquanto é frequentada por algumas dezenas de "representantes", que depois de eleitos governam para o governador, subservientes, sem opinião própria, sem ouvir os eleitores, de costas para eles. A PM não existe para dar segurança à população, mas para reprimir manifestações e manter a ordem que beneficia os ricos. A educação é uma peça publicitária para ajudar a eleger políticos "professores", que depois de eleitos não dão a menor importância a ela, porque escolas públicas atendem pobres e pobres educados são um perigo para as elites. Governos neoliberais não estão nem aí para a educação, deputados não estão nem aí para o povo, segurança significa repressão. Nos momentos de conflito as palavras ganham seu verdadeiro significado, como mostra este vídeo. (Para lembrar: os professores mineiros estão em greve há mais de 100 dias pelo pagamento do piso salarial nacional, de R$ 1.187 (isso mesmo: R$ 1.187 -- um soldado raso mineiro ganha R$ 1.700), determinado por lei desde 2008 que o governador Anastasia se nega a cumprir.)

A "censura" à revista Viver Brasil

Capa da revista Viver Brasil diz que a publicação foi censurada. Dentro, a matéria repete as acusações contra o prefeito de Nova Lima, Carlos Rodrigues (PT), motivo da decisão da Justiça que mandou recolher exemplares das bancas daquela cidade. Como escrevi aqui, a decisão judicial não prejudicou a revista; agora vê-se que lhe trouxe benefícios, tornando-a conhecida nacionalmente. É um jogo de cartas marcadas que a velha imprensa de direita joga: denuncia governos de esquerda (nunca noticia denúncias que cercam as administrações que apóia, como Aécio-Anastasia, Lacerda), se eles reagem, acusa-os de censura, autoritarismo, democracia em risco etc. Compara a situação aos anos de ditadura militar, omitindo do leitor que apoiou o golpe e os governos militares -- naquela época a censura não a incomodava, mesmo porque publicava noticiário favorável à ditadura. Essa prática dos falsos democratas acompanhou todo o governo Lula, sem resultado prático; Lula, com sabedoria, deixou que ladrassem à vontade enquanto passava com a caravana, pois a "democracia" que essa gente alardeia prevê eleição e vitória do candidato escolhido pela maioria, maioria que vem do povo mais pobre, em geral beneficiado pelos governos de esquerda e eleitor destes. É quando essa gente passa a pregar abertamente o golpe, como aconteceu em 64. Não nos enganemos: para esse gente, democracia e liberdade de imprensa significam "democracia para nós", "liberdade de imprensa para nós". Se a justiça "censurasse" uma publicação de esquerda, eles nada diriam. Mais que isso: certamente a apoiariam, alardeando a importância de se obedecer à justiça como princípio básico do estado de direito.

PS: O editorial da referida revista confirma o que escrevi aqui ao dizer que a publicação foi criada para "servir ao mercado anunciante." É isso, a velha imprensa impressa é, no Brasil, acima de tudo um negócio, sem princípios, exceto o princípio do lucro.

Os 15 anos do jornal Pampulha e a imprensa que virou peça de museu

O jornal Pampulha completa 15 anos e comemora com novo leiaute e novas seções. Como uma debutante, muda de roupa, acrescenta acessórios, sorri para a sociedade, mas é inexoravelmente um jornal velho. Acompanho o semanário desde o começo, primeiro porque chega gratuita e regularmente à minha residência; segundo porque participei da primeira edição, em 1996. Era então editor de Cidades do jornal O Tempo, em gestação, e, enquanto o produto principal não ficava pronto, a equipe treinou fazendo o Pampulha. Minha editoria era a maior do jornal, de forma que fizemos também o maior número de páginas, durante algumas semanas, até que o jornal ganhou redação própria e O Tempo foi lançado.

Foi uma experiência interessante e confesso que gostei mais do semanário do que do diário, do qual saí pouco depois que começou a circular. De longe acompanhei a trajetória do Pampulha, que conserva nos cargos de chefia da redação jornalistas que lá estavam na inauguração (vale esclarecer que o Pampulha já circulava há alguns anos, mas era um jornal de bairro até ser comprado pela editora que o publica hoje). Mudou bastante, da primeira edição para a atual: no projeto gráfico, no formato, no conteúdo. Como contava com uma enorme redação -- repórteres, redatores e editores de todas as áreas, de política a artes, de cidades a economia, de esportes a internacional, além de fotógrafos e desenhistas gráficos -- Pampulha começou como um jornalão, repleto de reportagens sobre temas variados. Logo, com a redação encolhida, seu conteúdo também encolheu. Acabou tomando o modelo que tem hoje: uma reportagem de capa, em geral sobre tema de comportamento e programação cultural, além de editorias de veículos, turismo e imóveis, as quais combinam serviços, divulgação de novos produtos e pequenos (e grandes) anúncios. Aqui e ali cabem mais uma ou outra materinha.

É uma fórmula de sucesso descoberta pelo extinto Jornal de Casa, que circulou em Belo Horizonte dos anos 70 aos 90, publicado pela editora do Diário do Comércio, então uma pequena empresa sólida e sóbria, comandada pelo "velho Costa", já falecido. É também um modelo de jornal econômico, mantido por anúncios, uma vez que é ditribuído gratuitamente, mas que não pode gastar muito com a produção de conteúdos.

Com o JC o DC apostou -- e ganhou -- numa fórmula para resolver um dilema antigo: como a venda de jornal no Brasil é muito pequena, quase residual, o dinheiro dos leitores não é capaz de manter a publicação. Ao mesmo tempo, o jornal precisa ter grande tiragem para atrair anúncios. Não à toa tem jornal na praça que alardeia "grande" tiragem, embora sua venda em banca seja pequena. Na verdade, ele vende publicidade, mais do que notícias.

O JC/DC trocou a pequena receita da pequena vendagem pela grande publicidade atraída pela grande tiragem, com exemplares distribuídos gratuitamente nos bairros mais ricos da cidade, no fim de semana. Para isso, porém, era preciso fazer um jornal de baixo custo. Quando o JC entrou em decadência, nos anos 90, consequência das dificuldades da editora que o publicava, o Pampulha ocupou seu espaço. Antes, adaptou seu pretensioso projeto original para o modelo de baixo custo adotado pelo concorrente.

Sem concorrentes no mercado e com público cativo, Pampulha não precisa mais conquistar o leitor, de forma que mantém o mesmo jeitão, ano após ano. Suas mudanças reais nessa década e meia foram no formato, que passou de standard para tabloide, e no leiaute. Dizer se essas duas mudanças foram para melhor ou para pior é uma questão mais de gosto do que de qualidade: na essência o modelo é o mesmo. O tabloide é um formato mais econômico, confortável, mas pouco usado no Brasil, exceto no Sul. Quanto a projeto gráfico, há uma linha geral que todos os "grandes" jornais seguem, privilegiando imagens em detrimento de textos, e que varia pouco de veículo para veículo. Pampulha segue a regra. O que parece incontestável é que o modelo "distribuição gratuita-grande tiragem-muitos anúncios" deu certo.

Por que então digo que se trata de um jornal inexoravelmente velho? Folheando a nova edição do Pampulha o que percebo com clareza é que, por mais que queira parecer jovem, o modelo da velha imprensa está condenado à extinção, sobrevivendo como curiosidade e peça de museu. Não é o modelo do Pampulha, exclusivamente, mas o jornal impresso, que entre nós foi sempre um jornal empresa, jornal negócio, jornal pretensamente liberal no conteúdo e sustentado pelos reclames. Não temos tradição de jornais ideológicos, jornais de opinião, jornais sustentados pelo leitor. Os que tivemos foram exceções, mais numerosos e com considerável importância sobre a população ledora durante o período em que imperou a censura prévia pela ditadura militar.

A decadência da imprensa impressa no Brasil coincide, portanto, com a decadência da chamada imprensa burguesa, a imprensa empresarial, do capital, dos empresários, dos políticos e dos grandes anunciantes, para quem o leitor foi sempre um consumidor de anúncios, um meio e não um fim. Em outras palavras: a decadência da velha "grande" imprensa significa decadência de classe, significa perda de poder econômico e perda de influência política. As elites empresariais e políticas tradicionais do País estão perdendo poder na comunicação.

A ascensão da internet não é apenas uma nova forma de se fazer comunicação, é também uma mudança política e comportamental. Diante do se faz na nova imprensa da web os jornais impressos parecem efetivamente peças de museu -- como o telefone de disco, a máquina de escrever, a máquina fotográfica manual, a tevê em preto e branco. E como tal não têm mais serventia, não atingem os jovens, interessam apenas a pesquisadores.

Folheando um jornal, o leitor habituado à internet pergunta-se, matéria após matéria: "Só isso? Onde estão os comentários? Como é que eu faço para interagir? Onde está o link que me leva ao original? Não tem outras fotos? Como é que eu faço para enviar para alguém? Como é que eu faço para copiar?" Isto não é teoria, é o comportamento do leitor contemporâneo diante dessa coisa velha, limitada e elitista que é a imprensa impressa, leitor habituado a uma leitura que não tem fim, a informações que abarcam o mundo, de cuja produção e divulgação ele participa, desfrutando de inúmeras possibilidades de ação.

A nova imprensa não serve aos velhos propósitos empresariais: alguém imagina a Globo compartilhando a produção de informações, democratizando opiniões? Intrinsecamente democratizante, crítica, múltipla, colaborativa, a internet é incompatível com a censura, com o controle, com o elitismo, com o autoritarismo.

Como já aconteceu inúmeras vezes na história, e especialmente na história do capitalismo, esse sistema de transformações incessantes, a internet promove uma revolução na comunicação que joga na lata de lixo uma outrora poderosa elite que controlava a informação e manipulava o jogo político. A natureza democrática da internet propicia transformações no mundo que vão muito além da imprensa e refletem a transformação da própria civilização.

sábado, 24 de setembro de 2011

Greve de fome de professores mineiros completa cinco dias

Vergonhoso o comportamento dos deputados mineiros que apóiam o governo Anastasia: além de nada fazerem pelo cumprimento da lei e pela qualidade da educação, ainda chamam a tropa de choque contra os professores. Mais uma vez. E a secretária de Educação, que foi reitora da UFMG, mancha seu currículo divulgando sistematicamente informações falsas sobre a greve.

Do Blog da Beatriz Cerqueria.
120 horas de greve de fome
Neste sábado, a greve de fome iniciada pelos companheiros Marilda e Abdon completa 120 horas. Não houve nenhum pronunciamento do governador Antônio Anastasia. O presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PSDB) também nada fez ou se pronunciou. A única ação da Assembleia Legislativa foi chamar o Batalhão de Choque para a categoria. Por outro lado, a Secretaria de Estado da Educação forneceu, diariamente informações à imprensa tentando construir a ideia de que a greve estava acabando. Levantamento feito pelo sindicato e que será divulgado no início da semana revela que a Secretaria tem mentido sistematicamente à população. A greve não está acabando. Ao contrário, continua presente em todas as regiões do estado. A vigília na Assembleia Legislativa continua por tempo indeterminado.
A íntegra.

Outra carta de apoio à greve dos professores

O subserviente ministério público mineiro inverteu sua função, que seria de zelar pelo cumprimento da lei do piso salarial nacional pelo governo estadual.

Do Blog da Beatriz Cerqueira.
Carta de apoio
De fato, é inaceitável essa posição do Ministério Público. Realçando o paradoxo, cabe dizer que é injusta a decisão da Justiça que declarou ilegal a greve dos professores estaduais de Minas Gerais. Na verdade, uma iniciativa como essa, vinda do Ministério Público, constitui uma inversão da função própria desse órgão que é "a defesa dos direitos sociais e individuais indisponíveis" e o "zelo pelo efetivo respeito dos poderes públicos aos direitos assegurados na Constituição". Assim, nessa situação específica da greve dos professores públicos de Minas, cabe inequivocamente ao Ministério Público denunciar o Poder Público, no caso o governo do estado de Minas Gerais, obrigando-o a cumprir as determinações da Constituição e da legislação complementar em atendimento às legítimas reivindicações dos professores. No entanto, em lugar de exercer essa função que lhe é própria relativa ao respeito do governo estadual pelos direitos sociais e individuais dos professores e da população mineira a uma educação pública de qualidade, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, ao declarar ilegal a greve, volta-se contra os direitos dos professores e protege a ilegalidade da posição intransigente do governo que se recusa a reconhecer a legitimidade das reivindicações dos professores. E foi exatamente essa intransigência governamental que obrigou a categoria docente a recorrer à greve no exercício desse outro direito que também lhe assegura a Constituição.
A íntegra.

A (primeira) marcha contra Lacerda reuniu muita gente e encheu a avenida

A multidão entoou o refrão inevitável: "Ei Lacerda! Seu governo é uma merda!"

Do blog Movimento fora Lacerda!
Esta cidade tem caráter, a marcha foi um sucesso!
O Movimento Fora Lacerda levou às ruas de NOSSA Belo Horizonte a Primeira Marcha Fora Lacerda. Muito ainda falaremos sobre ela, mas não agora, que o cansaço e a emoção são grandes, mas para todos os que participaram e todos aqueles que não puderam participar possam sentir a grandeza e a festa que foi o evento, nada melhor do que um vídeo, então, clique na imagem abaixo e comemore: FORA LACERDA!
A íntegra.

A ação cada vez maior da polícia militar para conter cidadãos com violência

O Brasil está se militarizando assustadoramente. A violência que as polícias militares exercitam há décadas contra as populações pobres está se espalhando para toda a sociedade e todas as situações. Herança da ditadura militar que não foi reformada pela democracia, elas atuam cada vez mais a serviço de governos e "autoridades" prepotentes. Num simples jogo de futebol, a tropa de choque, que não deve ter mais nada a fazer e não prende bandidos, mas foi treinada durante a ditadura para reprimir a população, entra em campo para intimidar torcedores. Militares apontam armas para a torcida na arquibancada! Sobem à arquibancada para expulsar torcedores do estádio! Torcedores desarmados, cuja única ameaça é a voz, em coro, concentrados próximos à boca do túnel para xingar um juiz que apitou pênalti contra seu time, aos 46 minutos do segundo tempo. A força policial alocada e usada contra os torcedores é desproporcional ao fato, corriqueiro nos estádios de todo o mundo, desde que o futebol existe. Aconteceu em Curitiba, no jogo entre Atlético PR e Fluminense, mas acontece também em Belo Horizonte, no Rio, em Porto Alegre, em São Paulo etc. A polícia militar não inibe nem contém a violência, ao contrário, provoca-a. É sempre dela que parte a violência, porque não é preparada para fazer o que seria sua função: garantir que cidadãos, em todos os ambientes públicos, se manifestem livremente. Polícia da ditadura, ela continua atuando para impedir manifestações. Em todas as capitais a PM é cada vez mais violenta, cada vez mais ativa e intimidadora, não contra bandidos, mas contra cidadãos. Nos estádios de futebol este fato, que evidentemente faz parte de uma política de "segurança", chama mais atenção. Em Minas, a PM "proibiu" bandeiras, inventou jogos de torcida única, atiça cavalos e cães contra torcedores na entrada e saída dos estádios. O resultado é afastar os torcedores ainda mais dos campos. Talvez seja mesmo este o objetivo. Assim futebol torna-se um esporte para se ver pela tevê. Tevê que, é claro, sempre dá razão à polícia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Patrus não será candidato?

O evento "Patrus para prefeito de Belo Horizonte", marcado para 13 de outubro, apareceu no Facebook. Boa notícia para os belo-horizontinos. Agora sumiu da rede, "não está mais disponível", "foi cancelado". Que significa isso? Patrus não quer ser candidato? Patrus vai apoiar o continuísmo do que está aí? Decepção para os belo-horizontinos.

Um imposto para financiar a saúde pública

Para que o SUS, um sistema de saúde universal e gratuito, funcione adequadamente, seu orçamento precisa dobrar. Isso é problema? Certamente não, se funcionar bem e os recursos forem bem administrados. Mas a lengalenga capitalista neoliberal fascistoide repete sem parar que mais dinheiro para o Estado é mais dinheiro para corrupção, é dinheiro mal aplicado. A CPMF, o único imposto justo que já existiu no Brasil, porque atingia os mais ricos, foi derrubada para criar dificuldades para o governo Lula.
A velha imprensa porta-voz dessa gente não ataca quando o dinheiro do Estado vai para seus amigos e anunciantes: banqueiros, nos juros altíssimos que pagamos, empreiteiras e indústrias, via incentivos fiscais e financiamentos do BNDES. É disso que se trata: para quem vai o dinheiro arrecadado pelo Estado em impostos pagos por todos, para os empresários ou para o restante (99,99%) da população? O SUS funcionando bem também prejudica os interesses dos planos de saúde privados, que essa gente defende. Interessa à velha imprensa a saúde gerando notícias sensacionalistas diariamente, porque os problemas vão para a conta do governo e são cobradas na eleição. Jatene está longe de ser esquerdista ou estatista, mas é sério e tem experiência como ministro da Saúde. O sistema privado americano é muito pior do que o SUS, todo mundo sabe.
Muito imposto é ótimo, se o dinheiro garante as necessidades básicas da população com qualidade, como nas nações mais desenvolvidas do planeta.

Da Agência Carta Maior.
SUS exige verba mas mídia vende tributação insuportável, diz Jatene
O diretor geral do Instituto do Coração (Incor) e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, lançou nos últimos dias, em dobradinha com o atual ministro, Alexandre Padilha, o livro "40 anos de medicina. O que mudou". São 200 páginas abrangendo a experiência de metade de uma vida que Jatene, aos 82 anos, sintetiza apontando a tecnologia como principal elemento transformador. O avanço tecnológico levou à descoberta de novos tratamentos, permitiu diagnósticos melhores, praticamente erradicou doenças. Mas também afetou a relação entre paciente e médico, que se tornou mais impessoal. E encareceu custos na medicina, exigindo cada vez mais investimentos de um Estado que assumiu o compromisso constitucional de dar saúde gratuita para toda a população. O problema dos custos é de difícil solução, na opinião de Jatene, porque o debate sobre o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se um tabu duro de quebrar. "Quem controla a mídia faz a população acreditar que a carga tributária é insuportável", disse o médico à Carta Maior. "Mas, se você tirar a Previdência Social do orçamento, e a Previdência é um dinheiro dos aposentados que o governo apenas administra, vai ver que a nossa carga tributária está abaixo de 30%. É pouco para um país como o Brasil."
A íntegra.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Notícias da greve dos professores: o protesto na Assembleia

Boa reportagem da Record. Destoa da imprensa oficial do governo. Para variar, governador "professor" Anastasia manda tropa de choque para "conversar" com os professores em greve.

Notícias da greve dos professores: abaixo-assinado contra decisão do juiz

Eu assinei. O desembargador, como se sabe, serviu o rei, ignorou a realidade e a lei.

Abaixo-assinado sobre a greve dos professores da rede estadual de Minas Gerais
Para: desembargador Roney Oliveira - 2a. Câmara Cível - Ministério Público de Minas Gerais
Abaixo-assinado, solicitando a reconsideração da liminar do Sr. Desembargador Roney Oliveira, referente ao Processo no. 1.0000.11.060580-5/000 e de endosso da Carta Aberta do Professor Luciano de Faria Filho ao referido Sr. Desembargador, nos seguintes termos:
Carta Aberta ao desembargador Roney Oliveira
Belo Horizonte, 17 de setembro de 2011.
"Na aplicação da Lei, o Juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum." (Art. 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro)

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
...
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
(Comida – Titãs)


Caríssimo Senhor Desembargador:
Foi com imensa tristeza que soube de Vossa decisão de determinar o imediato retorno dos professores mineiros ao trabalho, ou seja, às salas de aula. Não posso negar, também, que fiquei surpreso ao ler o teor do texto que fundamenta/justifica a decisão de Vossa Senhoria.
Como cidadão, professor, e, como o Senhor, funcionário público remunerado pela população – inclusive a dos "grotões mineiros" em que, segundo vosso texto, fruto de vosso insuspeito conhecimento de causa, as crianças vão à escola "mais atraídos pelo pão do que pelo ensino" –, também considero importante que "na aplicação da Lei, o Juiz atenderá aos fins Sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum." Mas, pergunto, Senhor Desembargador, estaria mesmo a vossa decisão colaborando para o bem comum?
No plano nacional, a nossa primeira Constituição, de 1824, já determinava que a educação elementar seria pública e gratuita. Em nosso passado recente, a Magna Constituição de 1988 garante esse mesmo direito e expande ao determinar a natureza pública e subjetiva do mesmo. O mesmo faz, como não poderia deixar de fazê-lo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1991) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996).
Veja, Senhor Desembargador, em Minas Gerais a primeira legislação para a instrução pública, a Lei no. 13, é do ano de 1835. Ou seja, foi uma das primeiras leis que nossos legisladores acharam por bem aprovar porque reconheciam, mesmo dentro de limites às vezes estritos, a importância da educação pública. De lá para cá, se contarmos, veremos centenas de atos legislativos que, como aquela Lei fundadora, vieram garantir o legítimo direitos dos cidadãos a uma educação pública, gratuita e de qualidade.
No entanto, poderíamos perguntar: estariam esses direitos sendo garantidos de fato? Sabemos que não, e não apenas para os dos "grotões mineiros".E isto não apenas hoje.
A íntegra.

Notícias da greve dos professores: a greve continua

Do blog da Beatriz Cerqueira.
A greve continua
O governo do estado continua trabalhando com informações que não correspondem à realidade. Ele apresenta números à imprensa para construir a idéia de que a greve está acabando. No entanto, fizemos apuração do quadro de paralisação em todas as regiões do estado e sabemos que a greve continua em todas as regiões do estado. A Secretaria de Estado da Educação afirmou hoje que existem apenas 11 escolas em greve. Sabemos que não é real. Este blog chega a ter mais de 15 mil acessos por dia e recebo comentários de todas as regiões de Minas Gerais. Sei que jornalistas também o acompanham. Por isso, quero pedir aos colegas que postem aqui as cidades e escolas atingidas pela greve.

Os prejuízos da copa do mundo, segundo a emissora oficial da fifa

A fonte é insuspeita: a emissora oficial da fifa, da cbf e do neoliberalismo. Pois até a Globo reconhece que a copa do mundo é um conto do vigário. As orgias do capital seguem sempre o mesmo modelo: antes, são absolutamente imprescindíveis, repletas de vantagens para os governos e os povos, verdadeiros presentes que os bondosos empresários dão aos países pobres, com seus investimentos maravilhosos. A velha imprensa faz a divulgação, com estardalhaço, sempre apresentando o ponto de vista do capital como coisa séria e os contestadores como gente ignorantes, radicais a fim de atrapalhar a festa. Quando o circo é desmontado, vai todo mundo embora, deixando a sujeira, os estragos e as contas para trás. A imprensa acompanha o circo e vai falar de outros assuntos, ninguém mais se importa com a rotina dos pobres. O serviço está feito, como manda o modelo capitalista: lucro privado, prejuízo socializado. Esta matéria deve ter escapado à autocensura do veículo, pois mostra a realidade que a Globo se esforça para esconder, ignorando ou distorcendo.

Do Globoesporte.com.
Um ano depois da Copa, estádios da África do Sul amargam prejuízo
Cidade do Cabo, África do Sul
Nem tudo é motivo de comemoração na África do Sul um ano depois da realização da Copa do Mundo. A começar pela utilização do estádio Green Point, que fica na Cidade do Cabo e recebeu oito jogos no Mundial, incluindo uma semifinal. Apesar de receber turistas até hoje, ninguém quer usá-lo. Com capacidade para 58 mil pessoas e vista deslumbrante, o local só foi lembrado para 12 eventos. A empresa francesa que seria responsável pela administração depois da Copa desistiu. Viu que o negócio era prejuízo certo. No dia primeiro de janeiro de 2011, a prefeitura assumiu o comando. Uma votação na Câmera (sic) de Vereadores determinou o destino do estádio. Acredite: uma das propostas era botá-lo abaixo. Optou-se pelo bom-senso. Pelos próximos três anos, o estádio será de responsabilidade do poder público municipal. Sendo assim, Lesley de Reuck ganhou um dos empregos mais difíceis da África do Sul hoje. Ele tem a missão de fazer desse elefante branco algo lucrativo. "Derrubar o estádio é uma ideia louca. Isso custou caro. E é um lugar único. Haverá solução. Estamos contratando profissionais pra isso", explicou o administrador. Mesmo sem uso, o governo sul-africano gasta com manutenção do gramado e do teto. Todo mês, dezenas de funcionários têm que limpá-lo. O curioso é que a Cidade do Cabo abriga um dos maiores times de rugby do mundo: o Stomers, que se recusa a jogar no Estádio Green Point. O clube dispõe de um campo próprio, para 50 mil pessoas, e lucra muito com a venda de camarotes a cada temporada. O pior é que histórias assim se repetem em outros estádios construídos para a Copa. Dos dez palcos do Mundial, só metade tem recebido jogos. A Copa passou, mas o prejuízo para os cofres públicos ficou.
A íntegra.

Sábado tem brincadeira na rua!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A marcha contra Lacerda

Da revista Fórum.
Cresce em BH o movimento Fora Lacerda
Belo-horizontinos saem às ruas neste sábado, ao meio-dia, a partir da Praça da Liberdade
Nos primeiros meses do ano, surgiram vários espaços nas redes sociais, páginas no Facebook, blogs, criticando e contestando a administração do prefeito Márcio Lacerda em Belo Horizonte. Com inspirações diferentes e denunciando questões diversas – venda de ruas, venda de áreas verdes, licitação excludente para a Feira Hippie, perseguição aos artesãos nômades e à população de rua, obras para a Copa sem planejamento e garantia de retorno para a cidade, falta de diálogo com as ocupações e os movimentos sociais, entre outros –, esses espaços, além de registrarem a indignação da população da cidade, também clamavam por uma reação popular apartidária.

O racismo de Monteiro Lobato e Ziraldo

"Escrever é aparecer no tablado de um circo muito mambembe, chamado imprensa, e exibir-se diante de uma assistência de moleques feeble-minded e despidos da menos noção de seriedade. Mulatada, em suma. País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan é país perdido para altos destinos. André Siegfred resume numa frase as duas atitudes. 'Nós defendemos o front da raça branca – diz o sul – e é graças a nós que os Estados Unidos não se tornaram um segundo Brasil'. Um dia se fará justiça ao Kux-Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca – mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destroem (sic) a capacidade construtiva." (Monteiro Lobato)

A polêmica da escritora Ana Maria Gonçalves com o Ziraldo sobre Monteiro Lobato é interessante. Ziraldo, como Minas Gerais, são muitos: na época do Pasquim, entre muitos jornalistas e artistas geniais, ou no mínimo cultos, era o bobo da turma, um traço brilhante com ideias pobres; mas já tinha feito A Turma do Pererê, uma grande criação em quadrinhos brasileiros, que só não é maior que o Negrim do Pastoreio, do também mineiro Nilson; tinha feito também os interessantes Zerois, Supermãe e Jeremias, o bom; mais tarde, Ziraldo criou o best-seller Menino Maluquinho, que deu filhotes e virou filme excelente, nas mãos de mais um mineiro, Helvécio Ratton, e série igualmente boa, adaptada por Ana Muylaert e Cao Hamburger, na TV Brasil (o Pererê também virou série, não tão boa); atualmente, Ziraldo, que caminha para os 80 anos com vigor e criatividade admiráveis, tem programa na tevê pública. Tem ainda o Ziraldo esperto, que não paga seus colaboradores e que ganhou indenização milionária e pensão vitalícia por ter sido perseguido (quem não foi?) pela ditadura militar. Bom de marketing e promoção pessoal (Lobato também era: tornou seu Jeca Tatu garoto propaganda do Biotônico Fontoura), o que não é muito comum em artistas e menos ainda em intelectuais, Ziraldo não pode ser definido de outra forma, porém, senão como intelectual, tamanha a sua obra – ainda que parte dela tenha sido adaptada por outros ou criada em estúdio, coletivamente, à la Maurício de Sousa. Mas Ziraldo escorrega, aqui e ali, desde os áureos tempos do Pasquim. Neste caso derrapa feio na defesa do nosso querido Monteiro Lobato. Este, é claro, derrapou muito mais fazendo campanha pela eugenia. Sabemos aqui que o autor do Sítio do Picapau Amarelo usava sua literatura infantil para demonstrar aos pequenos leitores, sub-repticiamente, a inferioridade racial dos negros. Realmente, os livros de Lobato estão recheados de passagens preconceituosas, que nós relevamos em nome das histórias deliciosas que encheram a fantasia de muitas gerações de crianças brasileiras. (Num dos livros, se não me engano A reforma da natureza, o escritor inclui entre os grandes líderes mundiais o fascista Mussolini.) Uma coisa, porém, é ter preconceitos e transmiti-los involuntariamente na sua obra, no começo do século passado, quando a abolição da escravatura no País era ainda recente e o mundo atravessa período conturbado; outra coisa é ser um convicto defensor da superioridade da raça branca e da sua purificação, antes mesmo da ascensão do nazismo. Pior: usar deliberadamente sua literatura infantil para incutir nas crianças seus preconceitos. Não conheço a resposta do Ziraldo, mas o texto da escritora, publicado em fevereiro deste ano, é irretocável. As cartas de Lobato citadas são de estarrecer. Não pertencem ao passado: lembram as manifestações fascistoides na internet contra a candidatura Dilma, em 2010.

Carta aberta ao Ziraldo
Ana Maria Gonçalves
Caro Ziraldo,
Olho a triste figura de Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, estampada nas camisetas do bloco carnavalesco carioca "Que merda é essa?" e vejo que foi obra sua. Fiquei curiosa para saber se você conhece a opinião de Lobato sobre os mestiços brasileiros e, de verdade, queria que não. Eu te respeitava, Ziraldo. Esperava que fosse o seu senso de humor falando mais alto do que a ignorância dos fatos, e por breves momentos até me senti vingada. Vingada contra o racismo do eugenista Monteiro Lobato que, emcarta ao amigo Godofredo Rangel, desabafou: "(...) Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. "Que foi?" "Desastre na Central." Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!..." (em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).
Ironia das ironias, Ziraldo, o nome do livro de onde foi tirado o trecho acima é inspirado em um quadro do pintor suíço Charles Gleyre (1808-1874), Ilusões Perdidas. Porque foi isso que aconteceu. Porque lendo uma matéria sobre o bloco e a sua participação, você assim o endossa : "Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista". A gente quem, Ziraldo? Para quem você se (auto) justifica? Quem te disse que racismo sem ódio, mesmo aquele com o "humor negro" de unir uma mulata a quem grande ódio teve por ela e pelo que ela representava, não é racismo? Monteiro Lobato, sempre que se referiu a negros e mulatos, foi com ódio, com desprezo, com a certeza absoluta da própria superioridade, fazendo uso do dom que lhe foi dado e pelo qual é admirado e defendido até hoje. Em uma das cartas que iam e vinham na barca de Gleyre (nem todas estão publicadas no livro, pois a seleção foi feita por Lobato, que as censurou, claro) com seu amigo Godofredo Rangel, Lobato confessou que sabia que a escrita "é um processo indireto de fazer eugenia, e os processos indiretos, no Brasil, 'work' muito mais eficientemente".
Lobato estava certo. Certíssimo. Até hoje, muitos dos que o leram não veem nada de errado em seu processo de chamar negro de burro aqui, de fedorento ali, de macaco acolá, de urubu mais além. Porque os processos indiretos, ou seja, sem ódio, fazendo-se passar por gente boa e amiga das crianças e do Brasil, "work" muito bem. Lobato ficou frustradíssimo quando seu "processo" sem ódio, só na inteligência, não funcionou com os norte-americanos, quando ele tentou em vão encontrar editora que publicasse o que considerava ser sua obra prima em favor da eugenia e da eliminação, via esterilização, de todos os negros. Ele falava do livro "O presidente negro ou O choque das raças" que, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, país daquele povo que odeia negros, como você diz, Ziraldo, foi publicado no Brasil. Primeiro em capítulos no jornal carioca A Manhã, do qual Lobato era colaborador, e logo em seguida em edição da Editora Companhia Nacional, pertencente a Lobato. Tal livro foi dedicado secretamente ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, em meio à vasta e duradoura correspondência trocada pelos dois: "Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (...) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha".
Impossibilitado de colher os frutos dessa poda nos EUA, Lobato desabafou com Godofredo Rangel: "Meu romance não encontra editor. [...]. Acham-no ofensivo à dignidade americana, visto admitir que depois de tantos séculos de progresso moral possa este povo, coletivamente, cometer a sangue frio o belo crime que sugeri. Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros."

CEF tira do ar comercial racista com Machado de Assis

A propaganda, que apresentou o escritor como branco e alto, provocou protestos e um belo artigo da escritora Ana Maria Gonçalves. Machado era mulato – ou afrodescendente. Como todos nós, aliás, independentemente da cor da pele e apesar do que quer a direita fascistoide. A Caixa pediu desculpas, comportamento de um governo decente. Exagera a nota quando diz que a Caixa sempre agiu assim. Falta explicar o que fez com as poupanças de ex-escravos.

Do saite da Caixa Econômica Federal.
Nota da Caixa
Peça publicitária Machado de Assis
Brasilia, 20 de setembro de 2011.
A Caixa Econômica Federal informa que suspendeu a veiculação de sua última peça publicitária, a qual teve como personagem o escritor Machado de Assis. O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial. A Caixa reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Governo Federal. A Caixa nasceu com a missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial. Jorge Hereda
Presidente da Caixa Econômica Federal

Notícias da greve dos professores: a desinformação do Tribunal de Justiça

Governo estadual, "grande" imprensa e tribunal de justiça desinformam professores e população.

Do blog da Beatriz Cerqueira.
O Tribunal de Justiça não pode omitir informações
Diante das informações veiculadas pelos meios de comunicação parece que o Tribunal de Justiça resolveu omitir informações da sociedade. Fato gravíssimo que merece apuração. Ao ser questionada pela imprensa, a assessoria de comunicação do TJMG não confirmou o protocolo do recurso apresentado pelo sindicato. Postura vergonhosa de quem é prestador de serviço à população. Para que não restem dúvidas, informo abaixo os números dos protocolos. O Sind-UTE não mente nem omite informações. Não podemos dizer o mesmo da assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Em 19/9 (segunda-feira), número do protocolo do recurso apresentado pelo Sind-UTE MG sobre a decisão do desembargador Roney Oliveira: 0000616660200115. O desembargador, diferente da agilidade com que decidiu a liminar pedida pelo Ministério Público, ainda não se pronunciou. Em 20/9 (terça-feira), número do protocolo reiterando o recurso apresentado no dia 19/9 (segunda-feira): 0000621528200117.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Brasil segundo Veja, a revista semanal de ficção

Boa sacada da Agência Carta Maior. Realmente é incompreensível que o governo Lula/Dilma anuncie na revista. É não só bancar quem o ataca, o que governo nenhum faz, mas também financiar o mau jornalismo.

Vinte anos nas capas da 'Veja'
O presidente Lula sofreu impeachment em agosto de 2005. Quase ninguém se lembra dele. Era um trapalhão barrigudo, chefe de quadrilha e ignorante. A história seria assim, se o mundo virtual da revista Veja fosse real. Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar. O ex-metalúrgico, por sua vez, é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.
A íntegra.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A militarização da política nos governos neoliberais

Do Sul 21.
PMs comandam "choque de ordem" de Kassab em SP
Da Redação
O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (sem partido) conta com 96 policiais militares aposentados no comando de 28 das 31 suprefeituras da capital paulista. O processo, classificado como "choque de ordem" pelo próprio prefeito, começou em 2008 e se intensificou com a derrota de José Serra (PSDB) para a presidência em 2010 e a formação do PSD, liderado por Kassab. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (19/9/11), Kassab tenta, com as nomeações, recuperar a imagem de bom administrador da cidade. Pesquisa do Instituto Datafolha de setembro mostrou a menor aprovação do governo em quatro anos, por apenas 24% da população. No comando das subprefeituras, os policiais militares da reserva atuam no combate aos camelôs. Com as indicações, Kassab tenta evitar as acusações de loteamento político e denúncias de cobrança de propina que sempre cercaram esses órgãos, além de abrir diálogo com setores da Polícia Militar.
A íntegra.

Professores reagem à campanha de desinformação do governo Anastasia

Dinheiro para propaganda em tevê, rádio e jornais o governo tem, mas para pagar o piso salarial dos professores, que é lei, não tem. Quanto será que custaram as mensagens publicitárias veiculadas no fim de semana pelo "professor" Anastasia? Não é simples questão de dinheiro: os governos neoliberais não pagam bem os professores porque não querem melhorar a educação pública. Povo educado não é manipulado e não vota na direita reacionária.

Do blog da Beatriz Cerqueira.
Precisamos da sua ajuda
Durante o fim de semana, a sociedade mineira assistiu, ouviu e leu uma ostensiva campanha publicitária do governo do estado. Além de divulgar a decisão provisória do desembargador Roney Oliveira, o governo "convocou a categoria" para o retorno às atividades nesta segunda-feira. É importante registrar a "agilidade"com que o governo comprou os espaços em TV, rádios e jornais impressos. A "agilidade" dele foi maior para preparar as peças publicitárias. Diante de tanta "agilidade", fica a dúvida de quando o governo teve acesso a esta decisão para que desse tempo para toda esta ofensiva nos meios de comunicação... Temos um desafio: não retornar às atividades mantendo a nossa greve. É esta a orientação do Sindicato. A decisão do Desembargador é provisória e recorreremos na primeira hora desta segunda-feira. A multa é para o sindicato, que já declarou que assume o risco de pagá-la. No mesmo dia em que foi divulgada a decisão do desembargador, conseguimos uma reunião com a presidenta Dilma, marcamos o evento de lançamento do relógio da copa e conseguimos uma reunião com o líder do governo na Assembleia Legislativa para esta terça-feira, dia 20/9. Nada disso surtirá o efeito necessário se a nossa greve acabar como o governo está anunciando. Por isso, precisamos de ajuda.

O que governos neoliberais fazem com manifestações de trabalhadores

Põem a PM para impedir, bater e até matar, se for preciso. Governos neoliberais continuam as políticas da ditadura. A polícia brasileira ainda é a mesma da ditadura. A justiça também.

Do saite da CUT.
Nos 6 anos do assassinato de Jair Antônio da Costa, sapateiros gaúchos exigem justiça
Todos os dias 30 de setembro, os trabalhadores gaúchos lembram a memória de Jair Antônio da Costa, dirigente do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, assassinado covardemente nesta data no ano de 2005 pela Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul durante o desgoverno tucano de Yeda Crusius. Jair foi agredido e morto por policiais durante manifestação pacífica do setor coureiro-calçadista por condições dignas de vida e trabalho. Até hoje os criminosos continuam soltos. Neste ano, a Federação Democrática dos Sapateiros do Rio Grande do Sul e os Sindicato da categoria voltam às ruas para cobrar o fim da impunidade e exigir a prisão dos policiais militares que o executaram.

Dilma é primeira mulher a abrir assembleia da ONU

Do Blog do Planalto.
Presidenta Dilma Rousseff chega a Nova York para a 66ª sessão da Assembleia Geral da ONU
A presidenta Dilma Rousseff desembarcou na manhã deste domingo (18/9) no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, Estados Unidos. Prevista para ocorrer até o dia 23 de setembro, a missão presidencial tem como objetivo a participação de Dilma Rousseff no debate geral da 66ª sessão da Assembleia Geral da ONU, onde será a primeira mulher a abrir o debate, tarefa que cabe tradicionalmente ao Brasil. Ainda nos EUA, a presidenta participará de eventos promovidos pelas Nações Unidas e instituições privadas e de encontros bilaterais com chefes de Estado e de Governo.

Notícias da greve dos professores: Dilma recebe dossiê preparado pelo Sind-UTE

Que tal o governo federal destinar recursos para pagamento do piso salarial e fazer alarde disso, como fez com os R$ 3 bilhões que está destinando a obras para a copa do mundo?

Do saite da CUT.
Presidenta Dilma recebe CUT e Sind-UTE
Durante sua visita à capital mineira, na sexta-feira (16/9/11), a presidenta Dilma Rousseff recebeu o secretário nacional de Formação da CUT, José Celestino Lourenço, e a presidenta do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira (Bia), e se comprometeu a mediar negociação entre o governo de Minas e o Sindicato. Na avaliação da presidenta do Sind-UTE, "esta reunião nos fortalece, pois o apoio da presidenta da República reforça a nossa convicção desta justa causa dos trabalhadores em educação de Minas Gerais". Bia sublinhou a importância e a urgência de que seja estabelecida uma política nacional do cumprimento do Piso Salarial. "Entendemos tratar-se de uma tarefa do governo nacional, pois diz respeito ao cumprimento de uma lei federal", frisou. Dilma também recebeu das mãos de Bia um dossiê pormenorizado que comprova o descumprimento da Constituição Federal pelo governo do estado, no que diz respeito ao investimento dos 25% para a educação pública, conforme relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado.

Notícias da greve dos professores: deputados vêm a Minas pelo pagamento do piso

Do saite da CUT.
Subcomissão Especial da Câmara visitará estados para cobrar aplicação do Piso do Magistério
A Comissão de Educação e Cultura aprovou nesta semana, por unanimidade, a criação de uma Subcomissão Especial para fazer um diagnóstico sobre a implementação, pelo estados, do Piso Salarial Nacional do Magistério, previsto na lei n 11.738/08. As visitas começarão por Minas Gerais e Ceará, onde os professores, em greve, reivindicam o pagamento do Piso. O objetivo da subcomissão é visitar todos os estados da federação para que seja feito um diagnóstico da situação em todo o país. Os trabalhos da subcomissão serão feitos em parceria com a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Piso Salarial Nacional dos Professores, comandada pela presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputada Fátima Bezerra (PT-RN).

Notícias da greve dos professores mineiros: o apoio da CUT nacional

Nota da CUT indica o caminho da mobilização dos trabalhadores para fazer prevalecer no governo federal a política contra a recessão e de aumento de salários e empregos, diante da crise econômica mundial do capitalismo. O piso salarial nacional dos professores é o ponto mais importante desse movimento, por suas repercussões na qualidade da educação pública. Um país democrático, com igualdade de oportunidades, começa pela educação pública de qualidade para todos. É impossível educação de qualidade sem pagamento decente aos educadores. Não é admissível que o governo Anastasia tenha dinheiro para gastar à vontade com a copa de 2014 e não tenha dinheiro para educação.

Do saite da CUT.
Resolução da Executiva Nacional da CUT: Aumento da pressão por ganhos reais de salário, apoio às greves e lutas em curso são prioridades da Central.
A Executiva Nacional da CUT, reunida em São Paulo nos dias 13 e 14 de setembro de 2011, aprovou a seguinte resolução sobre conjuntura.
A crise econômica não se combate com ajuste fiscal
A crise capitalista internacional iniciada nos EUA em 2008 continua a se aprofundar com desaceleração e instabilidade econômica, particularmente nos Estados Unidos, Europa e Japão, e aumento do desemprego e da pobreza no mundo. O sistema financeiro internacional também continua sem mecanismos de controle e mantém-se o mercado especulativo fortalecido, através de políticas e programas de apoio dos governos que protegem o interesse dos grandes bancos em detrimento do salário, emprego e direitos de milhões de trabalhadores, trabalhadoras e jovens em todo o mundo. Além disso, a guerra continua sendo um poderoso e brutal mecanismo de ingerência sobre a soberania nacional de países periféricos, mantendo a indústria bélica como um importante setor de valorização do capital e destruição de forças produtivas, especialmente de vida humana. Ao mesmo tempo, persiste o discurso de solução para a crise baseada na política neoliberal que a gerou, buscando-se a redução da relação dívida/PIB com políticas recessivas e aperto fiscal, reduzindo a capacidade de planejamento e ação dos Estados. Na esteira da redução dos gastos públicos vem a pressão pelas reformas previdenciária e trabalhista para retirar direitos e desregulamentar as relações de trabalho, com arrocho salarial e diminuição dos investimentos em políticas públicas. Crise econômica não se combate com ajuste fiscal (sem qualquer mudança da estrutura tributária regressiva e injusta), privilégios à especulação, recessão e criminalização dos salários. Se até o momento a manifestação da crise no Brasil foi menos intensa, foi por ter sido enfrentada com maiores investimentos públicos, distribuição de renda e diminuição da pobreza, valorização do mercado interno e geração de empregos e renda, como a CUT e os movimentos sociais sempre defenderam, através de mobilização e pressão pela forte presença do Estado como indutor do desenvolvimento. (...) Contra o retrocesso, a CUT reafirma a necessidade de ocuparmos as ruas com grandes mobilizações e greves, disputando nossas propostas por um novo modelo de desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda e valorização do trabalho para o Brasil. (...) Enfrentamento à crise se faz com a implementação do piso nacional da educação, destinação de 10% do PIB para a Educação, com o fim das privatizações dos aeroportos, com maior controle público sobre os setores estratégicos da economia nacional. Enfrentamento à crise se faz com a aprovação da Emenda 29, que destina maiores recursos para a saúde. (...) A CUT conclama sua militância a ampliar e fortalecer as campanhas em curso, como as greves dos trabalhadores da educação. Nesta quinta-feira, 15 de setembro, completa-se 100 dias de greve liderada pelo Sind-Ute contra a truculência do governo tucano Anastasia-Aécio de Minas Gerais. A CUT convoca suas entidades e todas as categorias a apoiarem a greve do Sind-Ute com mobilizações e solidariedade.
A íntegra.