quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A vergonha do piso salarial dos professores estaduais em Minas

MEC reajusta o piso dos educadores em 22,22%. Minas Gerais, fora da lei, vai pagar apenas 5%.

Matéria no Blog do Euler.


O Judiciário dos "vagabundos"

Minoria de juízes desonestos faz barulho contra a fiscalização.

Da CartaCapital.
"Calmon tem postura forte e sabe que está acuada politicamente"
A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, expôs, novamente, as feridas do Judiciário nesta terça-feira 28/2/12. Durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), que discute a proposta de emenda constitucional que amplia e reforça os poderes correcionais do CNJ, a ministra disse ser necessário punir juízes "vagabundos" para proteger uma maioria de magistrados honestos. Segundo Frederico Ribeiro de Almeida, coordenador do curso de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e cientista político, em entrevista à CartaCapital, há um corporativismo entre os magistrados. Para o estudioso, os desvios éticos sempre existiram, mas devido "o Judiciário ser um poder muito fechado, não se tornavam públicos". Na audiência, também se desmistificou o argumento de que a corrupção de magistrados se concentra no Sudeste, região onde foram identificados vultuosos pagamentos antecipados – da ordem de 1 milhão de reais – em São Paulo e, em menor escala, no Rio de Janeiro. "Os estados mais pobres são aqueles que pagam mais. Tanto que muita gente [magistrados] não quer ser ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque vai ganhar muito menos", comentou a ministra.
A íntegra.

Mais despejo em nome da Copa em Belo Horizonte

Agora é a feira do Mineirinho -- 600 expositores e 5 mil empregos -- que vai ser desalojada.

Do jornal O Tempo.
Obras da Copa desalojam feira de arte do Mineirinho
29/2/2012
O futuro dos 600 expositores que atuam na Feira Mineira de Arte e Artesanato do Mineirinho, às quintas-feiras e aos domingos, começará a ser definido hoje à tarde num encontro dos expositores e representantes do governo. Os feirantes, que estão instalados na parte externa do estádio há uma década, terão que deixar o local para reformas do espaço. O Mineirinho fará parte do complexo esportivo do Mineirão na Copa de 2014. Os expositores prometem seguir em carreata da Pampulha até a Assembleia, a partir das 13h de hoje. "O que estamos percebendo é que há uma resistência do governo do estado em deixar a feira naquele espaço. Não somos contra a Copa do Mundo, mas que isso não signifique passar por cima da nossa dignidade", disse a presidente da Associação da Feira Mineira de Arte e Artesanato do Mineirinho (Asfemaa), Antônia Lúcia Pereira. A feira funciona no espaço há dez anos e, há cinco, é administrada por uma empresa particular por meio de licitação. Segundo a Asfemaa, 5.000 empregos diretos e indiretos são gerados com o funcionamento do espaço de venda de produtos artesanais e alimentícios.
A íntegra.

"Se queres a paz, prepara-te para a guerra"

Diziam os romanos há dois mil anos e agora dizem os chineses.

Do Diário do Centro do Mundo.
Os chineses estão se armando — e é fácil entender por quê
29th fevereiro 2012 written by Paulo Nogueira
No início dos anos 1920, o escritor britânico Bertrand Russell passou alguns meses na China, num ciclo de palestras. Ao voltar ao Reino Unido, Russell escreveu um livro sobre o que viu, chamado "O Problema da China". Russell afirmou que a China poderia se tornar o maior país do mundo – desde que se tornasse militarmente mais forte. Naqueles dias, a China era virtualmente ocupada pelas potências ocidentais, depois de ter sofrido sucessivos reveses em guerras no século 19 exatamente por falta de cultura bélica. (No pior deles, nas chamadas Guerras do Ópio, a Inglaterra impôs que os chineses deixassem a droga ser vendida livremente no país. O ópio, produzido na Índia, era a espúria contrapartida que a Inglaterra encontrara para equilibrar seu comércio com a China, de quem consumia chá, seda e porcelana.) As reflexões de Russell, quase cem anos depois, podem ajudar a entender a barulhenta controvérsia destes dias em torno do orçamento militar chinês. Como a economia do país, os gastos com a defesa têm crescido a uma taxa anual na casa dos dois dígitos. Os Estados Unidos protestam, talvez por imaginarem que a China seja como eles mesmos. Mas não poderia haver duas culturas mais diferentes: a americana é a do consumo, da ganância, da ostentação e da dominação exploradora. A chinesa, derivada de Confúcio, é pacífica, centrada na educação dos jovens, respeito aos velhos e lealdade com os amigos. Os chineses não são beligerantes, historicamente. Mas tolos também não são. Aprenderam com o passado em que sofreram sucessivas agressões. Veja o que diz num editorial o jornal chinês Global Times, que reflete o pensamento do governo: "Sem uma defesa formidável, os sentimentos irracionais contra a China podem piorar, e se converter em ação. Na condição de maior potência militar, os Estados Unidos colocaram a China no centro de sua estratégia de defesa. A história prova que os Estados Unidos são ávidos por ações militares. Quando os americanos estão confiantes em sua superioridade, eles costumam usar a pressão militar sem nenhuma cerimônia." Clap, clap, clap. Aplausos para a sabedoria chinesa. Quem acredita que o interesse dos Estados Unidos na questão do orçamento militar chinês é a paz acredita em tudo, como disse Wellington.

Aumento da criminalidade em Minas Gerais

Não há nada que funcione bem em Minas nos governos Aécio-Anastasia, exceto a propaganda.

Do iG Minas Gerais.
Homicídios aumentam 16,33% em 2011 em Minas Gerais
Pela primeira vez em sua gestão, o governador Antonio Anastasia (PSDB) admitiu alta nos índices de criminalidade no estado
Por Denise Motta, 29/2/2012
Pouco antes das 6 horas desta quarta-feira (29), um homem foi assassinado a tiros em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Cerca de seis horas depois, outro homem foi assassinado da mesma forma, desta vez em Igarapé, também na Grande Belo Horizonte. Entre um crime e o outro, o governo mineiro divulgou uma estatística alarmante. De 2010 para 2011, o número de assassinatos no estado cresceu mais de 16%. Pela primeira vez em sua gestão, o governador Antônio Anastasia (PSDB) admitiu alta nos índices de criminalidade no estado. Nesta quarta-feira (29), a Secretaria de Estado de Defesa Social divulgou dados de 2011 sobre a criminalidade em Minas Gerais, indicando um aumento, em relação a 2010, de 10,8% na taxa de crimes violentos (homicídios, homicídios tentados, estupros, roubos e roubos à mão armada). Quando fala-se apenas em homicídios, o índice de aumento sobe para 16,33%. De 15,84 para 18,43 a cada 100 mil habitantes. A divulgação dos dados de violência no estado ocorreu após pressão de jornais mineiros. Em reportagens, eles questionaram a falta de transparência nas estatísticas no governo Anastasia.
A íntegra.

Latifundiários e especuladores manipulam acesso à moradia, diz urbanista

Entrevista esclarecedora da urbanista Emínia Maricato, que ajudou a elaborar o "Minha Casa, Minha Vida" e a criar o Ministério das Cidades. Ela diz que a questão da moradia entrou na agenda do governo federal, mas a questão urbana, não:
"- Foi retomada a política de habitação e saneamento no governo Lula. Já a questão urbana não entrou, pois essa questão não trata apenas de obras. A questão urbana é, principalmente, a questão fundiária e imobiliária. Mas não entrou inclusive porque é de competência municipal...
- O problema do federalismo.
- Sim, a política urbana é de aplicação complexa no Brasil, porque o município é muito autônomo. E o poder local do município é um poder dominado pelo capital imobiliário e pelos proprietários de terra.
- Trata-se da origem na questão da luta de classes, propriedade de terra?
- Trabalhei quatro décadas fazendo proposta de governo e estou explicando isso, pois digo que não falta lei nem planos para organizar as cidades. Não há nenhum plano de transportes que não comece dizendo que o transporte coletivo é prioritário. Plano todo município brasileiro com mais de 20 mil habitantes tem. Agora, como que algumas capitais lá no Nordeste, ou no Norte, ainda tem mais de 50% da população morando ilegalmente, fora de qualquer plano ou de qualquer lei? Porque existe uma materialidade, que está na produção do espaço e nos interesses que regem essa produção, e que simplesmente é ignorada.
- Como em Pinheirinho, onde se observou essa materialidade.
- O caso de Pinheirinho aconteceu aqui do nosso lado, perto de São Paulo, não foi no interior do Pará. E ficou claro como se dá a decisão judicial, com aparato bélico. A lei que a juíza tem na cabeça, aquela lei da propriedade privada absoluta, não existe mais no Brasil, desde a Constituição de 1988. Não existe mais e, no entanto, ainda está na cabeça dos juízes, e isso é duro. Agora, existe uma ilegalidade como regra no campo brasileiro. Há uma bibliografia imensa sobre fraudes registrárias no País. No meu ponto de vista, o código está sendo apoiado para regularizar as propriedades. No entanto, quando eles invadem isso não gera protestos. Isso não é discurso radical, trata-se de algo científico, tenho pilhas de artigos sobre isso.
- Pegando o exemplo do município de São Paulo, novamente. O que inibe a entrada de empreendedores nas regiões centrais, para a construção de moradias populares?
- O lucro."

A íntegra da entrevista no blog do Luís Nassif.

A suspensão do programa nuclear da Coreia do Norte

A notícia mais surpeendente dos últimos anos. Está por ser explicada.

Do Sul 21.
Coreia do Norte aceita suspender programa nuclear em troca de alimentos
Da Redação
A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (29/2/12) a suspensão de seu programa nuclear em troca de um pacote de 240 mil toneladas de alimentos dos Estados Unidos. Segundo o acordo, estão suspensos o enriquecimento de urânio e os testes de armas nucleares como, por exemplo, os mísseis de longo alcance. Além disso, a Coreia do Norte também autorizará a visita e o monitoramento de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) para a desativação do reator nuclear norte-coreano de Yongbyon. O Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte confirmou o acordo em comunicado, destacando que as negociações com as autoridades dos Estados Unidos "ofereceram um espaço para uma discussão sincera e profunda de medidas para a construção e o progresso de uma relação de confiança". Em outro comunicado, o Departamento de Estado dos EUA qualificou o acordo como um progresso "importante, mesmo que limitado". "Os Estados Unidos continuam a ter profunda preocupação com o comportamento da Coreia do Norte em diversas áreas. Mas o anúncio de hoje reflete um progresso importante, mesmo que limitado, nessas questões", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland. Em troca das concessões norte-coreanas, os Estados Unidos estariam "preparados para melhorar as relações bilaterais, no espírito de respeito mútuo pela soberania e igualdade", além de incentivar o intercâmbio cultural, educacional e esportivo com os norte-coreanos. Uma reunião para acertar os detalhes da ajuda alimentar será realizada entre EUA e Coreia do Norte na próxima semana. Segundo o jornal New York Times, o governo Obama se recusou a admitir oficialmente que a ajuda alimentar estaria envolvida com as negociações, e que a doação teria fins puramente humanitários, o que foi desmentido pelas autoridades norte-coreanas. O anúncio ocorre apenas dois meses depois da morte do ex-líder Kim Jong-il, que foi sucedido pelo seu filho, Kim Jong-un.
A íntegra.

Último dia para nos protegermos da Google

Antes que a nova política de privacidade da empresa entre em vigor e forneça todas as informações dos seus usuários.

Do Olhar Digital.
Apague todo o seu histórico do Google antes da nova política de privacidade entrar em vigor

Novas regras do saite de buscas começam a valer em 1 de março. Saiba como remover seus dados de pesquisa recente do Google
A nova -- e muito criticada -- política de privacidade do Google entra em vigor em 1º de março. E muitos estão preocupados com o monitoramento da gigante das buscas sobre nossas atividades na web. Para quem não sabe, todo o seu histórico nos saites do Google serão misturados e compartilhados entre todos os produtos que você usa da empresa, como YouTube e Google+. Isso significa que uma busca pelo nosso nome poderá revelar muito mais sobre nós: o que gostamos ou não, informações de saúde, religião, tendências, preferências sexuais, idade, entre outras (saiba mais aqui). Mas, para quem não deseja ter sua privacidade, em tese, invadida, criamos um rápido tutorial de como você pode remover seu histórico da web e impedir que outros dados sejam armazenados pelo Google no futuro. Acompanhe abaixo. Primeiro, acesse o saite https://www.google.com/history e digite seu login e senha. Então, você provavelmente visualizará as novas políticas de privacidade da empresa. Já na página seguinte, se o seu histórico da internet estiver habilitado, você verá uma lista de pesquisa com os links mais recentes e outros saites visitados. No topo da página, clique no botão "Remover todo o Histórico da web", e pronto. Todos os seus dados de pesquisa até então guardados pelo Google serão removidos. Caso queira armazenar essas informações novamente, basta seguir o mesmo caminho e clicar no botão azul "Retornar", também no topo da página. Vale lembrar que, se você possui mais de uma conta no Google, terá de repetir o processo para cada uma delas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aécio não vai trabalhar

Ora em campanha para 2014 (!), ora fazendo propaganda de cerveja, ora mergulhando "no paraíso" de Fernando de Noronha, o fato é que o senador Aécio não comparece ao Senado, onde deveria defender os interesses de Minas, para o qual foi eleito. É o que dizem as notícias. Mas quem se importa com isso?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Luxemburgo no Galo

Não, ele não vai voltar, felizmente, mas depois do primeiro treino no Grêmio, hoje, lembrou-se do Galo: "O único time que eu não levei à Libertadores foi o Atlético Mineiro", disse, em coletiva. Pois é.

Terror em Nova Lima: PM invade casa de professor da UFMG

Do Blog da Kika Castro.
Nada a declarar, governador Anastasia?
Texto de José de Souza Castro, 23/2/12
Não faz tanto tempo assim, a denúncia que o cientista político Fernando Massote, professor aposentado da UFMG, publicou em seu blog, seria pauta para a imprensa mineira e para as sucursais dos jornais de fora do Estado. No JB dos anos 70 e 80, certamente seria. Agora, provavelmente cairá no vazio. Como mudou a imprensa! O que não mudou muito ainda, a julgar pelo caso narrado e pela notícia sobre manipulação dos números de crimes em Minas é a Polícia Militar, que teve seus dias mais negros durante a ditadura pós 64. A íntegra da denúncia de Massote pode ser lida aqui. Em resumo, ele diz que sua casa foi invadida por policiais militares, por duas vezes, sem qualquer mandato judicial. A casa fica no bairro Ouro Velho Mansões, em Nova Lima. O professor vem lutando ali, há muito tempo, contra um grupo de moradores que querem fechar o bairro para obrigar a todos a pagar uma taxa – algo parecido com o que faziam os barões assaltantes de estradas nos tempos medievais. "Barões" que contam com o apoio da PM.
A íntegra.

Carnaval em BH: Bloco da Praia recupera tradição de protesto com humor

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Contra a construção da estrada boliviana que pretende cortar a Amazônia

Estradas levam "progresso" e destruição aos locais por onde passam, porque depois de construídas não há mais controle sobre a devastação do ambiente. Os moradores não são consultados e suas culturas não são respeitadas, o que prevalece é a cultura dominante do capital que transforma tudo em mercadoria.

Da Avaaz.
Continuemos firmes para salvar a Amazônia
Neste exato momento, o governo da Bolívia está exercendo uma enorme pressão sobre as comunidades indígenas para aprovar a construção de uma mega-rodovia que passará por uma área protegida bem no coração da Amazônia. Mas estas comunidades estão lutando contra isso e nós podemos ajudá-las a resistir. No ano passado, fizemos nossas vozes serem ouvidas em apoio a essas corajosas comunidades indígenas e juntos forçamos o presidente Morales a assinar uma lei que prometia preservar o parque natural do Tipnis para sempre. Mas o governo, apoiado pelo Brasil e pelos interesses da poderosa indústria do petróleo internacional e dos produtores de coca, lançou uma contra-ofensiva para derrubar a lei. Agora eles estão tentando conduzir um processo de consulta falho a fim de neutralizar as vozes dos proprietários légitimos da terra e liberar a área para a exploração desenfreada e o desmatamento. Tudo pelo que as comunidades indígenas lutaram está sob ameaça neste momento, mas eles estão planejando mais uma audaciosa marcha. Se organizarmos um protesto regional maciço, poderemos convencer o presidente Morales e seus aliados brasileiros a repensarem o projeto e criarem uma nova rota para a estrada em torno do parque. A petição será entregue aos gabinetes de Evo Morales e Dilma Rousseff quando alcançarmos 500.000 assinaturas.
Para assinar a petição, clique aqui.

Carrão, estrada e fiscalização ruins, motorista sem educação e álcool não combinam

A presidente Dilma me surpreende demonstrando sensibilidade para coisas miúdas do cotidiano do brasileiro como a mortandade nas estradas durante os feriados e fins de semana. São 70,5 milhões de veículos, 18 milhões dos quais motocicletas -- a moto é o verdadeiro carro popular brasileiro. Estradas e carros no Brasil matam mais que guerras, é um crime do modelo de desenvolvimento adotado desde JK e agravado no governo Lula, que entrega essas armas de matar a motoristas mal educados nas nossas péssimas escolas, mais ainda dirigir nas nossas péssimas estradas, mais ainda pôr cada vez mais veículos nelas e mais ainda com a polícia rodoviária pouco numerosa e omissa. Carrões, ônibus, caminhões e motos, tudo misturado nessas estradas sem ultrapassagem e sem acostamento: é claro que vai morrer muita gente todos os dias. É um dos problemas mais graves do País -- o maior de todos continua sendo a educação. Quando será que a presidente vai dar à educação fundamental (de qualidade e em tempo integral para todas as crianças) a importância que merece?

Do Blog do Planalto.
Presidenta Dilma pede atenção e prudência aos motoristas na volta do feriado de carnaval
A presidenta Dilma Rousseff fez hoje (20/2/12) um alerta para os motoristas que vão pegar a estrada no retorno do carnaval e destacou que a maioria dos acidentes pode ser evitada com mais de cuidado e responsabilidade. Nesta edição do programa Café com a Presidenta, ela chamou atenção para o perigo de consumo de bebida alcoólica antes de dirigir e fez um balanço das campanhas federais de prevenção a acidentes nas rodovias. "No meio de tanta festa e tanta diversão, tem uma coisa que me preocupa muito nessa época, são os acidentes de trânsito nas estradas e nas cidades. O que a gente percebe, é que, na maioria das vezes, os acidentes poderiam ter sido evitados com um pouco mais de cuidado e responsabilidade dos motoristas.” Desde o dia 15 de dezembro até o próximo domingo (26), o governo federal está fazendo uma operação integrada nas rodovias federais, estaduais e municipais, a Operação RodoVida. [...] "O folião tem que ter samba no pé e juízo na cabeça". "Tem gente que ainda acha que pode beber e dirigir, e que nada de ruim vai acontecer, mas não é assim, a gente sabe. É preciso mudar esse comportamento – álcool e volante não combinam mesmo. Quem bebe fica com os reflexos muito mais lentos para reagir a uma situação de perigo; perde a noção da distância, e, em uma curva perigosa, tudo pode acontecer. Se beber é melhor pegar uma carona com o amigo, ir de táxi, de ônibus ou até adiar um pouco a viagem." Outro alerta da presidenta diz respeito ao amento do volume de veículos nas estradas, o que requer maior atenção por parte dos motoristas. Atualmente, a frota de veículos no país ultrapassa a marca de 70,5 milhões. "Desse total, 18 milhões são motocicletas. Isso acaba gerando uma outra preocupação muito grande, que é o número expressivo de motociclistas envolvidos em acidentes fatais, principalmente pela falta de capacete. Os motociclistas já representam um quarto das mortes no trânsito, e isso é terrível, porque a grande maioria dessas pessoas, dessas vítimas são jovens. Por isso, mais uma vez, é importante que a gente alerte: se beber, não dirija. E se dirigir, não beba", concluiu.
A íntegra.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Parque das Mangabeiras: mirante interditado e torneiras sem água

O mirante do Parque das Mangabeiras, o ponto mais procurado pelos visitantes, continua interditado, "por motivo de segurança". É que algumas tábuas do piso estão soltas. "Há três meses ou mais", segundo funcionários. Em vez de consertar, a administração Lacerda interdita -- como fez com o Parque Municipal no ano passado, também durante meses, quando uma árvore caiu e matou uma cidadã. Meio ambiente não é prioridade do prefeito, que se empenha em vender todas as áreas públicas municipais, inclusive mercados, ruas e matas. Um painel na entrada do Mangabeiras ressalta que o parque é "a maior área verde de Belo Horizonte". E a gente se pergunta até quando. Os quiosques espalhados na mata, e que servem para piqueniques, estão caindo aos pedaços; das torneiras dos banheiros não sai uma gota d'água. Cercado pela especulação imobiliária agressiva, abandonado como está pelo governo, até quando aquele ambiente natural que serve de refúgio para micos, quatis, canarinhos chapinhas, borboletas, jacupebas, esquilos e inúmeras outras espécies animais -- além de seres humanos -- será mantido intacto?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Aos 32 anos, PT belo-horizontino agoniza?

A sequência de textos e comentários abaixo, publicados no blog Fora Lacerda, mostra um pouco das contradições do PT e como ele é visto em Minas. O partido deu as costas para os movimentos sociais, pratica o que condenou e comemora aniversário em restaurente chic, com entrada a R$ 100. Sem as bases sociais que lhe deram origem e sem as bandeiras diferenciadas que levantou, o que é o PT? Um partido eleitoral como os demais, um partido de centro, tendendo para a direita. Se o PT não é mais o mesmo, cresce um movimento de jovens combativos que resiste ao pensamento único que impera em Belo Horizonte desde 2008, quando o PT entregou a prefeitura para o PSDB, com a intermediação do PSB.

Do blog do Movimento Fora Lacerda!
"Festejando" o aniversário do PT
Publicado em 14/2/2012
Lacerdinha foi, Lacerda não!
Foi um protesto animado e bem-humorado. O #OcupaBH, o Manifesto Apartidário e o Ocupe a Câmara, unidos ao Movimento Fora Lacerda! foram para a porta do restaurante Villa Giannina recepcionar os petistas que comemoravam os 32 anos do partido com um jantar dançante. Lá não estávamos para cobrar nada deste partido, que um dia foi dos trabalhadores, e hoje é dos "consultores" da Fiemg e dos "conselheiros" da Fiesp. Lá estávamos para denunciar esta aliança espúria, ilegal e sem lógica, que fez o empresário neofascista, Márcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte. Esta aliança espúria que, sem nenhuma explicação lógica, que não seja a chantagem, quer reeditar a parceria indigna e tentar reeleger o pior prefeito que Belo Horizonte jamais teve: mal intencionado, arrogante, higienista e autoritário. O prefeito propaganda: 37 milhões de reais para divulgar falácias e calar a "grande imprensa". Recepcionamos todos os que chegavam, nenhum fernandinho, reginaldo ou virgílio escapou. Riso falso, constrangido, todos vestiram o manto alaranjado. Toda a estratégia montada com o fito de criar um "momento mágico" para que Patrus Ananias, o conselheiro da Fiesp, anunciasse seu apoio à aliança, ruiu. O discurso de Rui Falcão, em defesa da aliança, caiu no vazio: Lacerdinha foi, Lacerda não! A imprensa esteve lá, nós a vimos, falamos com ela, mas Lacerdinha foi, nós fomos, Lacerda não. Melamos a festa! Hoje, nos ditos grandes jornais, nada, nada será dito, insinuado ou comentado. Para falar da festa programada pelos caciques do PT para iludir a população, e defender o indefensável, teriam de contar: Lacerdinha foi, Lacerda não! Teve até trenzinho Fora Lacerda! na porta do restaurante. E isto, sabemos, eles não podem contar, afinal, 37 milhões não são 20 contos de réis…

"Aqueles 20 manifestantes pagos"
Publicado em 15/2/2012
Por deliberação do grupo e para conhecimento de todos, transcrevo abaixo a mensagem enviada para uma lista de partidários, pelo Sr. Glênio Martins, coordenador geral do PT na Região Metropolitana e membro do Diretório Estadual do PT-MG, sobre a nossa participação, juntamente com os companheiros do #Ocupa BH, Ocupa a Câmara e Manifesto Apartidário, na manifestação de 13/2/2012 em frente ao restaurante Villa Giannina. Quem desejar responder ou comentar a mensagem do Sr. Glênio, pode enviar um e-mail para ele ou usar o espaço de comentários dessa postagem.

Primeiramente gostaria de analisar um aspecto deste texto. Os que escrevem afirmam que o PT não é mais um partido da classe trabalhadora. Ainda afirmam que a aliança com o prefeito Márcio Lacerda é sem lógica e ilegal. Discordo, acima de tudo porque a aliança entre PT e PSB é parte de um processo histórico em Belo Horizonte, iniciado em 1992. Discordo ainda mais quanto a legalidade ou não, tal ponto é tão desprovido de argumentação lógica e juridica que nem merece aprofundamento. A impressão que fica é a de que aqueles 20 manifestantes pagos, na porta do restaurante, não são eleitores do PT e não acreditam no projeto socialista. A crítica que eles constroem é pela direita, além do que não percebi nenhuma liderança social das vilas e favelas de Belo Horizonte, nenhuma liderança sindical e nenhuma liderança realmente popular. Eram apenas 20 pessoas, que por mais que eu considero legítimo, sagrado e saudável a manisfestação politica, cabe a nós do PT a reflexão a serviço de quem, de que e qual o propósito de uma ação tão despolitizada, nada propositiva e que agride somente ao PT. Aqueles que contribuem e dão coro a este tipo de movimento estão atacando a política, estão diminuindo o PT com discursos simplistas e sem fundamentação ideológica. Vale lembrar dos adesivos que estão circulando pela cidade com os dizeres "Sou PT e não me vendo". Aos poucos nossa maturidade política permite que nós possamos nos posicionar com mais certezas, mais clareza e convicção do que esta em curso. O futuro desta aliança é uma decisão que cabe à militância do PT, sendo qualquer outra organização parte estranha neste processo, mas podendo livremente se manifestar e influenciar a política. Continuo acreditando que o momento é de diálogo, e a ausência deste diálogo só favorece o autoritarismo, o sectarismo e as posições despolitizadas e fanáticas. Temos que reforçar a agenda de debates interna com os debates regionais e temáticos sobre a cidade, precisamos apresentar a nossa pauta ao PSB e ao prefeito antes de tomarmos qualquer decisão sobre uma candidatura própria. Vencida esta etapa, teremos a certeza de que conduzimos um processo com muita lucidez. Caso tenhamos candidato próprio, cabe a nós encontrarmos um nome realmente capaz de representar com equilibrio o PT, e as forças populares da cidade. De representar nosso projeto e estabelecer se este for o desejo da maioria uma real diferenciação e separação de projetos politicos para Belo Horizonte.
Glênio Martins, coordenador geral do PT na Região Metropolitana.
Membro do Diretório Estadual do PT-MG
gleniomlm@yahoo.com.br

Rafael Barros: Carta aberta ao "Coordenador Geral do PT"
Publicado em 16/2/2012
Prezado Glênio Martins,
Peço licença para responder seu comentário, copiado abaixo, que foi encaminhado na data de hoje para um grupo de pessoas que posteriormente passei a fazer parte. Recebi sua mensagem, sem, contudo me ter sido possível ler a primeira carta que motivou sua resposta. Mas não considero necessário lê-la. Escrevo não como militante e/ou filiado petista, mas como membro do grupo ou movimento que esteve na porta do restaurante onde foram comemorados os 32 anos do PT. Escrevo para refutar uma acusação inverídica e que só pode ter sido motivada por uma prática, infelizmente outrora tão combatida pelo "partido dos trabalhadores", mas que hoje faz parte de suas condutas mais triviais.
Um: faltar ao compromisso da verdade ou levantar acusações infundadas é uma prática há muito conhecida na história do País. Sempre foi a prática dos poderosos, dos rancorosos e dos ressentidos num jogo de encobrir fatos reais a partir de situações ou condutas falaciosas. Não houve naquela ocasião participação de manifestantes pagos. Nós que ali estávamos, apesar do seu desconhecimento, fazemos parte, sim, da cidade, de movimentos sociais, de sindicatos e somos também moradores de vilas e favelas, mas também da zona Sul, da zona Oeste, Leste, Nordeste, Barreiro, Venda Nova… Nós somos a voz dos descontentes, única oposição real e efetiva aos desmandos do atual governo (PSB/PT) sem necessitar, contudo, de uma organização vertical, de uma arregimentação partidária. Talvez o desconhecimento disso parta de um distanciamento que seu partido tem hoje desses grupos e movimentos, um dia tão caros a ele.
Dois: já fui filiado ao PT e um bravio militante. Mas a conduta partidária me levou ao seu distanciamento por motivos que você, aqui, nos acusa. Um exemplo: o de não acreditarmos no projeto socialista. Ora Glênio, você acredita mesmo que o partido que um dia promoveu grandes churrascões "de gente diferenciada" e hoje comemora seu aniversário a portas fechadas, numa glamurosa cantina da capital mineira, com ingressos limitados ao valor de $100 reais é o grande exemplo de projeto socialista? Ouvi ontem de Antônia, uma petista aguerrida, que o PT deixou de ser um partido há muito tempo. Argumentava ela: "como posso crer que esse é de fato um partido já que a muito abandonou suas instâncias democráticas de decisão. Onde caciques e mandatários impõem seus interesses à maioria, onde os mandatos tem mais força e voz do que sua base de sustentação, onde o projeto de poder atropelou o projeto político?" Não preciso aqui relatar aos de dentro como se dão os processos de filiação a cabresto, as votações compradas, as imposições da cúpula nacional, a inserção de políticos sem nenhum histórico de luta e resistência e com práticas eleitorais abomináveis… A questão que se coloca não é se o PT continua sendo ou não um partido dos trabalhadores. A questão que se coloca é quando o partido vai construir a consciência de que ele já não é mais aquele partido dos trabalhadores. Assumir essa realidade é fundamental para que ele pense a si mesmo e possa se redefinir ou terminar de se destruir. Três: O candidato Márcio Lacerda nunca foi uma opção para a cidade. Ele é uma imposição à cidade. Uma imposição por parte de duas forças políticas hegemônicas. Ele é a figura máxima da desintegração da democracia. Sua eleição foi resultado do abuso de poder político e econômico, da aliança de forças políticas antagônicas, mesmo em caráter informal que, segundo os ditames legais, houvesse nesse país e nessa cidade justiça de fato, impediriam sua eleição. Ele é resultado daquilo que sempre combatemos historicamente: uma política provinciana, coronelista, sem rastros no seio da sociedade. E por mais que muitos discordem de mim, é impossível separar a figura humana do homem político. Quem teve a oportunidade, como eu, de se confrontar com o Sr. Márcio Lacerda pode perceber que sua visão de mundo é limitada, elitista, pragmática, distante da de um homem público, carregada de preconceitos e imposições. Essa é marca da atual administração. Marca que desconheço como sendo a de um projeto socialista, igualitário e humano. Contudo companheiro, a grande questão que se coloca é se de fato uma aliança entre o PT, PSB e PSDB é uma questão do partido ou uma questão da cidade. Se o PT ainda guarda em suas raízes as características que você reclama é necessário que ele escute quem de fato é sua razão de ser: a sociedade. Você se equivoca porque é justamente uma aliança dessa natureza que assassina a política, destrói os conflitos, dilui as diferenças constitutivas de forças políticas tão díspares. Essa aliança transforma nosso mundo desigual em uma única massa amórfica fazendo, uma vez mais, os miseráveis se submeterem aos poderosos. Pergunto: qual é a grande preocupação do PT – é a de ganhar as eleições, de se manter no poder, ou lutar por um projeto político transformador? Bem, essa é uma questão do partido. Nós, aqueles 20, mas muitos outros, muitos mais, já definimos nossa escolha. E temos também nosso projeto de cidade. Estamos nas ruas e em outros tantos espaços lutando por algo que ainda acreditamos. A vocês cabe a escolha de revisitar o passado e assumir um caminho. Ou rompem com esse lógica que todos sabem, não levou a lugar nenhum, ou entreguem de uma vez a cidade para o PSDB, para o Aécio Neves, e se enterrem. Não preciso lembrar como foi a votação da presidenta Dilma em BH nos dois turnos, não é mesmo? Saudações com respeito! Rafael Barros

Jussara Noronha disse (16/2/2012 às 12:22):
Ontem na reunião de mulheres do PT é que me inteirei do que houve no tal ridículo baile. Antes que ele acontecesse protestei veementemente contra tal coisa. Pedi que os tais 100 reais que seriam gastos por quem pode pagar fossem destinados a fazer uma festa pra todo mundo. Quantos músicos contribuiriam com sua participação num aniversário do PT? Quantas vezes na vida comemoramos nossas vitórias ou choramos nossas perdas com um violão e um banco de praça? Ao contrário de outras pessoas desiludidas não vou sair do PT não. Ele não é somente uma vitória dos trabalhadores não. Ele é o preço de muitas vidas de muitos colegas, dos estudantes de minha geração. Foi correndo da polícia, cachorros, cassetetes, e também paus-de-arara, torturas, surras e assassinatos que o sopro de vida do PT surgiu. Não vou sair e vou lembrar a todo mundo os nomes dos verdadeiros heróis dessa nação. Devo isso a eles e a mim mesma. "Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento gente jovem reunida. Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais!" E agora? Todo mundo engravatado, empolado, cochichando, mancomunando. Exatamente porque sou PT não vou sair. E vou gritar pelas liberdades democráticas como aprendi de pequena. Esse ridículo bailinho de "Glamour Girl" mostrou quem envelheceu, pendurou as chuteiras, se acomodou nas poltronas. Se finalmente uma daquelas meninas que esteve na cana, apanhou, enfrentou, é hoje nossa presidenta, uma das figuras mais importantes do mundo, respeitada por céus e terra, para que c… precisamos fazer alianças com a direita feroz? Se todo mundo dentro e fora do PT já sabe disso por que precisamos baixar a cabeça, falar baixinho e aceitar a autoridade já bolorenta de certos correligionários? "Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo que fizemos…" Fora Lacerda! Fora alianças espúrias! Fora conversinha fiada. Já temos o Robertinho que ademais de ser nosso líder, já tem experiencia e está consciente de todo o processo no cargo de vice. Já temos os melhores cérebros do país. E mais, não precisamos dos monstros velhos da publicidade para lutar contra a máquina financeira de Aécio Neves não. Graças à luta de nossos trabalhadores, seus filhos desde criancinhas dominam a tecnologia. É só ir nas Lan Houses das favelas e ver a molecada fazendo coisas que até o Deus duvida. Duvida mas apóia e dá cada vez mais oportunidades a essa terra bendita. Fora abomináveis senhores das trevas! Esquerda volver! "Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer". Falei e falo mesmo! Foi assim que aprendi. Deixo aqui a minha homenagem a Chico, Caetano, Gil, Vandré, Henfil, Betinho, guerrilheiros do Araguaia, D. Eleonora Menicucci (agora nossa ministra, ex-militante torturada, haha), os meninos Westin Cozenza e todos os heróis anônimos que estão no Brasil Nunca Mais. Tucanos, lembram de um samba famoso? Na tonga da mironga do caburetê!

pedro thiago disse (16/2/2012 às 15:20):
Nascido em meio a militância do PT no Barreiro, cresci com um sentimento de paixão pelo partido. Foram inúmeras vezes que participei com meus pais de atos políticos, greve na Mannesman, na porta da PBH, reuniões do diretório, eleição nos sindicatos dos bancários…
Inclusive, meu próprio nome carrega esse sonho, as iniciais são PTS, segundo meus pais foram subtraídos sobrenomes para formar as siglas de PT Saudações. Pedro Thiago Silva. Senti a dor de toda uma geração nas eleições de 89, mesmo sem entender direito percebia que era um duro golpe da realidade (plim-plim) ao sonho. Eu cresci com esse sentimento, petista, um sentimento de transformação social. Aos 20 anos não entendia por que meus pais, minha avó, Dona Berta e muitos amigos haviam deixado o partido. Como pessoas que lutaram tanto pela construção de um Partido, podem abandoná-lo após o primeiro ano do Governo Lula? Ainda não haviam estourado os maiores escândalos do governo petista, mas a coisa já fedia. O que ficou evidenciado quando o PT optou por manter o jogo de domínio parlamentar, já estabelecido para reeleger FHC, entre outras práticas tão combatidas anteriormente. O PT abriu mão de seu projeto político a troco da base aliada, dos acordões e de repente, figura ao lado de Lula um homem que por toda minha vida era satanizado, dos jornais sindicais aos informativos do Dieese: Jose Sarney. Então passei a compreender a debandada dos militantes sonhadores… toda uma geração havia sido traída. Já na minha geração, o PT, em Belo Horizonte, sofisticou as alianças espúrias. Lança em Belo Horizonte um sujeito completamente desconhecido dos movimentos sociais e por muitos na base do partido: Márcio Lacerda. Um chapa branca para concretizar o projeto de poder de Pimentel e Aécio Neves. Pimentel, que inclusive é amigo próximo de Dilma, que era a candidata de Lula, que não se impuseram contra essa aliança e depois disso, o ex-prefeito foi agraciado com um Ministério no governo Dilma. Dilma não sabia? Lula não sabia? Seria essa aliança uma espécie de encubadora para um projeto nacional? Como o PT cede espaço ao PSDB na terceira capital do País? Felizmente, há jovens cientes do que já foi o PT, mas têm certeza de que não o querem da forma como está. Ao abandonar sua ideologia primeira o PT criou uma nova consciência política, criada por ele lá trás e que agora não têm problema e fazem questão em questioná-lo. continuemos a conversa.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

33 processos tentam calar jornalista que denunciou grilagem no Pará

O jornalista é Lúcio Flávio Pinto, considerado o que melhor conhece a Amazônia. A empresa grileira é a Construtora C. R. Almeida, pertencente ao falecido Cecílio do Rego Almeida e uma das maiores do País, com sede em Curitiba (PR). Reportagem impediu que se realizasse a maior grilagem de terra da história do País -- 7 milhões de hectares, maior do que seis estados brasileiros. Outros processados foram inocentados pela justiça de São Paulo; Lúcio Flávio foi julgado pela justiça do Pará, estado onde o crime campeia. O pano de fundo de mais essa injustiça é a devastação da Amazônia e a perseguição àqueles que a denunciam.

Do blog Balaio do Kotscho.
Jornalista ameaçado: somos todos Lúcio Flávio
Caros leitores e colegas jornalistas, trabalhei durante muitos anos com um jornalista excepcional: Lúcio Flávio Pinto, um paraense de notável coragem, que dedicou toda sua vida pessoal e profissional a divulgar e defender a sua terra e a sua gente. É o maior especialista em Amazônia do jornalismo brasileiro. Lúcio é, acima de tudo, um estudioso, um trabalhador incansável, que não se conforma com as injustiças e as bandalheiras de que são vítimas a floresta e o povo que nela habita. Por isso, foi perseguido a vida toda pelos que ameaçam a sobrevivência desta região transformando as riquezas naturais em fortunas privadas. Agora quem está ameaçado é o próprio Lúcio Flávio, na sua luta solitária contra dezenas de processos movidos pelos poderosos na Justiça para impedí-lo de continuar denunciando os assassinos da floresta.
A íntegra.

Cidade russa proibe protestos de brinquedos. De gente também

Protesto em cidade russa só com autorização por escrito. Brinquedo não pode de jeito nenhum, porque "não é cidadão russo".

Do Opera Mundi.
Brinquedos também são proibidos de protestar na Rússia
Autoridades da cidade de Barnaul, na Rússia, anunciaram a proibição de manifestações anti-governamentais usando bonecos e ursos de pelúcia. A decisão foi informada a jornalistas pelo chefe da polícia local, Andrei Mulintsev. "Qualquer tipo de protesto precisa da permissão das autoridades. E não vai ser diferente com a manifestação feita com brinquedos", declarou Mulintsev. Nos protestos em janeiro, bonecos de plásticos de apenas 5 cm, quase todos do grupo dinamarquesa Lego, do chocolate Kinder Ovo e do seriado South Park, carregavam minúsculos cartazes com críticas às fraudes nas eleições legislativas do dia 4 de dezembro. Ativistas fizeram a bem-humorada "nano-manifestação" depois de a prefeitura ter negado repetidas vezes a autorização para uma protesto aos moldes dos que vêm ocorrendo em Moscou. A polícia levou a inusitada manifestação bastante a sério e examinou minuciosamente cada detalhe dos pequenos cartazes.
A íntegra.

Como os novos "cães de guarda" fabricam a opinião pública

Do Blog do Emir.
Os novos cães de guarda
13/2/2012
O livro de (Serge) Halimi foi transformado em documentário e é o filme mais interessante para se ver em Paris atualmente, com o mesmo titulo do livro: "Os novos cães de guarda". Dirigido por Gilles Balbastre e Yannick Kergoat, com a participação do próprio Halimi no roteiro, o filme poderia ser transporto mecanicamente para o Brasil, a Argentina, a Veneuela, o México, qualquer país latino-americano, apenas mudando os nomes dos jornalistas, dos donos das empresas midiáticas e dos supostos especialistas entrevistados, representantes da riqueza e do poder nas nossas sociedades. Halmim faz um livro devastador, porque simplesmente retrata como são produzidas as informações e as interpretações a favor do poder e da riqueza. "Reverência diante do poder, prudência diante do dinheiro..." – resume ele, que revela as tramas de cumplicidade e de promiscuidade entre a velha mídia e os poderes economicos e políticos. E, também, como esses empregados das empresas de comunicação se promovem a si mesmos, alegremente, numa farsa de fabricação de opinião publica – expressão de Chomsky – de forma oligárquica e elitista. Quem ousa romper com o consenso dominante é desqualificado como "populista", "demagogo" pelos "cardeais do pensamento único", que nos venderam suas mercadorias como a única via possível de "governos responsáveis", afirmações pelas quais não respondem hoje, quando essas certezas revelam suas misérias e os sofrimentos que causam para os povos cujos governos ainda se guiam por esses dogmas. "Mídias cada vez mais concentradas, jornalistas cada vez mais dóceis, uma informação cada vez mais medíocre", conclui Halimi. Perguntado pela razão de que a velha mídia não se reforma, não se renova, o ex-ministro da educação da França Claude Alegre, político de direita, respondeu com franqueza: "Eu vou lhes dar uma resposta estritamente marxista, eu que nunca fui marxista: porque eles não têm interesse... Por que os beneficiários dessas situação não têm o menor interesse em mudá-la."
A íntegra.

Academia: paraíso e realidade

Outro artigo interessante. O trabalho no mundo contemporâneo é cada vez mais um escravização às tecnologias e às corporações, em tempo integral. E nem as idílicas universidades estão à salvo.

Da CartaCapital.
Inferno na torre… de marfim
Por Thomaz Wood Jr.
O professor-pesquisador, profissional que atua em programas de pós-graduação, é um ser privilegiado. Não é nem será um milionário, mas conta com salário digno e emprego vitalício. Tem liberdade para trabalhar no que lhe interessa e conta com acesso facilitado aos recursos de fundos de pesquisa. Viaja regularmente pelo mundo para discutir suas descobertas científicas em cidades fascinantes e resorts bucólicos. Dedica-se à nobre função do magistério, mas apenas oito meses por ano. Leciona poucas horas por semana para pequenas classes povoadas por corações interessados e mentes brilhantes. Seu horário de trabalho é flexível e seus objetivos e metas são determinados por ele mesmo. Vive em um campus arborizado e tranquilo, longe da poluição e da agitação. Seus encontros sociais envolvem conversas inteligentes sobre temas relevantes. Desobrigado de olhar para o tedioso presente, concentra-se em desvendar o passado e mirar o futuro. De tempos em tempos, para ampliar seus horizontes, tem direito a um período sabático, durante o qual, com apoio de uma agência governamental, leva sua família para a Europa ou para os Estados Unidos. É reconhecido por seus pares e pela sociedade, que o têm na mais alta conta por sua sapiência e dedicação desinteressada ao bem comum. Afinal, ajuda a edificar os pilares do nosso progresso tecnológico e a formar nossa futura elite intelectual. Essa imagem idílica pode ser observada em Harvard, Oxford e Cambridge ou, mais provavelmente, nos películas de Hollywood que romanceiam a vida nessas universidades. No entanto, a realidade parece caminhar em outra direção. [...] Uma pesquisa publicada recentemente por Otacilio Antunes Santana, do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, explora outra dimensão preocupante da mesma questão: o efeito das condições de trabalho sobre a saúde dos docentes de pós-graduação. Seu ponto de partida foi a constatação do aumento de pedidos de licenças médicas, principalmente aquelas relacionadas a sintomas ou consequências de doenças cardiovasculares. Santana analisou dados de 540 professores de seis faixas etárias, entre 36 e 65 anos. A pesquisa comprovou que, quanto maior o número de publicações científicas e o número de orientandos, maior o número de intervenções cardíacas, doenças coronárias e acidentes vasculares cerebrais. Em suma, trabalhar nessas condições faz mal. O quadro é agravado, segundo Santana, pela falta de dieta equilibrada, de atividades físicas e acompanhamento médico regular dos docentes.
A íntegra.

Mensagem a um Desconhecido

Este poema de Cecília Meireles, publicado hoje pelo Diário do Centro do Mundo, bem que pode ser uma epígrafe dos blogueiros solitários.

Mensagem a um Desconhecido
Cecília Meireles

Teu bom pensamento longínguo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
A quem mostrei toda a minha alma,
E continuaram ignorantes de tudo que sou,
Como se nunca tivessem me encontrado.

Bancos exigem que Grécia fique de joelhos

O Memorando de Entendimento (MOU) imposto pelos bancos e aprovado pelo parlamento grego exige que a Grécia abra mão da sua soberania. Entre outras coisas deverá liberar a venda de alimentos proibidos para bebês, cortar depesas hospitalares e vender as estatais que restam, além de demitir funcionários públicos e reduzir pensões de aposentados. O país já eliminou 40% dos leitos hospitalares, cortou distribuição de medicamentos para inválidos e portadores de doenças raras e cancelou a distribuição de livros escolares. Tudo tem que ser comprovado antes que o primeiro euro seja emprestado ao governo. Só os gastos militares foram mantidos integralmente.

Do blog Vi o mundo.
A Sentença de Morte da Grécia
Por Mike Whitney, no CounterPunch, em 13/2/2012, tradução de Heloisa Villela
"Nós estamos diante da destruição. Nosso país, nossas casas, estão a ponto de pegar fogo. O centro de Atenas está em chamas". (Costis Hatzidakis, parlamentar conservador)
No domingo, o Parlamento grego aprovou uma nova rodada de medidas de austeridade que vão aprofundar ainda mais os cinco anos de depressão e dilacerar as últimas fibras da coesão social. Para assegurar um empréstimo de 130 bilhões de euros, os líderes políticos gregos concordaram em se dobrar ao Memorando de Entendimento (MOU) que não somente vai intensificar os sacrifícios dos trabalhadores comuns mas também vai, efetivamente, entregar o controle da economia da nação aos bancos e corporações estrangeiros. O Memorando é um documento calculado e mercenário como jamais algo foi escrito. E enquanto o foco está nos cortes profundos nas pensões, no salário mínimo e nos salários do setor privado; existe muito mais nesse mandado oneroso do que se enxerga à primeira vista. O documento de 43 páginas deve ser lido do começo ao fim para que se possa compreender todo o vácuo moral das pessoas que ditam a política na zona do Euro. A Grécia terá de provar que atingiu todas as metas antes de receber um centavo do dinheiro alocado no programa de socorro financeiro. O Memorando destaca, com muitos detalhes, todas as metas – de redução de gastos com remédios que salvam vidas a "remoção de barreiras à venda de produtos restritos, como comida de bebê". Isso mesmo; de acordo com os autores do memorando obscuro, a única maneira através da qual a Grécia poderá sair do buraco é envenenando as crianças com alimentos banidos. O MOU exige um corte de 10% nos salários do funcionalismo público, cortes nos "fundos de seguro social e nos hospitais", e mais privatização dos bens públicos. Tudo isso vai reduzir ainda mais o PIB.
A íntegra.

Da Agência Carta Maior.
A receita infalível para destruir um país
Marco Aurélio Weissheimer
O FMI e as autoridades financeiras da União Europeia aumentam a pressão sobre a Grécia e dizem que país "ainda não reúne todas as condições" para receber ajuda. Querem mais cortes de gastos públicos. Enquanto isso, na Grécia, crescem os casos de abandono de crianças e de desnutrição infantil, o desemprego bate na casa dos 20%, as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%, alunos não receberam livros escolares e cidadãos deficientes, inválidos ou portadores de doenças raras tiveram subsídios e medicamentos cortados. Saiba como destruir um país e seu povo em nome da austeridade.
A íntegra.

As eleições em São Paulo e as contradições petistas

Não é por ser do bem ou do mal que o ex-presidente Lula trama aliança com o PSD de Kassab em São Paulo e com o PSDB em Belo Horizonte, abrindo mão da candidatura própria em benefício ao prefeito Lacerda, do PSB. O mesmo sacrifício que o PT nacional exige do PT belo-horizontino exige também do PT santista, mas é bobagem dizer que "impõe": os petistas têm autonomia para decidir, é uma questão de submissão ou dignidade. Em Porto Alegre, por exemplo, não se submetem. Lula mira em 2014, na manuntenção do governo federal e na conquista do governo paulista, bunker dos tucanos serristas. O jogo de xadrez político passa por alianças incompreensíveis com princípios e ideais; o PT aprendeu a jogá-lo em 2002 para conquistar o poder e se manter nele -- não quer mais perder. A análise abaixo nos ajuda a entender o que está acontecendo nos bastidores das eleições deste ano.

Do Blog do Rovai.
Kassab subiu no telhado, mas isso é só um detalhe…
14 de fevereiro de 2012, às 13:24
Há alguns dias o ex-governador José Serra vem mantendo encontros sistemáticos com Orjan Olsen, presidente da Analítica Consultoria e um dos pesquisadores preferidos do tucanato. Olsen estaria fazendo pesquisas qualitativas em que o nome de Serra é apresentado a grupos de eleitores da cidade de São Paulo para saber quais seriam as possibilidades de uma candidatura dele à prefeitura. Os resultados não seriam tão desesperadores e Fernando Henrique Cardoso fechou a questão. Serra tem que ser o candidato do PSDB. Ligou para Geraldo Alckmin e pediu ao governador todos os esforços para impedir a realização da prévia do partido marcada para março. E, mais do que isso, pediu garantias de que Serra teria um amplo palanque no primeiro turno. Com o apoio de partidos como PDT e PSB. Alckmin teria garantido ao ex-presidente que se Serra for candidato não fará jogo duplo. Que o apoiaria sem restrições e que ajudaria a montar uma ampla aliança. Alckmin está negociando com o PSB o apoio a candidatos do partido em São José do Rio Preto e em Campinas. E em relação ao PDT, ofereceria a secretaria do Trabalho para o partido ficar com Serra. Além desses partidos, Serra ainda teria o apoio do DEM, PPS, PTB, PV e do PSD. Já que Kassab não teria como não apoiá-lo. Ao ser indagado ontem por um vereador de sua base sobre a possibilidade de Serra ser candidato, Kassab teria dito que as chances eram de 10%. Até anteontem ele só falava em "chance zero". No PT, há quem ache que o prefeito fez todo esse movimento de aproximação com o partido para criar um constrangimento futuro. Uma das lideranças que não tem escondido essa opinião é Marta Suplicy. Para ela, Kassab tem feito o jogo de Serra. O que ele quer é montar uma chapa com o ex-governador candidato e seu secretário de Educação, Alexandre Schneider, a vice. Esse seria o seu sonho de consumo. Pois com Serra na prefeitura, Alckmin não reinaria sozinho. E Kassab poderia ser ou candidato a vice ou a senador na chapa dos tucanos. No PT a dubiedade de alguns movimentos do prefeito tem sido anotada. Por exemplo, quando se reuniu com a direção do PSD para discutir os rumos da eleição em São Paulo, Kassab teria emitido sinais de que ao fim do encontro anunciaria que a prioridade era a aliança com Haddad. Mas quando a reunião acabou, o anunciado foi de que Afif seria o candidato do PSD.
A íntegra.

A copa é da Fifa, não é do mundo nem do Brasil, muito menos do povo

Antigamente se dizia "copa do mundo", agora se diz "copa da Fifa". Não à toa, como mostra o documentário "Marca Registrada 2010" da televisão alemã sobre a copa realizada na África do Sul. Exigências absurdas fazem parte da "lei geral da copa". Segundo a CartaCapital, fecha-se o cerco ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, investigado por corrupção.

Do Pública.
A Fifa manda
O Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo em 2014, anunciada pelo governo e pela Fifa como uma grande oportunidade para o País. Trabalhadores teriam mais empregos, comerciantes lucrariam mais, e a população das 12 cidades sede se beneficiaria com investimentos em infraestrutura que perdurariam depois dos eventos. O documentário que o jornalista Rudi Boon fez para a tevê alemã, em 2009, quando os africanos viviam a efervescência do pré-Copa, mostra que podemos estar vivendo uma grande ilusão. O país que recebe o megaevento é mais cenário do que ator, e sua população perde direitos básicos, vigiada até no uso da linguagem: os africanos, por exemplo, não podiam usar o termo Copa do Mundo, nem Copa da África do Sul, ou Copa 2010, nem pintar esses dizeres em camisetas e souvenirs. A população perdeu espaços coletivos e os produtos comercializados em qualquer local próximo aos estádios eram decididos pela Fifa. Essas regras também fazem parte do acordo do Brasil com a Fifa para 2014.
A íntegra.



Justiça condena Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach

Como seria a Agência Brasil num governo federal tucano? Publicaria notícias do mensalão tucano? A condenação é por sonegação fiscal e os condenados mais uma vez podem recorrer em liberdade, como sói acontecer com os ricos.

Da Agência Brasil.
Marcos Valério é condenado a nove anos de prisão por sonegar R$ 90 milhões
14/2/2012, 20h11
O publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, conhecido pelo seu envolvimento no escândalo do mensalão, foi condenado a nove anos de prisão pela Justiça Federal em Minas Gerais. A ação penal mineira é um dos desdobramentos do processo que investiga o pagamento de propina a parlamentares em 2005. A Justiça Federal também condenou os ex-sócios de Valério na agência SMP&B, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Valério, Paz e Hollerbach foram condenados por sonegação fiscal envolvendo R$ 90 milhões e por e falsificação de documento público. O Ministério Público Federal, autor da ação, alegou que os acusados sonegaram tributos e contribuições federais entre 2003 e 2004. Na sentença, o juiz explica que, após ter vindo a público os fatos ligados ao mensalão, os acusados buscaram regularizar notas fiscais com a falsificação de assinatura de autoridades municipais, farsa descoberta por meio de perícia. Os réus poderão recorrer da sentença em liberdade.
A íntegra.

Na gaiola corporativa

Interessante análise da "evolução" do ambiente nas grandes empresas e órgãos públicos.

Da CartaCapital.
A vida na gaiola
Thomaz Wood Jr.
O mundo corporativo tomou como premissa que a inteligência coletiva é superior à inteligência individual, e que trabalhar em grupo é melhor do que trabalhar sozinho. Os gênios solitários que se lixem. A vez agora é dos extrovertidos, dos entusiastas da vida social e do pensamento grupal. Contudo, como alerta Susan Cain, em artigo publicado pelo New York Times recentemente, é melhor ir devagar com o andor porque o santo é de barro. Com base em diversos estudos científicos, a autora coloca em xeque o pressuposto de que a colaboração e o trabalho em equipe tornam as organizações mais produtivas. Primeiro argumento: algum trabalho em grupo pode ser estimulante e até divertido. Trocar experiências e aprender com a vivência de colegas enriquece a visão que temos da realidade, pode mudar nossa percepção sobre os problemas e até levar a soluções que não imaginaríamos sozinhos. Na prática, trabalhar em grupo significa, porém, participar de reuniões sem rumo nem fim e ser obrigado a interagir com colegas que não têm a mínima ideia do assunto tratado ou que agem exclusivamente em interesse próprio. Além disso, muitos indivíduos, quando atuam em grupos, portam-se como espectadores, mimetizam as opiniões de colegas e acomodam-se à pressão dos pares. Segundo argumento: grupos frequentemente focam no próprio umbigo e desenvolvem raciocínios viciosos, ignorando perspectivas externas e reforçando o status quo. Eles costumam chegar a soluções de compromisso, que costuram interesses políticos, mas evitam correr riscos e tomar decisões mais duras, que podem ser necessárias em situações de crise. Terceiro argumento: alguns estudos revelam que o trabalho em escritórios abertos é insalubre, tornando os profissionais mais predispostos a sofrer de pressão alta, estresse e exaustão. Além disso, os torna mais distraídos, inseguros e hostis, e ainda prejudica a produtividade. Quarto argumento: em geral, as pessoas são mais criativas quando têm privacidade e ficam livres de interrupções. De fato, o isolamento ajuda a mente a se concentrar, induz a momentos de transcendência e facilita a criatividade. Significativamente, muitos profissionais inovadores são seres introvertidos e individualistas. Eles se sentem mais confortáveis trabalhando sozinhos, donos de sua própria agenda e do ritmo de ação. Que fazer?
A íntegra.

Pinheirinho, ainda: violência dos governos contra pobres é a mesma do século XIX

Excelente artigo de Nikelen Witer recupera a destruição do cortiço Cabeça de Porco, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, no começo da República. "Melhorar" (para os ricos) e "limpar" (retirando os pobres) as cidades brasileiras usando as forças policiais é uma velhíssima prática das elites brasileiras. As injustiças são esquecidas pela história oficial e aqueles que as promovem viram nome de rua. Quando se fala em "progresso" é nisso que a gente tem de pensar: que progresso é esse em que barbaridades continuam sendo cometidas na segunda década do século XXI?

Do Sul 21.
Lembrando o Cabeça de Porco em tempos de Pinheirinho
Nikelen Witer.
A lembrança da destruição do cortiço Cabeça de Porco, no Rio de janeiro de fins do século XIX, parece emblemática. Não estou a dizer que "a história se repete", aliás, tampouco acredito nisso. Contudo, os paralelos entre as duas situações são inevitáveis. Para que o leitor possa fazer uma ideia clara do que digo, reproduzo abaixo a narrativa do fato pelo historiador Sidney Chalhoub em seu excelente Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial.

"Era dia 26 de janeiro de 1893, por volta das seis horas da tarde, quando muita gente começou a se aglomerar diante da estalagem da rua barão de São Félix, nº 154. Tratava-se da entrada principal do Cabeça de Porco, o mais célebre cortiço carioca do período: um grande portal, em arcada, ornamentado com a figura de uma cabeça de porco, tinha atrás de si um corredor central e duas longas alas com mais de uma centena de casinhas. Além dessa rua principal, havia algumas ramificações com mais moradias e várias cocheiras. Há controvérsia quanto ao número de habitantes da estalagem: dizia-se que, em tempos áureos, o conjunto havia sido ocupado por cerca de 4 mil pessoas; naquela noite de janeiro, com toda uma ala do cortiço interditada havia cerca de um ano pela Inspetoria Geral de Higiene, a Gazeta de Notícias calculava em quatrocentos o número de moradores. Outros jornais da época afirmavam que
2 mil pessoas ainda habitavam o local. Seja como for, o que se anunciava na ocasião era um verdadeiro combate. Três dias antes os proprietários do cortiço haviam recebido uma intimação da Intendência Municipal para que providenciassem o despejo dos moradores, seguido da demolição imediata de todas as casinhas. A intimação não fora obedecida, e o prefeito Barata Ribeiro prometia dar cabo do cortiço à força. Às sete horas e trinta minutos da noite, uma tropa do primeiro batalhão de infantaria, comandada pelo tenente Santiago, invadiu a estalagem, proibindo o ingresso e a saída de qualquer pessoa. Piquetes de cavalaria policial se posicionaram nas ruas transversais à Barão São Felix, e outro grupo de policiais subiu o morro que havia nos fundos da estalagem, fechando o cerco pela retaguarda. (…) O Cabeça de Porco – assim como os cortiços do centro do rio em geral – era tido pelas autoridades da época como um "valhacouto de desordeiros". Diante de tamanho aparato repressivo, todavia, não parece ter havido nenhuma resistência mais séria por parte dos moradores à ocupação da estalagem. De qualquer forma, segundo o relato da Gazeta de Notícias, ocorreram algumas surpresas. Os esforços se concentraram primeiramente na ala esquerda da estalagem, a que estaria supostamente desabitada havia cerca de um ano. Os trabalhadores começavam a destelhar as casas quando saíram de algumas delas crianças e mulheres carregando móveis e colchões e tudo o mais que conseguiam retirar a tempo. Terminada a demolição da ala esquerda, os trabalhadores passaram a se ocupar da ala direita, em cujas casinhas ainda havia sabidamente moradores. Várias famílias se recusavam a sair, se retirando quando os escombros começavam a chover sobre suas cabeças. Mulheres e homens que saíam dos quartos 'estreitos e infectos' iam às autoridades implorar que 'os deixassem permanecer ali por mais 24 horas'. Os apelos foram inúteis, e os moradores se empenharam então em salvar suas camas, cadeiras e outros objetos de uso. De acordo com a Gazeta, porém, 'muitos móveis não foram a tempo retirados e ficaram sob o entulho'. Os trabalhos de demolição prosseguiram pela madrugada, sempre acompanhados pelo prefeito Barata. Na manhã seguinte, já não mais existia a célebre estalagem Cabeça de Porco."


Sidney Chalhoub parte desta história para reconstruir um importante período da história brasileira. Isso porque a destruição do Cabeça de Porco é apenas a emblemática ponta de um iceberg onde se podem ver não somente as mudanças urbanísticas e arquitetônicas das grandes cidades brasileira, mas também o processo de criminalização da pobreza, de seu tratamento como "sujeira", "lixo" e, numa época em que a medicalização avançava a passos largos, como "doença".
A íntegra.

Ministro Fernando Pimentel será investigado

Ao contrário do que parecia, o caso Pimentel não acabou. São duas investigações: pelo STF e pela Comissão da Ética Pública da Presidência da República. Na primeira, ele é acusado de ter favorecido empresa sem licitação e superfaturado compra milionária de câmaras de vigilância, quando prefeito de Belo Horizonte; na outra, de ter recebido R$ 2 milhões da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e da empreiteira Convap, além de outras empresas, por supostas consultorias. A melhor cobertura do caso é do jornal O Globo. O mineiro Robson Andrade, ex-presidente da Fiemg e atual presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), confirmou, com detalhes, as consultorias, mas foi desmentido por regionais da Fiemg. O comportamento de Pimentel, até agora protegido pela presidente Dilma, é de arrogância, como mostra matéria publicada em dezembro. A embrulhada ainda joga Aécio contra Pimentel: o tucano -- que, depois de conseguir a prefeitura da capital para seu ex-auxiliar Lacerda, em 2008, passou a perna no petista em 2010, apoiando Itamar, que tirou a vaga de Pimentel no Senado -- sugeriu que o "amigo" se explique.

Da Agência Estado.
STF decide que investigará somente Pimentel em denúncia do MP
Ricardo Brito.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli decidiu que apenas o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, vai responder perante o tribunal à denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais contra ele por dispensa ilegal de licitação e "desvio de recursos em proveito alheio". Em dezembro de 2010, o MP mineiro acusou Pimentel e outras cinco pessoas por irregularidades em um programa de instalação de câmaras de vigilância nas ruas de Belo Horizonte. A compra ocorreu em 2004, quando Pimentel era prefeito da capital. Na segunda-feira à noite, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu procedimento preliminar contra o ministro por causa das suspeitas de que ele teria praticado tráfico de influência ao ter recebido R$ 2 milhões em consultorias em 2009 e 2010, período em que estava fora da prefeitura e do governo federal. O colegiado decidirá em março se abrirá uma investigação contra Pimentel ou se arquivará o caso.
A íntegra.

São Paulo continua removendo pobres e garantindo a propriedade de poucos

Tem imóvel desocupado no Centro de São Paulo, tem terreno com 6 mil moradores em Pinheirinho, mas governantes que, em campanha eleitoral, prometem resolver o problema da moradia, desalojam deles quem não tem onde morar e para isso usam a violência policial. Em nome de que? Da propriedade privada. Quer dizer que o direito de se manter um imóvel vazio caindo ao pedaços é maior do que o direito de pobres morarem? Quer dizer que o direito de um milionário que quebrou as bolsas e prejudicou milhões e a própria economia nacional é maior do que o de milhares de famílias? É. Provavelmente, o terreno que abrigava 6 mil pessoas vai abrigar talvez 60, num condomínio de luxo. Pobre morar no Centro? Pobre morar em terreno valorizado? Pobre é para morar na periferia, ficar escondido durante a Copa e os Jogos Olímpicos. Pobre é para levar três horas se locomovendo até o trabalho. Esta é a lógica que os governos do estado e do município de São Paulo estão nos ensinando. Mostram para quem trabalham, demonstram a quem a PM serve. Por que, em vez de se construir mais conjuntos habitacionais em áreas distantes ou terrenos que poderiam ser praças e áreas verdes, para impedir catástrofes nas chuvas, a política habitacional não promove a ocupação de imóveis vazios como este? Por que não promove a desurbanização e a desconcentração urbana? No meio rural brasileiro vivem hoje 15% da população, quando, em 1950, viviam 64%! Não falta terra, mas ela foi concentrada nas mãos da monocultura exportadora, vulgo "agronegócio". A acelerada migração para as cidades serviu aos latifundiários e criou esses monstrengos que são as cidades brasileiras. Sem planejamento, os migrantes vivem entulhados nas periferias sem os prometidos benefícios do "progresso", servindo de farta mão de obra barata para a indústria. Os problemas (moradia, educação, saúde, transporte, esgoto etc.) se tornaram gigantescos e suas soluções, caríssimas, mas quem está interessado nelas? A política habitacional prefere dar obras (e dinheiro) para construtoras, em vez de promover o bem comum. Como disse o presidente Lula: "Somos eleitos pelos pobres, mas são os ricos que têm acesso aos gabinetes".

Do blog Pela Moradia.
Prefeitura segue com campanha de "higienização" do Centro de São Paulo
Por Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá
A prefeitura de São Paulo, com apoio da Justiça estadual e da Polícia Militar, continua a todo o vapor em sua política de impedir a ocupação de imóveis abandonados na centro da cidade e de retirada das pessoas que insistam em lutar pelo direito constitucional de moradia em uma área que já possui toda a infra-estrutura de saúde, transporte e educação. Na noite dessa quinta para sexta-feira (9 a 10 de fevereiro) o alvo foi o antigo Hotel Pão de Açúcar, localizado na Rua Conselheiro Nébias, 314, esquina com a Rua Vitória. No edifício sem uso há quase dez anos, segundo a ex-moradora Rita de Cássia Pereira, viviam 178 famílias, incluindo 78 idosos, 98 crianças e três deficientes físicos. Depois da desocupação dos casarões e prédios usados como refúgio para usuários de crack em janeiro, classificada pelo Ministério Público como desastrosa, um a um estão sendo "reintegrados" (ou seja, entregues aos "donos" para continuarem lacrados e sem uso) os dez edifícios ocupados por famílias ligadas a movimentos como o MSTC ? Movimento dos Sem Teto do Centro e a FLM? Frente de Luta por Moradia em novembro de 2011. A mais rumorosa foi a reintegração de posse do último dia 2 de fevereiro, que levou 230 famílias a montarem acampamento na calçada da Avenida São João, em frente a um antigo cine pornô, quase na esquina com a Avenida Ipiranga, local que ganhou destaque na MPB com a música Sampa, de Caetano Veloso. Sem poder impedir à força que as cerca de 120 crianças da ocupação ficassem na calçada com as mães, a PM e a CGM -- Guarda Civil Metropolitana destruiram na própria quinta, 2 de fevereiro, os abrigos de madeira improvisados para amenizar o calor e proteger da chuva.
A íntegra.

Liberdade de expressão na internet: os avisos de blitz

O assunto é sensível e polêmico, pois no Brasil não temos hábito de respeitar a liberdade de expressão. E o fato em questão atinge a internet, que é liberdade de expressão para todos, como nunca existiu antes. Há um conflito entre a liberdade individual e uma política do Estado. E aí? Quem predomina? Onde o Estado manda sem restrições, não há liberdade. Em nome da "segurança pública" são cometidas barbaridades. Qual o problema de se avisar sobre blitz? O objetivo é pegar infratores ou impedir infrações? E quando um infrator é pego, mas vai embora tranquilamente, apesar de todo mundo ficar sabendo, como aconteceu com o senador Aécio Neves, pretenso candidato a presidente da República? (Já é hora da imprensa nos informar a quantas anda a situação do senador tucano: pagou multa? Renovou carteira? Continua dirigindo?) A blitz (lei) vale só para os comuns? E os comuns não têm direito de se defender? Como sempre, no Brasil, em vez de se investir em educação, se investe em repressão. Parece complicado, mas quando a gente começa a analisar chega no ponto: na prática, o uso da internet é mais um jeitinho brasileiro de se proteger da ação do Estado que não é igual para todos, que pune o mais fraco e deixa escapar o influente. (Repórter começa a trabalhar cedo: olha o horário desta matéria.)

Da Agência Brasil.
Ministério Público em Goiás é contra suspensão de páginas que avisam sobre blitz policial 15/2/2012 - 5h57
Débora Zampier
As páginas na internet que avisam sobre operações policiais devem ser mantidas em nome da liberdade de expressão, segundo o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO). O órgão se manifestou em ação que tramita na Justiça Federal local por iniciativa da Advocacia-Geral da União, que alega que o aviso sobre blitz é prejudicial à segurança pública. De acordo com o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Ailton Benedito, mesmo que o pedido da AGU fosse atendido, ele não conseguiria mudar a realidade, já que ninguém consegue controlar o fluxo de informações pela internet. "Tentativas com esse desiderato mostram-se, em regra, não somente inúteis, como também contraproducentes. Sobretudo se o Estado-governo pretender impor tais limitações de forma genérica e abstrata, a fim de inibir a prática de crimes", diz trecho do documento. De acordo com Benedito, as autoridades públicas nunca conseguem fechar todos os canais de comunicação dos criminosos, que acabam desenvolvendo novas formas de se comunicar e se organizar. "É absolutamente irracional, desde a pressuposição de convivência em sociedade aberta, constituída sobre os alicerces de liberdade, que se divise alguma possibilidade de se impedir o livro fluxo de informações pela internet". Ao ingressar com a ação na Justiça, a AGU alegou que o aviso sobre blitz nas páginas de relacionamento agride diretamente a vida, a segurança e o patrimônio das pessoas em geral, já que essas operações também flagram criminosos, carros roubados, sequestros, porte ilegal de armas e tráfico de drogas. Os advogados públicos pedem que, caso o pedido seja acatado pela Justiça Federal, seja estabelecida multa diária de R$ 500 mil para quem descumprir a decisão.
A íntegra.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O controle da televisão "nacional" por São Paulo e Rio

Não é de hoje, não foi sempre assim e está mudando, com a TV Brasil, mas continuam acintosos o monopólio do noticiário dos telejornais (e também veículos impressos) e a dominação cultural, em consequência, que São Paulo e Rio têm sobre o País. Da mesma forma a programação, toda feita no eixo, e a transmissão do futebol. Se Minas Gerais, que está pertinho, não existe, o que dizer do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste? Quantos clubes dessas regiões disputam o "brasileirão" (campeonato de 20 clubes num país de 27 unidades federativas)? As novelas são passadas nas praias cariocas e na Avenida Paulista... São coisas assim que a meia dúzia de empresas que controla o setor não quer que mude.

Da Agência Carta Maior.
O Brasil na TV
Laurindo Lalo Leal Filho
Fico a me perguntar o que interessa ao morador de Belém o congestionamento da Marginal do Tietê, exaustivamente mostrado pelas redes nacionais de TV? Não haveria fatos locais muito mais importantes para a vida dos telespectadores do Pará do que as mazelas da capital paulista?
A íntegra.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pinheirinho em Minas

Aqui também a PM derruba casas para entregar terreno a uma empresa. O número é menor, mas para os atingidos -- famílias pobres -- a violência é a mesma.

Do Portal Minas Livre.
Polícia derruba 16 casas em Ribeirão das Neves
13/2/2012
Por Frei Gilvander Luís Moreira
No dia 10/2/2012, o povo da Vila Braúnas, no Bairro Urca, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, foi pego de surpresa. Funcionários da prefeitura de Ribeirão das Neves e um grande aparato militar – dezenas e dezenas de policiais, fortemente armados – chegaram à comunidade Braúnas e, de forma truculenta, expulsaram 16 famílias e demoliram as 16 casas onde famílias moravam. Com tratores e retroescavadeiras 16 casas foram transformadas em entulhos. Alegando garantir a “incolumidade dos administrados”, o juiz da 1ª Vara Cível de Neves, a prefeitura de Neves, a PM de MG, com a ajuda da Cerâmica Braúnas pisaram, agrediram e humilharam a dignidade de 16 famílias. Terror, traumas, lágrimas, estresse. Muitos móveis foram quebrados. O prejuízo para as famílias é imenso. O Sr. Joaquim, 71 anos, por exemplo, diz: "Comprei nossa casa por 15 mil reais. Tive de gastar mais 20 mil para melhorar a casa que estava um brinco, sem nenhuma trinca, sem nenhum risco de desabamento. Entregaram-me um papel e não me explicaram nada. Como sou analfabeto não fiquei sabendo o que estava escrito no papel."
A íntegra.

Chuvas diminuirão e temperatura subirá na Amazônia, conclui estudo

Do Envolverde.
Decifrado diálogo entre selva amazônica e água
Por Alice Marcondes.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), se nos próximos anos não houver políticas efetivas para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, a Amazônia chegará ao final do Século XXI com 40% menos chuva, com temperaturas médias de até oito graus acima do normal. Isso converteria a Amazônia em uma fonte emissora de dióxido de carbono, em lugar de um depósito desse gás-estufa. A conclusão é do Experimento em Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA, sigla em inglês), criado por cientistas do Brasil e de outras partes do mundo para entender plenamente esse complexo sistema. Após 20 anos de pesquisas, os dados coletados constituem um alerta. A Agência Internacional de Energia estima que, em 2010, a população mundial lançou na atmosfera o recorde de 30,6 gigatoneladas de dióxido de carbono, principalmente procedente da queima de combustíveis fósseis. "As pesquisas nos mostram que a floresta tem um grande poder de resiliência, mas também que este poder tem limites", disse ao Terramérica o físico Paulo Artaxo, presidente do Comitê Científico Internacional do LBA.
A íntegra.

A entrevista de Delfim Netto ao jornal Valor

Lançado no fim dos anos 90, quando a ex-grande imprensa já era velha e de direita, o jornal Valor (Econômico) conserva praticamente quase toda a inteligência que ainda resta nos "grandes" veículos impressos. É um jornal para a elite intelectual, inclusive a elite de direita, que precisa se informar e que sabe que não pode confiar em publicações rasteiras como Veja, Folha etc., feitas para enganar o povão, especialmente o povão que se considera informado. Valor mostra como a imprensa já foi e como pode ser. Vivemos numa época de profundas e rápidas mudanças, já é possível olhar para o passado recente com visão histórica. O ex-deputado e ex-ministro Delfim Netto, 84 anos, é uma figura que pertence à história e seu depoimento, lido com visão crítica, informa.
"Nunca trabalhei na minha vida. Tudo que fiz foi por diversão, por prazer", declara. "Vou lhe dizer mais: você não escolhe a profissão, a profissão te escolhe. E quando você tem sorte, você nunca trabalha."

Do Valor.
O homem que se reinventou
Por Claudia Safatle
Unanimidade ele nunca foi. Mas é impossível ser indiferente a esse personagem que desde 1967 participa ativamente da vida econômica e política do país. Antônio Delfim Netto, 84 anos, é um homem que se reinventou. Foi ministro nos governos dos generais Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici e João Baptista Figueiredo e é um dos principais conselheiros dos governos da era PT. [...] Discretíssimo na vida pessoal, Delfim escondeu os 18 dias de coma e os 60 dias que passou internado no Incor (SP), há um ano e meio, com embolia pulmonar e um problema cardíaco que lhe rendeu dois 'stents' e quatro meses de ausência de suas atividades cotidianas. [...] Neto de imigrantes italianos, Antônio Delfim Netto nasceu e cresceu no Cambuci, bairro operário de São Paulo. Dona Maria Delfim, sua mãe, costurava para fora. "E eu ganhava um dinheirinho entregando os vestidos." O pai, José Delfim, trabalhava na CMTC, empresa de transportes da prefeitura de São Paulo. Tem duas irmãs mais novas, Filomena (nome da avó) e Terezinha, uma porção de sobrinhos e, agora, o neto Rafael, de um ano e meio, filho de sua única filha, Fabiana. O nome da filha remete à juventude, quando, segundo conta, era socialista fabiano, reformista, corrente que, afirma hoje, "trazia um equívoco fundamental, no qual eu também acreditava: de que o Estado deveria ser proprietário dos meios de produção". Foi a leitura da "Teoria dos Preços", de George Stigler, que o fez mudar de ideia. [...] Foi o primeiro aluno da FEA a tornar-se um de seus catedráticos e da escola só se desligou para se aposentar. "É uma coisa fantástica. Eu gastei 6 mil réis com um selinho para, depois, viver a vida inteira na universidade", conta. O selo era colado no título de admissão. "Aquilo garantiu a minha vida." Provavelmente, esteja aí o início da profunda ligação do ex-ministro da Fazenda, da Agricultura, do Planejamento e do deputado federal por cinco mandatos consecutivos, com o Estado. Em retribuição, Delfim doou à USP sua biblioteca de quase 300 mil títulos de economia, matemática, história, geografia, antropologia e estatística. "Me dá vontade de dar risada quando alguém diz: 'Mas vejam! É um absurdo esse negócio de educação e saúde gratuitos!'. Você até pode discutir se quer cobrar mais de um sujeito ou de outro. Mas a antropologia ensina: o macaco virou homem pelo conhecimento; e o homem só ganha a humanidade se tiver saúde". Antropologia é o "hobby" do economista. Dos tempos em que era jovem e frequentava um boteco na avenida Angélica, do seu amigo Horácio Coimbra, e bebericava com Paulo Vanzolini e Luís Carlos Paraná, restaram boas lembranças. "O primeiro disco que o Carlos Paraná gravou foi financiado pelo Café Cacique, do Horácio", recorda. Boêmio mesmo, nunca foi. "Sempre gostei de estudar." É o que mais gosta de fazer ainda hoje. Por quase quatro horas, Delfim falou com entusiasmo sobre os mais variados temas. A crise na Europa, a origem do homem, religiosidade, a democracia e os bons tempos em que estudou na USP. "O que mais me fascina é a origem do homem. Antropologia é a única coisa que leio fora da economia. Sou um amador, me entende? Mas tenho algumas convicções sobre por que o homem está aqui." Tem grande admiração pela parte antropológica da obra de Karl Marx. "O homem é um animal que produz trabalho, como a abelha faz o mel. Suas mãos produzem você, e o seu cérebro é produzido pelas suas mãos." [...] "Na minha opinião, tem duas teorias absolutamente fantásticas: o darwinismo e a física quântica. O Darwin a gente está começando a entender do que se trata; a física quântica dá certo, mas ninguém sabe por quê". Max Planck, prêmio Nobel de física em 1918, dizia: A física quântica ninguém sabe o que é, mas funciona. A economia, todo mundo sabe o que é, mas não funciona.

- Na sua visão, de onde viemos?
-"Somos a natureza tentando saber quem ela é.
- E para onde vamos?
- Aí é uma coisa hegeliana. É mais complicado...
- O senhor acha que há vida após a morte?
- Não sei. Mas acredito que tem alguma coisa que controla o mundo. Tenho minha própria religiosidade e acho que é uma ligação que não tem nada que ver com o racional. Eu gosto desse ponto de vista, acho que dá conforto.
Ele retoma a questão do processo civilizatório e conclui que a evolução é rumo a uma sociedade republicana, democrática.
"Tenho uma grande confiança na dialética entre a urna e o mercado. Cada vez que a urna exagera nos benefícios, o mercado vem e pune. E cada vez que o mercado exagera, vem a urna e pune."
Num momento em que a crise, tanto nos Estados Unidos quanto na zona do Euro, leva pensadores e movimentos sociais a questionar o regime capitalista e a prever seu fim, o ex-ministro não crê em alternativas.
"O capitalismo não foi inventado por ninguém. O homem foi procurando formas de produzir sua sobrevivência da maneira mais econômica possível. O capitalismo não tem fim. De vez em quando ele quebra, se recupera e sai da crise diferente de como entrou. O que se chama de capitalismo, portanto, nunca é a mesma coisa."
E conclui: "Cada vez que um cérebro peregrino inventa uma nova forma de organização, termina em porcaria".
A íntegra.

Atenas em chamas

A atual crise econômica mostra dois fatos inequívocos: 1) os organismos econômicos internacionais são conservadores e incompetentes; 2) os parlamentos não representam os interesses da população, mas os de uma minoria de banqueiros. Onde a política econômica implantada salvou o País e não os bancos, como a Islândia, as orientações conservadoras não foram obedecidas. Da mesma forma, o Brasil escapa à crise porque teve a sorte de estar sendo governado pelo PT, que não ouviu os conselhos dos tucanos de cortar investimentos e gastos sociais em vez de implantar o PAC e distribuir rendas. A velha imprensa esconde isso.

Da Esquerda.net via Agência Carta Maior.
Atenas arde em protestos contra política da "troika"
Dezenas de milhares de pessoas compareceram à maior manifestação em Atenas contra a austeridade e os cortes de gastos públicos aprovados neste domingo no parlamento grego. A multidão dispersou da Praça Syntagma quando a polícia a atacou com gás lacrimogêneo, mas muitos grupos permaneceram no centro de Atenas enfrentando a polícia com pedras e coqueteis molotov. Manolis Glezos, o herói da resistência grega ao nazismo e membro do Syriza, perguntava à imprensa "como é possível implementar estas medidas com gás lacrimogêneo?". "Elas não têm o voto do povo grego", acrescentou este militante de 90 anos, ainda com a máscara de gás colocada e dificuldade em respirar. Outro veterano nesta manifestação contra o governo da troika foi o compositor Mikis Theodorakis. Foi quando se preparava para dirigir à multidão na Praça Syntagma que a polícia começou a disparar o gás lacrimogêneo. Aos microfones duma rádio grega, uma porta-voz de Theodorakis acusou a polícia de "tentativa de assassinato" por ter tentado deliberadamente atingir o compositor de 86 anos. Em declarações aos jornalistas, Theodorakis afirmou-se confiante que "o povo vencerá", tal como aconteceu contra os nazis e a junta militar. Todo o centro de Atenas ficou sob a nuvem do gás policial e os focos de incêndio estão também disseminados, com os confrontos sem fim à vista. Ao fim da tarde, estavam encerradas quatro estações de metrô no centro de Atenas por ordem da polícia. O líder sindical do metrô disse que os trabalhadores não viam razões para o encerramento e que a intenção da polícia era impedir as pessoas de chegarem à Praça. Entretanto, a outra manifestação da tarde, convocada pela central sindical Pame, dirigia-se para a Praça Syntagma. Dentro do Parlamento, o debate teve início depois das 15h, com o ministro das Finanças tentando explicar aos deputados a pressa para aprovar a proposta até à meia noite de domingo. Um deputado independente questionou o parlamento sobre se tinha a certeza do que estava para ser votado, quando há várias falhas no documento, incluindo partes em que aparece "XX" em vez do número da quantia a que se refere.
A íntegra.

Com aval da Anatel, teles tramam controle da banda larga

Do portal da CUT.
Teles manobram para controlar entidade aferidora de qualidade da banda larga
13/2/2012
"Licitação" de cartas marcadas deverá ser concluída até o próximo dia 29; lobo cuidaria do galinheiro.
Por Luiz Queiroz/Convergência Digital
Está em curso uma contratação que pode ir contra os interesses dos consumidores brasileiros dos serviços de banda larga que, se não conta com a anuência prévia da Anatel, pelo menos, vem sendo articulada com sua omissão. Uma espécie de 'licitação', promovida pelo SindiTelebrasil -- sindicato que representa as empresas do setor de telefonia -- deverá ser concluída até o próximo dia 29 para a contratação de uma "entidade aferidora da qualidade da banda larga". E há fortes indícios que a ABR Telecom -- uma entidade organizada pelas próprias empresas de telefonia para realizar a portabilidade numérica na telefonia fixa e móvel -- será a escolhida nesse processo de licitação para vigiar a qualidade da banda larga brasileira. A licitação em si já causa estranheza, pois o processo de escolha não está sendo feito pelo órgão regulador, no caso, a Anatel. A decisão de delegar poderes ao SindiTelebrasil para contratar a entidade aferidora da qualidade da banda larga foi aprovada pelo Conselho Diretor da Anatel, em outubro do ano passado, quando anunciou ao público o novo Regulamento de Gestão da Qualidade no Serviço de Comunicação Multimídia. Apenas cinco empresas entregaram propostas para prestação do serviço ao SindiTelebrasil: ABR Telecom; NIC.Br; PwC -- PricewaterhouseCoopers Corporate, Finance Recovery Ltda. e ISPM Serviço de Informática. Os valores, suas planilhas de custo, especificações do software que irá medir a qualidade da banda larga entre outros documentos não são públicos. O SindiTelebrasil alegou que se tratam de "informações sigilosas" em recente entrevista ao portal Teletime.
A íntegra.

Vale quer destombar Serra da Piedade e impedir Parque do Gandarela

Se depender da ex-estatal, agora multinacional, não fica espaço nenhum no Brasil sem uma giganteca cava mineral. Patrimônio? Natureza? Árvores? Água? Bichos? Gente? A "responsabilidade social" da empresa é exportar minério!

Do Portal Minas Livre.
Vale quer explorar minério na Serra da Piedade
13/2/2012
A Vale S.A. manifestou, recentemente, intenção de explorar o minério de ferro na Serra da Piedade, reserva ambiental e patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em junho de 2011, a empresa mineradora entrou com mandado de segurança preventivo com pedido de liminar, junto à Justiça Federal em Brasília, para que o Iphan retrocedesse na ampliação do tombamento federal, pois seus interesses minerários estavam sendo prejudicados com essa proteção à Serra da Piedade. No entanto, a única mina da Vale nessa região, a Córrego do Meio, já se encontra desativada há mais de seis anos, o que não justificaria tal pedido. Esta ação da Vale S.A. é uma grave ofensa a Minas Gerais e a todos aqueles que acreditam que o nosso patrimônio deve ser resguardado de outros interesses que não os do povo brasileiro. A manutenção integral de bens como a Serra da Piedade, depositários da identidade de sua gente, não deve ser ameaçada por ninguém, muito menos por uma empresa que não possui legitimidade para tal, mesmo que se firme em artifícios pretensamente legais, mas não morais e éticos. É inacreditável que até a Serra da Piedade esteja na mira da agressividade da Vale S.A. em ocupar espaços e territórios. A empresa mostra na mídia uma imagem de "responsabilidade social corporativa", em propagandas bem elaboradas, e atua de forma marginal para poder fazer valer os seus interesses. Se essa empresa não respeita nem a Serra da Piedade, o que fará com as Serras da Calçada, Moeda, Rola-Moça e Serrinha, com Congonhas, Mariana, Patrocínio e com o Norte de Minas? Neste momento, sua ganância desmedida pela Serra do Gandarela, última grande área preservada da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do Quadrilátero Ferrífero, depositária de riquíssima biodiversidade, paisagens e águas, leva a Vale S.A. a fazer tudo para que o Parque Nacional da Serra do Gandarela, proposto pelo ICMBio em outubro de 2010, não seja criado ou que seja totalmente mutilado na sua proposta original.
A íntegra.