quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Indústria tenta mudar guia da alimentação saudável

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Associação bancada por Nestlé e Coca-cola tentou engavetar guia que recomenda comida de verdade 

João Peres, The Intercept Brasil, 30 de Outubro de 2019

Arthur Chioro havia acabado de assumir o cargo de ministro da Saúde, em fevereiro de 2014, quando foi a um evento em Brasília. O que era para ser um momento descontraído virou uma reunião improvisada com Edmundo Klotz, então presidente da Abia, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos.

“Ele me trouxe um caderninho. Uma publicação muito bonita. Era algo que, se eu abrisse a gaveta, não teria como confundir. Algo que realmente se destacava”, recorda Chioro. “Havia três pontos-chave, três questões das quais a indústria não abria mão. Uma delas era que não se publicasse em hipótese alguma o Guia Alimentar.”

Não funcionou. Naquele mesmo ano o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar para a População Brasileira, que inovou a forma como a alimentação saudável era vista: saíram as recomendações nutricionais complicadas, entraram diretrizes mais simples, focadas em comida de verdade – aquelas baseadas em ingredientes in natura e minimamente processados – e redução do consumo de alimentos industrializados.

A publicação nunca foi digerida pela indústria – e, agora, seus representantes viram em Jair Bolsonaro uma oportunidade para resolver o incômodo.

Foi a primeira vez que Chioro, hoje professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, detalhou como funcionou o lobby da indústria alimentícia na época. Klotz encerrou um período de 32 anos como principal representante de Nestlé, Danone, Unilever, Coca-Cola e companhia limitada. Quem assumiu seu lugar foi João Dornellas, que já manifestou publicamente a intenção de alterar as recomendações.

Clique aqui para ler a íntegra da reportagem no The Intercept Brasil. 



terça-feira, 29 de outubro de 2019

Da série 'A destruição do Brasil pelo golpe'

É claro que o governo atual falha no combate ao vazamento que completa a destruição ambiental do Brasil pelo golpe: primeiro foi a Bacia do Rio Doce, seguido da Bacia do Rio das Velhas, pelas mineradoras; depois a Amazônia queimada pelo agronegócio, além de queimadas em toda parte, inclusive no entorno de BH; agora, as praias.
O governo atual é incompetente, não tem quadros, só tem ideologia, a neoliberal, que quer desregulamentar tudo para que o capital lucre mais, gaste menos, não tenha opositores. Simples assim. Por isso a direita, que levou o mundo a duas guerras no começo do século passado e ficou apavorada com a crise mundial de 1929, não consegue administrar o capitalismo e precisou da esquerda, com suas reformas, para salvá-lo. Mas ela só cede quando vê o povo descontrolado destruir tudo, em revolta, e teme que isso dê em revolução, que é quando um grupo ideológico coeso e competente, como foram os bolchevistas em 1917, assume a liderança. Construir dá trabalho, governos ideológicos cegos não têm competência para isso.

Vazamento de óleo no Nordeste: quais órgãos são responsáveis por limpar, investigar e punir

João Fellet - @joaofellet Da BBC News Brasil em São Paulo

(Imagem: militares da Marinha e agentes do Ibama trabalham para retirar óleo da foz do rio Jaboatão, em Pernambuco.)

Ibama e Marinha

As manchas de óleo no litoral do Nordeste mobilizaram vários órgãos federais, estaduais e municipais, além de milhares de voluntários.

O incidente já afetou 225 praias em 80 municípios desde o fim de agosto. Neste fim de semana, as manchas voltaram a aparecer em seis praias do Rio Grande do Norte que já haviam sido afetadas pelo vazamento (Tabatinga, Búzios e Camurupim, em Nísia Floresta; Praia do Giz e Praia do Amor, em Tibau do Sul; e Pirangi do Norte, em Parnamirim).

A dimensão do acidente e as dúvidas quanto à sua autoria têm alimentado embates entre autoridades e motivado críticas de comunidades impactadas e ambientalistas, que questionam a eficácia da resposta governamental ao desastre.

Qual é, no entanto, a atribuição de cada órgão em um incidente como esse? Quem é responsável por limpar as praias, investigar o vazamento e denunciar os responsáveis?

Clique aqui para ler a íntegra da reportatem no saite da BBC Brasil.


terça-feira, 22 de outubro de 2019

Julgamento da prisão em 2ª instância não julga o principal

A BBC Brasil fez uma extensa matéria para comparar o sistema brasileiro com os de outros países. Sempre é bom ter informação, e logo de cara a gente vê que também nisso o que está acontecendo aqui é uma macaquice, influência neoliberal, americana e britânica. A matéria não trata porém do principal: a injustiça intrínseca da justiça brasileira, que precisa ser virada pelo avesso para merecer o nome.
No caso específico, a decisão foi feita ad hoc, para prender Lula e destruir o PT, não tem nada a ver com impunidade, muito menos com justiça. No caso geral, a justiça brasileira solta os ricos e prende os pobres, estes quando a polícia não mata antes. Simples assim. E é assim porque as castas privilegiadas, os ricaços e os poderosos querem que seja assim. Se as coisas começam a mudar e saem do seu controle, dão golpe.
Bacurau. Acorda, amor.

Alvo de disputa no Brasil, prisão após condenação em 2ª instância é permitida nos EUA e em países da Europa
Mariana Schreiber - @marischreiber Da BBC Brasil em Brasília 

Clique aqui para ler a matéria da BBC Brasil.

PAD: o programa acelerado de destruição do Brasil pelo golpe

É o desPAC, o pad, o programa de aceleração da destruição pelo golpe, que começou com Temer e continua com o governo miliciano-evangélico-neoliberal.
Enquanto o circo nos distrai, o governo do pad vai fazendo ilegal e autoritariamente o que quer.

Projeto do governo de ampliar mineração ameaça 30% das terras indígenas do país

Por Maria Fernanda Ribeiro, Repórter Brasil. 

Secretário do Ministério de Minas e Energia afirma que projeto de lei deve ser enviado ao Congresso ainda este mês; áreas cobiçadas por empresas equivalem a 28 milhões de campos de futebol e atingem 160 etnias.

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.


Governo federal vai privatizar cidades históricas e lagos de Três Marias e Furnas

The Intercept Brasil descobriu a lista secreta do Ministério do Turismo.
São 222 espaços públicos que serão privatizados, incluindo praias, lagos, rios, ilhas, parques, trilhas, comunidades, praças, sítios arqueológicos, monumentos, teatros, museus e tudo mais. Em Minas, estão incluídos os dois lagos e o que é propriedade federal nas cidades históricas.

Clique aqui para ver a lista.


Pantanal, Forte de Copacabana e + 200 pontos turísticos que o governo quer alugar

Não tem nada errado, era isso que ele pretendia, sempre pretendeu e prometeu fazer. É a ideologia, são os interesses do neoliberalismo, do capitalismo predador, das castas privilegiadas para quem o povo é lixo e a natureza é "recurso natural", que deve ser explorado e transformado em lixo também, sempre para deleite e lucro dos ricaços e poderosos.
Errado é a maioria do povo o eleger, errado é os brasileiros apoiarem passivamente a destruição do seu país, sua entrega para estrangeiros, sua destruição pelo capital predador e pelas castas privilegiadas que no meio da mais profunda crise do país em todos os tempos continuam ganhando novos privilégios.
Tá péssimo, já esteve ruim e vai piorar mais ainda.
Bacurau. Acorda, amor. 

Aluga-se o Brasil
Exclusivo: Pantanal, Forte de Copacabana e +200 pontos turísticos que Bolsonaro quer alugar


Breno Costa, The Intercept Brasil, 16 de Outubro de 2019

Jair Bolsonaro está colocando em marcha um plano imenso para transformar áreas públicas, praias, cachoeiras, lagoas e zonas de preservação ambiental em empreendimentos turísticos privados. Tive acesso a documentos internos do Ministério do Turismo que mostram como isso está se desenvolvendo de maneira acelerada no governo de Bolsonaro — um entusiasta da criação de “Cancúns” brasileiras.

Um dos documentos é uma planilha produzida no primeiro semestre deste ano que lista 222 propriedades da União espalhadas por 17 estados e Distrito Federal, que o governo quer passar para a iniciativa privada explorar (clique aqui para ver a lista completa). São indicações feitas pelos governos estaduais a pedido do governo federal. Há desde prédios históricos e terrenos em locais privilegiados a parques nacionais e ilhas. Até mesmo um parque no Pantanal está entre os alvos do governo — com 135 mil hectares, quase o tamanho da cidade de São Paulo, o Parque do Pantanal Matogrossense hoje não tem infraestrutura turística alguma.

A lista será consideravelmente maior. Os outros 9 estados, entre eles São Paulo, ainda não haviam respondido ao pedido do Ministério do Turismo por áreas da União em seus territórios que seriam de interesse turístico para uma eventual concessão à iniciativa privada.

Claro que essas áreas não serão todas concedidas ao mesmo tempo, e haverá modelos diferentes de concessão e destinação. Mas o projeto, que o governo deverá anunciar ainda neste ano, segue as bases de um programa iniciado há três anos pelo governo de Portugal.

O Revive, como será chamado também no Brasil, concede construções históricas sem uso e/ou em estado deteriorado para empresas privadas, com vistas ao turismo. Isso não envolve simplesmente um trabalho de restauração. Somente neste ano, nove patrimônios históricos portugueses foram colocados à disposição, entre conventos, mosteiros e até um castelo. Todos eles irão virar hotéis, com 50 anos de concessão à empresa vencedora da licitação (há um concurso para cada local). Neste momento, o governo português está recebendo propostas de grupos hoteleiros e outros interessados em transformar o Mosteiro de Travanca, em Amarante, uma joia beneditina colocada de pé quatro séculos antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil.

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.


Envolvidos no 'dia do fogo' se uniram para queimar a Floresta Amazônica

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Para chefe de fiscalização do Ibama, envolvidos no “dia do fogo” se uniram para queimar a floresta 

O caso aconteceu em 10 de agosto, quando o Inpe registrou um aumento de 300% no número de queimadas em Novo Progresso, no Pará (Na foto a queimada criminosa na Parna Jamanxim. Foto: Victor Moriyama / Greenpeace, 24/8/2019)

Manaus (AM) – Em entrevista exclusiva à agência de jornalismo independente Amazônia Real, Hugo Loss – coordenador de Operações de Fiscalização, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Brasília – falou pela primeira vez sobre o “dia do fogo”, data que se tornou conhecida internacionalmente quando madeireiros e fazendeiros “tocaram fogo” na floresta no 10 de agosto, no entorno da BR-163, em Novo Progresso, no sudoeste do Pará.

Após uma denúncia divulgada dias antes no jornal Folha do Progresso, servidores do Ibama pediram apoio ao Governo do Pará e ao Ministério da Justiça, mas a Polícia Militar e a Força Nacional de Segurança não foram liberadas a tempo para impedir os crimes ambientais.

O número de queimadas realmente aumentou em Novo Progresso naquele dia: foi um acréscimo de 300%, em 24 horas, segundo o monitoramento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“O dia do fogo, por exemplo, foi uma coisa nova e mostrou que os envolvidos estavam articulados nacionalmente. Eles se uniram e determinaram que, naquele período, eles iriam queimar a floresta”, disse Hugo Loss.

A pedido do Ministério Público Federal no Pará, um inquérito investiga as ocorrências do “dia do fogo” em Novo Progresso, mas até o momento não foi divulgada a conclusão da investigação ou a prisão dos acusações por crime ambiental.

Na semana passada, o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Hugo Loss veio a Manaus para participar do seminário “Dinâmica do Desmatamento e das Queimadas no Amazonas em 2019”. O evento foi realizado no dia 15 de outubro pela Força-Tarefa Amazônia do Ministério Público Federal. Participaram do encontro representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), assim como procuradores e representantes da sociedade civil.

Clique aqui para ler a íntegra no saite Amazônia Real.


O 'Brasil grande' do golpe queima, seca e contamina terras, florestas, rios, mar e ar

Clique nos títulos para ler na BBC Brasil as notícias sobre as aberrações desses tempos de novo governo militar.
Só imbecis acreditaram nas intenções moralizadoras desse governo, a maioria sabia que era tudo mentira, mas quis mesmo assim, porque tem uma cabeça muito ruim.
Reforma da previdência corta aposentadoria dos pobres, mas mantém os privilégios dos militares e demais castas golpistas.
O Brasil do golpe é um novo "Brasil grande": grande, imenso, em todas as catástrofes, todos os males, todas as destruições que impõe ao povo e à natureza. 
A Bacia do Rio Doce foi destruída pela Vale, a Bacia do São Francisco também. Agora é a vez do capitalismo predatório destruir o litoral do Nordeste e queimar a Amazônia.
Em cinco anos, o golpe destrói o Brasil, com cumplicidade passiva da maioria. O que sobrará para as gerações de jovens e crianças?
Não é só o desastre de Brumadinho que deve ser investigado como crime, como sugeriu a ONU, é tudo que vem acontecendo no Brasil desde o final da eleição de 2014, começando pela operação larva jato.
Todas as calamidades que assolaram e continuam assolando o Brasil nesses cinco anos são crimes, cometidos contra os brasileiros e o Brasil exatamente por aqueles que deveriam zelar pelo combate ao crime, pelo cumprimento das leis, pelo bem-estar dos brasileiros, pela proteção da natureza.
Quem nos protegerá de quem deveria nos proteger?
Bacurau. Acorda, amor.  

Em tempos de crise fiscal, Itamaraty mantém auxílios-moradia de até R$ 70 mil por mês
André Shalders - @andreshalders Da BBC News Brasil em Brasília

Danos do óleo no litoral do Nordeste vão durar décadas, dizem oceanógrafos
Victor Uchôa De Salvador para a BBC News Brasil

Com Congresso prestes a aprovar previdência mais dura para civis, reforma branda para militares patina
Mariana Schreiber - @marischreiber Da BBC News Brasil em Brasília 

O agrotóxico que matou 50 milhões de abelhas em Santa Catarina em um só mês
Aline Torres De Florianópolis para a BBC News Brasil 

Na contramão de Europa e EUA, Brasil libera mais agrotóxicos
Camilla Costa - @_camillacosta Da BBC News Brasil em São Paulo

A hidrelétrica controlada pelos governos francês e brasileiro acusada de matar 80 mil peixes na Amazônia
Caio de Freitas Paes Do Rio de Janeiro para a BBC News Brasil

Redes criminosas cometem assassinatos e se aliam a empresas para desmatar na Amazônia

'Extremamente triste e perturbador': repórter da BBC sobrevoa queimadas na Amazônia

O que as queimadas na Amazônia têm a ver com a economia

Conheça o Rio Doce antes e depois da enxurrada de lama

Tragédia de Mariana: sem indenização, vítimas pescam em área contaminada e já acumulam R$ 833 mil em multas
Leandro Machado Da BBC News Brasil em São Paulo 

Brumadinho: as fotos de antes e depois do rompimento

Brumadinho, a história de uma tragédia que poderia ter sido evitada
Ricardo Senra Enviado da BBC News Brasil a Brumadinho (MG)

Tragédia em Brumadinho: As 5 lições ignoradas após tragédia de Mariana
Nathalia Passarinho* Da BBC News Brasil em Londres

Brumadinho: 'Desastre deve ser investigado como crime', diz ONU
Marina Wentzel De Basiléia (Suíça) para a BBC Brasil 

domingo, 20 de outubro de 2019

Água, não papel higiênico

Ilustração com a rainha Victoria em uma banheira sobre o mapa mundi
Os hábitos no banheiro que causam estranheza em outras partes do mundo

"Como árabes, temos de ter três coisas quando vamos viajar: passaporte, dinheiro e um bidê portátil", brincou o comediante egípcio Bassem Youssef em sua performance de estreia no Reino Unido, em junho.

Ele exibiu uma ducha higiênica, também conhecida como shattaf. "Não entendo: vocês são um dos países mais avançados do mundo. Mas quando se trata da parte de trás, você estão atrasados."

Muitas pessoas concordariam com Youssef. A tendência em diversos países ocidentais das pessoas se limparem apenas com papel higiênico depois de usar o banheiro — em vez de enxaguar — causa perplexidade em outros lugares do mundo.

A água limpa de maneira mais organizada do que o papel: correndo o risco de inspirar uma reação de nojo, imagine tentar remover as fezes da pele apenas com papel...

Além disso, ainda que o papel higiênico não seja tão áspero quanto peças de cerâmica (usadas pelos gregos antigos) ou espigas de milho (como entre os americanos no período colonial), a água é menos abrasiva do que as marcas mais macias disponíveis no mercado.

Há tempos, uma visita ao banheiro se encerra com um jato d'água em vários países. E não apenas no mundo não ocidental, afinal, foram os franceses que deram ao mundo a palavra bidê. Mesmo que ele esteja desaparecendo na França, continua a ser padrão na Itália, na Argentina e em muitos outros lugares. Enquanto isso, a ducha higiênica de Youssef é comumente encontrada na Finlândia e no Brasil.

Ainda assim, grande parte do Ocidente depende do papel higiênico, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos. E, quando comparadas com qualquer outro lugar do mundo, essas duas nações tiveram a maior influência na cultura moderna do banheiro, observa a historiadora da arquitetura Barbara Penner em seu livro Bathroom ("Banheiro", em inglês).

Clique aqui para ler a íntegra na BBC Brasil.