sexta-feira, 30 de maio de 2014

Documentário sobre a Marcha da Maconha em Maceió

Esse assunto faz parte daqueles em que os reacionários impõem a ignorância da população com a cumplicidade da velha imprensa.
Melhor do que dizer alguma coisa é ouvir e ver para não repetir bobagens. "Deixa de ser alienado, para de assistir Globo."
Se tem jovens corajosos para realizar uma marcha no estado talvez mais conservador do País, é hora de no mínimo parar para pensar.
A coragem da juventude é uma coisa admirável e essencial para que o mundo melhore.
Eles querem plantar maconha orgânica em casa.
Policiais -- não todos, mas os maus -- atuam em defesa do monopólio dos traficantes.
E o STF liberou.

Do DCM.

São Victor do Horto

A epopeia da Libertadores de 2013 já é história.


Do blog Escritos ao Vento.
Há um ano nascia um santo 
Ana Paula Pedrosa 

"O começo de qualquer partida é uma janela aberta para o infinito. Ao soar o apito inicial, todas as possibilidades passam a ser válidas." Li isso numa crônica escrita por Nelson Rodrigues em 1962. Encontrei significado para essas palavras no fim de uma partida do Galo, mais de meio século depois que elas foram escritas. Quando o juiz apitou o início daquela partida, num 30 de maio como hoje, ninguém poderia imaginar a quanto o infinito chegaria. Para todo o sempre cada atleticano vai se lembrar em detalhes exatamente o que fez, pensou e sentiu naquela noite que nunca vai terminar.
A íntegra.

O PNE e a mediocridade da política brasileira

É outra faceta do "desenvolvimento".
Deputado do PT, provavelmente o mais progressista, considera "revolucionária" a meta de ter 25% da meninada em escola integral dentro de dez anos.
Deveria ser a totalidade no ano que vem.
E ainda estaríamos atrasados.
Em dez anos, provavelmente, a meta não terá sido cumprida e então se dirá que, no entanto, "avançamos".
Nada se diz sobre a qualidade da escola, essa instituição anacrônica do século XIX, que no século XXI o Brasil ainda tenta universalizar.
Escola é só uma prisão para crianças, o que muda seu caráter é a qualidade da educação.
Enquanto as mães e os pais passam os anos trabalhando como escravos, durante oito horas ou mais por dia, levando duas horas ou mais para ir para o trabalho e duas horas ou mais para voltar, numa época em que, com tantas máquinas e tanta tecnologia, poderíamos trabalhar três horas por dia e passar a maior parte do tempo com os filhos, os parentes, os amigos, os vizinhos, se o foco da civilização fosse distribuição de riquezas em vez de crescimento, enquanto isso acontece, é óbvio que os filhos têm de ficar em algum lugar, sendo cuidados, alimentados etc.
Os filhos dos ricos desde o começo do capitalismo passam seus dias em caros colégios internos. 
O capitalismo não se importa com os filhos dos trabalhadores e eles vão trabalhar também, ou então são deixados sozinhos, ou com avós, e passam quatro horas em escolas que mais parecem presídios, com muros altos, cercas elétricas, portões fechados, para que não fujam.
Presos e obrigados a permanecer sentados e quietos em salas fechadas, torturados com fórmulas e memorização de todo tipo de conhecimento inútil.
De fato a função da escola é treiná-los para obedecer e para aprender o que as empresas vão lhes exigir para que trabalhem como escravos, como seus pais.
É isso na essência essa escola que se quer universalizar, e os educadores sabem disso há décadas, os mais lúcidos desde que o modelo começou a ser implantado nos países mais desenvolvidos, no século XIX.
Revolucionário não é dar escola em tempo integral para 25% das crianças em dez anos.
Revolucionário é propor uma instituição que eduque igualmente todas as crianças, pobres e ricas, com participação de pais e educadores (educador é diferente de professor), para que sejam bons seres humanos, para viver num mundo que não seja de destruição da natureza e desigualdades.
Revolucionário é propor a redução drástica da jornada de trabalho e ao mesmo tempo o aumento da renda, a gratuidade dos serviços essenciais de educação, saúde, transporte etc.
Revolucionário é planejar e reformar as cidades, dando prioridade à mobilidade, à qualidade de vida, aos espaços públicos, às áreas verdes, ao lazer, à convivência, à saúde.

Da Agência Brasil.
Câmara aprova texto-base do PNE, destaques serão votados na próxima semana  
por Luciano Nascimento, edição de Luana Lourenço

Brasília – Com a galeria tomada por estudantes, professores e trabalhadores da educação, a Câmara dos Deputados aprovou ontem (28), por unanimidade, o texto-base do projeto que institui o Plano Nacional de Educação (PNE).
O PNE estabelece /5/1420 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo; o aumento de vagas em creches, no ensino médio, no profissionalizante e nas universidades públicas; a universalização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em tempo integral para, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. O plano destina também 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação – atualmente são investidos menos de 6% do PIB.
De acordo com o relator, Ângelo Vanhoni (PT-PR), a educação integral é a meta mais revolucionária do PNE. "Em países desenvolvidos, os pais levam os alunos à escola às 7h da manhã e pegam às 17h. Isso porque a grade curricular, os sistemas municipais de ensino, contam com os conteúdos básicos – matemática, português, história etc. – e aulas de reforço no período da tarde, com tempo de sobra ainda para aulas de música, dança", comparou.
A íntegra.

Já vai tarde

Há quem considere que Joaquim Barbosa fez parte do pior STF da história do Brasil. Há quem diga que foi tão nocivo ao País quanto Jânio Quadros e Carlos Lacerda. ("Nunca, desde Lacerda, alguém trouxe tamanha carga de raiva insana à sociedade a serviço do reacionarismo mais petrificado.") É uma boa comparação; eu incluiria Collor nesse rol. Sob sua presidência o tribunal perdeu o pudor de ignorar que sua missão singela é fazer justiça.
É provável que saia para fazer campanha para o Aécio

Da RBA.
Barbosa vai, mas a polêmica fica: 14 "causos" para entender o presidente do STF
Desde que assumiu posto de ministro no STF, Joaquim Barbosa já bateu boca com colegas e juristas, tomou decisões contraditórias em julgamentos políticos e teve de explicar, com a elegância que lhe é peculiar, gastos públicos com viagens, jogos da seleção brasileira e reformas em seu gabinete, além da indicação de um filho para trabalhar na Rede Globo. Agora, decidiu aposentar-se. Relembre aqui os episódios mais marcantes da trajetória de Barbosa como ministro e presidente do STF.
A íntegra.

Falta d'água em BH, mineração e Parque do Gandarela

Outro exemplo de como preparamos catástrofes com o "desenvolvimento": a mineração ameaça a Serra do Gandarela e com ela, além da mata e de inúmeras espécies animais, nascentes que abastecem Belo Horizonte.
A Vale privatizada pelo governo tucano FHC não está nem aí para o Brasil, para os brasileiros, para a natureza e as populações dos locais onde atua, quer só fazer buraco, exportar cada vez mais e ganhar muito dinheiro. É o progresso, o desenvolvimento. Para quem, é a questão.
E como desenvolvimento é uma palavra sagrada para o governo petista, a mineração é considerada prioritária.
No presente, a mineração, no futuro, a falta d'água.
Em abril, o prefeito de Rio Acima, Antônio César Pires de Miranda Júnior, tombou a Serra, e com isso barrou os interesses da Vale, mas a multinacional faz pressão sobre a prefeitura e municípios vizinhos.

Do Águas do Gandarela.
Momento crucial para a Serra do Gandarela
Desde maio de 2012, quando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou as 6 consultas públicas (Caeté, Raposos, Santa Bárbara, Ouro Preto, Rio Acima e Belo Horizonte), estamos aguardando a criação do Parque Nacional e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Serra do Gandarela.
Segundo fontes de confiança em Brasília, o governo federal, ao que tudo indica, criará nos próximos dias um Parque Nacional da Serra do Gandarela completamente mutilado, de forma a atender os interesses da Vale e também desrespeitando toda a negociação acerca da criação da RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável), adjacente ao Parque e pedida pelas comunidades.
Se você quer colaborar com a nossa campanha para impedir esse absurdo, entre na nossa corrente de protesto e envie esta semana e-mails para a Casa Civil da Presidência da República exigindo que a presidente Dilma atenda os reais interesses dos brasileiros e da nação -- e não os interesses da Vale!!!
Email: Casa Civil da Presidência da República.

Conheça mais sobre a importância da Serra do Gandarela clicando aqui.

Falta d'água e mudanças climáticas

A humanidade continua como o sapo que sente a água esquentar, mas não salta fora da panela e morre cozido. As condições climáticas e a qualidade de vida vão piorando, mas só queremos consumir cada vez mais, queremos ser cada vez mais ricos, queremos que a economia cresça cada vez mais.
A palavra de ordem do século XXI não é crescimento, é distribuição. E decrescimento. Para a sobrevivência da espécie humana, para que nossos filhos e netos possam viver num mundo que não seja de escassez, guerras por água e alimentos, barbárie.
Políticos de direita fazem opção pelos cortes de gastos do Estado, que provocam recessão e desemprego, empobrecem mais a população e enriquecem mais os ricos.
Políticos de esquerda fazem opção pelo aumento de gastos do Estado que provocam crescimento, geram emprego, enriquecem a população e ainda mais os riquíssimos.
O que precisamos, e nem políticos de direita nem de esquerda fazem, é fazer a distribuição de riquezas e ao mesmo tempo diminuir a economia, para que a totalidade consuma menos e a destruição da natureza diminua.
Pôr a conservação e a recuperação do ambiente como objetivo principal, ao lado da distribuição das riquezas.
Isso será feito, senão hoje, no futuro, senão de forma racional, por força de catástrofes.
A humanidade já é muito rica, muito mais do que o planeta pode aguentar.
Se não aprendermos a conviver com a natureza, seremos cuspidos dela.
Os humanos se consideram poderosos, mas a Terra é mais; nós precisamos dela, ela não precisa de nós.

Do Greenpeace.
Sem água, sem clima
Greenpeace alerta para um prisma pouco discutido: altos e baixos no padrão de chuva cada vez mais frequentes, graças às mudanças climáticas.

A Praça da Sé foi tomada hoje (29/5/14) por uma fila de pessoas que queriam encher baldes e canecas d'água na torneira gigante ali montada pelo Greenpeace. Todos queriam garantir o seu, já que altos e baixos no padrão de chuva serão cada vez mais frequentes graças às mudanças climáticas, e a crise de água que atinge o estado de São Paulo desde o começo do ano pode se repetir nos próximos anos. Afinal, a crise da água é também crise do clima.
A crise da água é resultado de uma série de questões que os paulistas conhecem bem: falta de cuidado das nascentes, desmatamento do mata ciliar, poluição, desperdício e má gestão. Agora há um novo fator, que intensifica todos os problemas anteriores e que coloca uma nova camada de desafio no planejamento e na gestão dos recursos naturais.
Eventos climáticos extremos como a seca que atinge São Paulo serão cada vez mais intensos e comuns com a elevação da temperatura média do planeta. Rezar para São Pedro aumentar o nível das represas, como os governantes têm feito, para garantir o abastecimento de água e de energia para a população pode não ser suficiente.
"As mudanças climáticas e os eventos extremos decorrentes delas não são levados em consideração quando obras de infraestrutura e políticas públicas são pensadas", diz Cristina Amorim, coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. "O planejamento baseia-se no registro do que aconteceu em anos anteriores. Só que o passado não representa mais o que se espera do futuro." Na prática, a chuva tão esperada, quando chegar, pode vir diferente de antes -- e ninguém está preparado para isso.
A íntegra.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O legado da Copa: ações republicanas

A realização da Copa está exigindo do Estado brasileiro e dos seus governos, pelo menos aqueles diretamente ligados à realização de jogos, que se articulem uns com os outros e nas suas próprias estruturas, que se equipem e busquem eficiência.
Este é um assunto pouco falado, que fica nos bastidores, mas que pode ser percebido por bons pauteiros; se não está no noticiário é por outros motivos.
Vem acontecendo e não é de hoje: a Copa das Confederações serviu de teste e da lá pra cá o que foi feito foi avaliado e aprimorado. 
São articulações e "alinhamentos" que superam inclusive divergências ideológicas e unem funcionários de governos chefiados por adversários políticos.
Sob liderança do governo federal, que convoca, dá a direção e os recursos, inúmeros mecanismos estatais foram criados e estão funcionando, inspirados pelo objetivo de garantir a realização da Copa,
Reacionários são obrigados a agir, para não ficarem para trás; incompetentes e relapsos são exigidos pela ação dos que trabalham e se dedicam.
Isso acontece pelo menos no âmbito da saúde -- atendimento em situações de catástrofe -- e da promoção dos direitos da criança e do adolescente -- funcionamento dos Conselhos Tutelares; a notícia abaixo indica que também ocorre no âmbito da segurança.
São ações "republicanas", para usar o termo repetido pela presidente Dilma.
A simples integração de estruturas similares mas que funcionam dispersas e o debate das ações é uma prática democrática.
Se serão legados, depende do que vier depois, mas que são avanços me parece certo.

Do Blog do Planalto.
Copa do Mundo permitirá aumento da integração na segurança pública, diz Cardozo
Na primeira de uma série de reuniões sobre segurança pública e defesa na Copa, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Defesa, Celso Amorim, destacaram a integração das forças de segurança para a evento que começa no dia 12 de junho.
O ministro da Justiça garantiu que mais de 100 mil homens estarão atuando na segurança pública. Além disso, como parte da colaboração com outras nações, sete policiais de cada país que participa do torneio acompanharão a respectiva delegação. Cardozo afirmou que o governo federal gastou cerca de R$ 1,9 bilhão na segurança da Copa; R$ 1,2 bilhão do Ministério da Justiça e R$ 700 milhões do Ministério da Defesa.
"Os maiores investimentos do Ministério da Justiça foram nos Centros de Comando e Controle em cada sede da Copa. Eles contam com a mais moderna tecnologia e permitem acompanhamento integral da atuação da forças. Os estádios também contam com centros móveis", explicou o ministro.
Além disso, investimentos em inteligência policial, plataformas de observação elevada e equipamentos antibomba fazem parte da preparação das forças policiais. Cardozo ressaltou que a preparação trará benefícios para o período pós-Copa.
"Um dos principais legados será a melhoria substantiva da segurança pública. Pela primeira vez há uma coordenação ampla. Houve um grande investimento, uma excelente planificação e uma magnífica integração entre as polícias. O Brasil sai diferente na segurança pública e rompe uma cultura de não-colaboração."
O ministro da Defesa, Celso Amorim, detalhou o efetivo das Forças Armadas que estará mobilizado para a Copa. De acordo com Amorim, 57 mil militares estarão fazendo parte da estratégia da defesa para a Copa. O ministro afirmou que a preparação foi iniciada desde que o Brasil foi escolhido como sede. Além disso, mencionou a Operação Ágata 8 e também a apreensão massiva de explosivos nesse processo preparativo para a Copa.
A íntegra.

domingo, 25 de maio de 2014

Reforma política com participação popular

Da Agência Brasil
Dilma envia proposta ao Congresso de participação popular na reforma política 
Marcelo Brandão 

A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (24/5/14), em Brasília, que encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de participação popular no processo de reforma política. "Encaminhei ao Congresso uma proposta de participação popular para que todos possam participar do processo de reforma política. Estou convencida que sem a força da participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige e necessita", disse a presidenta em discurso no 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS).
A íntegra.

Campanha contra trabalho escravo na construção civil

De Repórter Brasil, Comissão Pastoral da Terra e Walk Free.
Campanha cobra responsabilidade de empresas contra trabalho escravo na construção

Às vésperas da Copa do Mundo, os resgates de trabalhadores em condições análogas às de escravos na construção civil alcançaram patamar recorde, fazendo a escravidão em meio urbano passar o meio rural pela primeira vez em 2014. Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que, junto com a Repórter Brasil e a Walk Free, iniciam nesta semana uma campanha contra as infrações trabalhistas no setor.
Clique e assine o abaixo-assinado exigindo que Anglo American, Brookfield, Emccamp, OAS, MRV e Racional não voltem a usar trabalho escravo
Entre os resgates, destaca-se o desrespeito aos direitos trabalhistas e humanos até em obras de grande relevância, vitrines governamentais, como a construção de casas populares do programa habitacional "Minha Casa Minha Vida" ou a ampliação do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, que é o mais movimentado da América Latina.
A íntegra.

Brasileiro assume presidência da maior central sindical do mundo

Da RBA. 
'Temos de aumentar a nossa influência. O capital se unifica muito mais'
Primeiro sindicalista das Américas a comandar a maior central internacional, o brasileiro João Felício diz que ações definidas no comando precisam ser implementadas na base. E vê ataques contra a OIT
por Vitor Nuzzi

São Paulo – Professor de História da Arte na rede pública estadual paulista, ex-presidente da Apeoesp (sindicato dos docentes do estado) e da CUT, João Felício foi confirmado hoje (23) como presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), maior entidade global, com 325 filiados em 161 países e 176 milhões de trabalhadores na base, no encerramento do terceiro congresso da central, em Berlim.
Para ele, uma das prioridades da próxima gestão é intensificar as ações globais, garantindo que as bases implementem as resoluções. Se a gente quiser concretizar aquilo que a esquerda sempre falou, que a classe operária internacional, é preciso ter mais lutas internacionais", afirma.
Felício também defende o papel da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que no seu papel de humanizadora das relações trabalhistas, por meio de convenções, estaria sofrendo ataque "brutal" de vários países, inclusive dos Estados Unidos. "A eles não interessa uma OIT forte." 

Na fundação da CSI, em 2006, o slogan era "humanizar a globalização". Logo depois, em 2008, veio a crise financeira. A globalização é humanizável?
Considero difícil. A globalização atende muito mais ao interesse do capital. Não que defendamos que cada país fique isolado, é importante ter relações comerciais, culturais, mas também relações sociais, quando você procurar garantir direitos de forma global. A luta central que tem de ocorrer é por direitos. Não concordamos e nunca tivemos simpatia por tratados de comércio que não levem em consideração garantia de direitos, desenvolvimento, a soberania de cada país. Tal como tem se dado, a globalização não respeita nada disso. Com a crise recente, os ricos ficaram mais ricos. Talvez tenha sido o período nos últimos 20 anos que se acentuaram relações comerciais, as transnacionais se expandiram, e houve o período de maior concentração de riqueza da história. A crise de 2008 não levou a uma distribuição de renda, ao contrário. Esse talvez seja um dos grandes desafios do movimento sindical internacional.

Transporte urbano, preço de passagem e dinheiro público para empresas

De que está falando a velha imprensa quando fala do dinheiro gasto com a Copa?
Alguém já viu essa gente criticar o dinheiro que é distribuído pelo BNDES para os grandes empresários?
Concessionários de ônibus, por exemplo.
O sistema de transportes que se implanta em Belo Horizonte é um exemplo disso: uma obra caríssima (R$ 5,5 bilhões) que destruiu tudo que tinha acabado de ficar pronto e está comprando.centenas de ônibus novos, os "articulados", ao preço de R$ 840 mil cada um, para criar duas pistas para o tal Move.
Nada disso era preciso para melhorar o transporte coletivo e "tudo" isso não vai adiantar: a obra já nasceu superada.
É que tem de parecer uma coisa grandiosa e gastar muito dinheiro, porque é assim que ganham os empreiteiros, os concessionários de ônibus e os políticos financiados por eles.
No entanto...
A prefeitura poderia criar corredores de ônibus em todas as avenidas praticamente sem custos.
E diminuir o preço das passagens.
Mas, ao contrário, as passagens aumentaram. 
E as empresas não querem reajustar os salários dos motoristas.
Para atender interesses mais poderosos do que os interesses de milhões de usuários.
Nem o Ministério Público conseguiu derrotá-los.
Em SP, o movimento ganhou conotação nitidamente política e os concessionários, que se sabe estão envolvidos em denúncias de grossa corrupção desde os primeiros governos tucanos, jogou os trabalhadores contra a prefeitura petista, para obter ainda mais subsídios.
Lá como aqui, o governo subsidia o preço da passagem, mas não à custa dos empresários, que, além de comprarem ônibus com dinheiro público, exigem mais lucros.
Não é possível um sistema de transportes funcionar assim.
O sistema é ruim e caro porque as empresas ganham muito dinheiro com ele.
E são incompetentes.
Ao contrário do que se apregoa, os serviços públicos terceirizados pioram.
Os motivos da terceirização não são eficiência e diminuição de custos, e sim passar para a iniciativa privada tudo que possa dar lucro fácil, transferindo dinheiro público para elas (e para seus políticos).
Perdem com ela a população, que paga caro e tem péssimos serviços, e os trabalhadores, que passam a ter condições de trabalho precárias, sem vantagens trabalhistas garantidas pela CLT.

Da RBA
Empresas de ônibus receberam 22 estádios da Copa em dinheiro público desde 2010
por Diego Sartorato

São Paulo – O movimento dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo, que fechou 16 das 29 garagens do sistema de transporte público à revelia do sindicato dos trabalhadores e causou sérios problemas à mobilidade na cidade na terça e quarta-feiras (20 e 21), aliou-se ao SP Urbanuss, sindicato patronal que representa as empresas de ônibus, para cobrar da prefeitura a solução do impasse em torno do reajuste salarial da categoria: as empresas se recusam a oferecer reajuste acima dos 10% acordados com o sindicato – os trabalhadores pedem 13% – alegando falta de receita, mas podem rever a posição caso a prefeitura aumente os subsídios pagos às permissionárias e concessionárias por viagem realizada; na reunião realizada ontem, na Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo, os trabalhadores reforçaram essa demanda.
As empresas, no entanto, receberam R$ 22,2 bilhões da SPTrans, de janeiro de 2010 a março de 2014, de acordo com dados do Portal da Transparência da Secretaria Municipal de Transportes. O valor, que representa os subsídios pagos pelo poder público e o valor da tarifa, que é registrada pela SPTrans e depois devolvida às empresas, é equivalente ao necessário para construir 22 arenas Corinthians, estádio de abertura da Copa, em Itaquera, na zona leste. Além disso, o último acordo pelo aumento dos subsídios mensais ocorreu há menos de um ano, após os protestos de junho de 2013. O aumento dos subsídios de R$ 230 milhões mensais em média pagos em 2012 para os cerca de R$ 300 milhões mensais pagos atualmente foi a forma encontrada pela prefeitura para atender à demanda dos movimentos de rua e congelar o preço da passagem em R$ 3.
Fora os valores pagos às empresas diretamente, a SP Urbanuss recebeu, no mesmo período, cerca de R$ 153 milhões da SPTrans em parcelas de R$ 3 milhões ao mês, em média. 
A íntegra.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O lucro absurdo da Cemig

Lucro da empresa parece de banco.
Ótimo, sinal de que é bem administrada e pode investir na melhoria do sistema, pode reduzir as tarifas e até destinar recursos para educação e saúde, como faz a Petrobrás, com o pré-sal. Certo?
Errado. A Cemig privatizada pelos tucanos Azeredo, Aécio e Anastasia aumenta seus lucros especulando, como bancos e qualquer empresa privada, reduzindo custos com pessoal e qualidade, e ainda distribui todo o lucro aos acionistas privados.
Isso numa empresa monopolista, que controla o "mercado" de produção e distribuição de energia em Minas Gerais.
Os acionistas ficam cada vez mais ricos enquanto a conta de luz aumenta também absurdamente.
Mas o reajuste das tarifas não seria para suprir aumento de gastos?
Por que grandes empresas pagam (muito) menos do que os consumidores residenciais?
As diferenças entre a Cemig e a Petrobrás são as diferenças entre o governo tucano e o governo petista.
Será coincidência que a Petrobrás seja perseguida pela "grande" imprensa e por deputados e senadores, enquanto a Cemig é coberta por um silêncio sepulcral?
Denunciando a Cemig só há reportagens na nova imprensa da internet, como esta, e campanhas populares, que a velha imprensa ignora.

Da RBA. 
Estatal mineira tem lucro bilionário especulando com a conta de luz 
Depois de tentar aumentar em quase 30% a conta de luz, Cemig, controlada pelo PSDB, compra energia a R$ 100 o megawatt para revendê-la a R$ 822, prejudicando a sociedade e o país
por Helena Sthephanowitz

Imaginem se a presidenta Dilma Rousseff usasse a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para especular com o preço do tomate, na época em que ele estava com o preço alto, e depois anunciasse lucros exorbitantes da empresa por ter vendido tomate caro, se lixando para o aumento de preços? Seria um escândalo. Isto não aconteceu na Conab, mas algo muito semelhante aconteceu na Cemig, empresa de energia elétrica controlada pelo estado de Minas, sob governo tucano desde 2003.
A Cemig anuncia que só no primeiro trimestre deste ano teve um lucro bilionário (R$ 1,25 bilhão, 45% maior do o lucro do mesmo trimestre de 2013) e o motivo foi a decisão tomada há dois anos de explorar mais o mercado livre, onde os preços não são controlados.
Com isso a empresa comprou energia gerada a R$ 100 por MWh e vendeu parte dela no mercado livre a até R$ 822,83. Para efeito de comparação, imagine se a Conab tivesse comprado tomate a R$ 1,00 e vendesse a R$ 8,22 justamente na época em que o produto estava caro. 
A íntegra

O trabalho escravo moderno

No século XIX, no começo de revolução industrial e científica, previa-se que em breve a humanidade poderia aproveitar a vida enquanto as máquinas fariam o trabalho por nós.
Hoje, apesar do avanço daquela e de novas "revoluções", que aumentaram prodigiosamente a produção de alimentos (o Brasil bate todos os anos um novo recorde de safra agrícola), que automatizaram os processos, que agilizaram as comunicações, a situação é bem diferente.
A desigualdade social só aumentou, há ricos mais ricos do que o mais rico dos reis de outras épocas, e pobres mais miseráveis do que os homens das cavernas.
O trabalho se tornou uma espécie de vício, que ocupa os momentos que deveriam ser de folga e lazer.
E ainda há trabalho escravo, servindo aos empresários mais desprezíveis, que no entanto posam de bacanas nas colunas sociais.
O problema da civilização moderna não é a produção de riquezas, é a distribuição.
O capitalismo, por "natureza", produz cada vez mais. Mas também concentra cada vez mais.

Do GGN.
OIT: 21 milhões de trabalhadores escravos
Caiubi Miranda, do blog Direitos Humanos no Trabalho

Nos últimos 10 dias, o trabalho forçado ou trabalho escravo ganhou destaque no noticiário nacional. A grife M.Officer foi flagrada pela segunda vez em menos de seis meses mantendo trabalhadores em condições de trabalho degradantes. A confecção Fundamental, proprietária de diversas marcas comerciais, que se recusava a assumir um Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo Ministério Público, foi obrigado a fazê-lo sob pena de ter seus ativos bloqueados pela justiça. A C&A e as Lojas Marisa também foram recentemente autuadas por facilitar o trabalho escravo em sua rede de fornecedores. Se considerarmos as confecções menores cujos produtos são vendidos no comercio popular, o número de trabalhadores escravos se multiplica muitas vezes.
Em outro front, a Confederação Nacional da Agricultura, por meio da senadora Katia Abreu, entrou na semana passada com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF para considerar inválida a famosa "lista suja" onde estão arroladas empresas agropecuárias autuadas pelo Ministério do Trabalho por manterem trabalhadores escravos em suas operações. Incluindo a própria senadora, responsável pela propositora da ação. As empresas que estão na "lista suja" estão impossibilitadas de negociar com os bancos públicos e com outros bancos ou empresas privadas que, voluntariamente, aderiram a um movimento nacional de erradicação do trabalho escravo.
A íntegra.

Sobre a corrupção tucana

Outras perguntas podem se somar ao título da matéria abaixo, para serem pensadas junto com o julgamento do "mensalão" e com as prisões arbitrárias de Genoino e Dirceu, entre outros:
Por que o escândalo do metrô paulista, comprovado internacionalmente e muitas vezes mais grave do que o "mensalão", é tratado discretamente pela "grande" imprensa?
Por que o helicoca dos Perrellas sumiu do noticiário?
Por que o julgamento do "mensalão" tucano não aconteceu até hoje?
Por que não aconteceu nada com o jornalista da Veja pego em flagrante como cúmplice do bicheiro Cachoeira?
Por que a "venda" da Vale para a iniciativa privada pelos tucanos não é tratada como escândalo como a compra da refinaria pela Petrobrás?
Por que a comprovada compra de votos para a reeleição do ex-presidente FHC não deu em nada?

Do Diário do Centro do Mundo.
Como Robson Marinho ainda está no Tribunal de Contas diante de tantas evidências de corrupção?
Paulo Nogueira

"Covas era detalhista. Uma vez eu estava com ele e, sobre a mesa, havia um monte de processos de concorrência, uma pilha enorme. A gente estava conversando e eu falei: 'Mário, você está lendo processos de concorrência?’ Ele respondeu: 'É, isso aqui é importante. São estradas vicinais'. Eu falei: 'Não acredito que você esteja lendo um por um'. E ele: 'Eu vejo todos. Mesmo que tenha que ficar aqui a noite inteira, eu não deixo de ler'. Ele tinha fixação em acompanhar tudo de perto."
O depoimento acima é do jornalista Miguel Jorge, e se refere a Mário Covas, fundador e reserva moral do PSDB.
Morto em 2001, aos 71 anos, Covas ainda hoje é chorado. Muitos atribuem à sua ausência a guinada à direita vale tudo do PSDB sob Serra.
Mas agora seu legado está sendo forçado a uma penosa revisão, no rastro do escândalo das propinas pagas a autoridades tucanas por grandes empresas estrangeiras para a conquista de obras multimilionárias no metrô de São Paulo. Duas companhias se destacam no caso, a alemã Siemens e a francesa Alstom.
A íntegra.

Greenpeace contra o desmatamento da Amazônia

Do Greenpeace.
Chega de madeira ilegal
O desmatamento na Amazônia diminuiu significativamente nos últimos anos. O Brasil dobrou a produção de alimentos e o país figura entre as 10 maiores economias do mundo. Sinal de que está tudo bem e a floresta está salva… Só que não.
A exploração predatória e ilegal de madeira está destruindo a floresta aos poucos.
A retirada excessiva de árvores fragiliza a mata e pode significar o seu fim. Pior: o sistema oficial que deveria controlar a produção de madeira na Amazônia tem permitido a circulação de madeira com documentação limpa e origem suja.
A íntegra.

Pior do que na ditadura

Na ditadura os presos políticos recebiam livros, na democracia do Batman há censura para leitura na prisão. E para desenhos! E alimentação prescrita por médico também não entra. E novas formas de tortura. E a "grande" imprensa, sem censura, se cala, é cúmplice. Pior: faz campanha contra os presos políticos. É o estranho Brasil de 2014.

Do Diário do Centro do Mundo.
Genoino só pode receber 'livros religiosos' na cadeia: o relato de uma visita da família
O texto abaixo foi escrito por Miruna Genoino.

Meu pai sofreu uma isquemia cerebral transitória (ou o conhecido AVC) em agosto, quando se recuperava da cirurgia do coração e desde então vem sendo tratado com alimentação rigidamente controlada e medicação.
Meu pai precisa ter sempre o índice de coagulação entre 2 e 3.
Quando foi levado para o presídio a primeira vez, saiu de lá com o índice de coagulação em 5,6. Quase com hemorragia.
Agora foi mandado novamente para a prisão e obteve nessa semana um resultado grave e preocupante: 1,06. Alto risco de um novo AVC.
Hoje, na visita, depois de serem revistados de cima para baixo, depois da enorme fila, tensão e ansiedade, minha mãe e meus irmãos não puderam entregar as cartas que eu escrevo diariamente para meu pai. "Temos que ler". Livros, nenhum. "Só religiosos". Hoje, não puderam nem mesmo entregar alimentos prescritos pelo médico e pela nutricionista. Hoje, o desenho que meu filho fez para o avô só entrou depois que foi esquadrinhado e muito bem explicado. "Ele é meu sobrinho. (e é o quê dele?) É o neto. (e o que é isso?). É um desenho. Um avião".
A íntegra.

Lama Padma Samten em Belo Horizonte

Lama Padma Samten em Belo Horizonte
Meditação e resolução de conflitos
Todos os seres buscam a felicidade e a superação dos sofrimentos, mas a maioria das pessoas ainda está na dependência de circunstâncias externas. A forma comum de nos relacionarmos com o próprio eu, com o outro e com o ambiente está impregnada de reações viciadas que nos levam sempre para o mesmo lugar, comprometendo nossa lucidez e liberdade de percepção e de ação.
A meditação é um método milenar para desenvolver a estabilidade e a lucidez da mente. Ela auxilia o praticante a abandonar os impulsos automatizados de corpo, fala e mente que são indesejáveis no nosso dia a dia e a adquirir autonomia para dirigir a própria mente.
O mestre budista Lama Padma Samten estará em Belo Horizonte nos dias 23, 24 e 25 de maio para proferir palestra e cursos sobre "Meditação e Resolução de Conflitos". O evento promovido pelo CEBB BH, Centro de Estudos Budistas Bodisatva, será realizado na Rua Divinópolis, 121, no Bairro Santa Tereza.
A íntegra.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Bateu? Virou manchete

Paulo Coelho faz de tudo para vender seus livros, de propaganda da Copa até xingar a Copa...

Do Diário do Centro do Mundo.
"Vai haver uma explosão social": como Paulo Coelho passou de entusiasta da Copa a profeta do Apocalipse
Por Kiko Nogueira

Paulo Coelho tem usado seus poderes para prever o apocalipse no país. No mundo ideal, deveriam servir para que ele fosse impedido de escrever, mas seria esperar demais do oculto (toc, toc, toc).
O mago deu uma entrevista ao francês Le Journal Du Dimanche em que conta que teremos "uma explosão social no Brasil. Haverá pessoas nos estádios e ainda mais pessoas que estarão protestando. O contexto é muito tenso. A violência voltou. A Copa do Mundo poderia ser uma bênção e um momento de comunhão para nós, como foi para a França ou a Alemanha. Mas é um desastre".
A íntegra.

Em 2007, Paulo Coelho não achava a Copa tão ruim

domingo, 18 de maio de 2014

Leitura de domingo: As dunas da Gal

Um ótimo texto do José Simão.

As dunas de Gal 
José Simão, 30/6/2005

Até hoje uma amiga comenta: "É mesmo, os tempos mudaram. Eu também era esquálida e todos me achavam gostosíssima. Agora eu tenho o corpo da Matilde Mastrangi e ninguém repara". E pano rápido. Porque gostosa mesmo era a Gal. O símbolo da gostosura dos seventies, dos 70.
Engraçado, editor pensa que colaborador é repentista. Dá um tema e a gente sai cantando. Em disparada, na maior embolada. E na maior embolada, no ritmo rápido e rap do repente eu vou cantar pra vocês as dunas da Gal, uma verdadeira lisergia tropical.
É que outro dia eu estava na Rádio Cultura comentando o disco da Gal, o LeGal, quando me perguntaram o que eu estava fazendo no início da década de 70. Ai minha Santa Periquita do Bigode Louro, santa ingenuidade! É claro que eu não estava fazendo nada. N-A-D-A. Nada! A maioria das pessoas na década de 70 não fazia nada. Só faziam a cabeça. Como eu, que tinha de fazer e bater a cabeça todas as manhãs nas dunas da Gal, vulgo dunas do barato, píer de Ipanema. Depois eu tinha que esticar na areia minha sábia preguiça solar e bolar alguns capítulos do meu livro-espetáculo Folias Brejeiras. E depois tinha de fazer a chamada pra ver se ninguém tinha pirado no dia anterior. E depois tinha de bater palmas pro pôr-do-sol. Sair da praia antes do pôr-do-sol era blasfêmia! E ainda por cima tinha que ir em romaria todas as noites assistir o show Gal a Todo Vapor. Era Pouco? Ufa! Bem que o Groucho Marx tinha razão quando disse: "Como sofre uma baiana".
Gal a Todo Vapor, o grande sucesso da temporada, todas as noites, lá no Teresão. A todo vapor mesmo. Era só a banda dar os primeiros acordes que a turma das dunas desfiava o resto, de cor. E pior, ninguém queria pagar. Pagar era um insulto. O teatro era o Teresa Raquel, vulgo Teresão, lá em Copacabana. E o diretor do show era o Waly Salomão. E dá-lhe convites. Principalmente quando descia o Morro de São Carlos com o Melodia e toda aquela roda de bambas e compositores de sambas. E ficavam na porta. Aí o Waly dava uns abraços psicodélicos na Teresa Raquel e ficava falando loucuras no ouvido dela. Ai convite virava chuva de confete. Os convites eram tantos que a Teresa Raquel ficava nervosa, andando pelo saguão do teatro, num cáften até os pés, gritando: "Eu não sou Jesus Cristo".
A íntegra.

(Melhor ainda ler ouvindo esta música da época.)

sábado, 17 de maio de 2014

A coordenadora do plano de governo do Aécio e a privatização da Vale

Da RBA.
Coordenadora de plano de governo de Aécio comandou cortes na Vale pós-privatização 
Economista Carla Grasso, que promoveu demissão de 27% dos funcionários em um ano, era famosa dentro da empresa por 'medidas impopulares' e por 'fritar' diretores

São Paulo – Anunciada hoje (15) como coordenadora-executiva do plano de governo do PSDB na disputa pela Presidência da República, a economista Carla Grasso acumula um currículo que parece se alinhar à promessa do pré-candidato Aécio Neves de adotar "medidas duras" caso chegue ao Planalto.
Entre 1997 e 2011, Carla ficou conhecida dentro da Vale como a encarregada pelas decisões impopulares. Formada em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), foi contratada logo após a privatização feita pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 6 de maio de 1997. De janeiro até ali, preparando o ambiente propício a investidores, a então estatal já havia cortado o quadro de funcionários, passando de 18 mil a 14 mil. Ao assumir a função, Carla fez o que é conhecido como "limpeza", com o corte de mais 3 mil empregados, 27% do total, e mudanças no plano de previdência, de modo a tornar a corporação mais "eficiente", no linguajar do mercado financeiro.
A íntegra.

Rede Globo e a falta d'água em SP

Da RBA.
Até Ana Maria Braga sai em socorro de Alckmin na falta d'água  
por Helena Sthephanovitz

É curioso o tratamento diferenciado dado pela TV Globo para a crise de abastamento de água na grande São Paulo, sob a esfera de competência de um estadual governo tucano, de Geraldo Alckmin. Totalmente diferente do alarmismo e da politização que faz em torno do sistema elétrico, sob competência do governo federal petista.
A falta d'água em São Paulo é crítica, sentida pela população e empresas. Já há até multa – sob contestação na justiça – para quem não racionar de fato. E é tratada pela TV Globo como se a culpa fosse de São Pedro e do cidadão por supostamente desperdiçar água. Na linha editorial da emissora, nada se fala sobre a falta de investimentos e de planejamento da empresa estadual de águas, a Sabesp.
A íntegra.

Encontro de blogueiros, lei dos meios de comunicação, Lula

Na verdade, o que o ex-presidente diz é que o PT está amadurecendo o assunto.
Até hoje, ou até ontem, a política predominante no partido foi levar em banho-maria e tentar ganhar a "grande" imprensa na base da conversa e das demonstrações de que não pretendia mexer no seu poder, apesar de levar pancadas diariamente.
Apostou na decadência da velha imprensa e no poder da nova.
Com as manifestações do ano passado, viu que pode também não ter apoio na internet.

Da RBA.
Lula diz que Brasil está 'amadurecendo' Lei de Meios Ex-presidente volta a pregar necessidade de democratização da comunicação no país e ironiza postura de Alckmin em meio a racionamento: "Se sabe ressuscitar o volume morto, por que não fez antes?"

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender hoje (16/5/14) a necessidade de criar um marco regulatório para a comunicação audiovisual no país. Ele comparou a ausência de normas por democratização do setor com a situação das chamadas democracias avançadas, que contam com mecanismos para garantir a circulação de mais versões e vozes por meio de desconcentração das concessões de rádio e televisão.
"As coisas vão acontecendo. De tempo em tempo, o Brasil vai amadurecendo. Estamos ganhando espaço para debater a regulação dos meios de comunicação deste país", disse, ao abrir o 4º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, realizado entre hoje e domingo em São Paulo. "Todo mundo de bom senso tem que saber que ninguém quer censurar ninguém. O que queremos apenas é liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós." 
A íntegra.

Defeitos de fábrica no Vectra, 30 explosões e cinco mortes

Fiz uma busca para achar notícias da época. Achei, mas poucas, só no dia do acidente e sem referência ao modelo e marca do carro.
Fiz outra busca, incluindo nomes de jornais e portais, e achei mais erros de português do que notícias.
Vídeos e conversas entre internautas há muitos.
É curioso que uma imprensa sensacionalista como a que temos hoje tenha deixado de lado assunto tão dramático.
A indústria automobilística é o xodó da publicidade e dos grandes veículos de comunicação.
Pode haver má vontade em noticiar.
Assim como são deixados de lado os números de acidentes, mortes e feridos no trânsito brasileiro, que mata mais do que guerras.
O fabricante poderoso pode pressionar para que nada seja publicado.
Geralmente isso acontece não de forma ostensiva, mas de forma sedutora, feita por alguma empresa de comunicação terceirizada.
Jornalistas são chamados para uma visita à fábrica, conversam com gente muito alinhada e gabaritada, bonita, bem vestida, com títulos no currículo, que fala termos técnicos e estrangeirismos, e demonstra por a mais b que o que aconteceu é impossível de acontecer, se aconteceu deve ser posto na conta do acaso, do imponderável; insinua-se até a culpa da vítima.
E a notícia desaparece.
Não interessa a ninguém -- exceto, é claro, às vítimas e aos leitores, mas quem disse que jornal é feito para os leitores? -- que se vá fundo no assunto.
Bem diferente do que acontece, por exemplo, com um "bandido" morto no morro, sem assessoria de imprensa e que tem seu nome com foto e tudo mais exposto durante dias. 
Reportagem mesmo sobre o incêndio no Vectra que matou o bebê Raíssa só encontrei uma, num blog, por sinal escrita pelo mesmo repórter, e que reproduz matéria da revista Fórum, mas nesta, estranhamente, a matéria é menor e mais recente.
E esta outra, também num blog.
E assim também a gente vê mais uma vez onde é que se faz jornalismo, hoje. Aqui, na internet. Cada vez mais.
A "paralisia da justiça" serve aos mesmos senhores que a "grande" imprensa serve.
Nem é um caso tipicamente particular, porque poderia acontecer com qualquer proprietário de veículo. Por isso merece uma ação pública, do Estado contra a montadora. Mas quem tem coragem de se levantar contra a poderosa indústria automobilística, que desde JK "constrói" o Brasil moderno?
Nunca é demais repetir: o ex-presidente morreu num acidente rodoviário.

Da RBA.
Defeitos de fábrica: as explosões da GM no Brasil 
Incêndios provocados por defeitos elétricos no Vectra deixaram ao menos cinco mortos e cinco gravemente feridos. Associação denuncia 30 casos de explosões sem motivo aparente
por Moriti Neto 

Os olhos de Lucineia Rodrigues dos Santos Silva ainda se enchem de lágrimas quando ela se lembra da explosão do Vectra GLS, cor prata, ano 1997, da General Motors do Brasil, que matou sua filha, a pequena Raíssa, com pouco mais de sete meses de vida.
Foi no dia 24 de julho de 2008 no município de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Lucineia, então proprietária de uma pequena confecção, voltava para casa com Raíssa e o filho mais velho, Edson, à época com 6 anos de idade. Eram 9h45 da manhã quando estacionou o carro na garagem. Desceu para abrir a porta da sala, seguida pelo filho, enquanto Raíssa dormia na cadeirinha instalada no banco traseiro do Vectra.
Não houve tempo nem de atravessar o primeiro cômodo; o estrondo, seguido dos gritos da bebê, anunciaram a tragédia. "Foi coisa de segundos. A fumaça e o fogo se espalharam muito rápido", explica Lucineia.
O trauma a paralisou por dias, mas a revolta foi mais forte do que a depressão, principalmente depois de ver a perícia do Núcleo de Criminalística Regional da Polícia Civil, que apontava como causa da explosão um incêndio na parte traseira do Vectra, provocado por defeito elétrico do carro.
De posse do laudo de número 10.985, concluído em 22 de agosto de 2008, a família de Raíssa entrou com uma ação judicial na 4a Vara Cível de Três Lagoas, responsabilizando a General Motors do Brasil pela morte da bebê. A conclusão da perícia, realizada logo após o incêndio, é o principal fundamento do processo, que também se baseia em outros casos de Vectras que pegaram fogo ou explodiram no país.
O que Lucineia e Edson dos Santos, pai de Raíssa, não imaginavam é que a paralisia da justiça fosse maior do que aquela causada pelo horror que viveram. Quase cinco anos depois de entrar com a ação, a família ainda não conseguiu nem mesmo uma audiência entre as partes.
A íntegra.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ney Matogrosso e o Brasil

DCM faz jornalismo: pega as críticas do cantor em Portugal e confere com informações verdadeiras.
Dessa forma, sai do sensacionalismo da "grande" imprensa, que não faz jornalismo mais.
Respeita o cantor, em vez de usá-lo.
E informa o leitor.
Ney Matogrosso é um exemplo dos brasileiros que há 12 anos sofrem a lavagem cerebral feita por Globo, Veja, Folha etc. São vítimas da manipulação da imprensa, mas não completamente: para quem quer há onde se informar corretamente. Ney, como qualquer um de nós, não foi a nenhum desses lugares pesquisar por conta própria, repete informações que leu ou ouviu. Um pouco de discernimento faz pessoas de boa vontade desconfiar dos veículos que apoiaram a ditadura, que elegeram e derrubaram Collor e controlam a produção e distribuição de informações na velha imprensa.

Do Diário do Centro do Mundo. 
Fomos atrás dos dados e descobrimos exatamente em quais declarações à TV portuguesa Ney Matogrosso errou e acertou.
(Não dá pra copiar, então tem de ir lá e ler.)
A íntegra.

O atentado à embaixada brasileira em Berlim

A direita protofascista (ou já será fascista?) manifesta-se também no exterior contra o governo petista.
Não tem nada a ver com os atingidos pela Copa, nem como os que protestam contra aumento do preço das passagens de ônibus (R$ 0,20) ou têm motivos para protestar contra os gigantescos aumentos nas contas da Cemig e da Copasa.
Os protestos protofascistas alinham-se com 12 anos de campanhas sensacionalistas de Globo, Veja e Folha, com o processo medieval do "mensalão" (que continua nas decisões arbitrárias de Joaquim Barbosa), com os atos de violência contra pobres, como amarrá-los em postes.
É uma reação ideológica daqueles que perderam o poder que sempre detiveram no Brasil colonizado.
Não à toa seu candidato à presidência quer acabar com o Mercosul e realinhar o Brasil aos EUA, vender a Petrobrás com o pré-sal, adotar política econômica recessiva de submissão ao FMI etc.
A questão é se terão votos -- os votos dos pobres que eles tanto odeiam -- para se eleger.
E antes disso, se serão capazes de provocar tanto tumulto durante a Copa para abalar as eleições de outubro.
É o que querem.

Da Rede Brasil Atual.
Ataque à embaixada do Brasil em Berlim foi mais do que ato contra a política
por Flávio Aguiar

No imaginário e na retórica das oligarquias, é necessário fazer com que o Brasil 'volte ao seu lugar'. As pedradas retóricas vêm do mercado financeiro, insatisfeito com a insubordinação do país
Aparentemente foi produto destas idiotices antipolíticas que voam mundo afora. Um bando de uns dez mascarados foram, a 1h de segunda, ao lado e aos fundos (evitando a rua) do prédio que abriga a Embaixada do Brasil em Berlim e a residência da embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. Jogaram umas 80 pedras e quebraram uns 30 vidros.
Mas não vivemos tempos normais. O Brasil hoje é alvo de uma campanha de mídia – dentro e fora de suas quatro linhas – das mais agressivas que já se viu na história do país. Acrescida pelo fato de que nunca se escreveu tanta besteira desinformada sobre ele, disfarçada de "informação", "denúncia", "alerta", o que se queira.
As pedradas físicas vieram provavelmente do grupo que mais tarde, no mesmo dia, divulgou um texto na internet, "[B] Kämpferische Botschaft nach Brasilien", em www.linksunten-indymedia.org , onde contesta a realização da Copa do Mundo no Brasil, e se solidariza com o movimento "Não vai ter Copa".
Mas as pedradas retóricas que diariamente, na TV, no rádio, na mídia impressa e virtual, agridem o Brasil vêm de outras fontes, que, aparentemente, nada têm a ver com aquela.
Há dois tipos de ataques. Um, mais politizado, é liderado pelos porta-vozes da city financeira londrina, The Economist e Financial Times. Atacam a presidenta Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o governo "intervencionista" do Brasil. Num artigo, a The Economist chega a afirmar que o problema do liberalismo no Brasil é o voto obrigatório, porque assim os pobres vão votar, e eles gostam de Estado, que lhes garante direitos e favores.
O outro tipo de ataque, menos politizado, mais disseminado, é ditado por um desejo ressentido de que o Brasil "volte ao seu lugar". O Brasil de hoje é uma liderança no G-20. Na Organização Mundial do Comércio. De devedor, passou a credor dentro do FMI. Pasmem: credor da União Europeia, através do fundo de ajuda que o FMI deu e dá aos endividados países do continente (que os repassam ao tão ávido quanto abalado sistema financeiro). Diante das necessidades pantagruélicas destes países e sistemas abalados e em clima de recessão, o Brasil até que deu pouco: uns US$ 300 milhões, frente às centenas de bilhões afundados nesta crise sem fim. Mas deu.
Mais: diante de um mundo que perdeu 60 milhões de postos de trabalho nos últimos poucos anos, o Brasil criou 16 milhões a mais, e no mundo formalizado, com carteira e tudo. O Brasil tem uma taxa de desemprego entre 5 e 6%, enquanto na Europa há países que amargam mais de 20%, sem falar entre os mais jovens, onde estas cifras chegam aos 40 e 50%.
Os vândalos que compareceram aos fundos da embaixada do Brasil para apedrejá-la na calada da noite, covardemente, estavam respondendo a este clima de hostilidade criado contra nosso país.
A íntegra.

terça-feira, 13 de maio de 2014

"O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão..."

Do DCM. 
"A gente andava quatro horas para procurar água pra beber", diz moradora do semiárido nordestino
O município de Santo Antônio (RN), localizado a cerca de 140 quilômetros de Natal, é uma das 99 cidades do semiárido nordestino que estão começando a ter sua realidade social transformada com o acesso à água mesmo durante a longa estiagem.
Desde que nasceu, há 45 anos, a sertaneja Maria Lúcia da Silva mora na comunidade de Baixio, na zona rural de Santo Antônio. Ela criou os cinco filhos em uma casa simples no semiárido, comendo o que plantava. Nos períodos de estiagem, saía de madrugada com o marido atrás de água para família.Enquanto os filhos dormiam, o casal caminhava duas horas até o poço mais próximo e, às vezes, encontrava apenas barro. Os dois voltavam, andando por mais duas horas, sem saber o que fariam para matar a sede dos filhos.
O pai dos meninos, Noé da Silva, 46 anos, diz que a chegada da cisterna mudou a vida da família. Desde novembro do ano passado eles começaram a captar água da chuva. "Mudou muito minha vida. Antes não tinha água nem para beber ou cozinhar. Tinha que pegar um balde no vizinho para tomar banho. Hoje, graças a Deus, a cisterna está cheia."
A íntegra.

Cresce adesão ao movimento pela desmilitarização da PM

Uma herança da ditadura, assim como a Globo.
Enquanto uma e outra mantiverem seu poder e suas missões -- a Globo, controlando a informação e manipulando a opinião pública, a PM perseguindo e matando o povo --, o Brasil não será uma democracia.
As polícias militares precisam ser desmilitarizadas, a Globo precisa ser fatiada.

Do Unisinos via Diário do Centro do Mundo.
Desmilitarização da polícia ganha fôlego no Congresso
A morte do dançarino Douglas Pereira, o DG, o desaparecimento do pedreiro Amarildo, a reação das forças de segurança frente aos protestos no país. A cada novo episódio envolvendo violência e policiais, cresce no Congresso Nacional a repercussão de propostas de emenda à Constituição que pedem a desmilitarização da Polícia Militar.
A mais recente, de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), conhecida como PEC 51/2013, prevê a reformulação do sistema de segurança pública e o modelo da polícia no país.
Pela proposta, estados passariam a ter autonomia sobre que tipo de polícia seria adequada para seu território, uma ouvidoria externa seria criada e o treinamento deixaria de ser vinculado às Forças Armadas. Estados, municípios e a União teriam seis anos para implantar as mudanças a partir da aprovação da PEC.
O professor de Direito Penal da UFMG Túlio Vianna diz que a PEC 51 não resolverá, por si só, o problema da violência policial, mas pode fazer com que o Brasil incorpore condições já adotadas em países europeus. Seria o primeiro passo para se ter nas ruas uma polícia treinada para "proteger o cidadão e cumprir as leis", em vez de "combater o inimigo". "Na Europa existe polícia militarizada, mas ela não atua nos centros urbanos. Fica na zona rural, fronteiras. E mesmo militarizada, não é estadual, mas federal", compara.

sábado, 10 de maio de 2014

Sensacionalismo: juiz acolhe ação contra a Globo

Do jornal GGN.
Juiz acolhe ação contra a Globo pelo episódio das crianças de Monte Santo
Luis Nassif 

É provável que sequer passe em segunda instância. Mas a sentença do juiz Sérgio Fernandes (titular da 2a Vara Civel de Indaiatuba) contra a Rede Globo de Televisão e O Boticário, mais dois jornalistas da emissora, é um marco nas discussões sobre os limites da imprensa – especialmente das concessionárias de serviço público.
Shows, programas sensacionalistas, apologia ao crime, apologia à discriminação e ao preconceito, todos esses crimes – previstos no Código Penal – foram colocados debaixo do tapete da liberdade de imprensa. Até classificação indicativa entrou nesse espaço.
Diversos crimes de imprensa, como a falsa entrevista do apresentado Gugu com o PCC, as campanhas da TV Record contra as religiões afro, a apologia ao crime de Rachel Sheherazade, do SBT foram bloqueados na Justiça em nome de falsa interpretação do direito à informação.
No ano passado, provavelmente para alavancar a novela "Salve Jorge" – que versava sobre tráfico de pessoas – a Globo deu início a uma série de reportagens manipuladas sobre a adoção de crianças em Monte Santo (Bahia). Na novela, o personagem principal tem a filha, menor de idade, seqüestrada por uma quadrilha internacional de prostituição
Famílias foram expostas, crianças foram sacrificadas em nome do show e, pior que isso, estigmatizou-se o instituto da adoção – essencial em um país que mal sabe cuidar das suas crianças. Esse jogo sensacionalista recebeu a adesão imprudente da própria Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, chefiada por Maria do Rosário, parlamentar gaúcha.
O juiz acolheu a ação na qual os autores requerem indenização de R$ 144 milhões pela reportagem veiculada no dia 14 de outubro de 2012 no Fantástico.
A ação é por danos morais e coletivos e foi movida por um casal de Indaiatuba que detinha a guarda provisória de uma das cinco crianças.
As crianças viviam em situação de risco e foram colocadas em um lar substituto, por medida de segurança, requerida pelo próprio Ministério Público da Bahia e deferida pelo Juiz de Direito.
O repórter José Raimundo, do Fantástico é acusado por quebra de sigilo processual, por ter mostrado em rede nacional o processo de guarda do menor, que é sigiloso.
O casal alega ter sido acusado de forma sensacionalista de traficar crianças, sem receber o espaço proporcional para o direito de resposta, "como assegura a legislação sobre a concessão dos canais de comunicação".
A íntegra.

1984 não era na URSS, é nos EUA

O termo é incorreto, soviete é outra coisa, exatamente o oposto do que o artigo abaixo denuncia -- é poder popular, mas passa a ideia de que se refere à extinta Rússia stalinista.
O curioso é que durante muito tempo o Estado totalitário de 1984 (outro livro, este de George Orwell), em que tudo era vigiado pelo "grande irmão", foi associado à antiga URSS, mas os EUA é que estão tornando a profecia real.

Do saite Outras Palavras. 
A silenciosa sovietização dos EUA 
Por Paul Craig Roberts, tradução Cauê Seignemartin Ameni

A propaganda americana no período da Guerra Fria teve pouco, ou nada, a ver com o colapso da União Soviética. No entanto, ao dramatizar as mentiras soviéticas o mundo ficou cego com as de Washington.
Quando as autoridades soviéticas recusaram-se a publicar Doutor Jivago, obra do destacado escritor soviético Boris Pasternak, a CIA transformou o gesto num golpe midiático. Um jornalista italiano e membro do Partido Comunista soube do manuscrito censurado e se ofereceu para levá-lo a um editor de Milão, próximo dos comunistas: Giangiacomo Feltrinelli, que publicou o livro em italiano em 1957, apesar das objeções soviéticas. Feltrinelli acreditava que o Doutor Jivago era uma obra-prima e que o governo da União Soviética era tolo, ao não capitalizar em seu favor a obra de um grande escritor. Em vez disso, o Kremlin, dogmático e inflexível, caiu na arapuca da CIA.
Os soviéticos fizeram tanta sujeira com o livro, que a controvérsia elevou o perfil da obra. De acordo com documentos recentemente revelados pela CIA, o órgão de espionagem norte-americano vislumbrou uma oportunidade para os cidadãos soviéticos se perguntarem por que o romance de um proeminente escritor russo só estava disponível no exterior.
A CIA organizou uma edição na língua russa, publicada e distribuída aos cidadãos soviéticos na Feira Mundial de Bruxelas, em 1958. O golpe midiático foi consumado quando Pasternak recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em outubro de 1958.
A íntegra.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

BBC mostra o Brasil que a velha imprensa brasileira não mostra

Será o melhor da Copa, se se confirmar.

Da BBC Mundo em Londres.
''Quero mostrar outro Brasil", diz cientista que prepara chute de paraplégico na Copa 
Alejandra Martins 

No dia 12 de junho, o Itaquerão será palco de dois eventos históricos – e não apenas um.
O primeiro deles será a abertura da Copa do Mundo, um evento que volta a ser sediado no Brasil depois de 64 anos.
O outro é a estreia de uma tecnologia de ponta que, segundo cientistas, pode ajudar a mudar a vida de milhões de pessoas pelo mundo.
Na abertura da Copa do Mundo com o jogo Brasil x Croácia, será feita a primeira demonstração pública de um exoesqueleto controlado pela mente, que permite que pessoas paraplégicas caminhem.
Se tudo der certo, a roupa robótica será vista por 70 mil pessoas no estádio e por bilhões em todo o mundo, na televisão.
O exoesqueleto foi desenvolvido por um grupo de cientistas que fazem parte do projeto Walk Again ("Caminhar de Novo"), e é o resultado de anos de pesquisa de Miguel Nicolelis, um neurocientista brasileiro que trabalha na universidade de Duke, nos Estados Unidos.
A íntegra.

Quem é Rodrigo Pilha

O velho PT idealista dos jovens.

Do Diário do Centro do Mundo. 
Qual é a de Rodrigo Pilha?
Paulo Nogueira

Não é difícil entender a personalidade histriônica, iconoclasta e combativa do blogueiro Rodrigo Pilha, militante petista.
Pilha vem fazendo o que quase todo petista gostaria de fazer mas não faz por motivos de prudência, cautela ou, simplesmente, medo.
De uma forma geral, o PT se acostumou a apanhar calado desde o Mensalão. Se foi um erro histórico, ou um acerto primoroso, o tempo dirá.
Para jovens idealistas com pouco a perder como Pilha, não reagir é uma provação. Imagine você, jovem, ver, sistematicamente, seu pai ou avô serem insultados.
As duas ações que projetaram Pilha ao centro do noticiário parecem se encaixar neste perfil psicológico.
(...)
Caso Dilma perca – uma possibilidade remota, mas que não pode ser ignorada –, o PT verá que deixou de promover mudanças essenciais para as quais teve doze anos de poder.
Um exemplo disso é uma lei que determine limites para a mídia, algo que toda sociedade desenvolvida tem. Outro é uma máquina de verbas oficiais que alimentam pouquíssimas empresas e tornam bilionários seus donos – que se batem pela manutenção de privilégios que levaram o Brasil a ser um dos campeões mundiais de desigualdade social.
Caso Aécio se eleja, esqueça uma Lei de Mídia, ou alguma mudança na distribuição de verbas que no final patrocinam Jabor, Sheherazade, Datena, Azevedo etc. etc.
Pilha é talvez um novo PT, mais aguerrido – mas que pode ter chegado tarde demais para verdadeiramente mudar as coisas.
A íntegra.

O que o governo federal faz e a 'grande' imprensa não noticia

Como veríamos o Brasil atual se em vez de atacar o governo diariamente durante 12 anos a velha imprensa fizesse propaganda das suas realizações, como faz a imprensa mineira das "realizações" do governo Aécio-Anastasia?

Do blog Luis Nassif Online.
O perecimento do velho assistencialismo 
Por Diogo Costa

O governo federal já entregou mais de 750.000 cisternas no Nordeste. Isso fere de morte a secular prática eleitoreira dos velhos coronéis dos carros-pipa.
O segundo ferimento, importantíssimo, foi transferir a tarefa do abastecimento com carros-pipa, quando ainda necessários, ao Exército.
E tem mais.
O Bolsa Família esculhambou de vez com o assistencialismo barato e fajuto de vereadores, deputados e prefeitos que condicionavam a "ajuda" (cestas básicas, dinheiro etc.), em períodos eleitorais, aos mais necessitados habitantes do Nordeste.
O cartão do Bolsa Família é praticamente um grito de independência e de liberdade das pessoas que antes tinham que se submeter aos chefetes dos grotões.
Não há mais intermediários operando com fins escusos, hoje as pessoas que têm direito ao benefício o retiram diretamente no banco, com o seu cartão magnético, sem precisar sequer olhar na cara dos antigos coronéis que antes os mantinham em situação de vexatória dependência.
A íntegra.

Os escândalos tucanos que a 'grande' imprensa ignora

"Essa é a liberdade de imprensa do PSDB!"
Olha o nível do senador.
O que seria um governo dos tucanos em 2015, agora que são muito mais reacionários, agora que a (velha) imprensa é dez mil vezes pior, sem lei de imprensa e sem democratização da comunicação?
Seria um governo -- além de incompetente, como foi no passado (apagão) e como é atualmente (racionamento de água) -- intolerante, imagino, vendo o vídeo abaixo e este outro.
Controlando a imprensa, poderia esconder as denúncias de falcatruas e manipular estatísticas de saúde, educação, segurança etc. à vontade.
Gastando rios de dinheiro com propaganda, posaria de moderno e responsável doando o pré-sal e a Petrobrás para o capital internacional (como fez antes com a Vale), implantando uma política econômica de recessão e arrocho salarial, tratando os movimentos sociais como caso de polícia.
E teria só a nova imprensa para mostrar o que de fato acontece, como no vídeo -- mas certamente tentaria mudar o marco civil para limitar a liberdade na internet.

Da RBA.
Neto de Covas vai presidir CPI criada para investigar contratos firmados pelo avô
por Eduardo Maretti

São Paulo – O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) foi escolhido presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada hoje (6/5/14) na Assembleia Legislativa de São Paulo para apurar os valores dos pedágios no estado e o modelo de licitação utilizado pelos governos tucanos desde a gestão de Mário Covas, avô do deputado que comandará os trabalhos na CPI. A comissão terá a relatoria do deputado Davi Zaia (PPS). O autor do requerimento com o pedido da CPI, deputado Antônio Mentor (PT), foi "brindado" com a vice-presidência. Segundo a tradição da Casa, o proponente da CPI é o escolhido para a presidência, regra que ainda não tinha sido quebrada em nenhuma CPI nesta legislatura – esta é a primeira comissão instalada por requerimento da oposição a Geraldo Alckmin (PSDB).
A íntegra. 

Questionado sobre propina no Metrô, senador tucano manda blogueiro à 'pqp'
por Diego Sartorato

São Paulo – O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) foi flagrado ontem (6/5/14), em vídeo, agredindo verbalmente um blogueiro conhecido como Rodrigo Pilha, que o havia abordado para perguntar sobre a importância das Comissões Parlamentares de Inquérito e o motivo pelo qual deputados estaduais tucanos em São Paulo barraram mais de 70 CPIs durante as gestões de José Serra (PSDB), aliado de Nunes, e Geraldo Alckmin (PSDB).
Visivelmente incomodado com os questionamentos, o senador perdeu o controle ao ser questionado sobre o envolvimento no esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propina em contratos de prestação de serviços à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ao Metrô. "Vai pra puta que o pariu", grita o senador, antes de começar a avançar contra o blogueiro. "Eu vou comer o seu cu", repete, por duas vezes, antes de ameaçar: "Vou te dar um cacete".
Confira, abaixo, a íntegra do vídeo:

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O discurso de Lula no encontro do PT, 2/5/14

A velha imprensa de direita e seus leitores ingênuos (?) ficam dizendo "Lula disse isso, Lula disse aquilo". Quem não quer se manter na ignorância útil, que veja e ouça o discurso. Aqui na internet tem, ao contrário dos jornais, revistas, televisões e rádios, que selecionam trechos; cada um pode usar sua cabeça para interpretar, não precisa repetir gurus da imprensa protofascista.

sábado, 3 de maio de 2014

Dilma se diferencia dos outros pré-candidatos

Discurso no 14º Encontro Nacional do PT, 2/5/14.
Os ataques da velha imprensa protofascista -- que já aderiu ao Aécio -- vão aumentar.
Nada de novo, é assim há 12 anos.
A mudança é que agora o PT e Dilma vão parar de apanhar calados.

Do Jornal GGN.
Dilma abandona ambiguidade e cai de cabeça na campanha
No 14o Encontro Nacional  do PT, ontem em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff repetiu o novo estilo político, de explicitar posições e sair da postura defensiva adotada nos últimos tempos.
Foi um discurso forte, que começou com uma saudação a Lula e a afirmação de sua pré-candidatura à presidência:
Depois de enumerar os principais programas de seu governo, passa a delimitar as diferenças com os candidatos da oposição com uma clareza até agora inédita.

Tem gente que acha, por exemplo, que o salário mínimo está muito alto. Que é preciso reduzi-lo. 
Tem gente que acha que o desemprego está muito baixo e que é hora de aumentá-lo. Que trabalhador brasileiro está ganhando demais, que é hora de voltar a arrochar os salários. 
Tem gente que acha que está na hora do Brasil voltar ter as taxas de juros estratosféricas do passado, para atrair investimento especulativos, facilitar a vida dos rentistas e dificultar o crescimento e a produção do Brasil. 
Tem gente que acha que é preciso acabar com o programa de cotas para afrodescendentes nas universidades, como já tentaram acabar com o Prouni. 
Com a desculpa de defender a meritocracia, eles defendem, na realidade, uma universidade para ricos e brancos. 
Há forças políticas que detestam ainda mais os programas que tiram as pessoas da miséria.
Afinal, eles nunca se preocuparam com os pobres deste país, com a distribuição de renda, com a superação da miséria. 

Mas essa é a nossa marca; é a nossa história. 
E terminou com um desabafo até agora inédito no seu discurso: 
Eu quero falar para vocês algo que está engasgado na minha garganta. Algo que está guardado no meu peito de cidadã brasileira. 
Eu não fui eleita para arrochar salário de trabalhador! 
Eu não fui eleita para virar as costas para os pequenos empreendedores do nosso País 
Eu não fui eleita para desempregar trabalhadores e trabalhadoras do Brasil! 
Eu não fui eleita para vender ou mudar o nome da Petrobras e entregar o Pré-sal! 
Eu não fui eleita para mendigar dinheiro no FMI!
Eu não fui eleita para tornar a saúde do Brasil um privilégio de alguns! 
Eu não fui eleita para fazer da Educação um caminho estreito! 
Eu não fui eleita para varrer a corrupção para debaixo do tapete, como faziam! 
Eu não fui eleita para colocar, de novo, o país de joelhos, como eles fizeram! 
Eu não fui eleita para trair a confiança do meu povo! 
Eu fui eleita para governar de pé e com a cabeça erguida. E é isso que eu vou continuar a fazer, ao lado do povo brasileiro e com a ajuda dessa militância incrível que sempre nos dá forças e inspiração!
A íntegra.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A perseguição de Barbosa a Genoíno e Dirceu

Do Diário do Centro do Mundo.
A perseguição desumana e covarde de JB a dois homens indefesos
Paulo Nogueira 

Não é justiça. É vendetta.
O que Joaquim Barbosa faz com Genoino e Dirceu não tem nada a ver com o conceito de justiça em si – um ato em que existe ao menos uma parcela de uma coisa chamada isenção, ou neutralidade, para usar uma palavra da moda.
Barbosa é movido por um ódio infinito.
Ele mantém Dirceu confinado na Papuda por raiva. E quer Genoino engaiolado, mesmo com problemas cardíacos, também por raiva.
A precariedade do sistema jurídico brasileiro é tamanha que se dá a um homem poder para fazer o que Barbosa vem fazendo, com uma hipócrita base de fatos que são fabricados para que a perseguição tenha ares legais.
Você escolhe médicos que vão dizer que Genoino está bem, e que não precisa de cuidados especiais. Isto funciona como aqueles repórteres da Veja que são escalados para provar, aspas, teses já definidas antes da primeira entrevista. O objetivo não é descobrir coisas, não é investigar um assunto. É chancelar uma conclusão que vem na frente dos fatos.
A íntegra.