sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O "mensalão" tucano vai prescrever

Ao que tudo indica.
Por que será?
Aconteceu antes do "mensalão" do PT, mas até hoje não foi a julgamento.
Será que a "grande" imprensa, guardiã da "opinião pública", vai fazer estardalhaço, pedindo "justiça" contra os corruptos, pressionando o judiciário, bradando contra a "impunidade"?
O procurador é mineiro...

Da Rede Brasil Atual.
Prestes a prescrever, mensalão tucano ganha novo adiamento
Brasília – Com a prescrição dos crimes prevista para setembro, o processo do "mensalão" tucano, que envolve, entre outros, o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais (PSDB) Eduardo Azeredo, continuará engavetado por pelo menos mais 20 dias. Para ter prosseguimento, é necessário um parecer final da Procuradoria Geral da República, que era aguardado para ontem (30/1/14), mas o procurador Rodrigo Janot não enviou o documento ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A íntegra.

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A democracia do Lacerda e a verticalização de BH

Motoristas são unânimes em dizer que o BRT e as mudanças vão piorar o trânsito em vez de melhorá-lo. Não sei se têm razão. Li que o número de linhas de ônibus vai aumentar em vez de diminuir. Todo mundo sabe que o trânsito está em colapso porque há carros demais nas ruas e o sistema de transporte coletivo é péssimo, porque controlado pelas empresas que financiam as campanhas dos políticos (o jornal Brasil De Fato noticia em manchete que as construtoras do BRT financiaram a campanha do prefeito Lacerda).
No entanto, o prefeito Lacerda tenta verticalizar ainda mais a cidade, o que significa mais prédios, mais moradores e mais veículos entrando, saindo, circulando.
O crescimento descontrolado das cidades cria problemas cada vez maiores também.
Indiferente a isso, o prefeito milionário que não mora na cidade que administra usa a fachada "democrática" de um "conselho municipal" de 17 (!) integrantes numa cidade de 2,5 milhões de habitantes e no qual a prefeitura tem a maioria de votos. Os demais vão lá para legitimar as decisões, sempre as que a prefeitura quer.
E não só a prefeitura: o Crea, representante dos engenheiros e das construtoras, também é a favor -- é claro -- das construções e da verticalização. O IAB e outros conselheiros até tentam, mas é um jogo de cartas marcadas.
A "grande" imprensa, que, quando é incomodada, faz barulho, neste caso apenas registra os acontecimentos, sem se indignar.
E assim uma minoria faz a "nova BH", a cidade cada vez pior para nossos filhos e netos.
Quando Lacerda deixar o governo, serão precisas muitas décadas para consertar todos os males que provocou a Belo Horizonte. Isto, é claro, se tivermos novamente bons prefeitos.
Resta à população, agora, tentar impedir que o projeto de lei seja aprovado pelos vereadores, o que certamente é difícil. uma vez que são subservientes ao prefeito e aos lobbies das construtoras -- depois que recebem votos dos eleitores nem se lembram mais deles.

Do Hoje em dia.
Na batalha para verticalizar corredores viários, "Nova BH" avança
Bruno Moreno

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ganhou uma importante batalha para verticalizar alguns dos principais corredores viários da capital, como as avenidas Antônio Carlos/Pedro I, Andradas e Tereza Cristina, além da área Central. Em votação apertada, por 9 a 7, foi aprovado o Relatório Estudo de Impacto de Vizinhança (Reiv) da Operação Urbana Consorciada (OUC) Nova BH, na última quinta-feira (30), em reunião extraordinária do Conselho Municipal de Política Urbana (Compur).
Agora, a PBH irá redigir um projeto de lei (PL) para enviar à Câmara Municipal, nas próximas semanas, para que a operação Nova BH seja debatida
Apesar de nas outras três vezes em que o Reiv entrou na pauta do Compur – duas no ano passado e uma na semana passada – ter havido muita confusão nos debates, na última quinta-feira (30) a participação da plateia foi relativamente tranquila, apesar de os ânimos terem ficados exaltados em alguns momentos. Mas, entre os conselheiros, a disputa foi ferrenha.  
O Compur é composto por 17 membros titulares, com seus suplentes. Nove são da PBH – na última quinta-feira (30), um deles não compareceu – e outros oito distribuídos igualmente entre os setores popular, técnico, empresarial e legislativo.
Do lado da PBH, os únicos a emitirem opinião foram o presidente do Compur, o secretário municipal de Desenvolvimento, Custódio Mattos, e o secretário de Serviços Urbanos, Daniel Nepomuceno. Todos os outros ficaram calados, e votaram em bloco.
Assim, quando uma votação ficava empatada, o voto decisório, chamado de "minerva", coube ao presidente, que sempre é do Poder Executivo. Na última quinta-feira (30), em votações de outros temas em que o placar ficou empatado, Mattos desempatou em favor do que o bloco da PBH desejava.
A conselheira Cláudia Pires, representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) em Minas Gerais, propôs que fosse adiada mais uma vez a votação do estudo, argumentando que a legislação não havia sido respeitada, principalmente no que se refere à participação popular. Ela leu uma extensa carta da presidente do IAB, Rosilene Guedes de Souza, endossando sua opinião. Entretanto, seu pedido não foi aprovado.
Na sequência, um parecer do representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MG), Paulo Henrique Santos, favorável à aprovação do Reiv. Os votos da PBH e o do Crea, fecharam o placar em 9 a 7.
"Hoje assinamos uma declaração contra a cidade de Belo Horizonte. É o que se faz quando se nega a participação popular." Assim, Cláudia Pires, que representa o Instituto dos Arquitetos do Brasil no Conselho Municipal de Política Urbana (Compur), resumiu, do ponto de vista da entidade, a reunião extraordinária de ontem, quando foi aprovado o Relatório de Estudo de Impacto sobre a Vizinhança (Reiv) da Operação Urbana Consorciada Nova BH.
A íntegra.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A votação em que Joaquim Barbosa mentiu

E foi pego com a boca na botija.
Sob alegação de segredo de justiça, Barbosa impediu os réus do "mensalão" de obterem informações do processo necessárias à sua defesa. A votação no STF foi renhida e Barbosa só ganhou com o voto de desempate de Ayres Brito (como presidente do tribunal, Brito foi o avalista dos desmandos de Barbosa no processo). Pra gente ver como funciona esse tribunal. Teoricamente, ele tem a missão de garantir o cumprimento da Constituição, mas faz o oposto. Faz política, não faz justiça. A argumentação de Celso de Melo, "técnica", é elucidativa. Esta foi apenas uma das irregularidades do processo.
Do blog O Cafezinho.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A morte do "homem de Marlboro"

A indústria do cigarro sempre soube que seu produto provoca câncer e outras doenças pulmonares, mas incentivou jovens em todo o mundo a fumar, investindo muito dinheiro em propagandas bonitas e enganosas, das quais a do Marlboro é talvez a mais famosa.
A indústria da publicidade, que criava os anúncios maravilhosos, também sabia.
A imprensa e a televisão, que divulgavam os anúncios, também sabiam.
Os governos, que tinham de gastar cada vez mais em tratamentos de doentes, também sabiam.
Os atores e celebridades, que emprestavam sua imagem para a propaganda do cigarro, também sabiam.
Hoje, a propaganda do cigarro na tevê é proibida.
(Vamos dar o mérito devido: a proibição aconteceu no governo FHC, sob a gestão de José Serra no Ministério da Saúde; na época, a indústria do cigarro tentou conseguir uma indenização pelo prejuízo que teria e a imprensa alardeou que iria à falência sem os anúncios.)
Uma coisa é o fumo plantado e consumido localmente, outra coisa é a indústria do cigarro. Uma coisa é a coca plantada e consumida há mil anos pelos nativos dos Andes, outra coisa é a cocaína transformada em produto industrial vendido clandestinamente.
Ainda há cerca de um bilhão de fumantes no mundo.
O vício continuará matando e adoecendo muita gente durante muito tempo ainda.
E gerando gastos para os sistemas de saúde e prejuízos no trabalho.
O cigarro é mal evidente, que hoje sofre um cerco cerrado, mas há inúmeros outros produtos assim sendo vendidos e anunciados com propagandas maravilhosas. Basta ver os recentes escândalos envolvendo os hambúrgueres McDonald's e a Coca-Cola, pouco divulgados e logo "esquecidos" por força dos interesses econômicos em jogo. Como os havia no caso do cigarro e prevaleceram durante tantos anos.
Grande parte dos alimentos que consumidos recebe intensa carga de agrotóxicos, igualmente danosos à saúde.
Os alimentos transgênicos são também cada vez mais numerosos e meia dúzia de empresas vai pouco a pouco controlando as sementes dos principais alimentos.
O ar -- e o fenômeno econômico chinês, tão elogiado quando se trata de criticar o Brasil, é o melhor exemplo disso -- se tornou irrespirável e fonte de doenças, em consequência da poluição das indústrias e principalmente dos carros, que continuam sendo vendidos em números cada vez maiores e anunciados em propagandas deslumbrantes. Os "acidentes" com carros também são uma das principais causas de mortes e sequelas. 
Todos esses crimes são cometidos em nome do dinheiro. Uns ilegalmente, outros legalmente. A distância entre a legalidade e a ilegalidade, entre pessoas respeitáveis e criminosos é pequena, varia de época para época e de lugar para lugar. Álcool é legal e mata e adoece talvez tanto quanto o cigarro. Sua produção nos EUA já foi proibida, no passado, e sua propaganda, hoje, sofre restrições.
Os interesses econômicos -- do capital, dos governos e dos "homens de Marlboro" -- prevalecem enquanto a sociedade não reage e não vence a queda de braço.
A produção crescente da economia é chamada de progresso e desenvolvimento.
Os interesses econômicos não têm compromisso com saúde, bem-estar, justiça, futuro, meio ambiente e outras "bobagens".
A humanidade produz muita riqueza, riqueza mais que suficiente. Não se trata de crescimento, trata-se de distribuir a riqueza.

Do G1.
Ator protagonista de comercial da Marlboro na década de 70 morre de doença pulmonar
Califórnia - O ator Eric Lawson, que protagonizou anúncios do cigarro Marlboro na década de 1970, morreu aos 72 anos, vítima de uma doença pulmonar. Sua mulher Susan Lawson informou que ele faleceu no domingo dia 10 de janeiro, em sua casa na Califórnia.
Lawson foi diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica. O principal fator de risco para esta doença é o tabaco.
Fumante deste os 14 anos, Lawson depois apareceu num comercial contra o tabagismo, onde parodiava o seu personagem nos anúncios da empresa de cigarro. Apareceu ainda no programa "Entertainment Tonight" para falar dos efeitos negativos do tabaco. Além de sua esposa, o ator deixa seis filhos.
Outros atores de comerciais de tabaco morreram de doenças relacionadas ao fumo, como David Millar, que teve um enfisema pulmonar em 1987, e David McLean, um câncer de pulmão em 1995.
A íntegra.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A sonegação bilionária da Globo

Além de monopolizar a transmissão da Copa 2002, Globo usou empresa laranja para não pagar impostos.

Do blog O Cafezinho.
Polícia Federal abre inquérito para investigar sonegação da Globo
Miguel do Rosário

Agora já temos um número e um delegado responsável. É o inquérito 926/2013, e será conduzido pelo delegado federal Rubens Lyra.
O chefe da Delegacia Fazendária da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Fabio Ricardo Ciavolih Mota, confirmou à comitiva do Barão de Itararé-RJ que o visitou hoje: o inquérito policial contra os crimes fiscais e financeiros da TV Globo, ocorridos em 2002, foi efetivamente instaurado.
Os crimes financeiros da TV Globo nas Ilhas Virgens Britânicas foram identificados inicialmente por uma agência de cooperação internacional. A TV Globo usou uma empresa laranja para adquirir, sem pagar impostos, os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
A agência enviou sua descoberta ao Ministério Público do Brasil, que por sua vez encaminhou o caso à Receita Federal. Os auditores fiscais fizeram uma apuração rigorosa e detectaram graves crimes contra o fisco, aplicando cobrança de multas e juros que, somados à dívida fiscal, totalizavam R$ 615 milhões em 2006. Hoje esse valor já ultrapassa R$ 1 bilhão.
A íntegra.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Fala o pai do rolezinho

Da Carta Capital.

BH "custa" meio trilhão de reais?

Há alguns dias calculei, com base em informações divulgadas pela Prefeitura, a propósito da cobrança do IPTU, que Belo Horizonte "custaria" R$ 143 bilhões. O cálculo considerou o número de imóveis que pagaram IPTU em 2013 (724 mil), o total do imposto arrecadado (R$ 1,2 bilhão) e o índice médio do imposto (0,7%).
A minha motivação para essas contas é a perplexidade diante da especulação imobiliária expressa nos preços exorbitantes de imóveis nos anúncios nos jornais.
Pelo cálculo da PBH, o valor médio de um imóvel na cidade é de R$ 197 mil. O valor me pareceu muito abaixo daqueles que constam dos anúncios das imobiliárias. Escrevi que, de acordo com o "mercado", o valor seria pelo menos o dobro. Não estava enganado.
Folheando um jornal local, hoje, deparei com duas páginas de anúncios de imóveis contendo preços. Somei e dividi: os 76 imóveis totalizaram R$ 73,5 milhões, o preço médio ficou em R$ 967 mil -- quase um milhão de reais!
São principalmente imóveis localizados na zona sul, mas não só: há também em bairros como Palmares, Bela Vista, Jardim América, Itapoã, Fernão Dias, Dona Clara, enfim, várias regiões da cidade; alguns são novos, outros não.
Resolvi conferir com os anúncios de outra imobiliária e o resultado foi até mais alto: 17 imóveis somaram R$ 16,7 milhões e o preço médio ficou em R$ 982 mil.
Um terceiro anúncio, com 19 imóveis, dá a soma de R$ 15,4 milhões e o preço médio de R$ 813.
Sejam R$ 967 mil, sejam R$ 982 mil ou R$ 813 mil, haja especulação imobiliária!
O salário mínimo deste ano é de R$ 724 e a elevação do seu valor -- acima da inflação -- vem sendo celebrada como uma das razões do aumento do poder de compra do brasileiro e do crescimento da classe média.
No entanto o brasileiro que ganha salário mínimo precisa destinar toda sua renda durante mais de mil meses (83 anos) para pagar um apartamento em BH.
Para o trabalhador médio brasileiro, a tarefa não é mais fácil.
Segundo o IBGE, o salário médio do trabalhador brasileiro era de R$ 1.792,61 em maio de 2013.
Esse trabalhador levaria 453 meses (quase 38 anos) para pagar o tal apartamento -- mais uma vez destinando toda sua renda para isso.
A R$ 813 mil, os 724 mil imóveis existentes na cidade somam -- de acordo com o "mercado imobiliário" -- mais de meio trilhão de reais (R$ 588 bilhões, cerca de um oitavo do PIB brasileiro)!
São números de uma economia de ficção, irreal.
A indústria da construção civil já há um bom tempo vem dando ênfase à produtividade e ela deve ter aumentado de forma expressiva: temos visto edifícios de mais de dez andares sendo concluídos em dois anos.
Um número da economia real que seria interessante conhecer é quanto custa à construtora um desses apartamentos vendidos por quase R$ 1 milhão.
Outro aspecto interessante de tudo isso é que está em andamento o maior programa de construção e financiamento de moradias populares da história do Brasil, o Minha Casa Minha Vida.
Este programa, segundo balanço divulgado no dia 27 de janeiro pela Caixa Econômica Federal, já contratou 3 milhões 240 mil unidades habitacionais.
Em 2013 foram 1,9 milhão de contratos somando R$ 134 bilhões 900 milhões, números que dão um valor muitas vezes inferior aos do mercado: R$ 71 mil em média por moradia.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A censura ao Novojornal

"O inquérito é uma peça de ficção", diz o deputado Rogério Correia, do PT.
A justiça que prende Carone é a mesma que deixa solto Policarpo Jr., diretor da Veja, que foi pego em flagrante junto com um senador e um bicheiro. Carone é "delinquente", Policarpo continua sendo "jornalista".
Autoridades denunciadas em Minas não são investigadas, mas quem as denuncia é preso.
A "grande" imprensa publica as acusações contra o Novojornal, mas não as denúncias que ele faz (e que ela deveria repercutir).
Novojornal é considerado "uma fachada para práticas de delitos contra a honra" (dos governantes de Minas Gerais).
Mas esta é uma prática cotidiana da "grande" imprensa brasileira nas últimas décadas e especialmente nos últimos onze anos! Por que Veja, Folha, Globo etc. não são tratados da mesma forma? 
O Novojornal também é considerado um "balcão de negócios".
Esta é uma prática tão antiga quanto o próprio jornalismo, seja do jornal que publica acusações contra governantes como forma de pressão para receber alguma vantagem, seja do jornal que não publica acusações contra o governo (ou publica notícias favoráveis a ele) porque recebe polpudas verbas publicitárias.
A juíza não determina que Novojornal publique uma retratação, como acontece nos raros casos em que a "grande" imprensa perde um processo de difamação: a juíza determina que "a publicação saia do ar"!
Podemos imaginar o que aconteceria se num processo contra Veja, Folha, Globo etc. a justiça determinasse o fechamento da publicação ou a retirada da emissora do ar.
Podemos imaginar, mas isso nunca aconteceu.
Além da sentença da juíza, o caso tem outras curiosidades. O promotor suspeita que seu carro foi queimado pela "quadrilha". O incêndio está sendo investigado pela polícia, mas ele não parece ter dúvidas disso. E assim o processo se torna um caso pessoal.
O Observário da Imprensa publicou um bom artigo sobre o assunto. O bloco de deputados de oposição Minas Sem Censura e o Sindicato dos Jornalistas também protestaram.

Do Estado de Minas.
Proprietário do Novojornal, Marco Aurélio Flores Carone, é preso por falsificação
Daniel Camargos

O proprietário do Novojornal, Marco Aurélio Flores Carone, foi preso nessa segunda-feira (20/1/14), em Belo Horizonte. A prisão foi pedida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e acatada pela juíza substituta da Segunda Vara Criminal, Maria Isabel Fleck. De acordo com o promotor André Luiz Garcia, da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, a prisão preventiva foi pedida porque Carone estaria atacando testemunhas que seriam ouvidas em um processo contra ele.
"De 11 pessoas arroladas na denúncia, ele mencionou (no Novojornal) simplesmente 10, dizendo que elas estavam vinculadas a práticas criminosas", sustenta o promotor. A decisão também determina que o saite da publicação saia do ar.
Para o promotor Garcia, o Novojornal funciona como uma fachada para práticas de delitos contra a honra. Além disso, ele acusa Carone de integrar uma quadrilha comandada por Nilton Monteiro, que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Monteiro é tratado como lobista e especialista em falsificação de documentos, entre eles, a Lista de Furnas, com nomes de políticos que teriam recebido recursos da empresa para a campanha eleitoral de 2002.
"Ele (Carone) utilizava o fato de ser jornalista para tentar se acobertar alegando liberdade de imprensa. Como se isso fosse uma carta branca para cometer toda a sorte de crimes, publicando notícias inverídicas e tentando desmoralizar autoridades e instituições com o objetivo de facilitar a atuação dessa quadrilha", denuncia o promotor. "Era a mesma coisa que um traficante preso transportando drogas alegar que não podia ser preso, por que ele tem o direito de ir e vir", compara.
O advogado de Carone, Hernandes Purificação de Alecrim, afirmou que está analisando o processo e preferiu não se posicionar. Carone é de uma família com tradição política na capital mineira. Seu pai, Jorge Carone, foi prefeito da capital em 1962 e a mãe, Nísia Flores Carone, foi deputada federal. O irmão, Antônio Carlos Carone, foi vereador em Belo Horizonte entre 1977 e 1988. O Novojornal, que começou em versão impressa, mas nos últimos anos é veiculado somente na internet, publicava denúncias constantes contra o grupo político que comanda Minas Gerais. Entre os alvos prediletos de Carone estão o senador Aécio Neves (PSDB), o secretário de Governo Danilo de Castro (PSDB) e o ex-governador e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB).
Para o promotor, o saite funcionava "como uma arma na mão dele", que era apontada para quem ele desejasse. "Foi assim durante vários anos até que a investigação envolvendo a quadrilha o pegou", afirma Garcia. Há um mês, o carro do promotor foi incendiado no Bairro Serra. Ele informou que aguarda a conclusão da investigação da Polícia Civil. "Mas não há dúvida que existe suspeita sobre essa quadrilha", afirmou o promotor.
A íntegra.

O golpe de 64, meio século depois

Série de reportagens do Opera Mundi recupera fatos sobre a ditadura (1964-1985) que a História tende a obscurecer, especialmente que o golpe foi uma obra de civis, políticos e empresários, com apoio do governo dos EUA; os militares, como em várias ocasiões, desde a proclamação da República, em 1889, foram instrumentos. A diferença é que tomaram gosto pela coisa e resolveram ficar no poder -- mas não governaram sozinhos e muitas vezes, como no rompimento com Cuba, foram mais moderados do que civis. Mesmo onde reinaram, como nos porões das torturas, houve presença civil constante. Havia civis e militares em todos os lados -- inclusive no governo João Goulart.

Do Opera Mundi.
Revista Fortune revela já em 64 elo entre empresários de SP e embaixada dos EUA para dar golpe
Felipe Amorim

Apenas cinco meses após o golpe que depôs o presidente João Goulart, a tradicional revista norte-americana Fortune publicava uma longa reportagem narrando a parceria entre o então embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, e os empresários paulistas que articularam a conspiração.
Enquanto setores civis e militares se armavam e ensaiavam a rebelião, lideranças golpistas foram pessoalmente à embaixada perguntar qual seria a posição de Washington caso fosse deflagrada uma guerra civil no Brasil.
"Cauteloso e diplomático, Gordon deixou a impressão de que, se os paulistas conseguissem segurar [o comando da guerra civil] por 48 horas, obteriam o apoio e o reconhecimento dos Estados Unidos", escreveu a publicação.
A íntegra.

Castello Branco rompeu relação com Cuba após perder queda de braço em conselho de ministros  
Vitor Sion 

Na primeira reunião do Conselho de Segurança Nacional após o golpe de 1964, o principal foco de discussão foi a suspensão das relações bilaterais com Cuba. Colocado no poder com o apoio dos Estados Unidos, o presidente Humberto de Alencar Castello Branco defendeu a manutenção do laço com a ilha caribenha, maior inimigo norte-americano desde a chegada de Fidel Castro ao poder, em 1959.
Por 12 votos a 7 (o posicionamento de Daniel Agostinho Faraco, ministro da Indústria e do Comércio, não é conclusivo), predominou a opinião do ministro das Relações Exteriores, Vasco Tristão Leitão da Cunha Silva, que defendeu o rompimento imediato com Havana.
A íntegra.

Copa e inflação

Mais um efeito nocivo da Copa. 
Que esses índices de inflação são ridículos, todos nós sabemos. Somos governados em parte por economistas, que são pessoas que falam sobre o que todos nós conhecemos porém usando uma linguagem complicada, cheia de expressões técnicas em inglês. Assim se impõem a plateias "ignorantes" -- os íntimos olham com olhos arregados e se calam, os soberbos aprendem a linguagem e a suam também, porque assim subiram de status...
A economia, de fato, não é mais do que o que todos fazemos na nossa vida pessoal, ganhando dinheiro, pagando contas, adiando outras, tomando dinheiro emprestado, comprando a prazo, economizando, escolhendo o que comprar e coisas assim, mas dita com termos técnicos e respaldada por pesquisas e índices, fica mais respeitável.
Acontece que não compramos todos as mesmas coisas nos mesmos lugares pelos mesmos preços, como então dizer que a inflação para fulano foi a mesma que para sicrano?
Além disso, basta olhar os impostos que pagamos ou a feira ou o barbeiro para ver se os preços acompanharam a inflação de 5% ao ano. Eu não vejo nada que aumente 5%. Esses índices são mais uma brincadeira dos economistas para nos confundir.

Do El País Brasil.
Copa pode contribuir para estourar a meta de inflação em 2013
Frederico Rosas, da São Paulo.

Sabe aquele corte de cabelo que os brasileiros fazem mensalmente? Ele ficou mais caro em 2013, junto com o refrigerante e a água mineral também consumidos fora de casa, e a manicure. Talvez os brasileiros nem tenham percebido a diferença, que acaba diluída entre outros gastos cotidianos de maior relevância. Mas esse inofensivo ato de cortar as madeixas ajuda a compor um importante setor da economia, o de serviços, cujo crescimento dos preços tem ficado acima da inflação geral – que é de 5,91%, enquanto a de serviços atingiu 8,75% em 2013. Pior do que isso: pode pesar ainda mais no bolso em momentos de grande demanda, como durante uma Copa do Mundo.
"O período da Copa envolve uma série de riscos inflacionários. Pode haver uma pressão mais concentrada do setor de serviços, que contará com uma demanda adicional, por mais que esses valores possam ser diluídos depois", afirma Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP). "A probabilidade de o IPCA ficar acima do teto em 2014 não é pequena", ressalta.
A íntegra.

Será Marte a Terra amanhã?

Da Ciência Hoje.
Propício à vida
Por Mariana Rocha

Há exatos 10 anos, a sonda Opportunity pousou em Marte com o intuito de encontrar vestígios de água ou gelo no planeta vermelho. Estudo publicado hoje na revista Science traz novidades sobre como a sonda identificou o mais antigo registro de um ambiente aquoso em solo marciano.
Tudo começou quando a Órbita de Reconhecimento de Marte (MRO, na sigla em inglês), sonda enviada pela Nasa (agência espacial norte-americana) para explorar a superfície do planeta, detectou, na borda de uma cratera, a presença de argila rica em ferro. Batizada de Endeavour, tal cratera, com 22 quilômetros de diâmetro, é fruto do impacto de um asteroide ou cometa que teria atingido Marte há cerca de 3,7 bilhões de anos.
A sonda Opportunity foi então enviada à borda da Endeavour e, durante 200 sóis (nome dado ao dia solar marciano), investigou a formação Matijevic, grupo de rochas sedimentares que data de antes do surgimento da cratera. "Identificamos a presença de argila rica em ferro nessas rochas e, como esses minerais só se formam na presença de água, acreditamos que o ambiente teria sido aquoso e, consequentemente, habitável há bilhões de anos", explica John Grotzinger, geólogo do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, e coautor do estudo.
A íntegra.

Pimenta da Veiga e o "mensalão"

É a parte do "mensalão" que até hoje a justiça brasileiro não puniu, a que atinge os tucanos.
Na verdade, Pimenta recebeu mais, segundo o livro "O Operador", do repórter Lucas Figueiredo, publicado em 2006: uma consultoria de R$ 150 mil, um empréstimo do BMG (Valério foi avalista) de R$ 152 mil e um casaco de couro de R$ 2.680.
Segundo Figueiredo, Pimenta precisava de dinheiro para custear o tratamento caro de um filho que sofria de uma doença grave. Os casos da imprensa escandalosa têm nuances que revelam a vida pessoal que todos temos, mas são ignoradas em função da simplificação necessária ao sensacionalismo, que transforma tudo em luta do bem (nós leitores e a imprensa, nossa fiel defensora sempre alerta) contra o mal (os políticos corruptos, essa corja vinda de outro planeta). A vida é mais do que isso. Talvez seja parte desse movimento maniqueísta o crescimento dos evangélicos, inclusive na política.

Do blog O Cafezinho.
Pimenta da Veiga recebeu R$ 300 mil de Marcos Valério 
Enviado por Miguel do Rosário 

Na página 289 do Inquérito 2474 (parte 7), o delegado Zampronha revela que Pimenta da Veiga, presidente do PSDB no momento da posse de Fernando Henrique (1995), ministro das Comunicações entre 1998 e 2002, e possível candidato tucano ao governo de Minas Gerais este ano, recebeu R$ 300 mil das empresas de Marcos Valério. Questionado pela polícia, Veiga afirmou que sua consultoria não foi "escrita", mas apenas verbal.
A íntegra.

Cena brasileira

"Fascista, sim, mas de direita, não." "Não temos discriminação nenhuma, muito pelo contrário." "Existe um plano de ocupação comunista do Brasil." "É, é, é, é..." "Em xópim, não, em xópim, não!"
O Brasil fundiu a cuca. Falta um Glauber Rocha para registrar.
Visto no DCM.

Use Chrome e seja gravado

Do jornal GGN.
Programador afirma que Chrome pode gravar conversas sem conhecimento do usuário
Enviado por jns 
"Estamos abrigados, sob controle total, em um mundo que mesmo George Orwell acreditaria ser inconcebível" -- Paul Joseph Watson.

Um programador denunciou, há quatro meses, que o navegador Chrome, do Google, tem a capacidade de gravar conversas sem o conhecimento do usuário.
"Quando você clica no botão para iniciar ou parar o reconhecimento de voz no saite, o que você não vai notar é que o saite também pode ter aberto outro pop escondido na janela. Essa janela pode aguardar que o saite principal seja fechado, e, em seguida, começar a ouvir sem a sua permissão. Isso pode ser feito em uma janela que nunca foi aberta, nunca recebeu interação e, provavelmente, nem havia informação que ela estava lá", diz o denunciante.
A exploração é uma "séria falha de segurança" que tem comprometido a privacidade de milhões de usuários do Google Chrome, de acordo com o programador, que adverte: "enquanto o Chrome ainda está em execução, nada é privado ao lado de seu computador".
A íntegra.

Liberdade para as artes nos espaços públicos

No Rio como em BH e outras cidades brasileiras, artistas, jovens, cidadãos lutam pelo direito -- garantido pela Constituição -- de ocupar os espaços públicos, que prefeitos como Lacerda e Paes tentam transformar em lucrativos locais de "eventos" patrocinados por fifas e cocas-colas e restritos a "convidados", com grades, ingressos, câmaras de vigilâncias, "segurança" privada ou da peeme e principalmente muita propaganda custeada com dinheiro público (a propósito, o governo federal baixou portaria que prevê o uso das Forças Armadas contra movimentos populares durante a Copa). No modelo de cidade de Paes e Lacerda só cabe aquilo que dá lucro.
Nunca é demais lembrar que o Galpão -- um dos mais respeitados grupos de teatro do mundo -- começou assim, nas ruas de Belo Horizonte, há mais de trinta anos, e ainda hoje realiza seus maiores espetáculos em espaços públicos. Se começasse hoje, seria impedido pelo xerife Lacerda e seus acólitos.

Do Jornal GGN.
As Artes Públicas pedem passagem
Mafalda Pequenino 

Arte Pública, um conceito antigo, porém ainda muito atual e longe de estar esgotado. Uma arte que se faz e se produz para todos, sem distinção de classe ou nenhuma outra forma de discriminação. Podendo ocupar todo e qualquer espaço e com plena função social de organizar o mundo, ainda que por instantes, faz ainda renascer na população a esperança. Um direito de todos e qualquer cidadão. Nesse sentido o Teatro de Rua é a modalidade que melhor representa esta união de uma das mais antigas artes com o moderno e necessário debate sobre a ocupação dos espaços urbanos da Arte Pública.
"O futuro só acontece no presente, diziam os gregos. Contemplando as Artes públicas e estabelecendo Políticas Públicas para o seu desenvolvimento estaremos confirmando o futuro no presente. Cabe ao poder público reconhecer sua existência e importância e criar para elas políticas públicas de estímulo e amparo”. Amir Haddad, diretor do Grupo Tá Na Rua. A repressão imposta no ano de 2009 com o "Choque de Ordem" da prefeitura do Rio de Janeiro, que impedia os artistas de rua exercer o seu ofício, ferindo seus direitos de liberdade e expressão, fez com que os artistas de rua se unissem não só para reivindicar seus direitos, mas também o da população.
A "Arte Pública" é essencial para cidade, é um exercício de cidadania. O movimento dos artistas de rua, não movimenta dinheiro, movimenta a vida pública. Transforma o produto cultural, oferecendo a possibilidade para as pessoas que querem se expressar fora do mercado, fora da privatização.
A Arte Pública é um retorno garantido para população, é democrática, inclui.
Em maio de 2012, os artistas de rua tiveram uma grande vitória: a derrubada do veto do prefeito Eduardo Paes ao projeto de lei 931/2011 de autoria do vereador Reimont (PT). Trinta e seis (36) vereadores votaram contra o veto do prefeito Eduardo Paes.
A Lei 5.429/2012 determina que as manifestações culturais em lugares como praças, anfiteatros, largos e bulevares não necessitam de prévia autorização dos órgãos públicos municipais. A lei abrange peças teatrais, danças, capoeira, circo, música, folclore, literatura e poesia.
Outra grande conquista é o programa "Arte Pública: uma política em construção" -- 1º Festival de Arte Pública, que acontecerá nas praças da cidade do Rio de Janeiro para todos que de alguma maneira exerçam algum tipo de atividade pública voltada para as pessoas nos espaços públicos da cidade.
A íntegra.

O segredo que Joaquim Barbosa guardou

E possibilitou a farsa do julgamento do "mensalão".

Do Luis Nassif Online.
O STF vai abrir o mais bem guardado segredo de Joaquim Barbosa Luis Nassif 

Entre hoje e amanhã, o presidente interino do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski tornará publico o Inquérito 2474, o chamado "gavetão", o mais bem guardado segredo do Ministro Joaquim Barbosa.
O "gavetão" é a peça originária do Inquérito 2245, que resultou no "mensalão". Na ocasião, o relator Joaquim Barbosa cindiu o inquérito 2245 e as partes não aproveitadas se transformaram no inquérito 2474, aberto em março de 2007, que ele manteve sob segredo de Justiça.
A divulgação do 2474 poderá ser de boa valia para Barbosa esvaziar boatos de que seu filho teria sido contratado por uma das empresas beneficiadas com recursos da Visanet, e cujo caso foi transferido para o "gavetão". Ou de que o Banco Rural teria feito com a TV Globo operações semelhantes às que fechou com o PT.
A íntegra.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos

Beautiful boy, John Lennon. Música que eu cantava pra Flora, mudando boy para girl... De um disco muito bonito, lançado na véspera da história mais bárbara da minha geração.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Música de segunda: Autonomia

Cartola, o sax de Zé Nogueira, a interpretação de Ney Matogrosso e o apoio de excelente banda. 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Família Genoino arrecada dinheiro para pagar multa

O novo tipo de tortura em vigor no Brasil será interrompido graças à internet.

Do blog Viomundo. 
Família Genoino: "Vitória dos que não se calam diante das injustiças"

O rolezinho e o apartheid brasileiro

Não é novidade, é assim desde 1888, quando o Império aboliu a escravidão, sem que o Estado se movesse para garantir igualdade "na largada" para todos (expressão do insuspeito Delfim Netto), coisa que a República nascente no ano seguinte também não fez.
No Brasil, a cor da pele, o jeito de vestir, o cabelo, o palavreado foram sempre motivos de discriminação.
A polícia é uma na zona sul e outra no morro.
A cultura dos pobres é considerada crime. Sambista já foi sinônimo de vadio.
A novidade é que nos últimos 11 anos o povão entrou na sociedade de consumo e quer fazer o que os de cima podem, quer ser igual.
E aí os xópins dos ricos, a justiça dos ricos e a polícia dos ricos dizem que não.
Tem mudanças que são imperceptíveis e irreversíveis. Os pais (e avôs e bisavôs etc.) dos jovens de hoje foram "educados" como inferiores e por isso "reconheciam o seu lugar". Esses jovens cresceram nos anos Lula, em que o status do pobre mudou, e foram "educados" com outro tipo de consciência. Por isso reagem, não se submetem.
E os ricos ficam apavorados.
Estamos vivendo no Brasil uma época equivalente àquela da luta pelos direitos civis nos EUA, nas décadas de 50, 60, 70. Não é pacífica.
PS: Esse xópim Iguatemi está fazendo propaganda de uma unidade em construção em Minas.

Do Brasil 247.
Veto a rolezinho consagra o apartheid brasileiro
Em janeiro de 1989, ainda no governo do ex-presidente José Sarney, foi promulgada a Lei 7.716, que define os crimes de preconceito de raça ou de cor. O artigo quinto é claro e define como crime "recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador". As penas de reclusão variam de um a três anos.
Foi exatamente isso o que ocorreu ontem no shopping JK Iguatemi, do empresário Carlos Jereissati, quando seguranças fizeram uma triagem para definir quem poderia entrar e quem deveria ficar de fora – no segundo grupo, estariam todos aqueles que tivessem aparência de jovens da periferia, ou seja, pardos ou negros.
Cientes de que não poderiam discriminar clientes de forma tão explícita – até porque a lei 7.716 é clara e tem penas severas –, os donos do shopping só conseguiram fazer a triagem porque obtiveram uma liminar judicial. Ou seja: o preconceito foi respaldado pela Justiça.
Temia-se que jovens da periferia realizassem no JK Iguatemi, Meca do luxo, em São Paulo, um "rolezinho" – manifestação que afirma a identidade desses jovens e tenta mostrar para a sociedade que não são invisíveis ou cidadãos de segunda classe. No entanto, com a liminar, a Justiça contribuiu para que fosse erguida, em São Paulo, a muralha do preconceito.
A íntegra.

O baile do pó royal

Uma das coisas boas em Belo Horizonte neste começo de século é o renascimento da tradição brasileira das marchinhas de carnaval contendo sátira política.
Esta foi inscrita no III Concurso Mestre Jonas, que premia com R$ 5 mil o primeiro colocado.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O que é notícia?

Em se tratando da "grande" imprensa brasileira, uma boa resposta para esta pergunta é: notícia é aquilo que não é publicado. É por isso também que jornais e revistas estão morrendo.

Do Diário do Centro do Mundo.
Do helicóptero dos Perrellas à casa de Genoino: a mídia brasileira como ela é
Paulo Nogueira

O critério do que é notícia, para a mídia brasileira, é peculiar.
Notícia é, essencialmente, aquilo que é ruim para os adversários. Pode ser um fato, pode ser um rumor, pode ser até uma mentira descarada – mas é "notícia".
Do outro lado, tudo aquilo que seja considerado problemático para os amigos, e para os próprios donos das empresas jornalísticas, não é notícia.
Por exemplo: o helicóptero dos Perrellas. Meia tonelada de pasta de cocaína não comoveu a mídia brasileira. O assunto, nem bem chegou, sumiu do noticiário.
A mídia não produziu uma única reportagem decente sobre os Perrellas.
O DCM publicou, dias atrás, uma denúncia do Wikeleaks segundo a qual Roseana Sarney tem 150 milhões de dólares em Caimãs.
Nem uma só linha sobre o assunto, como se 150 milhões de dólares fossem 150 reais. O motivo não é muito nobre: como Roseana, alguns barões da mídia têm, também, reservas em paraísos fiscais.
A íntegra.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Jorge Larrosa Bondía: a crise da escola

Ele reflete sobre uma das questões mais importantes da nossa época -- a escola pública igual para todos -- e toca em várias questões interessantes. (Por exemplo: como os professores -- assim como profissionais de todas as áreas -- estão sendo transformado em meros aplicadores de programas pré-definidos, cujas experiências particulares não importam, e por isso podem ser trocados, descartados, e como tais podem também ganhar menos.)
A escola pública é uma ideia do século XIX.
O século XIX foi um grande século, tanto em extensão (de 1789, ano da Revolução Francesa, até 1914, ano da I Guerra Mundial, segundo a análise do historiador Eric Hobsbawm, e não segundo as datas) quanto no que realizou. Quase tudo de grandioso na cultura pertence ao século XIX. Praticamente todas as ideias que temos hoje são do século XIX (com exceção do consumismo e do seu oposto, o ambientalismo) e elas sobrevivem, embora o século XX as tenha subvertido.
Nossos dilemas têm a ver com isso.
As condições do século XIX já não existem -- duas guerras mundiais, a Revolução Russa de 1917, o nazi-fascismo, a Guerra Fria e o fim do império soviético as destruíram.
No entanto, não colocamos novas ideias no lugar.
As ideias típicas do século XX, o planejamento e a intervenção do Estado, seja para organizar a economia, seja para promover a igualdade, ruíram com o fim do império soviético, nele e no mundo capitalista.
Depois disso, o capitalismo não avançou para o que seria o século XXI, mas tentou retroceder ao século XIX. É evidente que não está dando certo.
Podemos dizer, acompanhando Hobsbawm, que o século XXI começou em 1991, com o fim da URSS. Mas o que é ele?
Até agora ninguém disse, no máximo perguntou. As respostas, na prática, apontam para o século XIX, como disse.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O gráfico de inflação da Globonews

Não sou o único que erra números. O gráfico da Globonews é no mínimo engraçado (será que a emissora o corrigirá?). Nele o número menor aparece como uma barra mais alta para sugerir aumento da inflação. Por que será?
Do blog Viomundo.
http://www.viomundo.com.br/wp-content/uploads/2014/01/inflacionando-e1389464604925.jpg



Privatização dos presídios e corrupção

Do blog Andradetalis.
A corrupta privatização dos presídios tem Pedrinhas como exemplo de enriquecimento ilícito, tortura e morte 
Sobre o campo de concentração nazista de Pedrinhas, fica da imprensa internacional o espanto na pergunta: "A parte mais surpreendente? O ataque aconteceu dentro de uma prisão". Veja no saite da CNN.
Cabeças degoladas em Pedrinhas não constituem nenhuma novidade, principalmente no Brasil que mata um preso a cada dois dias.
Culpam as facções criminosas, os governos paralelos, histórias assombrosas de terrorismo, quando tudo é fruto da corrupção que existe fora das cadeias.
O governo do Maranhão informou que 131 milhões já foram investidos para melhorias nos presídios. Esqueceu de acrescentar que o sistema carcerário de Pedrinhas é privatizado.
A íntegra.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

STF esbanja dinheiro público

Comprando carros de luxo para seus ministros.

Do saite Contas Abertas.
STF compra carros de R$ 130,7 mil para ministros 
Dyelle Menezes e Thaís Betat 
No último dia de 2013 o Supremo Tribunal Federal (STF) preocupou-se com o conforto dos ministros. No apagar das luzes do ano passado, o Tribunal empenhou R$ 914,9 mil para a compra de sete carros do modelo Azera, da marca Hyundai. Cada veículo custará R$ 130,7 mil aos cofres públicos. Os automóveis irão atender os ministros em deslocamentos em Brasília.
A íntegra.

Belo Horizonte vale R$ 143 bilhões

Só em imóveis. Em valores de 2013.
Os preços absurdos dos imóveis me impressionam faz tempo. Ficava me perguntando: se um apartamentinho vale R$ 1 milhão, quanto de dinheiro é preciso para comprar um prédio? Um sujeito derruba uma casa ou duas, constrói um arranha-céu no lugar, com 20 apartamentos e vende cada um por R$ 1 milhão! De repente, em um ano ou dois, ele faz R$ 20 milhões!
E um quarteirão, então, quanto vale? Um bairro? Quanto vale uma cidade? Os valores seriam tão astronômicos que não existe dinheiro suficiente no país para isso.
E de fato são.
Aproveitei as notícias sobre o IPTU para fazer as contas.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2013, ela arrecadou R$ 1 bilhão com o IPTU (este ano deve ser R$ 1,2 bi, mas deixemos de lado agora esse outro absurdo que é o IPTU).
Essa soma foi paga por proprietários de 724.000 imóveis.
Isto significa que o valor médio do IPTU foi de R$ 1.381.
As alíquotas do IPTU variam de 0,65% a 0,75% do valor do imóvel.
Fiquemos com a média, 0,7%; ela nos dá um valor médio dos imóveis de R$ 197.000.
Multiplicando pelos 724.000 imóveis, chegamos a nada menos do que R$ 142 bilhões 628 milhões.
É ou não é um número absurdo? Faz algum sentido que existam, só em imóveis, R$ 143 bilhões em dinheiro em Belo Horizonte?
E o "valor venal do imóvel" que consta da guia do IPTU é muito abaixo daquele que corretores pedem por ele. Se a prefeitura está dizendo que vale R$ 100.000, nenhum corretor pede menos de R$ 200.000.
Isto significa que, se considerarmos as avaliações das construtoras e imobiliárias, a cidade "vale" pelo menos o dobro: R$ 286 bilhões!
Se o Brasil tiver 10 cidades do tamanho de Belo Horizonte, elas valerão ao todo a soma astronômica de quase R$ 3 trilhões! R$ 3.000.000.000.000.
O PIB brasileiro de 2013 -- ou seja, toda a riqueza produzida no País no ano passado -- foi de R$ 4,5 trilhões, mas só os imóveis se aproximam desse valor.
Dessa forma compreendemos o que é a especulação imobiliária, parte do crescimento espantoso e acelerado das cidades no século XX, que levou aos problemas insolúveis do século XXI.
É também o centro das crises econômicas, que envolvem a ciranda dos financiamentos para compra de imóveis, os créditos a perder de vista, elevando tudo a somas tão altas que não podem ser cobradas, simplesmente porque não existe dinheiro para pagá-las; quando são, os bancos quebram.
O dinheiro não corresponde mais à riqueza existente, é tudo uma grande obra de ficção. Afinal, nem há mais dinheiro, é tudo feito em transação virtual, simples troca de mensagens pela internet...
E quando a crise chega, o capital especulativo cai como um castelo de cartas.

PS: Os números deste texto foram corrigidos para baixo e perderam três zeros, escrevi inicialmente R$ 143 trilhões. Fui alertado pelo J. Castro, que continua corrigindo meus erros, felizmente. Perdem evidentemente o aspecto de números absurdos. Mantenho, porém, o raciocínio e as interrogações, inclusive porque, como disse, os valores atribuídos aos imóveis pelo "mercado" ficam muito acima daqueles usados pela prefeitura para estipular o IPTU. E o cálculo se limita aos imóveis particulares, uma vez que imóveis públicos e outros não pagam IPTU (em 2011 o STF analisou ação sobre imóvel público cedido a empresa privada que era isento do imposto, o que indica que deve ser prática comum). 

Como um político e um bicheiro montaram a farsa do "mensalão"

Isso o STF, que se transformou em tribunal político, faz de conta que não aconteceu.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Um retrato do Maranhão

Segundo o Wikileaks, Roseana Sarney tem 150 milhões de dólares em paraíso fiscal.

Do Diário do Centro do Mundo.
O descalabro no Maranhão tem nome e sobrenome: José Sarney
Kiko Nogueira

As cenas de decapitação de presos, a morte da menina Ana Clara Sousa num ônibus incendiado por bandidos, as desculpas da governadora Roseana Sarney -- são símbolos de uma dinastia ruinosa e que precisa terminar.
O legado de 50 anos mandando no estado onde 40% das pessoas vivem no campo é catastrófico: se o Brasil tem 28% de trabalhadores sem carteira assinada, o índice maranhense supera os 50%.
Dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas, segundo o IBGE, dez estão lá. Apenas 6% da população estão em cursos de graduação, mestrado e doutorado.
Tem a menor expectativa média de vida de homens e mulheres: 68,6 anos, cinco a menos que a média nacional. Perde só para Alagoas em matéria de mortalidade infantil. Em cada 1000 crianças que nascem, morrem 29 com menos de 1 ano.
O centro histórico de São Luís, com seus azulejos, já foi uma pérola. Hoje, jogado às traças, é melancólico. Menos para Sarney, cuja “fundação” adquiriu ilegalmente o Convento das Mercês, fundado em 1654 pelo padre Antônio Vieira. Como um faraó, ele anunciou que quer ser enterrado lá.
Seu culto à personalidade -- estendido a todos os parentes -- se manifesta batizando todos os logradouros públicos possíveis. O nome Sarney está em 161 escolas, no interior e na capital.
Há maternidades Marly Sarney (mulher dele), o Fórum Desembargador Sarney Costa, a Ponte José Sarney, a Rodoviária Kiola Sarney (mãe dele), a Avenida José Sarney, o Tribunal de Contas Roseana Sarney e o Fórum Trabalhista José Sarney.
A íntegra.

A morte do Rio São Francisco

Olhando o Rio São Francisco e comparando-o com o Rio Mississipi, por exemplo, temos o melhor retrato do atraso do Brasil, país que ainda vive para exportar produtos primários para países ricos, destruindo sua natureza com atividades econômicas extremamente predatórias, como a mineração, a monocultura agrícola e a pecuária intensiva, sem qualquer preocupação com o futuro.
São os representantes dessa gente, uma pequena e riquíssima elite, que mandam no Congresso e na "grande" imprensa. Querem hoje, como no passado, tirar da natureza tudo o que ela pode dar, no mais curto prazo possível, com o máximo de lucro. São os piores brasileiros, mas também são os donos do Brasil.
O São Francisco agoniza e o Rio Amazonas vai pelo mesmo caminho. Só ações drásticas e urgentes podem mudar isso, mas nem o governo do PT foi capaz delas -- assim como não foi capaz de mudar radicalmente o sistema educacional conforme o país precisa.
O governo tucano usou intensamente o São Francisco como propaganda (Aécio e Anastasia chegaram a nadar nas águas sujas do Rio das Velhas, principal afluente do velho Chico, para demonstrar que estavam limpas, na campanha de 2010), mas não cumpriu suas promessas e ainda enfraqueceu o trabalho do Projeto Manuelzão, a mais importante iniciativa ambiental mineira.
Nossos filhos e netos verão só leitos secos de rios assoreados, cujas nascentes foram destruídas.

Do saite do Projeto Manuelzão.
Velho Chico agoniza

O período de longa estiagem transformou a paisagem em vários trechos do Rio São Francisco. Considerado um dos mais importantes do país, o velho Chico agoniza.
De acordo com especialistas, a água transparente revela o drama do rio. Sua profundidade está baixa e já é possível ver o fundo.
O rio estaria enfrentando a pior seca dos últimos 12 anos. O problema seria a pouca chuva que caiu nos afluentes do rio até dezembro de 2013, isso fez com que o volume de água no lago de Sobradinho, na Bahia, diminuísse. Como alertam especialistas, o reservatório está com pouco mais de 30% da capacidade, o que é uma ameaça à geração de energia no Nordeste.
"Há cinco meses, a vazão média, volume d'água que sai da represa, diminuiu de 1,3 mil para 1,1 mil metros cúbicos por segundo (m³/s). O São Francisco perdeu suas forças. Não há mais correnteza no rio."
A íntegra.

Condenação de José Dirceu foi inconstitucional

O julgamento do "mensalão" ignorou a Constituição de 1988, fez o Brasil retroceder às ditaduras de 64-85 e 37-45 e produziu um processo inspirado no totalitarismo stalinista.

Do jornal GGN.
Culpados por suspeita  
Fábio de Oliveira Ribeiro

A Constituição Federal, de 1988, prescreve expressamente que ninguém pode ser condenado por suspeita, sendo garantido a todos os cidadãos o devido processo legal e meios lícitos de prova. É o que consta expressamente do art. 5º:

"LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;"

Nossa CF/1988, art. 5º, também garante aos réus três outras coisas consideradas indispensáveis pela civilização ocidental desde o século XVIII:

"XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;"

Tudo isto foi para o ralo da cultura jurídica brasileira quando Luiz Fux proferiu seu famoso voto condenando José Dirceu (réu do Mensalão petista) "porque ele não provou que era inocente".
As palavras de Luiz Fux ecoaram pela eternidade na infâmia. Mas o princípio da culpa presumida não é novo no Direito Brasileiro. De fato ele já existiu nos anos 1930. Com efeito, a reação policial à revolta de 1935 foi instantânea e brutal.
"Como nas limpezas de 1925 e nas denúncias apresentadas perante o Tribunal de Segurança Nacional, as prisões eram determinadas por uma simples classificação de delito. Não é a realização do crime, mas a sua expectativa provável fundada na periculosidade construída sobre os delitos perpetrados anteriormente." (Paulo Sérgio Pinheiro, Estratégias da Ilusão, Companhia das Letras, 2ª edição, 1992).
Mais adiante o referido autor detalha melhor o expediente policial em tudo semelhante ao que parece ter justificado o famigerado voto proferido por Luiz Fux:
"É o currículo do antigo criminoso ou o potencial criminoso de um suspeito que determina a prisão. É o antigo sonho de uma lei penal que prevê e impede que o cidadão pratique o crime." (Paulo Sérgio Pinheiro, Estratégias da Ilusão, Companhia das Letras, 2ª edição, 1992).
Há uma evidente semelhança entre esta antiga tradição brasileira enterrada pela CF/1946 e CF/1988 (infelizmente renovada por Luiz Fux) e o princípio da culpa presumida até a prova de inocência feita pelo réu utilizado pelos soviéticos durantes os Processos de Moscou dos anos 1936/1938. Andrey Januarevich Vyshinsky ficaria bastante satisfeito ao ver e ouvir Luiz Fux proferir o voto que confirmou tudo aquilo que os juristas brasileiros têm rejeitado desde os expurgos realizados a mando de Stalin.
A íntegra.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Os melhores filmes de 2013

Que poucos viram, segundo José Geraldo Couto.

O capitalismo, segundo Bill Gates

A frase de 2013. É fantástico que tenha sido dita pelo capitalista modelo nesses tempos de negócios baseados no "desenvolvimento científico e tecnológico".

Do Terra Tecnologia.
Bill Gates: capitalismo significa pesquisar mais a calvície que malária
O capitalismo significa que há muito mais pesquisa sobre a calvície masculina do que em doenças como malária, que afetam majoritariamente as pessoas mais pobres. A definição é de Bill Gates, bilionário e cofundador da Microsoft, em seu discurso no Global Grand Challenges Summit, evento que reúne palestrantes do Reino Unido, Estados Unidos e China com o objetivo de criar soluções para os maiores problemas enfrentados no mundo. As informações foram publicadas pela Wired Magazine.
"Nossas prioridades são inclinadas pelos imperativos do mercado", disse Gates. "A vacina contra a malária é a maior necessidade. Mas quase não tem financiamento. Mas se você está trabalhando com a calvície masculina ou outras coisas você pode conseguir mais recursos para pesquisa por causa da voz que tem no mercado, mais que algo como a malária", acrescentou.
A íntegra.

A nova tortura no Brasil

Agora é feita pelo Judiciário. O processo farsa do "mensalão" não comprovou enriquecimento ilícito do deputado Genoínio, que nada possui a não ser uma casa comprada com financiamento, mas a "justiça" condenou o comunista a pagar indenização de quase meio milhão de reais. A ditadura torturava sem esses requintes. Enquanto isso, os políticos de direita sequer são investigados, muito menos julgados, como se vê nos casos do senador Demóstenes, do "mensalão" dos tucanos mineiros e do helicoca dos Perrella. Pelo menos uma vantagem essa perseguição tem: deixa claro até para quem não queria ver que os dirigentes petistas foram condenados num processo político e que toda essa história opõe os dois lados que sempre se confrontaram no Brasil -- em 1954, em 1964, em 1968, em 1984, e ainda nas eleições de 2002, 2006, 2010 e novamente se enfrentarão este ano.

Do Brasil 247.
Miruna Genoino: será que "vão tomar nossa casa?"
A filha do ex-deputado José Genoino, Miruna Genoino, afirmou que ela e sua família não têm condições de pagar a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de R$ 468 mil. Segundo decisão da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, a quantia deve ser paga em um prazo de até dez dias.
"Tenho certeza de que todos aqui sabem perfeitamente que eu e minha família não temos como pagar 468 mil reais", escreveu Miruna no Facebook. "O que vão fazer conosco? Vão tomar a nossa casa?", questionou.
Na mensagem, ela conta que "a duras, duríssimas penas", paga o financiamento de um apartamento "que vale muito menos do que isso" (o valor da multa). "Meus pais moram onde moram (...), o carro que meu pai tinha, um logan de 2008, foi vendido para podermos ajustar nossas finanças depois da prisão", continua ela.
Em entrevista ao 247, o irmão de Genoino, deputado José Guimarães (PT-CE), declarou que seu irmão "não tem um vintém no bolso". "Ele é uma pessoa de vida simples, todo o Brasil sabe disso, nunca acumulou nada", afirmou.
A íntegra.

A justiça brasileira 2

Do Brasil 247.
Sem prender Jefferson, Barbosa antecipa férias
O discurso da falta de tempo, que Joaquim Barbosa usou com jornalistas ao responder por que a maioria dos condenados na Ação Penal 470 havia sido presa e Roberto Jefferson, que confessou ter recebido R$ 4 milhões para caixa 2 do PTB, ainda não, tem cada vez menos sentido; no último dia do ano, o presidente do STF usou seu tempo para cair numa roda de samba, no Rio; ontem, ele teve tempo para mandar prender o deputado do PT João Paulo Cunha; hoje, antecipou suas férias, que começariam só na próxima sexta-feira 10; na prática, Joaquim Barbosa está zombando da Justiça.
A íntegra.

A justiça brasileira

Do Brasil 247
La dolce vita de Demóstenes
Um flagrante na Itália fez com que o blogueiro Eduardo Guimarães fizesse uma curiosa comparação entre dois casos da "Justiça à brasileira", como diz ele.
Enquanto o ex-senador Demóstenes Torres, flagrado mantendo relações com um chefe do crime organizado de Goiás, Carlos Cachoeira, passa o Ano Novo na Itália, José Genoino cumpre prisão domiciliar em Brasília.
O procurador de Goiás (na foto, ele caminha pelas ruas da cidade de Firenze no primeiro dia do ano) tem contra ele diversas provas materiais, inclusive gravações em que aparece se corrompendo. Já o ex-deputado foi condenado a seis anos e 11 meses de prisão pelo STF "sem uma única prova material ou mesmo testemunhal", como lembra Guimarães.
A íntegra.

Grupo Galpão na Campanha de Popularização do Teatro

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uma nova droga para a cura do câncer

No fundo, essa corrida contra o câncer é uma forma de busca de milagres. Continuamos fazendo tudo contra a natureza e contra as nossas vidas que certamente afetam nossa saúde e causam doenças mortais. Como por exemplo envenenar os alimentos com agrotóxicos, o ar com fumaça, a água com lixos diversos.

Da BBC Brasil.
Novo tratamento 'elimina câncer do pâncreas em seis dias'
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, dizem ter descoberto um tratamento que poderia eliminar o câncer de pâncreas em cerca de uma semana.
Após identificarem como funciona a barreira protetora que circunda os tumores, os cientistas desenvolveram uma droga que consegue rompê-la, permitindo que o sistema imunológico do corpo mate as células cancerígenas.
Testes iniciais do tratamento -- que consiste em doses do medicamento combinadas com uma substância que potencializa a ação das células de defesa do organismo -- resultaram na eliminação quase total do câncer em camundongos em seis dias. 
As conclusões foram divulgadas na publicação científica americana PNAS. De acordo com a Universidade de Cambridge, é a primeira vez que um resultado como este é conseguido em pesquisas sobre o câncer de pâncreas.
O tratamento também poderia ser usado em outros tipos de tumores sólidos -- como em casos de câncer de pulmão e câncer de ovário.
O câncer de pâncreas, um dos mais letais, é a oitava causa mais comum de mortes por câncer no mundo. Ela afeta homens e mulheres igualmente e é mais frequente em pessoas com idade acima dos 60 anos.
De acordo com o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, a doença matou mais de 7.700 pessoas no Brasil em 2011.
A íntegra.

domingo, 5 de janeiro de 2014

A morte do "pequeno gigante da canção" Nelson Ned

Tinha só 66 anos. Andava sumido no Brasil, mas fazia sucesso no exterior (um dos seus fãs é o escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez). Mineiro, começou na extinta TV Itacolomi. Uma voz poderosa e canções fáceis de guardar. Um anão artista que não era palhaço. Impossível não misturar sua condição e sua arte. Como seria, se não fosse anão? Somos moldados pelos modelos "normais". Mas a vida é cheia de mistérios. Como anão e com muito talento, fez muito sucesso, mais no exterior do que no Brasil, em todos os continentes, vendeu milhões de discos, ganhou discos de ouro nos EUA, ficou rico, casou, teve filhos, fazia duzentos shows por ano, sua melhor canção e mais famosa, "Tudo passará", foi gravada por outros cantores sem crédito e também fez sucesso mundial com eles... O que o derrubou foi o vício da cocaína. Perdeu tudo, virou evangélico, fez sucesso como cantor evangélico, ficou rico outra vez, e caiu no vício outra vez... Uma grande história que ainda será contada como merece.

Do G1
Cantor morreu na manhã deste domingo (5/1/14), segundo secretaria da saúde. Estava internado com pneumonia grave em Cotia, Grande SP

Com 32 discos gravados em português e espanhol, Ned cantou no Carnegie Hall e no Madison Square Garden, ambos em Nova York. Em 1996, lançou a biografia "O pequeno gigante da canção", que fazia referência à sua altura, de 1,12m.
O hit "Tudo passará" era sua faixa predileta, conforme contou ao G1 . "É a que mais gosto. Quando cantei em um programa fui aplaudido de pé no meio da música. Isso é ser brega? Quem não é brega quando fala de amor? É o amor que é brega, não a minha música."
A íntegra.
 

Ano mundial da agricultura familiar

A agricultura familiar produz alimentos para consumo interno, usa pouco ou nenhum agrotóxico, preocupa-se com o meio ambiente, gera renda e empregos, é praticada por gente simples, do povo, em pequenas propriedades.
O agronegócio produz um produto só, para exportação, com uso intensivo de agrotóxicos, emprega pouca mão de obra, destrói o ambiente e enriquece poucos proprietários de imensas fazendas.
São dois modelos diferentes, que representam opções diferentes, não só opções econômicas, mas sociais, culturais, políticas, de vida.

Da RBA.
ONU declara 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar Investimentos em agricultura familiar ainda são desproporcionais, se comparados aos recursos recebidos pelo agronegócio
Por Any Cometti, do Seculo Diário 

São Paulo – Ainda em 2012 a agricultura familiar foi eleita pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) como o tema para o ano de 2014. A atividade, que caminha lado a lado com a preservação e o respeito ao meio ambiente, produz mais de 70% dos alimentos consumidos pela população e já é prioridade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), órgão que está à frente da campanha pelo ano dedicado à modalidade.
Segundo o saite da FAO, o objetivo do Ano Internacional da Agricultura Familiar é reposicionar o setor no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado da produção de alimentos.
Também pretende-se que o foco da atenção mundial esteja na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais.
A íntegra.

Salário de Joaquim Barbosa sobe para R$ 29,4 mil

Ele queria mais: R$ 40 mil.
O alto valor dos vencimentos sugere mérito pessoal e que os juízes promovem a justiça. Mas será que é isso que acontece, ou será que eles estão lá por meios políticos e favorecem as elites (engavetando processos, por exemplo), enquanto os pobres vão presos e não têm acesso à justiça?
Será que seguem o mesmo regime de trabalho, de aposentadoria, de previdência social, de atendimento de saúde etc. dos demais trabalhadores ou têm regalias que o povo que os sustenta com o pagamento de impostos não tem?
E será que a justiça os atinge quando cometem falcatruas ou será que estão acima da lei, imunes?
Que justiça é essa? Com certeza os juízes não são todos iguais.

Da Agência Brasil
Ministros do STF começam ano com aumento de R$ 1,4 mil 
André Richter

Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) começaram o ano com aumento de aproximadamente R$ 1,4 mil nos salários.  De acordo com uma portaria publicada na sexta-feira (3/1/14) no Diário da Justiça, desde o dia 1º de janeiro, o salário dos ministros passou de R$ 28.059,29 para R$ 29.462,25, um reajuste de cerca de 4,9%.
O aumento provocou efeito cascata nos subsídios dos demais membros da magistratura, como juízes e desembargadores dos tribunais federais e estaduais. O salário dos ministros do STF é o teto constitucional, valor máximo pago aos servidores públicos, e serve de parâmetro para o cálculo dos vencimentos dos demais magistrados do país.
A íntegra.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Quem é o jornalista brasileiro

Do Observatório da Imprensa. 
Amar o jornalismo, criticar a imprensa  
Por Luciano Martins Costa

Concretamente, o jornalismo brasileiro é pior, hoje, do que há vinte anos? A resposta é: sim, piorou não apenas a qualidade do jornalismo no Brasil, mas também a qualificação dos jornalistas, de modo geral, e a própria noção do valor social da atividade jornalística.
Uma pesquisa coordenada pela professora Roseli Fígaro na USP constatou essa realidade (ver resenha do livro aqui): o jornalismo brasileiro está imerso em profunda crise. Um artigo publicado na quinta-feira (2/1) pela Agência Fapesp (ver aqui) atualiza alguns aspectos desse estudo. O texto afirma explicitamente que "os produtos jornalísticos impressos, televisivos ou radiofônicos são feitos de maneira completamente diferente do que há cerca de vinte anos".
A íntegra.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Clemência para Snowden

É o que pedem os jornais The New York Times e The Guardian para o americano que revelou ao mundo como o governo dos EUA o espiona.

Do Público.
New York Times: Snowden "prestou um grande serviço ao seu país"
João Manuel Rocha

As direcções editoriais dos jornais The New York Times e The Guardian apelaram ao Governo dos Estados Unidos para que trate Edward Snowden como informador e lhe conceda alguma forma de clemência.
"Considerando a enorme valia da informação que divulgou, e os abusos que revelou, o Sr. Snowden merece melhor do que uma vida de exílio permanente, medo e fuga. Pode ter cometido um crime para o fazer, mas prestou um grande serviço ao seu país. É tempo de os Estados Unidos oferecerem a Snowden um perdão ou alguma forma de clemência que lhe permita regressar", escreve o jornal norte-americano.
A pena para o antigo analista da NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos) deverá, segundo o jornal norte-americano, ser "substancialmente reduzida" devido ao seu papel de denunciante. Snowden, acrescenta, deve poder dedicar a sua vida a defender uma "maior privacidade" e uma "muito mais forte" supervisão dos serviços de vigilância.
"Quando alguém revela que funcionários do governo violaram rotineira e deliberadamente a lei, essa pessoa não deve passar a vida na prisão, nas mãos desse mesmo governo", considera o jornal, num texto editorial divulgado na quarta-feira. Com as revelações de Snowden, "o público ficou a saber com grande detalhe como a agência tinha ultrapassado o seu mandato e abusado da sua autoridade".
A íntegra.

Por que o helicóptero com 450 kg de cocaína foi esquecido?

O maior escândalo de tráfico de drogas do ano foi esquecido pela "grande" imprensa. Por quê?

Do Diário do Centro do Mundo.
O estranho caso do helicóptero engavetado
Paulo Nogueira

Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013 respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos Perrelas.
Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.
Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte, por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína. Cem vezes menos, portanto.
Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico.
Mas, jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo comportamento da mídia brasileira, não são nada.
Ninguém se esforçou, então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos dos Perrelas e conhecido festeiro.
Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.
A íntegra.