terça-feira, 29 de abril de 2014

Policiais brasileiros devem testar gás de pimenta

Como fizeram seus colegas ingleses. 

Da BBC Brasil.
Por empatia com 'vítima', policiais testam spray de pimenta
Um grupo de recrutas da polícia britânica experimentou spray de pimenta nos próprios olhos para sentir na pele os efeitos que o produto causa. 
O objetivo do treinamento é fazer com que os futuros policiais tenham empatia pelas pessoas e pensem duas vezes antes de usar o produto, derivado da pimenta malagueta. 
O spray de pimenta é utilizado para cegar temporariamente e imobilizar suspeitos em situações de confrontos violentos e deve ser empregado apenas em situações excepcionais. 
Uma policial que testou o spray disse que a dor é pior do que a dor do parto. 
"É horrível e amedrontador", diz a mulher. 
"Quando o efeito passa, você ainda está em pânico pelo fato de ter ficado cega por quase 15 minutos". 
O treinamento foi exibido como parte do documentário First Time on the Front Line, transmitido na BBC1 na segunda-feira.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Por que o PT não enfrenta a velha imprensa?

"Se adotar a tática do 'diálogo' com a mídia e os piores inimigos, o PT – em vez de um passo à frente, com vitórias em Estados importantes – pode colher uma derrota definitiva."
"A velha mídia é sócia dos tucanos num projeto político conservador. O PT – apesar de suas fragilidades e inconsistências crescentes – é a ferramenta disponível para os que lutam por barrar a direita e aprofundar as reformas sociais no Brasil."
"Se insistir nos 'almoços', o PT pode virar a sobremesa. Com as cabeças de Dilma / Lula / Padilha / Dirceu e de toda a esquerda servidas na bandeja, e expostas nas manchetes dos jornais e telejornais inimigos nos dias e meses seguintes à eleição."

Boa análise sobre as relações do PT e seus governos com a imprensa protofascista.

Do blog Escrevinhador. 
Padilha e o "diálogo" com a imprensa: até onde vão as ilusões petistas? 
Rodrigo Vianna

O PT deveria ter aprendido – com Lula – que esses almoços com representantes da velha mídia não servem pra nada. O então candidato petista foi à sede da “Folha”, em 2002. Lá pelas tantas, o herdeiro do jornal, Otavinho Frias, fez uma insinuação de que Lula não estaria preparado para ser presidente porque não sabia falar inglês. Lula levantou-se e foi embora. O velho Frias (que emprestava carros para torturadores durante a ditadura, mas não era tolo a ponto de confrontar um futuro presidente) saiu andando atrás do candidato, tentando se desculpar pela arrogância do filho.
Lula jamais se vingou dos Frias. Olhou pra frente. Errou? Teve a chance, também, de enterrar a Globo – endividada em 2003. Não avançou nisso. Aliás, presidente eleito, foi para a bancada do JN ao lado de Bonner. Alguém imaginaria Brizola, eleito, na bancada do JN? Alguns dirão: por isso que Brizola jamais foi presidente. Talvez, tenham razão…
Mas o PT seguiu apanhando e confraternizando-se com a velha mídia. Dilma foi fazer omelete com Ana Maria Braga em 2011. E disse que a questão da Comunicação no Brasil se resolvia com controle remoto.
Haddad, eleito depois de uma campanha em que meios digitais tiveram papel decisivo na capital paulista, mandou dizer pouco antes da posse que Comunicação era um assunto em que não cabia debate sobre políticas públicas. Pôs no cargo de secretário um jornalista que imagina resolver todos problemas com telefonemas para as redações da Folha e Estadão. Haddad chegou a dizer que esperava uma "normalização" das relações com a mídia. Foi cozido e fritado por ela.
Padilha começou sua campanha a governador de São Paulo com caravanas pelo interior – transmitidas pela internet. Boa novidade. Mas também adotou a "tática" (!) dos almoços em jornais, pensando em criar (quem sabe) um clima de camaradagem com personagens do quilate dos Mesquita e dos Frias. Recentemente, ouvi de um alto dirigente do PT (foi conversa em off, não posso por isso revelar detalhes) que o partido não abre mão de "dialogar com todos os setores da imprensa" na campanha para o governo de São Paulo.
Sei… Gostaria de saber o que esse petista graúdo acha do "diálogo" estabelecido entre os jornais e Padilha na última semana. Diálogo bastante interessante.
O ex-ministro foi submetido a uma operação de guerra. A tentativa é de abatê-lo em pleno voo, antes mesmo da campanha começar. Os aliados midiáticos dos tucanos perceberam a fragilidade de Alckmin num momento em que São Paulo está na iminência de ficar sem água por falta de planejamento dos governos do PSDB. No dia em que Padilha iria pra TV falar da seca, os jornais vieram com o ataque coordenado contra o petista.
As manchetes seriam a sobremesa do almoço recente de Padilha com representantes da família Mesquita?
A íntegra.

Os lucros astronômicos das estradas privatizadas em SP

Tanto petistas quanto tucanos administram os negócios do capital e dão assento preferencial aos empresários nos seus governos, mas há algumas diferenças.
Nos governos petistas, empresários têm de dividir os assentos (e o dinheiro público) com os trabalhadores, os sindicatos, os movimentos sociais etc., enquanto nos governos tucanos, a participação empresarial é praticamente exclusiva, demais classes e setores sociais vão só para aparecer na foto -- e na propaganda governamental.
Governos petistas usam as obras para provocar o crescimento econômico e empregos, e mantêm a participação do Estado nos negócios.
Tucanos não gostam de participação do Estado, transferem tudo diretamente para as empresas ganharem diretamente, muito dinheiro, rapidamente, porque entendem que é esta afinal a função do governo, proporcionar os ganhos do capital; acham que as empresas privadas fazem o resto -- saúde, educação, segurança, transporte, moradia, empregos, distribuição de renda e tudo mais.
Sabemos, desde o século XIX, que não é bem assim. Por isso governos intervencionistas como o do PT se saem melhor e são mais populares, enquanto os (neo)liberais, como os tucanos estão sempre metidos em recessões e profundas desigualdades sociais.
As estradas que os tucanos entregaram para a iniciativa privada de SP dão tanto lucro que o dinheiro de um ano seria suficiente para construir os estádios da Copa, mas quem fala nisso? Não a "grande" imprensa, que joga no mesmo time dos neoliberais.

Da Rede Brasil Atual.
Em um ano, arrecadação dos pedágios paulistas faria 12 arenas da Copa 

São Paulo – As concessionárias que administram os pedágios nas estradas estaduais arrecadaram, em 2013, cerca de R$ 6,891 bilhões, de acordo com o Pedagiômetro – que usa os relatórios de arrecadação das concessionárias para estimar o faturamento das praças de pedágio paulistas. Segundo nota da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, o valor é apenas R$ 733 milhões mais baixo que os R$ 7,6 bilhões previstos no documento Matriz de Responsabilidades, do Portal Transparência, do governo federal, para a reforma e ou construção dos 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo de futebol.
A íntegra.

Ex-assessor do governo americano denuncia: EUA provocam guerra contra Rússia

Para que a indústria bélica ganhe mais dinheiro e a economia cresça.
Desde que a Segunda Guerra Mundial tirou os EUA da grande depressão de 1929 o maior negócio do país é a guerra.

Traduzido pelo coletivo Vila Vudu e publicado pelo blog redecastorphoto. 
EUA arrastam o mundo à guerra
Por Paul Craig Roberts*, no Institute for Political Economy

A crise na Ucrânia começou quando Washington derrubou o governo democrático eleito e o substituiu por idiotas escolhidos a dedo por Washington. Os idiotas puseram-se a atacar, com palavras e à bala, as populações de ex-territórios soviéticos que líderes comunistas soviéticos anexaram à Ucrânia. Consequência dessa política de doidos, é a agitação da população que fala russo, e que escolheu voltar a ser parte da Federação Russa. A Crimeia já se uniu à Rússia. Agora, o leste da Ucrânia e outras partes do sul da Ucrânia provavelmente também se unirão à Rússia.
Em vez de ver seus próprios erros, o regime Obama estimulou os idiotas que Washington instalou em Kiev a usar de violência contra as áreas onde vivem falantes de russo, que querem organizar referendos, para que possam votar e aprovar a reintegração das áreas em que vivem, à Rússia. O regime Obama encorajou os idiotas a usarem de violência, apesar da clara declaração do presidente Putin de que nenhuma força militar russa jamais ocuparia a Ucrânia, a menos que os manifestantes ucranianos que se opunham ao governo dos idiotas em Kiev fossem vítimas de violência.
A única conclusão possível é que ou Washington nada ouve do que lhe digam, ou, então, que Washington deseja violência.
Se nem os EUA nem a Otan estão posicionados dessa vez para mover força militar significativa para a Ucrânia, suficientes para confrontar o Exército Russo, por que o regime Obama tanto se esforça para provocar a ação dos militares russos?
Uma possível resposta é que, agora que o plano dos EUA de expulsar a Rússia de sua base naval no Mar Vermelho foi derrotado, Washington abraça o plano de sacrificar a Ucrânia a uma invasão russa, para que os EUA ponham-se a demonizar a Rússia e forcem vasto aumento nos gastos militares e no orçamento da Otan e deslocamento de tropas da Otan.
Em outras palavras, o negócio é uma nova guerra fria e mais milhões de dólares em lucros para o complexo militar/de segurança dos EUA.
É claro que Washington não tem qualquer intenção de acertar coisa alguma com o governo russo. As "exigências" de Washington foram "impostas", porque não são aceitáveis. Washington está "exigindo" que o governo russo puxe o tapete debaixo dos pés dos manifestantes pacíficos no leste e no sul da Ucrânia e force populações russas na Ucrânia a submeterem-se aos idiotas dos EUA em Kiev. Os EUA também "exigem" que a Rússia renegue a reunificação da Crimeia e devolva a Crimeia aos EUA, para que Washington consiga, assim, completar o projeto de expulsar a Rússia de sua base no Mar Negro.
Em outras palavras, os EUA querem que a Rússia cole outra vez os cacos que resultaram da loucura de Washington na Crimeia e entregue a coisa, recomposta, aos EUA.
É "exigência" tão irrealista, tão alucinada, que ultrapassa qualquer arrogância. O Doido da Casa Branca está dizendo a Putin:
Me danei, quando tentei invadir seu quintal. Ordeno que você, agora, invada o seu quintal e me dê o seu quintal, para que eu me safe com uma boa "ameaça estratégica" que me permita expulsar você do seu quintal.
A íntegra.

domingo, 27 de abril de 2014

5º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais

O direito de Dirceu, o direito de todos

PML é o jornalista que melhor acompanha o calvário de José Dirceu.
Sim, calvário, porque, transformado em maior criminoso da República, não por um crime provado, mas por um crime que "deveria conhecer", por ser chefe do suposto criminoso, o que o tornou um condenado sem precedentes na história, Dirceu é um prisioneiro a quem a justiça nega os direitos mais elementares e a sociedade lava as mãos.
Se direitos básicos são negados a ele, por que não serão negados também a qualquer cidadão, inclusive aqueles que se rejubilam com seu martírio?
A justiça brasileira inaugurou com o julgamento do "mensalão" uma fase de tribunal de exceção. É o Estado policial em plena (?) democracia, que chega ao absurdo de pretender quebrar o sigilo dos telefones do Planalto. Que tal quebrar também o dos ministros do STF, de todo o judiciário, de todos os políticos de direita e dos jornalistas protofascistas?
Quando isso aconteceu, ficamos sabendo que um diretor da maior revista brasileira tinha negócios com um criminoso.
Mas não deu em nada, a rigorosa justiça ignorou o fato.

Dos blogs da revista Istoé.
Dirceu: homem-teste
Esforço de Joaquim Barbosa para impedir Dirceu de exercer um direito saiu do plano racional -- e isso é mais perigoso do que parece
Paulo Moreira Leite

É inacreditável que, no Brasil de 2014, se tente levar a sério – por um minuto – o pedido de investigar todas ligações telefônicas entre o Planalto, o Supremo, o Congresso e a Papuda entre 6 e 16 de janeiro.
A rigor, o pedido de investigação telefônica tem um aspecto terrorista, como já disse aqui.
Implica em invadir poderes -- monitorar ligações telefônicas é saber quem conversou com quem mesmo sem acessar o conteúdo da conversa -- e isso o ministério público não tem condições de fazer antes que o STF autorize a abertura de um processo contra a presidente da República.
O que queremos? Brincar de golpe?
Criar o clima para uma afronta aos poderes que emanam do povo?
Quem leva a sério o pedido de monitorar telefones do Planalto, com base numa denúncia anonima, sem data, nem hora nem lugar conhecido -- o que permite perguntar até se tenha ocorrido -- nos ajuda a pensar numa hipótese de ficção científica. Estão querendo um atalho para atingir a presidente? Assim, com a desculpa de que é preciso apurar um depoimento secreto?
Nem é possível fingir que é possível levar a sério um pedido desses.
Por isso não é tão preocupante que uma procuradora do DF tenha feito tenha assinado um pedido desses. É folclórico, digno dos anais da anti-democracia e da judicialização.
O preocupante é a demora de Joaquim Barbosa em repelir o pedido. Rodrigo Janot, o PGR, já descartou a solicitação. Mas Joaquim permanece mudo.
O que ele pretende?
O que acha que falta esclarecer?
Honestamente, cabe perguntar: qual é a dúvida?
Indo para o terreno prático. Estamos falando de uma área por onde circulam milhares de pessoas, que mantêm conversas telefônicas longas, curtas, instantâneas ou intermináveis com chefes, assessores, amigos, maridos, motoristas, namoradas, amantes...sem falar na frota de taxi, no entregador de pizza e no passeador de cachorro...
Monitorar quem ligou para quem?
Imagine. Num dia qualquer entre 6 e 16 de janeiro de 2016 uma jovem assessora do Senado, que trabalha de minissaia e namora um musculoso agente penitenciário na Papuda, resolve encontrá-lo para tomar um sorvete. Mas o rapaz não aparece. Ela liga para o celular do amor de sua vida. O namorado atende dentro de um ônibus que, naquele momento, se encontra parado no sinal vermelho em frente ao Planalto.
Três meses depois, aparece o grampo:
-- Alô, Zé Dirceu na linha? Onde você está? Aqui é a Maça Dourada. Aquela, de 68. Lembra, na Maria Antônia.... A gente não tinha marcado um encontro, 50 anos depois? Nossa turma tinha essa mania, lembra?
Está na cara que nada se pretende descobrir com uma investigação desse tipo. O que se pretende é ganhar tempo, como se faz desde 16 de novembro, quando Dirceu e outros prisioneiros chegaram a Papuda. Com ajuda dos meios de comunicação mais reacionários, os comentaristas mais inescrupulosos, pretende-se criar uma ambiente de reação contra o exercício de um direito típico dos regimes democráticos. Aguarda-se por uma comoção que impeça a saída de Dirceu. Você entendeu, né...
A íntegra.

sábado, 26 de abril de 2014

Gandarela e mineroduto: as melhores notícias do mês

Serra do Gandarela salva, mineroduto adiado.

De um lado, as mineradoras -- exportadoras, multinacionais, milionárias.
Do outro, os mineiros -- o povo, a população, os moradores, os trabalhadores, a gente comum, todo mundo que vive em Minas Gerais e depende da água, da terra, da natureza.
No meio, o governo -- e os últimos governos mineiros estiveram sempre do lado das mineradoras, no caso da Serra do Gandarela e no caso do mineroduto que está rasgando e destruindo o estado de norte a sul.
E a imprensa? Bem, a imprensa é essa coisa esquisita, que normalmente só se interessa por escândalos, em geral está com o governo (= verbas publicitárias), mas de vez em quando abraça causas populares, misteriosamente, se não toda ao menos um veículo ou outro, como nestes casos.
Mas a campanha mesmo foi feita na internet e nas ruas, nas estradas, na mata.
De qualquer forma, as reportagens mostram do que a imprensa é capaz, quando quer.
Destruir a Gandarela seria um crime inacreditável, mas temos assistido a tantos crimes inacreditáveis que fica mais inacreditável e ganha um valor grandioso o que fez a Prefeitura de Rio Acima.
Na democracia representativa, em que nós votamos de quatro em quatro anos e depois vamos para casa, enquanto os eleitos fazem o que querem, predominam sempre os interesses dos ricos, que têm acesso aos gabinetes, que pagam os melhores advogados, que bancam as campanhas dos políticos, que compram juízes e funcionários quando preciso. Decisões que contrariam essa gente, como esta, são raras e só acontecem com mobilização popular permanente.
Com apoio da nova imprensa, da internet. E quando possível apoio também da velha imprensa. 
O mineroduto foi adiado, mas precisa ser definitivamente interrompido e seus danos reparados.
Quanto à Gandarela, não é a vitória final e nem mesmo tudo que precisa ser protegido. 

Do jornal Hoje em Dia.
Rio Acima tomba a Serra do Gandarela e barra projeto Apolo
Bruno Porto

O primeiro semestre de 2014 já esteve na agenda da Vale como a data de início de produção do projeto Apolo, orçado em R$ 4 bilhões, para uma mina com capacidade de 24 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, em uma área que abrange cinco municípios mineiros. No entanto, além de persistir a indefinição sobre a criação ou não do Parque Nacional da Serra do Gandarela, em análise pelo governo federal, este mês a prefeitura de Rio Acima revogou a Carta de Conformidade – uma anuência obrigatória para que o empreendimento seja licenciado.
O documento havia sido emitido em 2009 e atestava que o projeto se enquadrava na legislação municipal. Uma audiência pública para tratar do projeto chegou a ocorrer no município. Além de Rio Acima, Santa Bárbara, Caeté, Raposos e Nova Lima também estão ma área de abrangência do projeto. "A área responsável pelo patrimônio histórico do município deve finalizar em 30 dias o processo de tombamento definitivo da parte da Serra do Gandarela dentro de Rio Acima. Com o tombamento, não cabe mais atividade mineradora nessa área”, afirmou o prefeito de Rio Acima, Antônio César Pires de Miranda Júnior (PR).
Ele descartou a possibilidade de a cidade deixar de arrecadar mais ou gerar mais empregos com o projeto da Vale. “No caso de Rio Acima, o projeto previa apenas a parte ruim, como as barragens de rejeito. Não haveria aumento de arrecadação ou de empregos. Estamos defendendo o que é melhor para o município, que são as nascentes de rios que abastecem a cidade”, disse.
Em nota, a Vale informou que ainda não foi notificada oficialmente. “A Vale não recebeu nenhum comunicado oficial sobre o assunto, nem por parte da prefeitura municipal, nem dos órgãos ambientais competentes. Sobre Apolo, o projeto continua aguardando licenciamento ambiental”, diz a nota.
Situada entre as serras do Caraça e da Piedade, a Serra do Gandarela faz parte da Serra do Espinhaço, declarada reserva da Biosfera pela Unesco. O Gandarela também está inserido no Quadrilátero Ferrífero, onde estima-se que existam reservas de 5 bilhões de metros cúbicos de água, sendo 4 bilhões associados às formações ferríferas. Somente a Serra do Gandarela é responsável pelo abastecimento hídrico de 40% da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A íntegra.

Do jornal O Tempo.

BH, a cidade que perdeu o respeito

Belo Horizonte não tem mais horário de descanso. A administração Lacerda aboliu isso. Quando não ignora as infrações à lei, dá ela mesma o exemplo.
Às cinco horas da manhã começa o barulho: caminhões de construção civil, caminhões de caçamba, homens gritando, alarmes de ré tocando e outras máquinas... O dia ainda está escuro e a barulheira começa, sem qualquer pudor. Isto não significa que tenha havido silêncio até esse horário: durante toda a noite alarmes dispararam, buzinas foram tocadas, motos aceleraram, grandes ônibus fizeram rugir seus motores, carrões passaram com seus sons potentes. Às nove da noite, quando o trânsito acalma, máquinas da prefeitura iniciam obras, lambretas de baiano abrem buracos no asfalto. À meia-noite passa o caminhão do lixo, com seu motor barulhento e seus lixeiros gritando. Torcedores que estão sempre comemorando a derrota do time adversário gritam nas janelas e circulam tocando buzinas e hinos. Respeito é uma palavra que desapareceu da vida urbana.
Nunca é demais lembrar que o prefeito -- o alcaide, o xerife -- não mora na cidade, mora em um condomínio em outro município, num recanto sossegado, bucólico, silencioso, cercado, protegido das violências que ele impõe aos cidadãos que governa. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Shakespeare por Tolstoi

Li Tolstoi tardiamente, um dos poucos grandes russos que não li na juventude. Achava que era pesadão, ao contrário do frenético Dostoiévski e do delicado Turgueniev, os quais li de uma sentada só. Continuo achando assim, depois de lê-lo: como pode alguém escrever um romance como Guerra e Paz, com mais de mil páginas? No entanto, poucas vezes li histórias tão brilhantes quanto Hadji Murat e A morte de Ivan Ilitch. Nestes livros menores conheci o gênio de Tolstoi. Ainda quero enfrentar Ana Karênina, outro livrão.
Nunca duvidei de Shakespeare, como por exemplo duvido de Joyce, um escritor cujos livros vêm com bula (ontem mesmo vi um programa sobre ele e tive vontade de lê-lo novamente, sem pretensão, mas logo vi que não é possível, que a leitura não me daria prazer, porque é realmente um autor para iniciados e isso pra mim é um defeito, não é uma virtude: de que adianta escrever uma história genial se ninguém a entende, se é preciso ser o autor, ou tê-lo do lado explicando?). A leitura de Romeu e Julieta, na tradução de Onestaldo de Pennafort, a mesma que o Galpão usou no seu espetáculo, foi uma das melhores experiências literárias da minha vida, comparável só às leituras de O vermelho e o negro, de Stendhal, Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, e O primeiro amor, de Turgueniev, leituras para (jovens) apaixonados, febris. E também sempre tive muito prazer vendo, não lendo, peças e filmes sobre outras tragédias e comédias suas. No entanto, tenho de reconhecer que estive sempre influenciado a gostar do gênio, por isso mesmo, pela unanimidade que o cerca, pela ideia de que, se não gostasse, o problema seria comigo, não com ele, pelo receio de não compreender sua profundidade etc. e tal. E de fato não gostei de algumas coisas, pelo menos nenhuma encenação que vi foi tão forte quanto a impressão que me deixou três vezes Romeu e Julieta: no filme de Zeffirelli, na leitura e na versão do Galpão.
O que Tolstoi escreveu é verdade, e é uma das coisas que impressionam em Shakespeare, porque dá grandiosidade às cenas, coisa que a vida real não tem. Shakespeare me intimida e por isso nunca tive coragem de dizer o que Tolstoi diz, embora pensasse, mas afastava a ideia rapidamente da cabeça... Entre o choro e o riso o limite é estreito. O que não significa que Tolstoi esteja certo; não gosto de ler Shakespeare, mas Romeu e Julieta funcionou, assim como outras peças, ainda que menos. Teatro não é mesmo para ser lido, é para ser visto, e aí, entre autor e plateia, tem a companhia: atores, diretor, cenógrafo... Mas Romeu e Julieta funcionou como leitura, repito, pelo menos para mim.
A esta altura da minha vida, ler é prazer. Leio por obrigação, quer dizer, insisto em leituras que julgo terem valor, mesmo que eu não tenha gostado na primeira vez ou na segunda, mas não tenho o menor pudor em saltar páginas em busca do que interessa: o prazer da leitura, aquele trecho que me pega e me faz parar de pensar na minha vida para pensar em coisas nas quais nunca tinha pensado. Literatura é isso, descansar a mente, tirá-la do círculo vicioso dos nossos próprios pensamentos, acrescentar uma ideia nova que cria um novo círculo, virtuoso. Por isso, na minha estante, Ulisses continua ocupando um lugar ao lado de Os sertões, outra obra prima ilegível, pelo menos para mim e até hoje. Bem distante de Grandes Sertões, obra prima que muitos comparam à literatura de Joyce, mas que desperta prazer e apaixona.
E há os livros que não exigem esforço algum, os melhores, os que ficam na lembrança e no coração, a leitura prazerosa que nos leva além da nossa mente e provocam admiração profunda, simpatia eterna: Os três mosqueteiros, A montanha mágica, Crime e castigo, O jogador, Os irmãos Karamázov, Pais e filhos, A náusea, Tônio Kroeger, O encontro marcado, Jorge, um brasileiro, Insônia, além dos já citados e até de um joyceano, Retrato do artista quando jovem, que no entanto pouco tem a ver com o que faz a fama do irlandês.

Do DCM.  
Por que Tolstoi achava Shakespeare uma farsa  
Paulo Nogueira

"Li muitas vezes as tragédias e as comédias e as peças históricas, e invariavelmente tive sempre os mesmos sentimentos: repulsa, desagrado, irritação", escreveu Tolstoi. "Acredito que Shakespeare não pode ser reconhecido nem como um grande gênio e nem como um autor mediano."
Tolstoi achava os diálogos de Shakespeare absurdos. Isso, para ele, era imperdoável num escritor.
"O meio mais importante, se não o único, de retratar um personagem é a individualidade da linguagem, ou seja, a maneira de falar de uma pessoa tem que ser compatível com sua condição. Isso não existe em Shakespeare. Todos as suas personagens falam não sua linguagem, mas a de Shakespeare – pretensiosa e artificial. Não apenas as personagens não falariam daquela maneira, mas ninguém em todo o mundo."
Um pouco adiante, Tolstoi aprofundaria essa sua tese. "Os apaixonados, os que estão se preparando para morrer, os que estão lutando, os que estão morrendo, todos falam muito, e subitamente, sobre assuntos absolutamente impróprios para a ocasião."
A íntegra.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O futuro da internet está no Brasil

Num encontro mundial que começa hoje. 
A internet é o centro da política mundial hoje. 
A questão é simples: os poderosos reacionários se sustentam cada vez mais na comunicação. Que, por sua vez, é controlada por meia dúzia de grupos empresariais.
A internet quebrou isso, porque criou um novo paradigma de comunicação, em que todos produzem, distribuem e consomem informações.
Ela cresce, enquanto a velha imprensa definha.
Os poderosos perdem o sono e muito dinheiro tentando controlá-la.
Mas a internet parece ser incontrolável, na sua essência: se for controlada, deixa de ser internet. 
É uma luta política em aberto. 
A vitória da internet é a vitória da liberdade, da democracia, do "povo".
Se ela for dominada, será a vitória da reação, do autoritarismo, da meia dúzia de corporações que dominam os governos e o mundo. 
Os dados foram lançados...

Da BBC Brasil em São Paulo
Encontro global inédito em SP busca modelo de governança da internet 
Maurício Moraes 

Por dois dias, a partir desta quarta-feira, o Brasil, mais precisamente São Paulo, se torna o centro da internet mundial. A cidade sedia a NetMundial, conferência considerada o pontapé inicial de um sistema de governança internacional da rede
O evento terá quase mil participantes de mais de 85 países, entre representantes de governos, universidades, setor privado e sociedade civil, que dariam um caráter "multissetorial" ao encontro, como os organizadores gostam de ressaltar. 
O encontro será aberto pela presidente Dilma Rousseff, que se empenhou pessoalmente em trazer a conferência ao Brasil. 
Dilma chega ao encontro ostentando o Marco Civil da Internet, aprovado em última hora no Senado após passar pela Câmara, em meio a disputas da base aliada e da oposição. A legislação, considerada avançada por especialistas, colocaria o país na vanguarda das discussões sobre o tema. 
A ideia do encontro ganhou fôlego após o escândalo que revelou um esquema de espionagem em massa do governo americano, denunciado pelo ex-colaborador da Agência Nacional de Informação dos Estados Unidos, a NSA. 

Dilma, a corrupção e a canalhocracia

"A agitação moralista a serviço da genuína imoralidade."
Ciro Gomes não está calado, mas não anda sendo ouvido. A "grande" imprensa só publica quem diz as mesmas coisas e Ciro sempre foi uma voz destoante.
Quem, hoje, publica a frase acima na "grande" imprensa?
O único articulista crítico que sobrou foi Jânio de Freitas, o decano.
É ingênuo quem pensa que não tem corrupção no governo do PT, mas é muito mais ingênuo quem pensa que essa gritaria toda da "grande" imprensa há quase 12 anos é porque ela combate a corrupção.

Da CartaCapital.
Moralismo a serviço da imoralidade
Na iminência do debate eleitoral, a canalhocracia se esforça para grudar em Dilma Rousseff a mancha da corrupção 
Ciro Gomes

Certa feita, fui à sala do presidente da República comunicar que iria romper com ele e com seu partido. Denunciei, entre outras razões, a corrupção sistêmica instalada em seu governo. Na data era o Ministério dos Transportes. O responsável, um quadro do PMDB, claro. A resposta me frustrou muito, mas nunca esqueci. "Ciro, um dia você vai sentar nesta cadeira", me disse, em tom acadêmico e apontando para a cadeira presidencial. "E aí vai ver que o presidente que não contemporizou com o patrimonialismo, caiu."
Essa memória me voltou por esses dias com muita força a propósito do esforço que a picaretagem tupiniquim faz para imputar em Dilma Rousseff a tisna da corrupção. É, sem dúvida, a agitação moralista a serviço da genuína imoralidade. Ou, em termos mais populares, são os corruptos na tentativa de arrastar para o seu universo podre uma pessoa clara e insofismavelmente decente.
Quem me acompanha sabe que não sou o maior entusiasta do atual governo. O leitor mais atento conhece minha opinião sobre o grande despudor com que o condomínio PT-PMDB – sejamos justos, partes grandes dele – se entranha nas tetas públicas. Mas não é possível calar diante do despudor com que a canalhocracia assesta suas baterias contra Dilma Rousseff na iminência do debate eleitoral.
Essa absurda compra de uma refinaria sucateada nos Estados Unidos foi feita em 2006. Por que a mídia só trata desse assunto agora? Aqui mesmo, neste espaço, em outubro do ano passado, falei mal desse absurdo pela enésima vez sem que ninguém desse a menor bola. Por que agora? Explico. Dilma resolveu confrontar o centro da máfia congressual na Câmara dos Deputados, que eu conheço bastante bem e já denunciei mil vezes sem a menor repercussão.
A íntegra.

Seca, multa e incompetência

Há dois aspectos nessa crise paulista.
O primeiro e mais importante é que não é só paulista, diz respeito ao modelo econômico no qual vivemos todos, no mundo, que tem como consequências as mudanças climáticas e as catástrofes ambientais -- previstas há décadas, mas ignoradas pelos poderosos e agora já consideradas irreversíveis -- que as acompanham e levam a humanidade para a barbárie.
O outro aspecto é local, nacional, e diz respeito aos grupos políticos e ideias que renasceram no Brasil depois da ditadura.
Tucanos têm um problema com água. No fim do governo FHC foi o racionamento de energia, agora, no fim do governo Alckmin, em SP, é racionamento de água...
E no entanto a palavra de ordem dos tucanos é... competência!
Devia ser propaganda! Porque é o que fazem de melhor: muita propaganda, muito gogó, muita pose, muito discurso bonito.
Quem ouvia o ex-governador Anastasia discursando, pensava: que menino competente! No entanto...
Aécio não, porque, que eu conheça, ninguém nunca o levou a sério; ele sempre foi considerado o neto playboy do Tancredo, todo mundo sempre soube que falava da boca pra fora, imita o jeito do avô e repete o que lhe passam bons assessores, e até seus amigos dizem que não tem preparo, não estudou, não lê. Mas Anastasia era o símbolo da competência! E no entanto não pagava nem o piso para os professores! Manipulava números de criminalidade para parecer que a segurança tinha melhorado! Manipulava verbas para saúde para fingir que estava cumprindo o que manda a Constituição! No dia seguinte a um belo discurso ia de pires na mão pedir ajuda ao governo federal...
Essa incompetência tucana, porém, não é defeito pessoal, por isso não atinge só Aécio e Anastasia, atinge também Alckmin.
Também não é porque os três nomes começam pela letra A.
É consequência da concepção política que transfere tudo para a iniciativa privada, que acredita que o mercado resolve os problemas, que não é preciso ampliar as ações do Estado, muito menos aumentar e pagar bem o funcionalismo.
Não é preciso planejar, porque planejar é coisa do Estado e tucano detesta Estado.
Quer dizer, exceto os altos cargos e altos salários, salários compatíveis com "os melhores quadros", "capturados no mercado", que trazem para o setor público "a competência da iniciativa privada" bla-bla-bla...
Tucanos fracassam naquilo que justifica sua existência: competência.
Tucanos pensam que tudo se resolve com "uma boa gestão", mas quem já conviveu com técnicos tucanos sabe que o que eles chamam de "gestão" se resume a produzir belos discursos, belos documentos, belas apresentações usando as mais modernas tecnologias e palavras estrangeiras, para demonstrar que são modernos e atualizados com o que há de melhor no mundo, quer dizer, nos EUA, na Europa...
Belas propagandas! 
Tudo em gabinete, distante das ruas, insensível à gente.
A relação dos tucanos com o povo se resume à propaganda.
Os tucanos foram a maior decepção da política brasileira pós-ditadura.
Quem ouvia Covas falar, em 1989, quando ele era o tucano-mor, não era FHC, que sempre foi boquirroto, prestou-se ao papel ridículo de sentar na cadeira do prefeito antes de ser eleito, achava-se mais que o máximo. Covas, não, era o sério, o político que foi golpeado pela ditadura e voltou tão íntegro quanto saiu, e atualizado, e quem o ouvia falar ficava convencido...
Enquanto isso, os petistas pareciam antigos, ligados a coisas velhas como socialismo, revolução, povo, trabalhadores etc.
Os tucanos modernos e limpinhos, bem vestidos, de barba feita, os petistas antigos e sujos, mal vestidos, barba por fazer...
No mundo tucano não tem trabalhadores, tem "colaboradores".
No mundo tucano não tem conflito, tem "competição".
No mundo tucano não tem capital, tem "empreendedorismo".
No mundo tucano não tem coletividade, tem só indivíduos.
Depois que o Muro de Berlim caiu e a URSS desmoronou, então, foi como se os escombros tivessem sepultado o PT... Enquanto os tucanos apareciam mais sorridentes e saltitantes do que nunca, conectados com o novo, insinuando: "eu não disse?"
No admirável mundo novo liberal, neoliberal, quem ia dar atenção para vermelhos sujos, se havia azuis limpinhos?
E no entanto...
Qual foi a grande obra de FHC (além de terminar o que Collor começou, privatizando tudo que pôde)? A emenda para sua reeleição!
Vinte e cinco anos depois da primeira eleição direta para presidente, o PT, bem ou mal, contrói o Brasil contemporâneo -- bem na distribuição de renda, no pleno emprego, no crescimento, no controle da economia; mal no meio ambiente, na educação e na democratização do poder (e não nos iludamos: a lua-de-mel do PT com grande parte dos empresários vem do fato de o governo lhes dar o que querem, isto é, muito dinheiro do Estado e muitas mamatas). Enquanto isso, os tucanos tornaram-se símbolo de decadência, ligados ao que há de mais atrasado -- a "grande" imprensa protofascista, os políticos de direita, a repressão policial e até mesmo a memória da ditadura.
Como disse, não foi sempre assim: no fim da ditadura, o nascimento do PSDB representou aspirações progressistas e democráticas.
A história não se faz só com fatos, mas também com sentimentos, com comportamentos, com alma, e sempre faltou alma aos tucanos. Sobrou pose.
Como falta energia e água, mas sobra propaganda.
Dilma tem repetido o que foi o título de um artigo que escrevi no Cometa Itabirano: o povo nas ruas quer mais, não quer menos.
Lula, na entrevista aos blogueiros, repetiu outra coisa que escrevi em outro artigo publicado no Cometa: o Brasil precisa de uma oposição de esquerda, mas todos os candidatos que surgem vão pra direita!
Lula e Dilma dizem o óbvio.
Embora o governo petista esteja aquém do que queremos e precisamos, os petistas têm sensibilidade para o povo, porque vieram dele.
Os tucanos nunca saíram dos gabinetes com ar condicionado.

Da RBA.
Alckmin anuncia multa de 30% na conta de água para quem aumentar consumo
Segundo governador, água será puxada da represa Billings para reduzir dependência do Cantareira na região metropolitana; represas chegaram nível mais baixo da história

São Paulo – Hoje (22/4/14), o Sistema Cantareira registrou a marca de 11,9% do volume útil disponível nas represas, o nível mais baixo da história. E o governo do estado, mais uma vez, dá mostras de que a população é quem vai arcar com as despesas do histórico déficit de água. Ontem (21), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou em visita a Franca -- cidade interiorana a 345 quilômetros de São Paulo -- duas novas medidas para lidar com a seca que causou a redução do nível do volume útil das represas: a interligação do sistema com um braço da represa Billings, no ABC Paulista, para aumentar a oferta de água, e o início de cobrança de multa de 30% sobre a conta para quem aumentar o consumo a partir de maio.
A íntegra.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Como grandes empresas e governos controlam a informação

Do "Global Research" , via Jornal GGN.
Guerra de informação – o que será isso?
Por Mahdi Darius Nazemroaya 

Governos e grandes corporações controlam, ou pelo menos tentam manipular, a opinião pública e os processos do debate na comunidade através da comunicação midiática. Os governos e as grandes corporações conduzem a guerra de informação através do uso de comunicações de massas da mídia. Como em outros acontecimentos geopolíticos esse foi o caso com o protesto anti-governamental na Ucrânia, seguido do golpe de estado de fevereiro 2014, em Quieve. Essa guerra de informação é uma disputa onde as redes internacionais de notícias, e os maiores jornais, agem como exércitos onde a mídia é usada como arma maior, sendo que a linha de frente é o espaço interactivo conhecido como a esfera pública. Frequências de radio, feeds de satélites, social mídia, fazer uploads de celulares, ou de telefones moveis, redes de comunicação, e a internet, tudo isso faz parte dessa guerra.
Diferentes tecnologias e modos de comunicação são usadas para dar força a certos temas no conflito. O tipo de linguagem, as palavras selecionadas, particulares expressões, e imagens específicas, apresentações multimidiática, e comunicação, são as armas dessa guerra.
O objetivo dessa guerra é poder usar o discurso, ou seja as idéias e informação para influenciar populações através do mundo e estabelecer um total monopólio do fluxo da informação, da percepção das audiências, e do processo discursivo formando o mundo moderno. Aqui entra que nos seus fundamentos hoje em dia o poder e as relações estão sendo realizados através da comunicação midiática.
A íntegra.

domingo, 20 de abril de 2014

A segunda reportagem da série sobre o helicoca dos Perrellas

Um retrato da justiça brasileira. O processo não vai dar em nada, ao que parece. Os réus já foram soltos -- e sem prestar depoimento. "Erros no processo." Investigação também contém erros. E aí fica como se nada tivesse acontecido. Apesar de todo mundo saber, ver em fotos e vídeo, ler em notícias. Apesar da meia tonelada de cocaína.

Do DCM.
Procurador da República vê indícios de farsa na investigação do helicóptero dos Perrellas
Na segunda matéria especial de nossa série sobre o caso da "Helicoca", Joaquim de Carvalho fala das incongruências, suspeitas e desencontros relativos à investigação e ao processo da apreensão de cocaína no helicóptero dos Perrellas.
A série é resultado de um projeto de crowdfunding do DCM.
A íntegra.

E imagens em vídeo da operação policial.

sábado, 19 de abril de 2014

O escândalo dos 98 mil funcionários contratados ilegalmente em MG

O maior escândalo das últimas semanas não é a compra de Pasadena, um falso escândalo -- é este.
O governo de Minas -- Aécio e Anastasia -- efetivou sem concurso 98 mil servidores, em 2007.
Não são 98, nem 980 nem 9.800, são 98 mil, quase 100 mil!
Mais de um quarto dos funcionários da ativa do Estado (que são 367 mil, segundo a secretária da Educação).
Um descarado desrespeito à Constituição, tanto que a decisão do STF foi unânime, e com prejuízos gigantescos para todos, exceto, é claro, para o governador que o praticou.
E no entanto a imprensa amiga, que tratou o assunto com discrição, sem acusar o governo, ao contrário, pondo a culpa no STF, já se esqueceu dele.
Foi o legado que Aécio e Anastasia deixaram para Pinto Coelho.
Qual é a solução do governo tucano? Aposentar por atacado, aproveitando a brecha deixada pelo STF, que foi condescendente e diminuiu o problema.
Imagino se esse escândalo verdadeiro atingisse o governo federal como seria tratado.
O assunto seria manchete dia após dia, o custo dos milhares de aposentarias seria calculado para denunciar os prejuízos para os cidadãos, reportagens especiais mostrariam os dramas pessoais e familiares dos afetados e os serviços parados por falta de funcionários... Com certeza haveria deputado propondo CPI e obtendo repercussão na "grande" imprensa.
O governo seria tratado como incompetente, politiqueiro, eleitoreiro, exatamente o oposto do rótulo que o governo Aécio se pregou e a "grande" imprensa repete.
O assunto viraria escândalo e ganharia nome para se fixar na memória do eleitor: o trem da alegria dos 100 mil, "trenzão dos 100 mil", lei 100 vergonha ou coisa parecida.
PS: No blog Dissolvendo no Ar pode ser lida a pertinente análise de um professor. 

Do jornal Estado de Minas, 26/3/14.  
STF julga inconstitucional lei que efetivou servidores em MG e define perda imediata do cargo 
Marcelo Ernesto

Por unanimidade os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam inconstitucional a Lei Complementar (LC) 100, que efetivou, em 2007, cerca de 98 mil servidores do estado de Minas Gerais. A corte analisou nesta quarta-feira a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que questionou a forma de ingresso na administração pública. A PGR pediu a derrubada da legislação que igualou os antigos designados, contratados com vínculos precários e lotados, em sua maioria, na área da educação, aos efetivos. No entendimento do Supremo, devem deixar o cargo imediatamente, a partir da publicação do acórdão, todos aqueles que não prestaram concurso público para a função que ocupam. De acordo com a assessoria do STF, não há um prazo determinado para publicação da sentença.
A íntegra. 

EM, 27/3/14. 
STF manda demitir 71 mil servidores não concursados em Minas
Juliana Cipriani e Isabella Souto

Sete anos depois da efetivação, sem concurso público, de cerca de 98 mil contratados do estado de Minas Gerais, a grande maioria deles lotados na Educação, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a legislação por unanimidade. Os ministros preservaram apenas os já aposentados ou que preencham os requisitos para adquirir o benefício até a data da publicação do julgamento – de acordo com a Secretaria de Educação, são pelo menos 16 mil pessoas. Desse grupo, também não ficarão sem emprego os 11,2 mil aprovados no concurso feito pelo estado em 2012. Os 71 mil restantes, pouco menos de um quinto dos 367 mil servidores na ativa no estado, deverão ser demitidos.
A íntegra. 

EM, 2/4/14
Decisão do STF para demitir servidores em Minas começa a valer 
Juliana Cipriani 

A data limite para parte dos efetivados pela Lei Complementar 100/07 deixarem os cargos que ocupam sem ter feito concurso público e para outros deles garantirem a aposentadoria está definida. Os efeitos do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, que derrubou a legislação mineira, começaram a valer nessa terça-feira, com a publicação da ata. Também se iniciou a contagem regressiva de um ano para o Executivo realizar concurso para preencher as vagas para as quais não exista seleção atualmente. 
A íntegra.

EM, 3/4/14 
Governo de MG quer agilizar aposentadoria de servidores efetivados sem concurso
Juliana Cipriani

A Secretaria de Estado de Educação quer agilizar a aposentadoria de cerca de 20 mil servidores efetivados pela Lei Complementar 100/07, mas não tem pressa em demitir os que deverão sair dos quadros do estado por causa da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). "Nossa orientação é para as pessoas permanecerem em seus locais de trabalho e aguardarem a publicação do acórdão", disse a secretária Ana Lúcia Gazzola. Com a publicação na terça-feira da ata do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que considerou ilegal a legislação mineira, foi encerrado o prazo para os designados completarem os requisitos para se aposentar pelo estado. Aos demais, a secretária Ana Lúcia Gazzola garantiu ontem que, por mecanismos de compensação previdenciária, será validado o tempo de trabalho na rede estadual para calcular a aposentadoria.
A íntegra.

EM, 10/4/14. 
Sobre Lei 100, governo de MG orienta quem tem requisito a se aposentar    
Marcelo Ernesto

O governo de Minas se posicionou oficialmente nesta quinta-feira sobre o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a efetivação de servidores sem concurso público pela administração estadual, após julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Conforme a orientação publicada hoje, os efetivados que já possuírem os pré-requisitos para se aposentarem devem dar início aos tramites legais. O documento é assinado pela Advocacia Geral do Estado (AGE) e pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). Conforme levantamento do estado, cerca de 20 mil servidores se enquadram na situação de pedir a aposentadoria. De acordo com o governo do estado, "a medida objetiva agilizar os processos administrativos e, ao mesmo tempo, permitir uma análise mais detalhada sobre a situação individual dos servidores". 
A íntegra. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O Globo contra blogueiros

Jornalista blogueira dá lição de jornalismo.
Pelo menos mais dois blogueiros que entrevistaram Lula, do Escrevinhador e do Tijolaço, estão sendo "investigados" pelo jornal dos Marinhos.
As respostas de Conceição Lemes são esclarecedoras -- para nós, leitores, não para O Globo.
Sei como funciona: o repórter deve ser inocente ou mau caráter, para se prestar a isso (se não for, terá problemas; talvez -- o que é raríssimo na profissão -- denuncie empresa e chefes por deturparem o que apurou).
O que vale no entanto é a edição, que fará com que a matéria diga o que o jornal quer, independentemente das respostas.
Por isso o procedimento da jornalista do Viomundo, de divulgar suas respostas no blog.
Como fez a Petrobrás, ao enfrentar a primeira campanha de difamação da estatal, ainda no governo Lula, criando o blog Fatos e Dados.
É uma forma de defesa.
Não impede a distorção, mas a desmascara.
Por isso tenho dúvida se o melhor não é ignorar.
Gostaria de me enganar, mas acho que todo o currículo de Conceição Lemes será reduzido a alguma coisa do tipo "sem experiência em cobertura política", na matéria global.

Do blog Viomundo.  
Conceição Lemes, 33 anos de estrada: Resposta em público a O Globo  
por Conceição Lemes

Nessa segunda-feira 13, uma repórter de O Globo enviou-nos um e-mail: "Estou fazendo uma matéria sobre a entrevista que o ex-presidente Lula concedeu a blogueiros na semana passada. Gostaria de conversar contigo por telefone". Pedi que enviasse as perguntas por e-mail. Hoje, às 12h27 elas foram encaminhadas:

Qual a sua formação acadêmica?
Qual a sua atuação profissional antes do blog? Já cobriu política por outros veículos? 
Você é filiada a algum partido político?
Como você definiria os "blogueiros progressistas"? Existe uma linha política? 
Como você foi chamada para a entrevista? Recebeu alguma ajuda de custo do instituto?
O que você achou da seleção de blogueiros para a entrevista? Incluiria, por exemplo, representantes da mídia ninja ou blogueiros "de oposição", como Reinaldo Azevedo? 
Qual foi o ponto mais relevante da entrevista para você? 
O instituto arcou com os seus custos de deslocamento?
Por que você acredita ter sido escolhida para a entrevista? 
O que você acha do movimento "Volta Lula"?
Qual nota você daria ao governo Dilma? Por quê?

Nada contra a repórter. Embora não a conheça, respeito-a profissionalmente como colega.
Já a empresa para a qual trabalha, não merece a nossa consideração.
Com essas perguntas aos blogueiros, O Globo parece estar com saudades da ditadura, quando apresentava como verdadeira a versão dos órgãos de repressão. Exemplo disso foi a da prisão, tortura e assassinato de Raul Amaro Nin Ferreira, em 1971, no Rio de Janeiro.
Com essas perguntas, O Globo parece querer promover uma caça aos blogueiros progressistas. Um macartismo à brasileira.
O marcartismo, como todos sabem, consistiu num movimento que vigorou nos EUA do final da década de 1940 até meados da década de 1950. Caracterizou-se por intensa patrulha anticomunista, perseguição política e desrespeito aos direitos civis.
O interrogatório emblemático daqueles tempos nos EUA: Mr. Willis: Well, are you now, or have you ever been, a member of the Communist Party? (Bem, você é agora ou já foi membro do Partido Comunista?) 
A sensação com as perguntas de O Globo é que voltamos à ditadura. Agora, a ditadura midiática das Organizações Globo. É como estivéssemos sendo colocados numa sala de interrogatório.
Afinal, qual o objetivo de saber se pertencemos a algum partido político?
Será que O Globo faria essa pergunta aos jornalistas de direita, travestidos de neutros, que rezam pela sua cartilha?
E se fôssemos nós, blogueiros progressistas, que fizéssemos essas perguntas aos jornalistas de O Globo?
Imediatamente, seríamos tachados de antidemocratas, cerceadores da liberdade de expressão, chavistas e outros mantras do gênero.
Como um grupo empresarial que cresceu graças aos bons serviços prestados à ditadura civil-militar tem moral de questionar ideologicamente os blogueiros que participaram da entrevista coletiva?
Liberdade de imprensa e de expressão vale só para direita e para a esquerda, não? 
Como uma empresa que tem no seu histórico o colaboracionismo com a ditadura, o caso pró-Consult, o debate editado do Collor vs Lula, ter sido contra a campanha Pelas Diretas, pode se arvorar em ditar normas de bom Jornalismo e ética?
Como uma empresa que deve R$ 900 milhões ao fisco tem moral para questionar outros brasileiros?
Como um grupo empresarial que recebe, disparadamente, a maior fatia da publicidade do governo federal pode criticar os poucos blogs que recebem alguma propaganda governamental?
O Viomundo, repetimos, não aceita propaganda dos governos federal, estaduais e municipais. É uma opção nossa. Mas respeitamos quem recebe. É um direito.
No Viomundo, não temos nada a esconder. Só não admitimos que as Organizações Globo, incluindo O Globo, com todo o seu histórico, se arvorem no direito de fiscalizar a blogosfera.
Por isso, eu Conceição Lemes, que representei o Viomundo na coletiva, não respondi a O Globo. Preferi responder aos nossos milhares de leitores. Diretamente. E em público.
Seguem as perguntas de O Globo e as minhas respostas.
A íntegra.

Imprensa mineira: Brasil De Fato

Diferentemente de outras publicações que repetem o velho modelo sensacionalista Veja / Folha / Globo, o tabloide Brasil De Fato -- edição Minas Gerais vem arejando a imprensa mineira.
O jornal pode ser lido na internet aqui.
A matéria de capa da edição 32, sobre a empresa PBH Ativos S/A, revela mais uma do Lacerda: depois de privatizar todo o patrimônio municipal que pôde, o insaciável prefeito de Belo Horizonte quer agora "vender" a própria prefeitura.
A seguir algumas boas reportagens do semanário. 

Descaso mantém teatros fechados
Veja na edição 34 do Brasil de Fato matéria sobre os teatros públicos de Belo Horizonte. Fechados há mais de cinco anos, representam o descaso da Prefeitura Municipal com a política de cultura do município.

Jequitinhonha ameaçado
A população do Norte de Minas, que já sofre com a falta de água, pode ter ainda mais problemas. A descoberta de minério na região ameaça a segurança hídrica da população, já que a mineradora quer transportá-lo retirando água do rio Jequitinhonha.

Prefeitura esconde o jogo
A linha política da atual gestão municipal de BH pode ser qualquer coisa, menos transparente. Exigida por movimentos e até mesmo pelo Ministério Público, prestação de contas das empresas que operam os transportes segue fechada a sete chaves. Também em segredo, [o prefeito Márcio Lacerda] cria junto de seus aliados uma empresa que deve gerir milhões em bens públicos, mas por fora das paredes da Prefeitura. A PBH Ativos S/A é de economia mista, mas a população não pode controlar suas atividade.

Memória do Grupo Galpão

Controle do Congresso pelas grandes empresas pode estar com os dias contados

Como diz o capiau otimista: devagar a coisa lá vai...
Eleição é coisa de cidadãos, não de empresas. Estas não podem portanto fazer doações. Simples assim. Quando pessoas jurídicas se tornam doadoras de candidatos, não só desequilibram a disputa como transformam os eleitos em seus funcionários.
Mais: para haver equilíbrio, os gastos dos candidatos e dos partidos devem ser bancados pelo Estado e distribuídos igualmente.
O razoável é também que políticos não formem uma casta, com privilégios salariais, previdenciários e outros; que mantenham suas profissões (e rendimentos) de origem; que não possam ser reeleitos; que sejam meros representantes dos seus eleitores, reportando-se sempre a eles, em vez de agir com a autonomia que corrompe.
As mudanças óbvias acontecem devagarinho.

Da Rede Brasil Atual.  
Senado aprova proibição de doações privadas a campanhas eleitorais
São Paulo – A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado confirmou hoje (16/4/14) a aprovação do substitutivo ao Projeto de Lei 60, de 2012, que proíbe doações de empresas em dinheiro ou publicidade a candidatos e partidos políticos. Como a decisão é em caráter terminativo, a matéria prescinde de votação no plenário, desde que não haja recurso por parte de nenhum parlamentar.
"Na medida em que uma regra de financiamento permite doações na proporção da propriedade de cada eleitor, o poder econômico tende a colonizar o poder político e desaparece a possibilidade de contraponto entre um e outro", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR), autor do substitutivo, que altera a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997).
A medida adotada no Senado coincidiu, no dia 2 de abril, com a votação do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por maioria, considerou inconstitucional a previsão de doações de empresas privadas a partidos e candidatos no processo eleitoral.
Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, o financiamento privado afronta o artigo 14 (soberania popular) da Constituição de 1988. "O legislador tem o dever de proteger a legitimidade das eleições contra o poder econômico. A vontade das pessoas jurídicas não pode concorrer com a dos eleitores, e muito menos sobrepor-se a ela", declarou.
O entendimento do relator na CCJ é semelhante. Segundo Requião, as eleições são processos com participação direta exclusiva dos eleitores, uma vez que as pessoas jurídicas não têm direito a voto. Assim, ele optou pela proibição de toda e qualquer contribuição financeira de empresas a partidos e candidatos.
"Se aceitarmos os pressupostos da democracia na radicalidade que lhes é inerente, temos de reconhecer que, uma vez que pessoas jurídicas não votam, eleições são processos que dizem respeito apenas aos eleitores", escreveu Requião no relatório.

A íntegra.

A tragédia do mineroduto em Minas Gerais

Essa coisa cada vez mais rara na imprensa: reportagem. Coisa praticamente inexistente na "grande" imprensa mineira durante o reinado Aécio: reportagem que denuncia desmandos dos poderosos.
Jornalista é um bicho danado, é só deixar ele trabalhar.
Mostra também como a nova imprensa pode ser feita, acrescentando o vídeo aos textos e fotografias.
Merece o tradicional "veja o vídeo, leia a série de reportagens".

Do jornal O Tempo.
Um mineroduto que passou em minha vida
Ana Paula Pedrosa e Queila Ariadne (texto); Mariela Guimarães (imagens)

Uma mina, um mineroduto, um porto e muitos problemas. Por 525 Km, o projeto Minas-Rio, da Anglo American, vai unir, por meio de um mineroduto, a extração de minério de ferro, em Minas Gerais, ao porto, no Rio de Janeiro. O mineroduto é o maior do mundo e o complexo só espera a concessão das licenças de operação para começar a funcionar, o que deve acontecer até o fim do ano. Enquanto os tubos do projeto vão sendo enterrados, um rastro de insatisfação vai se abrindo entre os atingidos, que se sentem abandonados pela empresa.
A íntegra.

Sítio, site ou saite

Também uso saite e penso como o autor -- nas normas que sigo, o correto seria escrever site com grifo e não entre aspas. Fiquei feliz e ainda mais convicto quando vi que Millôr Fernandes também escrevia assim.
É a lógica da língua brasileira e aconteceu em inúmeros outros casos, como mostra o artigo.
O que eu não consegui resolver ainda é email, que está no mesmo caso, mas ninguém usa emeio ou imeio. Exceto eu, quero dizer.
Deveríamos. Ninguém diz imaiu, assim como ninguém diz site...

Do Terra Magazine.
Sítio, site ou saite? 
José Luiz Teixeira
De São Paulo (SP)

Os brasileiros ainda não decidiram se escrevem sítio, "site" ou saite para indicar uma página da Internet. Eu prefiro saite.
Confesso que ainda não me sinto totalmente à vontade para escrever assim, mas com o tempo devo me acostumar.
Para mim, soa mais estranho quando ouço ou leio o verbete sítio.
Imediatamente, me vem à mente a imagem de um pedaço de terra, com uma pequena casinha, rodeada de galinhas, porcos, alguns patos nadando em um laguinho e uma plaquinha no portão: "Recanto do Vovô".
Quem diz sítio são os portugueses, para quem uma chacrinha, uma pequena fazenda, é chamada na santa terrinha de quinta.
É de onde veio, aliás, a palavra quintal (hoje amanheci etimólogo).
Aqui, não. Aqui a palavra "site" já pegou entre a maioria dos brasileiros, principalmente porque tem para nós um significado específico, preciso.
Ninguém a usa para definir nenhuma outra coisa: não vamos passar o fim de semana no "site"; não descobrimos um novo "site" arqueológico; o País não entra em Estado de "Site".
É a palavra certa para indicar um espaço virtual na rede.
Seu único problema é que é inglesa; precisa, pois, estar sempre entre aspas.
Melhor, então, aportuguesá-la de vez, transformando-a definitivamente em saite.
Ocorreu a mesma coisa com centenas de palavras que para as novas gerações são brasileiras de nascença.
Um exemplo bem significativo talvez seja "boate".
Todo mundo usa boate hoje em dia, mas bem lá atrás, no tempo da influência francesa, quando era chique fazer biquinho para dizer "bifê", escrevia-se no original: "boite".
Assim foi com outros termos importados e, em seguida, naturalizados tupiniquins, como toalete, videoteipe, mídia...
Já pensaram, meus poucos mas bons leitores, se em vez de futebol utilizássemos a palavra ludopédio? Ou balípodo?
Acho que não seríamos pentacampeões.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Outra Terra

O mais impressionante é a loucura dos americanos: ao mesmo tempo em que destroem a Terra que existe, na qual vivemos e da qual nos originamos, ficam procurando outro planeta igual no cosmo afora.
Acharam este, a 500 anos-luz.

Do Jornal GGN.
Descoberto primeiro planeta "igual" à Terra na constelação de Cisne
A Agência Espacial Norte-americana (Nasa) anunciou, nesta quarta-feira (17), a descoberta do primeiro exoplaneta do tamanho da Terra, orbitando dentro da chamada zona habitável de uma estrela e que pode conter água em estado líquido em sua superfície. A descoberta foi confirmada por observações de dois observatórios diferentes, o WM Keck e Gemini. A descoberta inicial havia sido feita pelo telescópio espacial Kepler, da própria Nasa, e por outros telescópios em terra. Há outros quatro planetas orbitando a estrela em questão.
Não se trata do primeiro exoplaneta descoberto, nem mesmo orbitando na zona habitável de uma estrela – área onde a quantidade de luz e radiação recebida é ideal para o surgimento da vida –, mas, de acordo com a agência espacial, é o primeiro caso em que o corpo celeste tem o mesmo tamanho da Terra e com alta probabilidade de possuir água em estado líquido por sua localização em relação ao astro.
"O que torna esta descoberta particularmente interessante é que este planeta, do tamanho da Terra, um dos cinco orbitando esta estrela que é mais fria do que o Sol, reside em uma região de clima temperado, onde a água poderia existir na forma líquida", afirma Elisa Quintana, do Instituto Seti e da Nasa, que liderou o estudo publicado na edição atual da revista Science.
A íntegra.

"Não penso, não existo, só assisto"

Arte pop, velha e eterna. Denunciava uma situação que caracterizou a ditadura. Cinquenta anos depois do golpe e 29 de governos civis, continua atual.

Copiado do DCM.globo denuncia

quarta-feira, 16 de abril de 2014

As mentiras da Cemig tucanizada

Parodiando o jargão que Paulo Nogueira, do DCM, gosta de repetir: quem acredita em propaganda do governo de Minas acredita em tudo.
Cemig pediu reajuste de quase 30%, ganhou 14% e diz que o aumento é culpa do governo federal. É muita cara de pau da estatal privada que privilegia o lucro dos acionistas e produz uma das piores energias do país.
E ainda tenta jogar contra o governo federal o peso do reajuste ao consumidor mineiro.
Em outras palavras, é usada para fazer campanha para o Aécio.
Nada de novo: é o que Minas tem há 11 anos e um anúncio esclarecedor (mais um) do que o Brasil terá se eleger Aécio.
Sinto vergonha dos atores e cantoras que se prestam a esse papel para ganhar uns trocados, me lembram as beldades que posam nuas para comprar um apartamento. Não que não possam ter convicções reacionárias, mas é que, como artistas, aparentam ser progressistas.

Do Jornal GGN.
Cemig, estatal de MG, se vale de comercial para atacar governo Dilma
A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) sonegou dados sobre sua participação no aumento de tarifa de luz no Estado e veicula campanha na TV culpando o governo federal pelo evento.
Ator, no vídeo, aparece com a máxima de que "todo mundo sabe que o sistema nacional de energia está enfrentando dificuldade em todo o país por isso é importante você saber como ele funciona". E afirma ao telespectador que a Cemig não define tarifa, que isso é definido por um órgão do governo federal, a Aneel, "que fica lá em Brasília". E foi mais longe com a informação que induz o entendimento do telespectador dizendo que o "governo federal, por meio da Aneel, acaba de determinar um reajuste na nossa conta de energia elétrica da ordem de 14%, provocado, principalmente, pela entrada de operações das termelétricas".
O discurso prossegue, desta vez focando na Cemig e governo de Minas, que, apesar desta "determinação” da Aneel a distribuidora mineira vai minimizar o aumento, continuando firmes na manutenção da isenção do ICMS para quem consome menos de 90 Kwh/mês. Diz o ator que isto vai beneficiar metade das famílias mineiras. E termina, solene, "quem consome menos energia não paga nenhum imposto para o Estado".
Este vídeo publicitário foi feito com verbas do governo de Minas. O que faltou informar?
A Cemig, em seu vídeo, não informa ao consumidor que o aumento de tarifa é decidido pela Aneel a partir de solicitação da própria distribuidora. Em seu blog, a Cemig, com data de 28 de março de 2014, em nota de esclarecimento, informa que pediu à Aneel que conceda um reajuste médio de 29,7%, a saber: "Considerando os números preliminares apresentados, a Cemig solicita para a análise da Aneel, um reajuste médio das tarifas de 29,74%. A definição do reajuste, no entanto, depende da decisão da Aneel, que deverá definir a nova tarifa a ser cobrada a partir de 8 de abril".
A íntegra.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Em defesa da Petrobrás

Enquanto isso, o guru econômico do Aécio prega congelamento de gastos com saúde, educação, transportes e segurança.
A questão é muito simples: as grandes empresas querem ser donas da Petrobrás como se tornaram donas da Vale no governo FHC e da Cemig, nos governos Azeredo e Aécio.
Donas de ex-estatais gigantes, os "investidores" lucram muito e as empresas deixam de ter compromisso com o Brasil.
Significa, como acontece hoje com a Cemig, que em vez de investir na empresa e melhorar os serviços, vão aumentar tarifas, demitir funcionários, terceirizar e piorar serviços e embolsar os lucros.
Tucanos são os políticos que, no governo, viabilizam os interesses das grandes empresas e a "grande" imprensa é seu porta-voz.
Ou, como diz o povo: "tá tudo dominado".

Suco de caixinha: o que menos tem é fruta

Do saite do Idec.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A entrevista de Lula aos blogueiros

"Não precisamos de lei antiterrorismo porque não há terrorismo no Brasil."
"Não podemos deixar que por omissão nossa as mentiras prevaleçam."
"A elite nunca foi condescendente com a esquerda, e a esquerda sempre foi condescendente com a direita."
Veículos de direita da velha "grande" imprensa trataram logo de distorcer, como era de se esperar, pois fazem política, não fazem jornalismo.
Disseram idiotices como "os blogueiros são governistas, vivem de verbas do governo", omitindo o fato de que só as televisões receberam mais de R$ 1 bilhão em verbas publicitárias do governo federal em um ano (2012).
O melhor é ver a entrevista e tirar conclusões com a própria cabeça.

sábado, 12 de abril de 2014

Na democracia, polícias mataram mais

Ao voltarem aos quartéis, as Forças Armadas deixaram as polícias treinadas para continuar a repressão.
No ano passado, a repressão a manifestantes e jornalistas chocou muita gente.
Os pobres sofrem a mesma violência diariamente, na vida cotidiana, há décadas. 
São quase 2 mil mortos por ano, mais de 23 mil neste século.
O Brasil é um país pacífico, que não faz guerra a estrangeiros. No Brasil, a guerra das polícias é contra o próprio povo.

Da Agência Brasil.
"É a morte decretada pelo gatilho do revólver", diz mãe
Helena Martins, repórter -- Edição: Lílian Beraldo

Entre 2000 e 2012, cinco pessoas morreram no Brasil, por dia, em situações de confronto com as polícias Civil e Militar. Apenas em 2012, 1.890 brasileiros morreram nessas condições. Os dados fazem parte de um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, feito em 2013. Nos Estados Unidos, em 2012, foram registradas 410 mortes semelhantes, segundo dados do Criminal Justice Information Services Division do FBI (Federal Bureau of Investigation), disponibilizados na publicação do fórum. O estudo mostra que a taxa de letalidade da ação policial no Brasil é maior do que a de países como o México, a Venezuela e a África do Sul.
A íntegra.

Presidente da Abril (Veja) defende a Petrobrás

Ele era conselheiro da empresa na época do novo "escândalo" fabricado pela "grande" imprensa, mas o oportunismo prevalece na cobertura, mais uma vez.

Do DCM. 
Por que a mídia não está procurando Fábio Barbosa para falar da compra da refinaria de Pasadena?
Paulo Nogueira

Por que a mídia não entrevista o presidente da Abril, Fábio Barbosa, sobre o caso Petrobras?
Ele ocupava uma posição privilegiada quando a refinaria de Pasadena foi comprada. Era integrante do Conselho de Administração da empresa.
E é um executivo respeitado.
Isso não é suficiente para ouvi-lo?
Seria, se não fosse uma coisa: Barbosa está dizendo uma coisa que a mídia não quer publicar.
Disse Barbosa: "A proposta de compra de Pasadena submetida ao Conselho em fevereiro de 2006, do qual eu fazia parte, estava inteiramente alinhada com o plano estratégico vigente para a empresa, e o valor da operação estava dentro dos parâmetros do mercado, conforme atestou então um grande banco americano, contratado para esse fim. A operação foi aprovada naquela reunião nos termos do relatório executivo apresentado".
A íntegra.

A primeira reportagem sobre o helicoca dos Perrellas

O assunto que a "grande" imprensa sepultou e os tucanos tentam calar foi investigado pelo DCM. Até que enfim vamos saber o que aconteceu de fato.

Do Diário do Centro do Mundo. 
Exclusivo: o que diz o processo do caso do helicóptero dos Perrellas, tratado na Justiça de "Helicoca"
O repórter Joaquim de Carvalho está mergulhado na história da apreensão de 445 quilos de pasta de cocaína num helicóptero que pertence à família Perrella, um dos escândalos mais rumorosos do ano passado e que está longe de ser explicado. É o segundo projeto de crowdfunding do DCM, totalmente financiado pelos leitores. 
Esta é só a primeira reportagem de uma série especial. Outras virão, bem como um documentário. A matéria é fruto da apuração de Joaquim em Vitória e Afonso Cláudio, no Espírito Santo. Ele está agora a caminho de Minas Gerais. 

O senador José Perrella de Oliveira Costa, o juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa e o procurador da República Júlio de Castilhos Oliveira Costa têm em comum não apenas o sobrenome.
O juiz e o procurador atuam no processo número 0012299-92.2013.4.02.5001, sobre tráfico internacional de drogas, em que o Oliveira Costa senador, mais conhecido como Zezé, é o sujeito oculto.
Eu fui a Vitória e a Afonso Cláudio, no Espírito Santo, conversei com pessoas envolvidas na investigação, advogados e testemunhas. Também tive acesso ao processo e a um procedimento sigiloso do Ministério Público Federal.
Era necessário contar a história da segunda maior apreensão de drogas no Estado, onde o caso é tratado como um dos maiores escândalos da história.
No processo, não há prova de que Perrella esteja envolvido na operação criminosa que pretendia colocar nas ruas da Europa 445 quilos de cocaína produzida em Medellín, na Colômbia.
Mas, embora seja mencionado não mais do que uma dezena de vezes nas 1162 páginas da ação penal, o nome dele paira como um fantasma sobre todo o processo.
Tanto é assim que, entre os servidores da Justiça Federal, a ação foi apelidada de "Helicoca", referência ao helicóptero Robinson, modelo 66, registrado em nome de uma empresa da família Perrella e que foi usado pela quadrilha no transporte da cocaína.
A íntegra.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Nova política: o Cordão da Mentira

A Praia da Estação paulistana.

Polícia Federal indicia Pimenta da Veiga por lavagem de dinheiro

Pimenta, o candidato que Aécio Neves trouxe de Brasília para ser governador e ajudar a elegê-lo presidente é o "ex-ministro" do título da notícia do Estadão.
Esquisito, como todo o noticiário da "grande" imprensa hoje; ex-ministro pode ser qualquer um, o leitor vai pensar logo em ex-ministro do governo Dilma ou Lula.
Mas não, é ex-ministro de FHC. A velha imprensa não põe um título assim "ex-ministro de FHC" ou "ex-ministro tucano", mas colocaria sem pestanejar "ex-ministro de Lula" ou "ex-ministro petista", alguém duvida?
Como seria o título se o "ex-ministro" fosse Pimentel, em vez de Pimenta?
Ficou monótono comentar a "grande" imprensa, mas a notícia é importante: um político indiciado vai disputar o governo mineiro?
O que Aécio responderá quando indagado sobre isso?
Mas a "grande" imprensa fará essa pergunta a ele?
Podemos ter a pista olhando os jornais mineiros de hoje, vendo como deram esta notícia.

Do Estadão.
PF indicia ex-ministro por lavagem de dinheiro 
Alex Capela - Especial para O Estado de S.Paulo

O ex-ministro das Comunicações e candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. A PF em Minas confirmou ontem o indiciamento do tucano, que prestou, no fim de março, depoimento em Brasília como parte de um inquérito que apura o repasse de recursos da SMPB, de Marcos Valério Fernandes de Souza.
A íntegra.

Como lobos recuperam o ambiente

Muito interessante este vídeo, mas não surpreendente.
O desafio da humanidade no século XXI -- que, de acordo com novos estudos, parece já impossível, pois ultrapassamos o ponto de reverter as mudanças climáticas -- é adotar um modo de vida em harmonia com a natureza.Não seria novidade: muitas civilizações viveram assim ao longo da História. São as civilizações "atrasadas", chamadas assim por aqueles que os submeteram, escravizaram, exterminaram.
A civilização que aumenta sem parar a produção, movida pelo consumismo, e em consequência destrói o ambiente e as condições de vida no planeta, só apareceu com o capitalismo.
Ela é movida pela busca do lucro, que é o dinheiro que sempre aumenta, e só pode fazer isso produzindo cada vez mais, destruindo cada vez mais.
Uma nova civilização que possibilite à espécie humana sobreviver na Terra terá de abrir mão do lucro e de tudo que o cerca, da mentalidade, enfim, que temos e que nos move cotidianamente, transformando relações, desejos, significados, sempre em busca de vantagens, de algum tipo de "lucro" também.
Esperamos que isso acontecesse como uma espécie de "evolução" intelectual, mas parece improvável que ocorra sem um colapso da civilização atual, acompanhada de grandes catástrofes, guerras, pestes, fome e outros males.
O mundo não é um parque de diversões que está aí para que o homem o destrua transformando a natureza para seu desfrute.
Somos parte da natureza, da cadeia de espécies; nascemos na Terra e dependemos dela para viver, convivendo com o todo.
A civilização mais "avançada" que a humanidade produziu não é capaz de entender o que compreenderam civilizações "atrasadas", nem de fazer o que fazem os lobos.
O ditado está errado: o homem não é o lobo do homem.

Dica do Gê Cândido.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Festa da Família Coopen BH

Tucanos e censura à imprensa

Dilma e Aécio convivem com imprensas opostas: a petista tem a imprensa brasileira toda contra ela, o tucano tem a imprensa mineira toda a seu favor.
Este foi um dos motivos das vitórias eleitorais do neto de Tancredo em Minas.
A imprensa mineira não publica nada que o desagrade.
Quando publica, a notícia é retirada do ar.
O nome disso é censura.
Se o PT governasse assim há 12 anos, não existiria "mensalão" ou qualquer outro "escândalo".
Tudo seria abafado, Lula e Dilma governariam sossegadamente e ainda com aplausos da imprensa, como aconteceu com Aécio e Anastasia.
Basta pensar sobre o helicóptero dos Perrellas, assunto da notícia abaixo.
Outro motivo do sucesso eleitoral do senador foram os gastos intensivos em propaganda -- veiculadas nos mesmos jornais, revistas, televisões e rádios que o apoiam.
Propagandas em que viram os fatos pelo avesso.
Como, por exemplo, chamar de "Forum da Liberdade" um evento do qual um estudante é expulso por seguranças porque tocou num assunto que incomoda os tucanos.
Se um dia for presidente, terá o tucano igualmente toda a imprensa brasileira a seu favor?
Fatos como o helicóptero dos Perrellas não poderão ser mencionados?
Seu governo será baseado na propaganda intensiva?
A imprensa será censurada?
São perguntas que os eleitores brasileiros devem se fazer neste ano eleitoral.
Detalhe: a notícia desapareceu, mas seu vestígio ficou, porque persiste o endereço na internet, ligado ao jornal e ao seu título, que mostra que ela foi publicada na capa: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/jovem-pergunta-sobre-perrella-e-%C3%A9-expulso-de-palestra-de-a%C3%A9cio-no-rs-1.820281

Do blog Viomundo.  
Em "Fórum da Liberdade", pergunta sobre Perrella gera expulsão; notícia some da versão digital de diário mineiro
Jovem pergunta sobre Perrella e é expulso de palestra de Aécio no RS Estudante foi retirado do Salão de Atos da PUCRS pelos seguranças do evento chamado "Fórum da Liberdade" após perguntar ao senador tucano sobre droga em helicóptero de Perrella
do diário mineiro O Tempo
Publicado em 8/4/14 – 8h21
Um estudante da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) foi expulso do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, após fazer uma pergunta ao pré-candidato tucano à Presidência Aécio Neves. Ele questionou sobre o helicóptero da família Perrella – considerada aliada de Aécio – apreendido em novembro passado com quase 500 quilos de cocaína.
O senador ignorou a pergunta e deixou o palco, onde foi convidado para falar sobre "competitividade". No mesmo momento o estudante de ciências sociais Marcelo Ximenes, 25, foi abordado pelos seguranças e retirado do Salão de Atos da PUC-RS, onde ocorria o evento, a 27ª edição do chamado Fórum da Liberdade. "Quase me agrediram, foi isso o que aconteceu", disse o estudante, reclamando dos seguranças. "Eu gritei alto (a pergunta), já que não tinha microfone. Se eu colocasse uma pergunta como essa no papel, ninguém ia ler. Esse não é um espaço democrático, como todo espaço da direita. Que democracia é essa que não se pode fazer uma pergunta?", questionou Marcelo.
Em seu discurso, o senador fez críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, como tem sido comum em seus pronunciamentos, e quando saiu do palco, após ficar visivelmente incomodado com o questionamento, ele já estava finalizando a sua participação. O público vaiou o estudante após a pergunta. A organização do evento ainda confiscou a credencial de identificação dele e disse que opiniões divergentes são aceitas no fórum, mas que é preciso "educação".
Em sua conta no Facebook, Marcelo demonstrou sua indignação em relação ao episódio:
"Hoje, durante a palestra do senador Aécio Neves no Fórum da Liberdade, fui expulso do evento após perguntar em voz alta no meio da plateia sobre o caso do helicóptero de Zezé Perella, seu aliado encontrado com quatrocentos e cinquenta quilos de cocaína no interior de Minas Gerais. Ora, se ele não tem nada a temer, porque simplesmente não pegou o microfone e respondeu minha pergunta de volta? Admito que ficou um tanto complicado, já que seus partidários psdbistas começaram a me ameaçar e agredir verbalmente. No pretenso Fórum da "Liberdade" quem tem opinião divergente ou faz algum tipo de questionamento que incomoda é expulso e achincalhado. Aviso ao senador Aécio Neves e aos organizadores deste fórum, que a Liberdade humana não se realiza na maioridade penal como o candidato a presidente tanta prioriza em seu discurso, muito menos no mercado, mas sim no debate franco e aberto, bem como através das reais potencialidades humanas que estão longe de ser exaltadas na competição.
OBS: Lembrando que é bem contraditório para alguém que defende a maioridade penal de forma tão veemente ser conivente com toda essa quantidade de pó no helicóptero de seu aliado político."
Procurada pela reportagem, a assessoria do PSDB informou que ainda não irá se manifestar.
A íntegra.

História: Como Israel ocupou a Palestina

Do DW.
1948: Massacre de Deir Yassin 
Na madrugada de 9 de abril de 1948, 120 terroristas invadiram e ocuparam o povoado de Deir Yassin, a oeste de Jerusalém. Testemunhas oculares relataram que eles foram de casa em casa e abriram fogo contra seus moradores.

Quem visita Israel precisa procurar muito para encontrar vestígios de antigos povoados árabes. Em geral, tratam-se de ruínas. Na guerra de 1948, 400 povoados palestinos foram destruídos e seus moradores expulsos. Lugarejos que existem apenas em mapas antigos.
Cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas, algo atualmente reconhecido por historiadores israelenses como um processo sistemático de banimento ou deportação.
Um dos símbolos deste processo foi Deir Yassin, uma localidade a oeste de Jerusalém. O vilarejo de 610 habitantes também serviu de refúgio para outras centenas de pessoas que tentavam escapar dos conflitos entre judeus e árabes. Como ficasse no território do futuro Estado Palestino, havia selado um acordo de boa vizinhança com os vizinhos judeus.
Em 29 de novembro de 1947, as Nações Unidas haviam decidido criar um Estado palestino e um israelense, sendo que Jerusalém seria internacionalizada. O Reino Unido anunciou a disposição de desistir de seu mandato sobre a Palestina. Mas o mundo árabe rejeitou a divisão. Também círculos nacionalistas radicais judeus não concordavam, por temer o avanço árabe.
À medida que se aproximava a data da retirada definitiva dos britânicos da Palestina, em 15 de maio de 1948, a situação ficou cada vez mais tensa e as manifestações se ampliaram, muitas vezes seguidas de conflitos armados.
A íntegra.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Em Confins, Dilma passa aeroporto para iniciativa privada até 2044

Da Agência Brasil.
Dilma assina concessão do Aeroporto de Confins 
Paulo Victor, repórter. Edição: Graça Adjuto 

A presidenta Dilma Rousseff assina agora de manhã o contrato de concessão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves -- Confins. O aeroporto fica na região metropolitana de Belo Horizonte e foi concedido à iniciativa privada em novembro do ano passado. A cerimônia ocorre no próprio aeroporto às 9h40. Com a assinatura, o governo federal fecha contrato com o consórcio Aerobrasil para que administre Confins durante 30 anos, com possibilidade de prorrogação por mais cinco.
A íntegra.

As medidas "amargas" e "impopulares" que Aécio e Campos tomarão se forem eleitos

O que é de fato impopular é a militarização da segurança pública com uso não só das polícias militares, mas também do Exército, que nada mais é do que o uso das Forças Armadas para reprimir o povo, os pobres, os trabalhadores.
Nas favelas, no dia a dia, na próxima Copa.
Mas nisso, Aécio e Campos estão do mesmo lado do governo do PT.

Do blog do PML via Viomundo.  
Impopulares e amargos em 2014 
O espantoso, na campanha, é que candidatos falam em medidas que prejudicam a maioria dos eleitores e nada acontece
por Paulo Moreira Leite, no seu blog

Só pode haver algo muito errado numa campanha eleitoral na qual um candidatos de oposição diz que não tem medo de tomar "medidas impopulares" e nada acontece.
Assessores de outro candidato de oposição, informa o Pedro Venceslau no Estado de S. Paulo de hoje, admitem em voz baixa que apoiam "medidas amargas".
Vamos combinar.
Até por uma questão de respeito por cada um de nossos 100 milhões de eleitores, em especial a imensa maioria que é alvo de medidas impopulares e amargas, seria bom saber o que se quer dizer com isso.
Fazendo uma imagem para facilitar o entendimento, vou colocar a coisa em termos bem populares.
É como um sujeito que chega para jantar de luxo, avisa que dentro de alguns minutos pretendem passar na cozinha para bater a carteira dos empregados e nenhum convidado pergunta: como assim?
Eles vão deixar?
Na lata? E ainda manda aviso prévio?
Quantos reais podem ser extraídas do bolso de cada brasileiro quando um governante pretende tomar medidas "impopulares?"
Quanto valem os "amargos?"
Este é o debate que importa, não?
Em situações normais, nossos New York Times, Guardian, CNN, El País, Le Monde não deixariam passar uma notícia dessas. Na disputar pelo olhar do público, teriam transformado uma afirmação dessas num escândalo.
A íntegra.

Conselho proíbe propaganda para crianças e adolescentes

Notícia importante divulgada discretamente.
Novidade aqui, é coisa antiga em países mais "desenvolvidos".

Do saite do Idec.
Conanda aprova resolução que proíbe a publicidade direcionada a crianças
Foi aprovada de forma unânime pelo Conanda -- Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, composto por entidades da sociedade civil e ministérios do governo federal, a resolução que, na prática, proíbe a veiculação de propagandas voltadas para crianças. Para o Conanda, a publicidade infantil fere o que está previsto na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Código de Defesa do Consumidor.
A medida aprovada pelo Conselho tem força de lei e, a partir de sua vigência, tornará proibido o direcionamento à criança de anúncios impressos, comerciais televisivos, spots de rádio, banners e saites, embalagens, promoções, merchadisings, ações em shows e apresentações e nos pontos de venda.
A íntegra.

Do portal EBC.
Resolução recomenda fim da propaganda voltada a crianças no Brasil 
O texto aprovado de forma unânime pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), composto por entidades da sociedade civil e ministérios do governo federal, diz que "a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço" é abusiva e, portanto, ilegal segundo o Código de Defesa do Consumidor.
A medida recomenda que fique proibido o direcionamento à criança de anúncios impressos, comerciais televisivos, spots de rádio, banners e sites, embalagens, promoções, merchadisings, ações em shows e apresentações e nos pontos de venda.
A íntegra.

Do DCM.
A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido
Roberto Amado

A farra com as crianças acabou? Poder ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe propaganda voltada para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a publicidade infantil contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde.
Essa é uma pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. O consumo de produtos infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign for a Commercial-Free Childhood, ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano -- dez vezes mais do que dez anos atrás.
A íntegra.