terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz ano novo: Abba

O mais legal desse quarteto sueco de belas vozes e bela harmonia, que durou dez anos (1972-1982), é que eles não voltaram a cantar juntos, nem por um bilhão de dólares.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O controle da imprensa em Minas

Do blog Viomundo.
Líder da oposição em Minas diz que controle do PSDB sobre a mídia atrasa julgamento do mensalão tucano
Deputado que identificou valerioduto acusa irmã de Aécio de comandar censura em Minas
Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte* 

A explicação para que o mensalão tucano e outros escândalos que envolvem políticos do partido não repercutam em Minas Gerais tem nome, segundo o deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB-MG), líder do bloco Minas Sem Censura, na Assembleia Legislativa do Estado. Trata-se de Andréa Neves, irmã mais velha do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O parlamentar se refere a ela como a "Goebbels das Alterosas", em uma clara alusão ao ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, que exercia forte controle sobre os meios de comunicação da Alemanha.
De acordo com Sávio, Andréa comanda o controle à mídia mineira com mão-de-ferro, para evitar que o irmão e políticos aliados sejam atingidos por notícias desfavoráveis.
Formada em jornalismo pela PUC Rio, Andréa integra desde 2003, quando Aécio assumiu o Executivo, o Grupo Técnico de Comunicação do Governo de Minas Gerais. O núcleo estratégico reúne representantes de empresas públicas e dos órgãos da administração direta, responsáveis pelas áreas de comunicação.
O deputado oposicionista relata que a maioria das empresas privadas sediadas em Minas está concentrada nas áreas de mineração, siderurgia e metalurgia, e que estas normalmente não são grandes anunciantes na imprensa local. Isso confere ao governo mineiro poder e controle sobre a mídia, por ter peso decisivo como anunciante preferencial.
A íntegra.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Lucy Alves, Alceu Valença e mais

O mensalão tucano e a morte da modelo

Advogado teve casa invadida pela polícia e foi ameaçado de morte. Da série "notícias que não saem na imprensa amiga do Aécio".

Do blog Viomundo.
Advogado acusa réu do mensalão tucano de ser mandante da morte de modelo 
Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte*

Um homem acuado e com medo de morrer. É assim que o advogado Dino Miraglia se define.
Até 21 de agosto ele advogava para Nilton Monteiro, o delator do mensalão tucano, que está preso no complexo penitenciário de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, acusado de ser falsário.
Nilton tinha intimidade com o ninho tucano em Minas Gerais. Participou de esquemas. Para figurões do PSDB, trata-se de um chantagista que decidiu ganhar dinheiro com informação, o que ele contesta.
[Leia aqui a entrevista exclusiva de Nilton Monteiro ao Viomundo]
O advogado Miraglia deixou a defesa de Nilton Monteiro após ter a residência invadida por um grupo de dez delegados da Polícia Civil de Minas Gerais que buscavam, segundo ele, um documento falso. O episódio lhe custou um casamento de décadas, 26 anos de união e seis, de namoro. Assustadas com a operação policial, que envolveu até helicóptero, mulher e filha resolveram se afastar dele.
A esposa já o havia advertido diversas vezes para recusar ações que atingissem políticos mineiros. Dino não ouviu os conselhos e continuou advogando para o delator do mensalão tucano.
A invasão da polícia para cumprimento de mandado de busca e apreensão foi a gota d’água para a família. Antes disso, ele já havia sido ameaçado de morte várias vezes devido à atuação nessas causas.
Apesar de não citar o nome de quem o ameaçou com uma pistola ponto 40, o advogado deixa transparecer que se trata de Márcio Nabak, delegado-chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais, o Deoesp, de Minas Gerais.
O policial seria aliado de políticos denunciados no mensalão tucano, segundo o delator do esquema, Nilton Monteiro.O medo de Dino não é infundado. A política mineira é sui generis. Em nossa passagem por Belo Horizonte, constatamos situações que parecem justificar o receio. Alguns dos entrevistados só concordaram em falar em off (sem se identificar publicamente). No caso de uma das fontes, chegou às suas mãos, enquanto conversava conosco, um calhamaço de papéis com transcrições de diálogos de conversas grampeadas pela polícia mineira.
O monitoramento de adversários políticos em Minas faz lembrar o regime de exceção vivido durante a ditadura militar. 
A íntegra.  

Com medo de morrer, delator do mensalão tucano se diz perseguido
Preso desde maio de 2013, agora no complexo penitenciário de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de BH, sob a acusação de coagir testemunhas em um processo em que aparece como falsário, Monteiro decide denunciar quem tem interesse em vê-lo atrás das grades. Ele se declara inocente e jura ser vítima de uma armação de políticos denunciados no esquema do mensalão tucano, que querem mantê-lo na cadeia afastado dos holofotes.
O nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) encabeça a relação. "Por detrás da minha prisão está o Aécio Neves… Eu fui operador do esquema junto com o Marcos Valério", frisa.
A íntegra.

Da revista Época.
E a farsa desmoronou
Novo laudo comprova que a morte de modelo não foi suicídio e promotores querem descobrir quem tentou abafar o caso 
Roger Libório

Há crimes que, pela repercussão, geram um esforço de investigação impressionante – a ponto de, em poucos dias, serem elucidados. E há outros que só são apurados após muita insistência. O caso da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, morta em agosto de 2000 num flat em Belo Horizonte, em Minas Gerais, pertence à segunda categoria.
Passados dois anos e meio do assassinato, foi apenas na semana passada que se conheceu oficialmente a causa da morte – Cristiana foi sufocada com um objeto de pano, que pode ter sido um travesseiro ou um lençol enrolado.
Ela foi agredida e as marcas da violência foram registradas em seu corpo. Para chegar a essa conclusão foi preciso reanalisar as fotos da vítima, exumar o cadáver e fazer uma necropsia. O primeiro laudo, que atestava 'suicídio', revelou-se uma grosseira peça de ficção. Os médicos-legistas responsáveis pelo documento, Remar dos Santos e Tyrone Abud Belmak, não se pronunciam.
O Ministério Público (MP) agora investiga por que foi montada a farsa, típica dos anos da ditadura.
Cristiana, morena de 1,78 metro, queria fazer carreira de modelo, mas, aos 24 anos, havia conseguido apenas se tornar uma figura popular entre os ricos e famosos da capital mineira.
A íntegra.

Música do dia: Bom dia, Gal Costa, Nana Caymmi, 1967

Capital despeja uma cidade na Alemanha

Brasileiros ignorantes e preconceituosos costumam comparar seu país atrasado, corrupto e mal educado à Europa maravilha, onde tudo funciona e o povo é educado. Ignorância e preconceito impedem a visão da realidade: o Brasil tem seus defeitos, muitos, importados da Europa pelas elites que tentam fazer aqui uma cópia defeituosa do que veem lá. Assim como no Brasil populações indígenas são expulsas e o ambiente é destruído pela expansão do agronegócio e da mineração e pela construção de hidrelétricas, na Alemanha isso também acontece, como se lê na reportagem abaixo -- apesar de todo o "progresso" europeu, de todo o "desenvolvimento", de toda a "cultura", de toda a "educação". De fato, lá é até pior: os moradores despejados têm que se virar sozinhos, pois não ganham uma "casa nova", como acontece no Brasil.
Entre 30 mil pessoas comuns e o capital, a justiça escolheu o capital; entre o ambiente e o capital, a justiça escolheu o capital; entre a história e o capital, mais uma vez escolheu o capital.
Acima de qualquer bem na nossa época está o capital, senhor do mundo. Inventado na Europa. A Alemanha também tem seu STF e seu Joaquim Barbosa; lá, como aqui, "interesse do capital" é chamado pelo eufemismo "interesse público". Da mesma forma, destruição ambiental é chamada de "progresso" e "desenvolvimento", para justificar injustiças e arbitrariedades.
"Gerar eletricidade" é gerar energia para as empresas, não é para o consumidor residencial; as empresas ainda recebem subsídio pela energia que compram e pagam tarifa mais barata do que a população, que por sua vez paga mais do que deveria, para compensar -- como acontece também em Minas Gerais.
O que a ação irracional do capital efetivamente faz, em busca do lucro para poucos, é mudar as condições de vida na Terra de tal forma que a sobrevivência da espécie humana se tornará impossível para as futuras gerações. Também destrói todos os laços culturais que nos mantinham ligados às gerações passadas, à história humana.
O capital é imediatista e proclama: "os problemas das próximas gerações caberá a elas resolver". As polianas da economia capitalista reforçam este raciocínio: "o avanço tecnológico possibilitará a solução dos problemas", dizem.
Nada disso é plausível, muito menos verdade, é só ideologia: discurso para enganar, justificar e conquistar simpatia, do qual a publicidade -- elevada à condição de "arte" -- é a mais bem acabada expressão.
A única certeza é que toda a destruição tem como motivação a geração de lucros para poucos e a perpetuação do capital.

Do DW.
A mina de carvão que extinguiu um vilarejo de 800 anos na Alemanha
Após décadas de impasse, Justiça decidiu pela desapropriação da área em torno do campo de Garzweiler. Até 2045, mais de 30 mil moradores terão de deixar suas casas, muitos deles de Immerath, aldeia fundada no século 12.

Todos os moradores têm que estar fora da velha Immerath até 2014, quando chegam as escavadeiras para começar a demolição. Sob a localidade há jazidas de linhito, tipo de carvão mineral com elevado teor de carbono, utilizado para gerar eletricidade. A operadora de energia RWE, responsável pela exploração da área, já contratou empresas de segurança para patrulhar o local.
Enquanto isso, vão inexoravelmente se aproximando as escavadeiras rotativas, que arrancam da terra o ouro negro com que se produz eletricidade. E dinheiro. Tanto, que a RWE Power pode se permitir comprar e arrasar regiões inteiras, com suas casas e plantações junto.
Desde meados do século passado, os habitantes da região no estado da Renânia do Norte-Vestfália, entre Aachen, Mönchengladbach e Colônia, se transformaram em refugiados, para que em algum outro local as casas tenham luz e as geladeiras funcionem.
Até o final da extração dos 1,3 bilhão de toneladas de carvão do campo de exploração Garzweiler 2, em 2045, mais de 30 mil pessoas de 80 localidades da região estarão vivendo numa casa nova. O que não significa que tenham reencontrado um novo lar.
Esse processo de erradicação acarreta inúmeros problemas. Até hoje, cidadãos como Stephan Pütz consideram uma humilhação o fato de a administração municipal de Erkelenz ter instado os habitantes afetados a contatar a RWE para tratar da remoção. Afinal, ninguém queria deixar sua terra por vontade própria. O certo, do seu ponto de vista, seria a empresa ter ido até eles.
A RWE também não disponibilizou casa nova para os removidos. Eles é que foram obrigados a organizar tudo, desde o local até a mudança. Um processo que dura anos. Pütz diz duvidar que o Estado tenha o direito de interferir nos planos de vida dos indivíduos por um período de tempo tão longo.
Assim, juntamente com a Federação para Meio Ambiente e Proteção da Natureza da Alemanha (Bund, na sigla em alemão), ele entrou com o processo no Tribunal Federal Constitucional. Em 2007, porém, a instância superior, o Supremo Tribunal Administrativo, em Münster, decidiu que a remoção correspondia ao interesse público e que, portanto, os cidadãos podiam ser desapropriados, de fato.
Nesta terça-feira (17/12), a decisão foi confirmada em última instância pelo Tribunal Federal Constitucional. Para Stephan Pütz, a expulsão tem um componente de violência, mas a massa se resignou ao seu destino. "Não há nada a fazer", dizem os cidadãos e políticos locais, dando de ombros.
A íntegra.

Capa do jornal O Cometa Itabirano ganha prêmio da ONU

O desenhista Rodrigo de Lira Mineu Rocha, autor da ilustração abaixo, capa do jornal O Cometa Itabirano nº 362, de setembro passado, ganhou o segundo lugar do Ranan Lurie Political Cartoon Award 2013, prêmio de âmbito mundial concedido pela ONU para cartuns políticos afinados com os valores da entidade.
Aqui o resultado.

domingo, 22 de dezembro de 2013

O americano do ano

Do Diário do Centro do Mundo.
O capitalista que virou ativista por causa da desigualdade
Paulo Nogueira

Nick Hanauer, americano de Seattle, é um capitalista. Ele coloca dinheiro em empreendimentos nos quais acredita, e tem se dado bem. Venture capitalist, como se diz em inglês. Hanauer foi o primeiro investidor, fora da família Bezos, a comprar ações da Amazon. Ele não tem problemas em se definir como um "super-rico".
Hanauer poderia estar quieto em seu canto, desfrutando de sua fortuna. Mas não está. A desigualdade que se alastrou pelos Estados Unidos nos últimos trinta anos, e da qual ele foi beneficiário, acabou por incomodá-lo a ponto de torná-lo um ativista social.
A essência de seu pensamento pode ser vista neste depoimento de cinco minutos que ele concedeu ao TED, uma organização que promove discussões com a finalidade de tornar o mundo melhor.
A íntegra.

A brasileira do ano

Segundo Paulo Nogueira.
Talvez no futuro os ignorantes e intolerantes percam o ranço fascista que os fez se rejubilarem com as injustiças cometidas por Batman Barbosa no julgamento do "mensalão".

Da Agência Carta Maior.
Miruna, a filha de Genoino
O drama de Genoino tem extremos de caráter. De um lado, Joaquim Barbosa. A ele se contrapõe Miruna, que representa o que há de melhor no caráter humano.
Paulo Nogueira

Miruna. Poucas pessoas me impressionaram tanto, em 2013, quanto Miruna, a filha de Genoino.
As circunstâncias revelam a pessoa, sabemos todos. E no drama de seu pai, perseguido implacavelmente por Joaquim Barbosa e defendido tibiamente pelo PT, Miruna se mostrou um colosso.
Quem haveria de supor que por trás de uma jovem mulher tão doce e tão delicada estava uma leoa? Sua ira santa passará para a história como um testemunho do suplício ignominioso imposto a um homem que dedicou sua vida à luta por um país socialmente justo.
O drama de Genoino tem extremos de caráter. De um lado, você tem Joaquim Barbosa, impiedoso, vingativo, um homem que parece se comprazer no sofrimento alheio.
Joaquim Barbosa é o antibrasileiro, a negação da índole generosa e cordial dos filhos do Brasil. É também, para lembrar um grande morto destes dias, o anti-Mandela. Joaquim Barbosa promove a discórdia, e Mandela personificou a concórdia. Barbosa é um deslumbrado, um alpinista social. Mandela conservou a simplicidade sempre, mesmo quando já era claro que fora um dos maiores homens de seu tempo.
A Joaquim Barbosa, no caso de Genoino, se contrapõe Miruna. Se ele é um exemplo negativo para os brasileiros, ela é o oposto. Miruna representa o que há de melhor no caráter humano: a paixão pela justiça, a perseverança na defesa de seus ideais, a devoção filial, a capacidade de se indignar diante de absurdos.
A íntegra.

Um membro da elite paulista conservadora lista os maiores presidentes brasileiros:

Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Lula.

Do jornal GGN.
O futuro do Brasil, por um visionário conservador
Luís Nassif

Do alto de seus 78 anos, Luiz Suplicy Haffers é uma figura singular. Membro honorário da chamada elite quatrocentona paulista (apesar de ascendentes imigrantes do século 19), ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, atravessou os principais períodos da história brasileira do século 20 de olhos abertos e mente atilada.
As transições políticas e econômicas são custosas porque os vencedores da etapa anterior envelhecem, não conseguem entender os novos tempos, mas encastelam-se na política e no poder para impedir o surgimento do novo, diz Haffers. Só aconteceu a industrialização paulista quando os cafeicultores foram derrotados pela crise de 29, diz ele. E, também, quando aparecem os Estadistas, os que conseguem enxergar o novo.
É por isso que o menino que nos anos 30 andava com chapéu de revolucionário de 32, que abominava Getúlio Vargas e o trabalhismo, sem abrir mão do seu conservadorismo considera que Vargas foi um dos grandes nomes do século, ao olhar as massas desassistidas e abrir espaço para sua inclusão.
Do mesmo modo, o admirador de Carvalho Pinto, Lucas Garcez e de outros paulistas ilustres -- e fiscalmente responsáveis -- considera que Juscelino Kubitschek foi outro grande nome, ao abrir o país para a industrialização.
O que ambos tinham em comum? Não se baseavam nos conhecimentos tradicionais, na literatura dos países ricos, mas na análise da realidade, na intuição sobre o novo e no espírito prático. "Por aqui, nós só olhávamos a Europa e tentávamos repetir o modelo que já se esgotara", conta ele. "O novo acontece em Lucas do Rio Verde, em Luiz Eduardo, e o pessoal ainda pensava na Paulista".
Crítico em muitos aspectos do PT, Haffers considera que o terceiro a promover ruptura modernizante foi Lula, ao estender o olhar do Estado para os milhões de brasileiros desassistidos. Atribui mais uma vez à intuição, ao conhecimento da realidade do mais pobre.
"Nós, da elite, vivíamos dizendo que o mais pobre precisava trabalhar, arrumar emprego, o tratávamos como vagabundos. Lula lhes disse: vocês podem consumir. É mais ou menos igual à Igreja Católica acenando com o pecado, o inferno, e os Evangélicos com a felicidade em terra". A partir da descoberta do consumo, o pobre se integrou ao mercado de trabalho.
A íntegra.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Joaquim Barbosa e a justiça dos ricos

IPTU paulistano aumentou para os ricos e diminuiu para os pobres. Fiesp foi contra. Justiça paulista ficou do lado dela, o prefeito Haddad recorreu ao STF e Barbosa também ficou com a Fiesp.
O que será que o presidente do STF pensa da distribuição de renda que os governos do PT estão fazendo? O ZP, como diz Nogueira, já disse o que pensa em 2006 e 2010 e certamente dirá também em 2014.

Do Diário do Centro do Mundo.
Joaquim Barbosa mais uma vez mostrou do lado de quem está
Paulo Nogueira

Haddad podia economizar o dinheiro e o tempo gastos na viagem a Brasília.
Só quem acredita em tudo, para usar a grande máxima de Wellington, poderia acreditar na hipótese de Joaquim Barbosa acolher o pedido de Haddad para que vigorasse imediatamente o reajuste do IPTU em São Paulo.
Não se trata apenas do ódio patológico já demonstrado tantas vezes por Barbosa pelo PT. Barbosa parece aquele chefe do Inspetor Clouseau que desenvolve uma raiva de tal ordem pelo subordinado que acaba por levá-lo ao manicômio. Em sua louca cavalgada, ele fez coisas incríveis como negar a Dirceu o direito de ver o enterro de Chávez. Temos visto o que tem feito com Genoino também.
Mas o problema vai além.
Na questão do IPTU, você tem de um lado as pessoas mais ricas de São Paulo, sobre as quais recairia um aumento. Na defesa delas, e de seus privilégios, saiu nada menos que a Fiesp, que congrega as indústrias paulistas.
De outro lado, você tem o Zé do Povo, como o patriarca Globo, Irineu Marinho, segundo está dito em sua biografia, chamava as pessoas da plebe.
O Zé do Povo, ou ZP, é alguém, por exemplo, do Parque do Carmo, uma região remota de São Paulo na qual o IPTU baixaria 12%.
Quem se interessa pelo ZP?
O único problema, para quem não se importa com os desvalidos, é que o ZP vota, e seu voto vale tanto quanto o do presidente da Fiesp.
A íntegra.

Arquitetura contemporânea: Zaha Hadid

Quem acha os edifícios esculturas de Oscar Niemeyer bonitos -- e são -- deve dar uma olhada neste. Fica no Azerbaijão e se chama Centro Cultural Heydar Aliyev. Projeto da arquiteta Zaha Hadid. 
Matéria do El País mostra como belas construções estão sendo usadas para melhorar a imagem de governos autoritários asiáticos.

Diários que saem duas vezes por semana

E revistas semanais que circulam quinzenalmente são tendências apontadas pelo jornalista Paulo Nogueira, em artigo publicado no Diário do Centro do Mundo. É para não fecharem, mas acabam fechando assim mesmo. Enquanto isso, os investimentos na internet aumentam.
Olha essa outra notícia: "Ladrões assaltam banca e levam tudo, menos jornais e revistas". 

Notícias da Folha ou a subversão do jornalismo

As notícias são ótimas: o desemprego nunca foi tão pequeno e está havendo distribuição de renda no Brasil! Mas a Folha as transforma em más notícias: o aumento da renda dos trabalhadores "come o lucro" das empresas e o desemprego é pequeno porque as empresas boazinhas não querem demitir! Só rindo.
Para dizer que a notícia é rum, quem a Folha entrevista? A Confederação Nacional da Indústria, ou seja a entidade dos empresários. Dessa forma, o jornal mostra a quem serve.
Está praticamente todo mundo empregado no Brasil, enquanto em outros países o desemprego está em 20% e até 50%, conforme a idade, mas a Folha enfatiza que o emprego já não cresce como antes!
As informações em negrito são comemoradas por todos os democratas, todos os que querem justiça social, todos que são contra a miséria. Obviamente, a Folha não faz parte desses 99,99%, ela está preocupada com a queda do lucro...
Mas o que esperar de um jornal que ainda não aprendeu a usar o travessão?

Da Folha de S. Paulo.
Taxa de desemprego cai para 4,6% e retoma mínima histórica 
Pedro Soares

Apesar do menor ritmo da economia no terceiro trimestre, da freada do consumo e do crédito restrito, as empresas não lançaram mão ainda de demissões e a taxa de desemprego segue em níveis baixos.
Em novembro, o índice ficou em 4,6%, abaixo dos 5,2% de outubro, segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira(19). O resultado é o mais baixo para o mês e iguala a taxa de dezembro de 2012, a menor da série histórica do IBGE, iniciada em 2001.
Tradicionalmente, a taxa de desemprego declina nos últimos meses do ano, com a injeção de recursos na economia -- vindos, por exemplo, do 13º terceiro salário -- e a contratação de trabalhadores temporários no comércio e em alguns ramos de serviços e da indústria.
O emprego, porém, já não mostra o mesmo vigor de meses e anos anteriores e cresce numa intensidade mais moderada. De outubro para novembro, houve alta de apenas 0,1% no total de pessoas ocupadas nas seis maiores regiões metropolitanas do país, número que atingiu 23,293 milhões. Já em relação a novembro de 2012, o IBGE registrou recuo de 0,7%.
O total de pessoas em situação de desemprego (a procura de um trabalho) recuou 10,9% ante outubro e caiu 6,4% na comparação com novembro, atingindo um contingente de 1,131 milhão de pessoas.
A íntegra.

Da Folha de S. Paulo.
Renda maior do trabalhador come lucro
 
Ricardo Mioto

Embora o crescimento da economia esteja estagnado, a renda dos trabalhadores, especialmente dos mais pobres e desqualificados, sobe rapidamente no país.
Segundo os dados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a renda per capita média cresceu 8% no ano passado. Quem puxou esse crescimento foi o aumento na renda do trabalho -- ou seja, os salários. Eles foram responsáveis por 74% dessa subida.
Isso aconteceu justamente no ano do "PIBinho", quando a economia cresceu 0,9%.
Ou seja, o Brasil tem um aumento de salários que não corresponde a um aumento de produtividade -- as empresas estão comendo sua margem de lucro para bancar maiores remunerações.
Nas fábricas, por exemplo, segundo a Confederação Nacional da Indústria, entre 2001 e 2012, o salário real dos trabalhadores subiu 169%, em dólares. A produtividade, só 1%. Como aponta Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da CNI, isso significa aumentos dos custos e causa prejuízos.
Quanto mais pobre o indivíduo, maior tem sido o crescimento da renda. Em 2012, entre os 10% mais pobres, a renda cresceu 14%. Entre os 5% mais pobres, 20%.
Também tiveram aumento de renda acima da média pessoas sem escolaridade (10%), com primário incompleto (9,4%) e nordestinos (11%).
A íntegra.

História de Natal

Ou Natal na História.
Está fazendo um século que começou a Primeira Guerra Mundial. Ela pôs fim ao (mundo do grande) século XIX e inaugurou (efetivamente) o (pequeno) século XX, nas palavras do historiador Eric Hobsbawm. Na minha interpretação, e não só minha, nos mergulhou na barbárie da qual ainda não saímos, nem no século XXI. O capitalismo não é capaz de dar à humanidade um mundo melhor, mas não fomos capazes de inventar um sistema melhor.  

Da Revista de História da Biblioteca Nacional.
A trégua natalina
No primeiro natal da Grande Guerra, soldados de exércitos rivais deixaram as trincheiras para confraternizar. Inspirado em fatos reais, filme europeu retrata a vida de alguns combatentes neste momento da batalha
Marcelo Scarrone

No próximo ano comemoraremos o centenário do início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), como passou a ser definida pela historiografia, ou a Grande Guerra, como foi apelidada na linguagem popular, devido ao cenário de devastação e morte que trouxe consigo e ao abismo de desespero e desatino provocado por um conflito que penetrava como uma faca no coração da civilização europeia, a da Belle Epoque, que se acreditava finalmente isenta de violência e ódios nacionais. Um conflito, com efeito, que mobilizou milhões de pessoas, tanto moradores de cidades quanto simples camponeses, de França, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Rússia, mas também Itália e estados balcânicos, entre outros. E que se caracterizou, desde seu começo, como uma longa, extenuante e alucinante guerra de posição, tendo as trincheiras como cenário principal.
O inimigo presente a poucas centenas ou dezenas de metros, vigilante como você, prendendo a respiração como você, lutando contra fome, frio e ratos, como você, entre uma rachada de metralhadora, um cigarro e uma carta para casa. A vida de trincheira, de um lado e do outro, apresenta os mesmos dramas e os mesmos ritos de sobrevivência.
Homens, afinal, iguais em seus desejos últimos e em suas esperanças, mesmo que trajando uniformes diferentes ou falando idiomas diversos.

Agronegócio e fome

O que mais tem nesta época é reflexão de Natal. São tantas que perdem o sentido, porque já sabemos o que vamos ler, e a motivação de ler é justamente não saber. Para ser uma boa leitura de Natal, portanto, é preciso surpreender. Esta me fez pensar nos 10 mil atleticanos no Marrocos, nos brasileiros que têm dinheiro para viajar ao exterior e ao voltar falarem mal do Brasil e do governo dos "mensaleiros"; naqueles que compram carrões supermodernos e supercaros para desfilar no trânsito congestionado ou morrer nas estradas estúpidas; nos cruzeirenses que gastam fortunas com foguetes para comemorar a derrota do Galo; enfim, nesse abismo de um mundo rico com tanto pobreza, de tanto conhecimento e tanta pobreza de espírito. E nos bilhões de seres humanos que passarão horas e horas em compras nos xópins e supermercados, preparando uma festa cujo sentido estamos sempre buscando.

Da CartaCapital.
O que é normal no capitalismo?  
Por Rui Daher

A coluna se antecipa ao dia de Natal. Uma imagem consagrada como agrária. O que tínhamos naquele tempo. Homens e mulheres semeando e pastoreando terras para a sobrevivência e reprodução da humanidade.
"E o que temos para hoje?" Pouco mais. A placa na porta do boteco oferece felicidade com feijão, arroz, guisado, ovo frito.
Neste terceiro milênio, o Brasil se acredita em tom maior. O fulano do iate de cinco milhões de dólares, o sicrano com bilhões de seguidores nas redes sociais, os magotes brindando com champanhe Cristal nas festas de fim de ano.
Ao mesmo tempo, crescemos e voltamos a acreditar em Papai Noel.
De minha parte, penso num senhor negro de carapinhas brancas, terno cinza amarfanhado, gravata preta, que espera o ônibus vir célere pela faixa exclusiva. Lê um livro. Um olho nas letras pequenas outro nos destinos que se vão anunciando.
A íntegra.

Uma descoberta revolucionária no tratamento da aids

Da Ciência Hoje.
Gatilho mortal revelado
Por Marcelo Garcia

As artimanhas do HIV já não são mais tão misteriosas. Dois artigos publicados hoje nas revistas científicas Nature e Science descrevem pela primeira vez a cadeia de eventos moleculares que ocorre num organismo infectado com o vírus da aids e que leva à morte das células do sistema imunológico, caracterizando a doença. Os resultados mostram que tal processo está muito mais para suicídio coletivo do que para genocídio: o HIV estimula a ativação de proteínas ligadas à resposta imune, o que dispara um círculo vicioso de autodestruição dos linfócitos T CD4, componentes fundamentais de nosso sistema defensivo.
A íntegra.

Lacerda reduz Orçamento Participativo a três obras. Democracia direta é viável

Do jeito que o prefeito queria, com as "obras" que ele quer: 1) vigiar os moradores com câmaras; 2) construir um local para eventos; 3) consertar passeios etc. (o que é uma obrigação da prefeitura e não precisa entrar em orçamento participativo, e quando Lacerda faz, são obras ridículas como a "nova" Savassi). Simulacro de participação: ele liquida o "orçamento participativo", mas continua fazendo propaganda dele.

Conferi o resultado, hoje, último dia de votação (apenas 19 dias e sem divulgação), e só 6.672 tinham votado. Numa cidade de 2,5 milhões de habitantes. A conservação dos passeios etc. está derrotando por alguns votos as câmaras de vídeo (falcatrua que já rendeu processo e não interessa nem a comerciantes, porque não basta vigiar, é preciso que a polícia funcione e isso a gente sabe que não acontece em BH). 

Tentei votar, não é fácil, o computador sugere não usar o aplicativo, é preciso informar e-mail (para quê?) e faixa etária (para quê?), além dos dados completos de eleitor (para que saber seção e zona?) e de criptografia (para quê? Se você está dando informações exatas, não pode ser máquina). Cancelei a autorização para envio de mensagens da prefeitura para meu e-mail, e o formulário deu pau; tive de preencher de novo e ele voltou com a autorização marcada. 

Mesmo assim, contra a vontade de quem o organiza, o orçamento participativo digital demonstra que a democracia direta é só uma questão de vontade política, não mais que isso. E que esses "representantes do povo" que não nos representam estão obsoletos. 

Se o voto digital é confiável e serve para a propaganda do prefeito, é também uma prova de que nós, eleitores, cidadãos, podemos decidir o que queremos para a cidade e para as nossas vidas, não precisamos da mediação dessa gente autoritária, incompetente e corrupta, que de fato está a serviço de lobbies. 

Podemos decidir todos os gastos da prefeitura, não só escolher uma dentre três obras. Podemos decidir todas as questões importantes do País, em vez de deixá-las nas mãos dos políticos profissionais. A democracia direta digital precisa ser ampliada e não restringida, como faz Lacerda.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Hidrelétricas na Amazônia: energia para mineradoras e destruição para todos

Do Brasil De Fato.
No Pará, energia para quem? 
Construção de hidrelétricas no estado atendem a interesses de mineradoras enquanto população afetada, além de pagar mais caro pela energia mais instável do país, é vista como obstáculo a ser derrubado  
Márcio Zonta 

Hoje, o Brasil explora apenas 28% de 258 mil megawatts (MW) de potencial hidrelétrico que possui. No Norte do país, por contra dos grandes rios, concentra-se a maior parte da energia a ser explorada, com uma potencialidade de 111 mil MW. As hidrelétricas existentes na região, a despeito disso, aproveitam apenas 8,9% desse total.
Os números acima foram levantados por empresas e governos e demonstram a intencionalidade da parceria público privada de explorar ao máximo o recurso natural da Amazônia brasileira para interesses privados.
No cerne da questão encontra-se o estado do Pará. Para os próximos anos, na esteira do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), já existem projetos que contemplam a construção de 14 hidrelétricas.
Para 2014, por exemplo, além da continuação das obras da mais emblemática delas, a de Belo Monte, no rio Xingu em Altamira (PA), está previsto o início das obras da hidrelétrica de Marabá, ao sudeste do Pará, no rio Tocantins.
A íntegra.

O golpe contra os trabalhadores

A ditadura de 64-85 se instalou com dois golpes: o primeiro, em 64, contra os trabalhadores, representados então pelo PTB do presidente Jango; o segundo, em 68, contra as classes médias, principalmente estudantes, que tinham apoiado o primeiro golpe.
O Estádio Nacional do Chile não foi o único nem o primeiro a ser usado para prisão em massa de oposicionistas. O Brasil deu o exemplo e exportou o golpe e a tortura para a América do Sul.

Da Agência Brasil.
Ditadura militar torturou desde os primeiros dias do regime, indica pesquisa 
Vladimir Platonow 

Rio de Janeiro – Uma pesquisa feita por alunos de mestrado em história e direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), a pedido da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade, mostrou que violações aos direitos humanos ocorreram desde os primeiros dias da ditadura militar instalada no país (1964-1985).
"Houve tortura desde o início do golpe e também prisões em massa, feitas a partir de listas previamente preparadas por delegacias. Eram levados para estádios de futebol, que pudessem guardar esse conjunto de detentos, que não cabiam mais nas delegacias", disse o professor da PUC Marcelo Jasmin, coordenador do levantamento cujos dados preliminares foram divulgados hoje (18/12/13).
A íntegra.

Vem aí novo aumento nas passagens de ônibus

Fim de ano, enquanto a população está de féria e distraída, os prefeitos aumentam os preços das passagens dos ônibus. Gastam em publicidade para justificar o aumento o que poderiam usar em subsídio. Tentam justificar o injustificável. Não melhoram o transporte nem resolvem problemas gerenciais, mas garantem o lucro das empresas de ônibus que depois financiam suas campanhas. Transporte nas cidades tem que ser público e gratuito para todos. Como educação e saúde.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Acionistas de Cemig ganham mais do que saúde pública em Minas

É o resultado da privatização da Cemig pelos tucanos Azeredo e Aécio. Pra quem acha que com Dilma o Brasil vai mal, é isso que deve esperar de um governo Aécio.

Do Portal Minas Livre.
Acionistas da Cemig recebem mais que a saúde pública do Estado
Empresa distribuiu R$ 5,051 bilhões aos acionistas enquanto o investimento do Estado em saúde pública foi de R$ 4,819 bilhões

Apesar de ter apresentado um lucro de R$ 4,3 bilhões em 2012, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) distribuirá R$ 5,051 bilhões aos acionistas até o final do ano deste ano. De acordo com comunicado divulgado pela empresa no dia 5 de dezembro, a última parcela dos dividendos a ser repassada aos acionistas será de R$ 533 milhões e o pagamento acontecerá no próximo dia 19.
Se comparado aos lucros obtidos até o terceiro trimestre deste ano e a previsão para os últimos três meses, os dividendos ainda são elevados. Nos três primeiros trimestres a empresa anunciou lucro de R$ 2,271 bilhões e a previsão para o quatro trimestre não deve superar o valor distribuído aos acionistas ao longo do ano.
Isso significa que os acionistas receberão quase três vezes o que o governo investiu em transporte ao longo de 2013 em Minas Gerais e mais do que o valor investido em saúde em todo o Estado, que até agora foi de R$ 4,819 bilhões, de acordo com informações do Portal da Transparência do Governo de Minas.
A íntegra.

99% dos mineiros exigem que Cemig reduza tarifas

Do Portal Minas Livre.
Plebiscito Popular: 99,4% da população votou pela redução das tarifas de energia em Minas
Em três semanas, mais de 600 mil mineiros participaram da votação realizada em todo o Estado; resultados serão entregues aos representantes do governo de Minas e da Cemig

Mais de 600 mil mineiros votaram pela redução da tarifa de energia e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços cobrado na conta de luz em Minas Gerais. O Plebiscito Popular foi realizado entre os dias 19 de outubro e 3 de novembro e, conforme o resultado da apuração, divulgado nesta segunda-feira (16), 99,4% dos participantes acham o valor praticado no Estado muito alto e concordam que ele deve ser reduzido.
"O resultado do Plebiscito foi excelente e de uma amplitude enorme, não só em relação aos valores numéricos, mas também pela possibilidade de dialogar com a sociedade sobre o valor do ICMS cobrado e da tarifa de energia elétrica em Minas e as mortes de trabalhadores na Cemig. Ou seja, ampliamos o debate sobre como o modelo de gestão adotado pelo Estado, e completamente baseado no privado, tem prejudicado os trabalhadores e piorado a qualidade dos serviços", comemorou o diretor do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Jair Gomes.
A íntegra.

Lacerda agora quer fazer "nova BH"

É impressionante a cara de pau do prefeito Lacerda, o amigo dos empresários, ele próprio um milionário. É incapaz de arrumar um passeio e de fiscalizar o trânsito, não consegue concluir nenhuma obra e no entanto continua lançando projetos megalômanos. Segue o modelo Aécio, seu interesse é só dar obras para as empreiteiras e fazer propaganda. O modelo previsto é aquele que burla os limites de construção, entupindo a cidade com mais edifícios que não poderiam ser construídos de outra forma.

Do Portal Minas Livre.
Projeto Nova BH é atingido por avalanche de críticas
por Thaíne Belissa 

O novo projeto de urbanização da Prefeitura de Belo Horizonte, Nova BH, está alterando  ânimos e gerando polêmica entre vereadores, arquitetos e comunidade. Com uma proposta audaciosa de modificar a ocupação urbana da cidade, induzindo o desenvolvimento e a construção de empreendimentos em dois grandes corredores, o projeto já foi motivo de discussões acaloradas e até de uma pequena "greve" entre parlamentares, que, durante uma semana, trancaram a votação de projetos na Câmara Municipal. Segundo o vereador Adriano Ventura (PT), a casa só voltou ao seu funcionamento normal depois que o prefeito Márcio Lacerda garantiu que o Nova BH só será votado após a Conferência de Políticas Urbanas, no ano que vem.
O projeto consiste em induzir o desenvolvimento em quase 25 Km² da capital, mais especificamente no trecho da Avenida Antônio Carlos e Pedro I e no corredor Leste-Oeste, que inclui as avenidas dos Andradas, Tereza Cristina e Via Expressa.  Isso acontecerá por meio de uma relação de compra e venda entre a prefeitura e as construtoras. O município vende às empresas o chamado potencial construtivo, que é o direito de construir em determinados lugares. Com esse dinheiro, a Prefeitura investe em melhorias para a comunidade da área em questão.
A íntegra.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PF investigará sonegação da Globo

Dívida já deveria ter sido cobrada pela Receita Federal, mas o processo desapareceu! A denúncia foi aceita pela Corregedoria e enviada para a Delegacia Fazendária.

Do blog O Cafezinho.
Bomba! Sonegação da Globo já está na Polícia Federal
Por Miguel do Rosário

A denúncia sobre a sonegação bilionária da Rede Globo, e posterior sumiço do documento da Receita Federal, que o núcleo fluminense do Barão de Itararé, junto com o blog Megacidadania, protocolou no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, seguiu os trâmites internos da instituição e virou o Ofício 13344/2013. O documento foi encaminhado à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde se encontra agora.
A PF apurará dois crimes: 1) contra a Ordem Tributária, que é o crime da sonegação propriamente dita, e que pode envolver evasão de divisas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro; e 2) ocultação de bens, diretos ou valores, que corresponde ao misterioso desaparecimento dos documentos originais, nos quais os auditores da Receita decidem pela condenação da Rede Globo pelo crime de sonegação.
A íntegra.

Galôôô!!!

Em BH e em Marrakesh.  
Esclarece a Rita Cândido, que enviou o texto por e-mail: "O Luiz Guilherme é o Tata, que morava com o Lelo aqui em BH e chegamos a ser parceiros musicais, na época. Ele é GALO e está lá em Marrocos".

Do Blog do Juca Kfouri.
Galô!
Por Luiz Guilherme Piva

É tradicional em Belo Horizonte.
Mas nestes dias, vésperas das finais do Mundial de Clubes, ouve-se mais e melhor.
Principalmente daqui, sozinho, em silêncio, sem as minhas músicas, neste quarto de hotel – do qual desejo Assalam Alaikum (algo como "tudibom procê") para os jogadores e torcedores que estão lá e para cá de Marrakesh.
É o seguinte.
Alguém grita "Galô!". Logo outro ecoa: "Galô!". E outro, e mais outro, que apanha aquele grito e o lança a outro, e este a outros, que com muitos outros se cruzam, e os milhares de gritos de "Galô!" formam uma rede, uma tenda, um toldo sobre a cidade, como a dos galos que, com seus cantos, tecem sobre nós as manhãs.
É uma Missa do Galo – que lembra o galo que cantou à noite, anunciando, na véspera, o nascimento de Cristo – celebrada a toda hora, em qualquer lugar. E que, nestes dias, de poucas vésperas e poucas manhãs a tecer até o Mundial e até o Natal, é rezada inúmeras vezes por mais e mais gritos de "Galô!", como a coser a mais clara das manhãs para os atleticanos, sejam eles cristãos, pagãos ou ateus.
A íntegra.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Cresce movimento pela desmilitarização das polícias

Governo criou Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.

Da revista Fórum.
Premiado, movimento Mães de Maio defende desmilitarização da polícia
Por Igor Carvalho, de Brasília

A presidenta Dilma Rousseff entregou o Prêmio de Direitos Humanos 2013 nesta quinta-feira (12), em Brasília, reconhecendo que a "tortura continua existindo em nosso país". "Eu que experimentei a tortura sei o que ela significa, de desrespeito a mais elementar condição de humanidade de uma pessoa", disse.
Durante o evento, participantes protestaram contra a violência policial. "Chega de alegria, a polícia mata pobre todo dia", era uma das palavras de ordem. A pauta subiu para o palco quando a fundadora do grupo Mães de Maio, Débora Maria, recebeu o prêmio na categoria "Enfrentamento à violência".
"Quando a gente sente na pele o que é perder um filho, a gente se põe no lugar também das vítimas do passado, das vítimas da ditadura. Para a gente poder comemorar o fim da ditadura, temos que desmilitarizar a polícia", afirmou Débora, que teve seu filho morto em 2006 pela PM paulista.
A íntegra.

A democratização da verba de publicidade pública

Ainda é pouco, mas já é um começo. Precisa agora ser copiado por todos os governos, municipais, estaduais e federal.

Da revista Fórum.
Brasília dá exemplo para o Brasil de como democratizar a verba publicitária
por Renato Rovai

A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou, na última terça-feira (10/12/13), a Proposta de Emenda à Lei Orgânica 51/2013, que destina, no mínimo, 10 % da verba publicitária dos poderes públicos locais para veículos de imprensa comunitária e blogs de Brasília.
Dos 18 parlamentares presentes, todos votaram pela aprovação do projeto, de autoria da deputada distrital Luzia de Paula. A proposta ainda será votada em segundo turno para entrar em vigor. A Lei Orgânica do DF exige o intervalo de 10 dias entre um turno e outro, com isso a proposta das mídias comunitárias deve ser votada em segundo turno em fevereiro de 2014.
Trata-se de uma grande conquista para a democratização das comunicações, na medida em que contribui para fortalecer a pluralidade informativa.
"São mais de 100 blogs cadastrados, representantes nas mais de 31 regiões administrativas do DF e uma força de mobilização com foco na garantia dos direitos de liberdade de imprensa e sustentabilidade. Mas, sem patrocínio e apoio do governo, não é possível trabalhar em prol da informação", disse Eldo Gomes, do Movimento dos Blogueiros de Brasília.
A íntegra.

Colégio Estadual Carlos Marighella, ex-Colégio Garrastazu Médici

Do Blog do Mário Magalhães. 
Colégio Presidente Médici decide trocar nome para Colégio Carlos Marighella
Mário Magalhães

Numa eleição histórica encerrada anteontem, a comunidade do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici, de Salvador, decidiu que a instituição deve ser rebatizada como Colégio Estadual Carlos Marighella.
Os eleitores, na maioria alunos, deram 406 votos (69%) a Marighella e 128 ao geógrafo Milton Santos. Os nulos foram 25, e os brancos, 27. O resultado será encaminhado à Secretaria da Educação da Bahia, para que o Estado promova uma "reinauguração", palavra empregada pela diretora do estabelecimento, Aldair Almeida Dantas, em conversa com o blog.
O colégio foi inaugurado em 1972, quando o general gaúcho Médici (1905-85) ocupava a Presidência da República, sem ter recebido um só voto popular. Seu governo (1969-74) marcou o período de maior repressão e falta de liberdades na ditadura imposta em 64.
A íntegra.

Manifestações durante a Copa 2014

Essa BBC cada vez pior. Típico da "grande" imprensa: quer saber se haverá protestos durante a Copa, mas fica citando autoridades, intelectuais e empresários, em vez de procurar quem organiza os protestos -- só uma integrante do Movimento Passe Livre fala na matéria.
As manifestações de junho deste ano estavam sendo organizadas há vários anos. Além de entrevistar quem deve ser entrevistado, o repórter poderia falar sobre o que a população reivindica, mas só fala dos interesses da Fifa, dos patrocinadores etc. Nem mesmo as ações do governo desde junho são mostradas.
Matéria picareta de correspondente internacional que não sai à rua, faz tudo no escritório, chupando da internet e da TV, depois manda para a sede. É o que fazem os correspondentes da Globo em Nova York, por exemplo. O título teria de terminar mesmo com interrogação. A piada da reportagem é que ficamos sabendo que a Fifa tem um "assessor contra a corrupção".

Da BBC Brasil.
Mas afinal, haverá protestos na Copa? 
Gerardo Lissardy, do Rio de Janeiro para a BBC Mundo

Na reta final para a Copa 2014 no Brasil, uma incógnita ainda parece preocupar tanto turistas quanto autoridades, organizadores e até patrocinadores: a onda de protestos que varreu o país desde junho vai se repetir?
Autoridades brasileiras e a Fifa têm avaliações diferentes sobre a possibilidade de que os protestos, que reuniram mais de um milhão de pessoas neste ano e colocaram em dúvida a realização da Copa das Confederações, venham a se repetir.
O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, pediu à população brasileira que apóie a organização do mundial – diante do risco de descontentamento social com os gastos multimilionários necessários à realização do torneio.
"É um direito se manifestar", disse Valcke à BBC antes do sorteio da semana passada. "Para eles esse é o melhor momento (para protestar). Para mim, esse é o momento errado".
Membros do governo Dilma Rousseff dizem não saber o que ocorrerá nas ruas durante a Copa.
"Se teremos o mesmo tipo de protestos na Copa do Mundo? Nunca se sabe", disse à Reuters TV o secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luis Fernandes.
"Mas a minha impressão é a de que a paixão pelo futebol prevalecerá, porque este é o país do futebol".
Porém, as autoridades planejam medidas especiais de segurança para tentar garantir a realização do torneio em meio a uma eventual revolta social – que analistas consideram bastante plausível.
"Existe um clima latente de insatisfação que vai gerar protestos. E a Copa do Mundo é um momento que suscitará protestos", disse à BBC Mundo Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
"Os movimentos sociais estão discutindo como reagir", disse Mayara Vivian, uma das integrantes do Movimento Passe Livre, grupo que organizou parte das manifestações no meio do ano contra as tarifas do transporte público.
"A Copa encarna toda a vontade política do poder público de priorizar a lógica de uma cidade como mercadoria. Vão privilegiar setores bem específicos e não os setores populares."
Os protestos contra a Copa também se tornaram um fator de preocupação para os patrocinadores que investiram milhões para que suas marcas ganhem visibilidade no torneio – verbas essenciais para a Fifa.
A experiência da Copa das Confederações mostrou aos patrocinadores que a aposta pode ser arriscada, afirmou em outubro Mark Pieth, assessor da Fifa contra a corrupção.
"Creio que pela primeira vez no Brasil eles se deram conta de que comprar o evento pode também se tornar uma desvantagem... se seu nome for associado com uma revolta popular o tempo todo na televisão", afirmou.
O portal de esportes ESPN informou em setembro que dois patrocinadores do mundial, o banco Itaú e a gigante de bebidas e alimentos Ambev pediram à presidente que o governo evite que as manifestações afetem o torneio.
Ao apresentar o sorteio dos grupos na sexta-feira passada, Dilma falou sobre a importância da Copa do Mundo: "O Brasil está muito feliz em receber a todos nessa Copa porque somos um povo alegre e acolhedor'. Sônia Fleury, doutora em ciência política e coordenadora de estudos sobre a esfera pública na Fundação Getúlio Vargas afirmou que "as pessoas vão receber bem os estrangeiros, mas isso não quer dizer que não vão se manifestar".
Ela afirmou que a atuação dos radicais black blocs, que entraram em confronto com a polícia, podem ter afastado muitas pessoas dos protestos.
A íntegra.

Música de sexta-feira: Clã Brasil e Sivuca

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Amazônia das mineradoras

Cadê a floresta que estava aqui? Vale comeu!

Da Pública Agência de Reportagem.
 Dia 14 de dezembro, a partir das 16h, na praça Roosevelt, a Amazônia vai invadir a cidade.

A justiça dos ricos

Barra o IPTU dos pobres em São Paulo.

Do Diário do Centro do Mundo. 
O caso do IPTU de SP mostra como é duro fazer coisas pelos pobres no Brasil  
Paulo Nogueira

É difícil fazer coisas para os pobres no Brasil.
O 1% não gosta. Não deixa.
Veja, por exemplo, o "IPTU dos Pobres", que Haddad vem tentando com imensas dificuldades emplacar em São Paulo.
Os moradores dos 25 bairros mais pobres de São Paulo pagariam menos IPTU. No Parque do Carmo, por exemplo, o imposto se reduziria em 12%.
Os moradores dos bairros mais “nobres” pagariam mais pela excelente razão de que podem mais.
Mas quem tem voz não são as pessoas da periferia. São os privilegiados.
E então começou uma monstruosa resistência contra o IPTU dos Pobres. A Justiça de SP, absolutamente alinhada aos privilegiados, acabou vetando o projeto.
A íntegra.

O fracasso do lançamento do satélite sino-brasileiro

A matéria é importante, mas a publico também porque era assim que se fazia jornalismo até a década de 1980. Agora é raro.

Da Retrato do Brasil. 
RB na China: o fracasso do lançamento do Cbers 3
Na manhã de ontem, a delegação brasileira assistiu extasiada à subida do foguete Longa Marcha 4B que carregava o satélite sino-brasileiro. Um hora depois, o choque: o gigante chinês não conseguiu colocar o Cbers-3 em órbita. Leia o relato de nossa repórter Tânia Caliari.

O vice presidente da China Great Wall Corporation (CGWC) chegou à sala do hotel da base de lançamento de Taiyuan, no interior da China, onde a delegação brasileira aguardava seus pares chineses para comemorar o lançamento do satélite Cbers 3, e disse à queima roupa ao ministro brasileiro Marco Antonio Raupp, da Ciência, Tecnologia e Inovação: “O lançamento fracassou”. A informação deixou todos os presentes consternados.
Cerca de uma hora antes, eles haviam testemunhado a subida do foguete Longa Marcha 4B, que carregava em sua ponta o satélite sino-brasileiro de observação da Terra, com a missão de colocá-lo em órbita a uma distância de 747 quilômetros do planeta. Sob o frio de -6°C, chineses e brasileiros se reuniram em frente à sede da base, distantes a pouco mais de 1,5 quilômetro da torre de lançamento, e viram, às 11h26 (1h25 no horário de Brasília), o veículo lançador de 250 toneladas subir. Era o início da 35ª viagem desse consagrado modelo de foguete chinês desenvolvido pela Academia de Xangai de Tecnologia Espacial (Sast, na sigla em inglês), que até então colecionava 100% de sucesso em seus lançamentos.
O céu sobre a base era de um azul brilhante, mas a esperança de se ver a olho nu a separação do primeiro estágio depois de cerca de 2 minutos de voo não se concretizou: o foguete já ia alto demais. Aparentemente, o lançamento havia sido bem sucedido e a satisfação era geral, sobretudo entre os 12 funcionários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que haviam trabalhado na integração do Cbers 3 na China nos últimos meses e que até minutos antes da subida do lançador estavam junto ao satélite checando suas condições para entrar em órbita.
A seguir, todos foram para o hotel da base, onde haveria solenidade, discursos e uma primeira avaliação dos resultados. Ainda a bordo do micro-ônibus, 14 minutos após o lançamento, veio a informação por rádio, traduzida pelos jovens guias chineses, de que o satélite havia sido ejetado com sucesso do terceiro estágio do foguete e que a aba do painel solar, que recolhe a energia que alimenta o Cbers 3, havia sido aberta. Célio Vaz, ex-funcionário do Inpe, que estava no projeto Cbers em seu início, em 1988, e que hoje é dono da Orbital, a fabricante do painel solar, vibrou discretamente, aliviado.
Todos comemoraram – afinal, o satélite havia dado sinal de vida, emitindo dados sobre seu funcionamento, sinal de que os subsistemas de telemetria e de telecomando, os quais, junto com o painel solar e outros componentes, compõem a cota dos 50% das partes do satélite sob responsabilidade brasileira, também estavam funcionando.
O que teria acorrido a partir dessa etapa da operação que resultou na terrível notícia dada pelo funcionário da CGWC, a empresa responsável pelo lançamento do satélite?
A íntegra.

A verdade que o STF ignorou

Que julgamento foi esse que ignorou as provas da defesa e dispensou de provas as acusações? Melhor seria chamá-lo de inquisição.

Do Brasil 247
A verdade de João Paulo encara as mentiras de JB
Deputado João Paulo Cunha, um dos condenados na Ação Penal 470, publica documento corajoso no qual contesta, uma a uma, todas as acusações feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Com documentos, ele demonstra fatos incontestáveis, como: (1) a contratação de uma agência de publicidade pela Câmara não foi feita por ele, mas pelo antecessor Aécio Neves; (2) a decisão de licitar nova agência não foi dele, mas da Secretaria de Comunicação da casa; (3) o contrato não foi assinado pelo deputado, mas pela diretoria da Câmara. Tudo está documentado, incluindo relatórios da Polícia Federal, do TCU e da própria Câmara, que inocentam o deputado. Leia em primeira mão e faça seu próprio julgamento sobre a conduta do parlamentar, que também demonstra como o dinheiro – que Barbosa diz ter sido desviado para o PT – foi gasto em empresas como Globo, Abril e Folha
A íntegra.

Cervejas da Ambev são de milho

E também as da Schin e da Itaipava. Talvez milho transgênico. Para diminuir custos. Artesanais são mais puras.
Esta é uma notícia sobre cerveja e sobre imprensa. Foi publicada na Folha de S. Paulo há mais de um ano, mas só agora que caiu na rede é que está tendo repercussão.
Na "grande" imprensa, o assunto praticamente sumiu; em fevereiro deste ano reapareceu omitindo nomes dos grandes anunciantes. Por que será?

Da Folha de S. Paulo, em 6/10/12. 
Cerveja nacional tem muito milho, afirma pesquisa da USP  
Reinaldo José Lopes, editor de Ciência+Saúde 


Uma das análises químicas mais completas já feitas com marcas de cerveja do Brasil e do exterior dá peso a uma tendência que estudos menores já indicavam: as grandes marcas nacionais têm elevadas quantidades de milho em sua composição, embora a matéria-prima tradicional da bebida seja a cevada.
São os nomes mais conhecidos do público, como Antarctica, Brahma, Skol e Nova Schin (veja infográfico abaixo). A análise sugere que essas marcas estão no limite da porcentagem de milho como matéria-prima para cerveja que a legislação nacional determina (45%) ou podem até tê-lo ultrapassado.
As empresas produtoras questionaram a análise (leia texto abaixo). Por outro lado, o estudo indicou que algumas cervejas em pequena escala possuem o teor que se esperaria de uma bebida feita só com água, cevada e lúpulo, como reza a tradição alemã.
A pesquisa é assinada por cientistas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da USP de Piracicaba, e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O grupo piracicabano, coordenado por Luiz Antonio Martinelli, já estudou cervejas antes, além de verificar a presença de álcool de cana no vinho nacional.
A íntegra.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Obama, Helle e Michelle

No Diário do Centro do Mundo uma análise dos discursos e dos comportamentos da presidente Dilma e do presidente Obama no funeral de Nelson Mandela.
O papo divertido de Obama com a premiê dinamarquesa


Helicoca dos Perrellas esteve antes no Paraguai

Será coincidência o voo desse helicóptero com 445 kg de cocaína e o fato de Minas Gerais ter se tornado rota do tráfico, com grandes apreensões recentes?

Do Diário do Centro do Mundo. 
A conexão Paraguai-Minas Gerais no caso do helicóptero dos Perrellas apreendido com cocaína
Kiko Nogueira

O helicóptero dos Perrellas esteve no Paraguai um dia antes da apreensão com 445 kg de cocaína, diz a TV Gazeta do Espírito Santo. Segundo a Polícia Federal, a passagem pelo país está registrada no GPS. Ainda não se sabe se o piloto Rogério Antunes, que foi preso com outras três pessoas, estava presente nessa parte da operação.
Antunes, você sabe, era funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, indicado pelo deputado Gustavo Perrella (SDD), filho de Zezé. Foi exonerado. O delegado Leonardo Damasceno foi expedito ao inocentar os Perrellas. Já declarou que eles não têm ligações com a captura.
O que o helicóptero estava fazendo no Paraguai? Bem, o Paraguai é um dos maiores exportadores de drogas para o Brasil (nós somos, segundo um estudo da Universidade Federal de São Paulo de 2012, o segundo maior consumidor de cocaína e derivados do mundo). Em 2004, um juiz federal chamado Odilon de Oliveira, de Ponta Porã (MS), disse que as Farcs se instalaram naquele país e passaram a treinar traficantes com cursos de guerrilha e sequestro. Oliveira mandou prender 114 pessoas e confiscar seus bens, de fazendas a carros importados. O jornal paraguaio La Nación afirmou que sua cabeça estava valendo 300 mil dólares. Oliveira vive num quartel do exército, com escolta.
Recentemente, um lugar passou a ser porta de entrada para essa coca toda: Minas Gerais. Desde o ano passado, a PF já apreendeu 5 toneladas de pasta-base no estado. Isso é uma pequena amostra do montante total do tráfico internacional. Calcula-se que pelo menos cem pousos de aviões e helicópteros do tráfico acontecem por mês em Minas. Cada voo transporta entre 250 e 500 quilos do produto. O quilo pode valer até 6 mil dólares. Ou seja, estamos falando de algo entre 1,5 milhão e 3 milhões.
A íntegra.

E a Colômbia segue o exemplo de Barbosa & cia.

"Justiça" (todos nós sabemos como funciona a justiça latino-americana: impunidade para os ricos e a direita, implacável contra os pobres e a esquerda) substituiu os militares nos golpes de direita no continente. Colômbia também tem seu julgamento do "mensalão". É o velho mote da corrupção, o único que a direita tem, incapaz de vencer nas urnas. Políticos de direita são mais corruptos do que os de esquerda -- aí está o caso do metrô de SP para demonstrar mais uma vez --, mas para eles a justiça é lenta e tolerante -- como mostra o caso do "mensalão" mineiro, até hoje sem julgamento. A mesma hipocrisia do "combate às drogas" age no "combate à corrupção".

Do Opera Mundi.
Após destituição de Petro, colombianos questionam intenções e "superpoderes" da Justiça
Procurador-Geral é acusado de perseguir membros da esquerda, enquanto poupa os da direita
Simone Bruno, de Bogotá

"E, apesar disso, eu sou o prefeito de Bogotá", gritou Gustavo Petro em discurso, talvez o último no cargo, a milhares de simpatizantes na Praça Bolívar, no centro da capital colombiana. Nesta segunda-feira (9/12), o procurador-geral da nação, que se encarrega de julgar os processos administrativos dos servidores públicos, o destituiu e o tornou inelegível pelos próximos 15 anos.
Apenas dois anos atrás, o ex-membro do M-19 – guerrilha urbana surgida nos anos 1970 – venceu as eleições para o posto mais importante da capital, o segundo cargo eletivo mais importante do país, depois do presidente. Em sua fala, Petro reconstruiu o histórico da violência à qual foi submetida a esquerda da Colômbia nas últimas décadas, desde o extermínio da União Patriótica, o partido nascido de um acordo de paz com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) – quando mais de cinco mil pessoas foram assassinadas em sete anos –, até os homicídios e atentados contra os ex-integrantes do M-19, depois de assinarem pela paz e voltarem à vida civil.
A íntegra.

Uruguai dá exemplo contra a hipocrisia e o crime organizado

Muita gente boa não viveu para ver isso. E ainda assim é iniciativa de um presidente de esquerda num país minúsculo, a "Suíça americana" (que podia ser parte do Brasil, como foi um dia). Aliás, a Suíça é protagonista de outra iniciativa ímpar em 2013: o projeto de renda mínima obrigatória para todo cidadão, que lá ficaria em torno de R$ 6 mil. Essas ideias não são malucas, ao contrário, são lúcidas, maluco é o mundo, que vive da estupidez do povo e da hipocrisia dos poderosos. No espaço de uma vida, a maconha e outras drogas passaram de distrações de ricos e artistas a vícios populares e, por último, grande negócio internacional envolvido em violência e corrupção. Aconteceria o mesmo com o álcool -- como de fato já aconteceu, nos EUA, nos anos 1920 -- se fosse proibido. Bêbados cometem mais crimes que drogados. O pior das drogas fora de controle é para o viciado, para suas famílias, para as crianças e jovens pobres transformados em "traficantes" e mortos pela polícia. A proibição torna o consumo ilegal e a ilegalidade é a porta da corrupção. Crianças e jovens pobres trabalham para o traficantes que fornecem para os ricos. Ricos consomem e não vão presos: são "consumidores". Pobres são "traficantes" e acabam mortos pela polícia. Qual o rico que não fumou um? FHC fumou, Bill Clinton fumou. Todo mundo sabe disso há muito tempo, os hipócritas lucram com o crime, por isso não fazem o que o Uruguai faz. Que o mundo siga seu exemplo. Não vai ser fácil dar certo, porque será uma ilha saudável num mar de corrupção e o crime organizado -- traficantes + polícia corrupta + políticos idem -- de tudo fará para boicotar a lei, já que seus interesses foram golpeados.

Da Agência Brasil.
Uruguai aprova Lei da Maconha 
Mônica Yanakiew, correspondente da Agência Brasil/EBC 

Montevideu – Por 16 votos a favor e 13 contra, o Senado uruguaio aprovou a chamada Lei da Maconha. A partir desta quarta-feira (11/12/13), o pequeno país sul-americano será o primeiro do mundo a legalizar e regulamentar a produção, venda e o consumo da marijuana.
Antes mesmo de a votação terminar, defensores da lei marcharam até o Congresso para festejar. No Uruguai, o consumo de maconha (ou de qualquer outra droga) não é considerado crime há 40 anos, mas era proibido comprar e vender os produtos. A nova lei pretende acabar com essa contradição e buscar uma alternativa à guerra contra as drogas.
Estima-se que 28 mil uruguaios (5% da população entre 15 e 65 anos) fumam um cigarro de maconha por dia. Comparado com outros países, é um mercado pequeno - mas move US$ 40 milhões ao ano e tem crescido, apesar das políticas de combate ao narcotráfico.
O presidente do Uruguai, Jose "Pepe" Mujica, quer que o Estado regule o comércio e uso dessa droga – a quarta mais consumida no país, depois de bebidas alcoolicas, cigarros e remédios psiquiátricos. Pelo menos a metade dos uruguaios, no entanto, segundo as pesquisas de opinião, acha que a nova política não vai funcionar e que pode inclusive facilitar a vida dos narcotraficantes.
A íntegra.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Obama, Raúl Castro e Dilma

No funeral de Nelson Mandela.

O mercado publicitário na internet

Estudo diz que investimentos em publicidade superaram meio trilhão de dólares em 2013. A internet fica com 20% disso (eram só 5,6% em 2005), metade da fatia da televisão, que também cresceu (o título da notícia está errado: a tevê passou de 36,8% para 40,2%; o tal avanço é previsão). A internet comeu verbas do rádio e principalmente de revistas e jornais. A América Latina é a região que mais cresce. Os números indicam a crise dos impressos e o avanço da internet, um meio que ainda está sendo inventado e acompanha a evolução das telecomunicações.

Do IDG Now!
Internet avança sobre TV e finca bandeira como segunda mídia global
Sílvia Bassi

Um estudo sobre investimentos globais em mídia liberado hoje (9/12/13) pela ZenithOptimedia, do grupo Publicis, mostra que a Internet é dona absoluta do segundo lugar como mídia global mais importante, terminando 2013 com uma fatia de 20,26% do dinheiro de publicidade global (17,9% desktop internet e 2,7% mobile).
A TV continua com a "fatia do leão", detendo 40,2% dos investimentos em 2013, mas vai reduzir sua participação no bolo para 39,3% em 2016, perdendo terreno para a internet, que em 2016 vai capturar 26,6% do bolo publicitário mundial (18,9% internet desktop e 7,7% mobile).
Segundo a ZenithOptimedia, o faturamento mundial total de publicidade deverá terminar 2013 com um total de US$ 532 bilhões, crescimento de 3,6% sobre 2012 e, pela primeira vez na história, superando a casa dos US$ 500 bilhões. Em 2014 a taxa de crescimento sobe para 5,3%, mantendo taxas de crescimento de 5,8% em 2015 e 2016.
A íntegra.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

JK foi assassinado

É a conclusão da Comissão da Verdade de SP.

Da Carta Capital.
Juscelino Kubitschek foi assassinado, conclui a Comissão da Verdade de SP 
O órgão municipal apresentará documento com indícios de que ex-presidente foi alvo de uma conspiração, e não morto em acidente de carro

A Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, da cidade de São Paulo, vai divulgar na terça-feira 10 um documento com evidências de que o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi assassinado durante viagem de carro na rodovia Presidente Dutra, e não morto em um acidente, como registra a história oficial.
O relatório reúne 90 indícios, "evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos" que concluem que o ex-presidente foi alvo de um complô em 22 de agosto de 1976. Segundo a versão oficial, JK, que tentava articular a volta da democracia ao País, morreu em um acidente com um Opala na estrada.
A íntegra.

Os elogios de Bill Clinton a Dilma e Lula

Do Brasil 247.  
Clinton critica Obama e elogia Dilma e Lula
Ex-presidente americano diz que não se deve espionar "um aliado" e rasga elogios aos programas de acesso ao ensino universitário "dos governos Lula e Rousseff"; no Rio para um encontro de sua ONG, Bill Clinton comparou o modo como a presidente do Brasil e o presidente da Síria reagiram a manifestações populares nas ruas; "O presidente Bashar al-Assad enviou o exército e, de repente, tinha uma guerra civil com a qual lidar. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse 'vocês têm razão, vamos tentar descobrir como resolver os problemas'", disse o democrata.
A íntegra.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Atlético PR X Vasco e a violência nos estádios

No jogo entre Atlético PR e Vasco em Joinvile não havia PM dentro do estádio. O policiamento ficou a cargo de segurança privada, contratada pelo Atlético PR, mandante do jogo. Muitas vozes nas emissoras de televisão que transmitiram ou cobriram o jogo condenaram a segurança privada e clamaram pela presença da PM no estádio. A briga interrompeu a partida por mais de uma hora e quatro feridos foram levados para um hospital local, um deles em helicóptero.

Os fatos são graves, mas é preciso vê-los com clareza. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A primeira coisa a dizer é que também os narradores e comentaristas de futebol devem se preparar para falar ao vivo, pois são responsáveis por influenciar a opinião de milhões de pessoas que os ouvem e veem.

Bradar contra policiamento privado dentro dos estádios é uma bobagem grave, por vários motivos. Em primeiro lugar, porque a questão não é a presença da PM, mas um policiamento que dê segurança e a PM não é garantia disso. O que vemos com frequência é a PM igualmente despreparada para lidar com policiamento em estádios. Além disso, sendo a força armada que é, ela comete covardias e se torna ela mesma fator de violência, como vimos inúmeras vezes dentro de estádios e, fora deles, nos protestos de junho e na repressão a manifestantes e jornalistas, durante a Copa das Confederações.

A PM não é solução. Ela é uma polícia organizada pela ditadura para atuar na repressão popular e continua a mesma, depois de 28 anos de democracia. Ela precisa ser substituída por uma polícia da democracia preparada para atuar na segurança pública, e não na repressão; para evitar e conter a violência e não praticá-la ou estimulá-la. Não cabe à força policial pública, preparada para atuar na democracia, fazer policiamento de eventos privados, como um jogo de futebol. A lei municipal de Joinvile está correta e não deve ser atacada neste momento. A questão aí é outra.

É óbvio que um evento privado que reúne multidão, seja ele qual for, precisa ter segurança. Não para conter brigas de torcidas – este é outro assunto. Precisa ter segurança porque qualquer grande aglomeração envolve riscos de brigas, de conflitos generalizados, de correria, de pisoteamento, de acidentes, de sinistros. É preciso que esteja presente um corpo de segurança para lidar com multidões, que saiba o que fazer para prevenir e remediar possíveis problemas.

Defender que a presença da PM armada é a solução para o problema é julgar que brigas entre torcedores fazem parte do futebol. Não é verdade. Estádio não é local de brigas como esta, é um local onde os torcedores vão para se divertir, como se vai a um show, ao cinema, ao teatro. As torcidas organizadas e as brigas que elas promovem são um fenômeno social relativamente recente. O futebol no Brasil mobilizou milhões de torcedores apaixonados durante décadas sem que brigas como a de hoje acontecessem.

O que dá segurança a um estádio, assim como a um show, a um teatro ou cinema, não é a polícia, muito menos a PM, que não é preparada para tais situações, como a experiência demonstra. O que dá segurança a um jogo de futebol é um plano de segurança, um esquema de segurança, a existência de condições de segurança, que vão muito além de policiamento. Precisamos de estádios seguros e não simplesmente de polícia nos estádios.

É preciso lembrar que a transferência do jogo entre um time do Paraná e outro do Rio de Janeiro para uma cidade de Santa Catarina já ocorreu como punição. Que tipo de punição é essa que possibilita um conflito ainda mais grave? Os organizadores do futebol brasileiro não cuidam da segurança como devem, este é o fato. Os jogos de futebol e os campeonatos brasileiros não contam com um plano de segurança, que, como já disse, vai muito além de policiamento.

Joinvile é um município senão pequeno bem menor do que o Rio e Curitiba, provavelmente não tem histórico de brigas entre torcidas que levasse a cidade a se preparar para uma confusão como a de hoje; seu contingente policial certamente não é o de uma grande metrópole e nem é razoável que seja destacado para impedir conflitos entre criminosos que vêm de outros estados. Joinvile não tem nenhuma responsabilidade sobre o que aconteceu, ao contrário, só teve prejuízos, ao se ver diante de uma violência importada. É leviano bradar contra a lei e as autoridades catarinenses por conta de um acontecimento que não foi provocado pela população local e sobre a qual não têm responsabilidade.

O Atlético PR sim tem responsabilidade sobre o que aconteceu. Ao alugar o estádio, assinou um contrato que previa que a segurança ficaria sob sua responsabilidade; poderia até contratar a PM, mas teria de pagar por isso, e não há nada de errado nisso, que obedece lei estadual. O Atlético PR optou por contratar segurança privada, o que também não tem nada de errado – aparentemente fez isso para gastar menos e lucrar mais. O fato é que quando a briga começou não havia policiamento nenhum nas arquibancadas, a segurança privada demorou a aparecer, foi insuficiente e incompetente.

O ponto principal desta questão é que a briga que fez quatro vítimas graves, assim como outras, que já provocaram mortes, não é um acontecimento acidental num evento de multidão. Não é uma simples briga entre torcedores de dois times, motivada pela rivalidade, pela hostilidade, pela paixão que extrapola limites. Trata-se de uma briga entre gangues, um conflito premeditado, um ato criminoso cometido por gente que vai ao campo não para torcer, mas para brigar, ferir, matar; gente que viaja de um estado a outro, de um país a outro até, para isso. E é assim que precisa ser tratada.

A iminência de uma Copa do Mundo no Brasil exige que a questão da segurança nos estádios e especialmente a violência das chamadas torcidas organizadas sejam enfrentadas e o governo federal, que tanto empenho teve em trazer o torneio para o País, precisa tomar a iniciativa de ação. É menos uma questão de descobrir grandes soluções do que de agir.

A famigerada lei da copa, famosa por suas aberrações, deveria prever o combate à violência nos estádios. Se não o fez, é hora do governo federal fazê-lo. Possivelmente, não depende de nova lei para isso, basta criar um grupo de especial na Polícia Federal encarregado de investigar o crime organizado promovido por essas gangues: identificar seus integrantes nas principais cidades onde atuam e os cartolas que os sustentam, processá-los e puni-los. Certamente a legislação brasileira será suficiente para isso, mas se não for, que se aprove lei tipificando esse crime.

Está é também uma boa oportunidade para que o jornalismo esportivo reflita sobre suas responsabilidades e se prepare adequadamente para elas.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Um novo direito civil: a renda mínima

O movimento que defende uma renda mínima para cada cidadão foi lançado na Suíça. Lá, seria de R$ 6,3 mil! Parece loucura, mas negro andar no mesmo ônibus de branco, nos EUA, também já foi, e mulher votar, igualmente. Se forem feitas contas para ver qual é a renda da minoria de ricos, a renda mínima para todos pareceria brincadeira. O mundo produz muita riqueza, mas poucos, pouquíssimos se apropriam dela. O fato é que numa civilização que vai ao espaço -- e gasta bilhões nisso -- todos devem ter direito de comer, morar, vestir, se locomover, ter saúde e educação gratuitamente.

Do The New York Times, via O Estado de S.Paulo, em 15/11/13.
Suíça pode criar renda mínima de R$ 6,3 mil
Programas assistenciais do tipo Bolsa Família são cada vez mais debatidos em todo o mundo
Annie Lowrey

Há pouco tempo, um caminhão despejou 8 milhões de moedas diante do Parlamento suíço em Berna, uma para cada cidadão suíço. Foi um truque publicitário dos defensores de um programa audacioso que pode se tornar realidade num minúsculo país rico.
Junto com as moedas, os militantes apresentaram 126 mil assinaturas -- suficiente para exigir um referendo público, desta vez sobre a oferta de uma renda mensal para cada cidadão, sem nenhuma obrigação da sua parte.
Mensalmente cada cidadão receberia um cheque de 2.500 francos suíços do governo -- o equivalente a R$ 6.348,25. Seja rico ou pobre, trabalhe duro ou esteja ocioso, seja idoso ou jovem. A pobreza desapareceria. Os economistas, não é preciso dizer, estão muito divididos quanto ao que surgiria em seu lugar e se um programa de renda básica seria atraente para outros países menos socialistas também.
A proposta, em parte, foi criação do artista nascido na Alemanha Enno Schmidt, líder do movimento. Para Schmidt, uma renda básica traria dignidade e segurança aos pobres, especialmente os desempregados e subempregados da Europa. E também ajudaria a desenvolver a criatividade e o empreendedorismo: os trabalhadores suíços se sentiriam com mais poder para trabalhar como desejarem, e não do modo que precisam para sobreviver.
Ele foi ainda mais longe, comparando o projeto a um movimento de direitos civis, como foi a luta pelo sufrágio feminino ou o fim da escravidão. Os programas de renda básica estão tendo algum impulso atualmente, embora a ideia não seja nova. Mas a popularidade renascida informa alguma coisa sobre a situação em que se encontram as economias mais ricas.
A íntegra.

Frases de Nelson Mandela

Do Diário do Centro do Mundo. 
Uma seleção de frases de Mandela que a mídia americana jamais publicará
O saite BuzzFeed selecionou frases de Mandela que a mídia americana não vai publicar jamais.

Sobre os EUA: "Se há um país que cometeu atrocidades indescritíveis no mundo são os Estados Unidos. Eles não se preocupam com os seres humanos."

Sobre Israel: "Israel deve se retirar de todos os territórios que tomou dos árabes em 1967."

Sobre a guerra dos EUA com Iraque: "Tudo o que ele (Bush) quer é o petróleo iraquiano."

Sobre Fidel Castro e a Revolução Cubana: "Desde seus primeiros dias a revolução cubana tem sido uma fonte de inspiração para todos aqueles que valorizam a liberdade. Admiro os sacrifícios do povo cubano na manutenção da sua independência e soberania em face da campanha odiosa orquestrada pelos imperialistas. Viva a Revolução! Viva o camarada Fidel Castro!”
A íntegra.

Vídeo do dia: deputada Manuela d'Ávila desmascara líder machista do PSDB

A era dos festivais

Foto do belo artigo de Celso Lungaretti, via GGN. Está (quase) todo mundo aí.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

CUT quer CPI sobre o helicoca dos Perrellas

Do Portal Minas Livre.
CUT Minas e sindicatos pedem CPI do Helicóptero
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT MG) e mais 15 sindicatos lançaram e apresentaram à imprensa, nesta quinta-feira (5/12/13), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, um manifesto que cobra dos deputados estaduais a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do helicóptero. Uma barraca foi instalada na Praça Sete, Região Central de Belo Horizonte, para coletar em torno de 100 mil assinaturas em um abaixo-assinado que pede que a Assembleia Legislativa esclareça para o público como um funcionário contratado pela casa se envolveu com o tráfico de drogas e por que se permitiu o uso de verba pública para abastecer o helicóptero da empresa do deputado Gustavo Perrella prestar um serviço particular. A aeronave, apreendida pela Polícia Federal no Espírito Santo, transportava quase meia tonelada de cocaína.
"Queremos cobrar uma postura da Assembleia, uma resposta mais objetiva e transparente. Houve uma sucessão de escândalos e nada aconteceu nesta casa. Quanto ao manifesto, vamos buscar o apoio de mais sindicatos, movimentos sociais, entidades como a OAB", afirma a presidenta da CUT MG e coordenadora-geral do Sind-UTE MG, Beatriz Cerqueira. Ela afirma que o piloto responsável pelo transporte da droga foi demitido, mas não foi ouvido pelos deputados. "Um deputado é proprietário de um veículo em que foram apreendidos quase meia tonelada de cocaína e usou verba pública em frete particular. A empresa é a mesma envolvida na fraude da merenda escolar. Houve malversação de dinheiro público e uma CPI faria uma apuração rigorosa", completa.
A íntegra.

Uma concessão dos Marinhos dá em um mês o que Dirceu ganharia em cem anos

Faço minhas as palavras do Paulo Nogueira.
Duas coisas me espantam no julgamento do "mensalão": o antijornalismo da "grande" imprensa e a ignorância de quem acredita nela.
Toda essa história fez dois grandes males: um aos condenados injustamente, outro a todos os brasileiros.
O "mensalão" é um fato marginal na história brasileira, de importância relativa. O que realmente tem importância é a ascensão do PT ao poder e esses onze anos de governo, que deverão se tornar pelo menos dezesseis, e infelizmente pouco conhecemos e pensamos sobre isso, porque todos os esforços, inclusive das cabeças pensantes (com algumas exceções), estão concentrados no ataque e na defesa desse episódio marginal.

Do Diário do Centro do Mundo.
Dirceu teria que trabalhar 100 anos para levantar o que um Marinho tira num mês com uma concessão pública

Paulo Nogueira

O que me pergunto é o seguinte: a mídia não percebe que a perseguição assassina movida a Dirceu e a Genoino tem efeito oposto ao desejado?
É um comportamento tão abjeto, tão descarado que gera imensa onda de solidariedade aos dois e, por extensão, ao PT.
Não há um barão da mídia, um colunista que pare para refletir sobre uma estratégia que se provou fracassada?
Vai chegar 2014 e o resultado vai ser o óbvio: o sentimento de injustiça será um forte componente na mais que provável eleição de Dilma para um segundo mandato.
Quer o poder? A batalha é dura: é nas urnas. É convencendo milhões de brasileiros de que você tem um plano honesto para melhorar a vida deles. Dos desvalidos, sobretudo.
No grito, no golpe, já tivemos 1954 e 1964. Sempre a mesma falácia da "corrupção", do "mar de lama".
Ora, esse truque já ficou velho. Tirada uma classe média reacionária, preconceituosa e hidrófoba – a única classe de pessoas que acreditam na mídia – ninguém mais entra nessa ladainha.
A íntegra.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A comunicação do prefeito Haddad

O assunto é paulistano, mas também é belo-horizontino, brasileiro, mundial. Pertinente.
Se a "grande" imprensa (Globo, Veja, Folha etc.) tivesse ainda a importância que teve e que os governantes do PT consideram que tem -- tanto que continuam despejando nela fabulosas verbas publicitárias e continuam falando para ela, como se assim seu discurso chegasse ao povo --, eles não estariam mais no poder, pois tudo que a meia dúzia de famílias controlam a comunicação no Brasil quer é derrubar Dilma, matar Lula, prender Dirceu -- não necessariamente nesta ordem.
Haddad, por sua idade e pelo cargo que ocupa, tem a oportunidade de liderar a renovação petista. Um dos caminhos para isso é revolucionar a comunicação, usando a internet e seus novos veículos.

Do blog Viomundo.
As críticas à política de comunicação do prefeito Haddad
Preso no mundo da hierarquia informativa
por Luiz Carlos Azenha

- Quais seriam os problemas com a comunicação?
- Não está sendo feita de forma adequada. A gestão Haddad não pode se fiar apenas nos meios tradicionais de comunicação achando que eles vão divulgar as políticas corretas da prefeitura. Muito pelo contrário. Eu vejo meios de comunicação que têm bastante penetração na sociedade paulistana e que eles sistematicamente criticam a prefeitura, mesmo nas questões em que ela está correta.
O que eu recomendaria ao Haddad, e tenho o poder de recomendar, é que ele troque essa equipe de comunicação. Porque essa equipe de comunicação foi desastrosa. Se eu tiver que dar uma nota ruim para a gestão Haddad eu daria justamente na comunicação. Sem comunicação você não vence a batalha política, sem comunicação você não vence inclusive a batalha administrativa. Hoje, se comunicar bem e interagir bem com a sociedade é um elemento de uma boa administração.
Falta ao governo municipal criar uma política própria de comunicação. E de diálogo com a sociedade. Não adianta você implementar uma política correta se você não dialoga com a sociedade. O governo Haddad está falhando em fazer uma verdadeira revolução no que tange a comunicação da prefeitura. Principalmente em um momento histórico como esse, em que existe uma crise de legitimidade dos políticos de modo geral. Falta à prefeitura uma política própria de comunicação, uma política aguerrida, arrojada, moderna, que leve em conta principalmente as redes sociais.

O trecho acima é de uma entrevista do sociólogo Aldo Fornazieri, que colaborou com o programa de governo de Fernando Haddad em 2012, à Rede Brasil Atual, reproduzida no GGN.
O problema a que ele se refere não é apenas de um governo, partido ou político brasileiro. É, acima de tudo, geracional.
Em maio de 68 tivemos uma explosão estudantil que pegou os mais velhos de surpresa. Uma revolta movida por ideias que haviam passado a circular através do embrião de um mercado fonográfico globalizado e do impacto de novas tecnologias de informação que pela primeira vez conectavam o planeta, como a televisão.
O século 21 é o da informação instantânea, multidirecionada, horizontal. Aos poucos, as hierarquias que herdamos da sociedade industrial estão ruindo, assim como as jornadas de trabalho com horário fixo. A comunicação assim o permite.
A íntegra.

Brasileiro não confia na polícia

É o que revela pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça. O repórter não achou o lide e o editor também não achou o título. O título acima é o correto e o lide é o que está em negrito na matéria.
Embora seja a primeira pesquisa do gênero, ela só confirma o que todos sabemos. Uma das discussões mais recorrentes em 2013 foi exatamente o da reforma das polícias, com a extinção da PM -- que ainda é a polícia da ditadura, preparada para enfrentar um inexistente inimigo interno (o povo) -- e a criação de uma nova polícia da democracia -- preparada para garantir a segurança (ao povo).

Da Agência Brasil
Pesquisa mostra que brasileiro procura pouco a polícia
Thais Araujo

Brasília - Dois em cada dez brasileiros que moram em cidades com mais de 15 mil habitantes e foram vítimas de crimes e ofensas como agressões, discriminação e furtos, nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa, procuraram a polícia para registrar a ocorrência.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada hoje (5/12/13) pelo Ministério da Justiça, as mais baixas taxas de notificação são registradas no Nordeste (15,8%), especialmente na Paraíba (11%), Bahia (13,7%), no Rio Grande do Norte (14,2%) e em Pernambuco (14,6%). Entre as capitais, João Pessoa (PB) tem a taxa mais baixa (8,5), seguida por Salvador (12,2%) e Natal (15,1%).
Para a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, essa realidade está associada a dois fatores: oferta insuficiente de serviços de segurança pública e falta de confiança na polícia. De acordo com o levantamento, aproximadamente 80% dos entrevistados disseram confiar pouco ou não confiar nas polícias Militar e Civil. Segundo o estudo, 18% confiam muito na Polícia Militar e 16,6% na Civil.
Para elevar o grau de confiança da população nas polícias, a secretária defendeu melhorias na formação dos profissionais para "atender às necessidades do dia a dia da sociedade".
"[É preciso] que a polícia entenda que sua função é a defesa da sociedade e não do Estado. A independência política é fundamental. Além disso, é necessário fazer com que o fluxo do sistema de segurança e de Justiça se comuniquem, e que a fiscalização das políticas seja muito mais atuante, fortalecendo corregedorias e ouvidorias", disse.
A Pesquisa Nacional de Vitimização foi feita pela primeira vez no Brasil pelo Ministério da Justiça, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a UFMG. Ao todo, foram entrevistadas 78 mil pessoas, em 346 municípios, nos períodos de junho de 2010 a maio de 2011 e de junho de 2012 a outubro de 2012.
A íntegra.