terça-feira, 30 de abril de 2013

Paulo Vanzolini, 1924-2013

Cientista e sambista, figura ímpar da cultura brasileira. Ronda é antológica, Volta por cima é ótima. Praça Clóvis é minha preferida.

Da revista Ciência Hoje.
Adeus à ciência e ao samba
A ciência brasileira acaba de perder uma de suas grandes referências: o zoólogo Paulo Emílio Vanzolini morreu na noite de domingo, em São Paulo, aos 89 anos, de complicações decorrentes de uma pneumonia.
Reconhecido em todo o mundo, por seus estudos sobre répteis e pela adaptação da ‘teoria dos refúgios’ para explicar a imensa biodiversidade da América do Sul, o cientista era famoso também em outro campo: como compositor de músicas, algumas bem conhecidas, como Ronda e Volta por cima.
Embora não considerasse essa faceta musical "uma coisa séria", compôs mais de 50 canções, várias gravadas por grandes cantores.
Entre suas inúmeras contribuições à ciência estão a descoberta de novas espécies de répteis, importantes estudos sobre a biologia e a ecologia desses animais e a teoria dos refúgios.
A íntegra.

A democracia relativa nos EUA

Quando a eleição é apertada nos EUA, o resultado é respeitado, como aconteceu com Kennedy e com Bush, mas quando a eleição é apertada na Venezuela, e o resultado é pró-chavismo, é questionada. Blogueira de oposição ao governo cubano pode entrar nos EUA, blogueira da situação, não.

Do Pragmatismo Político.  
Jornalista cubana é impedida de entrar nos EUA
Ao contrário de Yoani Sánchez, a blogueira cubana que é livre para viajar o mundo e visitar uma diversidade de países, Elaine Díaz Rodríguez, blogueira, jornalista e professora foi impedida de entrar nos EUA para um dos maiores eventos de Ciências Sociais do mundo.
Elaine teve seu trabalho aprovado pela Associação de Estudos Latino-Americanos, organizadora do evento, que também deu a ela uma bolsa para a viagem. Mesmo assim, o governo dos EUA não concedeu o visto a Elaine. Agora, a jornalista e professora se pergunta quem cerceia a liberdade, Cuba ou os EUA? Por que Yoani Sánchez pode ir aos EUA, mas Elaine não? "Não tive nenhum problema com Cuba para sair, nunca", disse ela ao Jornalismo B. E completou: "É humilhante que neguem vistos a acadêmicos enquanto recebem de braços abertos a Yoani (Sánchez)".
A íntegra.

Havelange e Teixeira: com quem o PT foi se meter

Ao decidir chegar ao poder e ser o partido do capital (nenhum partido pode governar no capitalismo sem ser o partido do capital) para realizar pelo menos alguns dos seus projetos sociais (e é inegável que é melhor do que qualquer governo anterior desde 1964), o PT se meteu gente, digamos, pouco honesta, entre eles os dirigentes da Fifa e da CBF. A copa de 2014 está escrevendo as piores páginas dos governos do PT. (Antes que tucanos e outros falsos democratas e moralistas se manifestem, é preciso dizer que fazem o mesmo ou pior -- basta ver o caso do Mineirão --. E olham com olhos de inveja para o "sucesso" de Lula e Dilma.)

Do Blog da Kika Castro.
A Fifa varre -- mas não pune -- suas vergonhas  
por José de Souza Castro
Segunda maior organização internacional em número de associados, mais que a ONU e o Comitê Olímpico, a Fédération Internationale de Football Association (Fifa) deixou de ter como presidente de honra o brasileiro João Havelange. Ele renunciou ao cargo há 12 dias, mas a decisão só foi revelada hoje ao mundo, com a divulgação do relatório do Comitê de Ética da Fifa.
O relatório afirma que Havelange agiu com uma "conduta moralmente e eticamente reprovável". Mas enfatiza que aceitar propina não era considerado um crime na Suíça na época do ocorrido. Cita também o ex-genro de Havelange e seu sucessor na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que renunciou em 2012 a esse cargo e ao Comitê Executivo da Fifa, depois que a entidade começou a apurar as denúncias de suborno pago pela empresa de marketing esportivo ISL, entre 1992 e 2000, totalizando US$ 22 milhões, para ganhar os direitos de transmissão de várias Copas do Mundo.
Não há qualquer punição prevista para os dois brasileiros. A suíça ISL teve sua falência decretada em 2001. Na década anterior, a empresa ficou mundialmente conhecida por sua parceria com a Fifa, que era presidida por Havelange desde 1974, até ser substituído em junho de 1998 por Joseph Blatter, um economista suíço. O Código de Conduta da entidade só foi criado em 2004. Recentemente, documento divulgado pela Justiça da Suíça sugeriu que Blatter, que tinha cargos na diretoria da Fifa desde 1975, sabia sobre um pagamento de 1 milhão de francos suíços a Havelange em 1997.
O relatório assinado pelo presidente do Comitê de Ética da Fifa, o juiz alemão Hans-Joachim Eckert, livra Blatter, ao afirmar que não há elementos que indiquem que ele foi responsável ou esteve ligado aos pagamentos feitos aos dois brasileiros e ao paraguaio Nicolás Leoz. Este deixou na semana passada a presidência da Confederação Sul-Americana de Futebol e renunciou a seu cargo no Comitê Executivo da Fifa. O paraguaio é acusado de receber suborno de US$ 700 mil.
A íntegra.

Do Viomundo.
Havelange e Teixeira: livres, leves e soltos  
por Luiz Carlos Azenha 
João Havelange renunciou ao "cargo" de presidente de honra da Fifa. Ficou livre de qualquer acusação formal por parte da comissão de ética da entidade. FIFA e ética não deveriam frequentar a mesma frase.
A impunidade vale também para o ex-genro de Havelange, Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo de presidente da CBF e hoje vive nos Estados Unidos.
O que "quebrou" Teixeira foi a separação da filha de Havelange, Lúcia, que foi à Justiça e congelou todos os negócios do ex-marido. Inclusive a sociedade dele com a Sanud, empresa através da qual a RLJ Participações Ltda -- R de Ricardo, L de Lúcia e J de João -- recebia as propinas pagas pela empresa de marketing ISL no principado de Liechtenstein.
O objetivo óbvio do relatório foi livrar o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, de qualquer acusação formal, permitindo que ele presida os próximos eventos da entidade como se nada tivesse acontecido.
O documento da Fifa confirma que os cartolas brasileiros devolveram 2,5 milhões de francos suiços da propina (cerca de R$ 5,3 milhões de reais). Como o total que receberam chega perto, em valores de hoje, dos R$ 20 milhões de reais, Havelange e Teixeira sairam no lucro: livres, leves, soltos e ricos.
Modéstia à parte, fomos os primeiros a divulgar no Brasil a lista das propinas, em junho de 2011:
A íntegra.

O financiamento do BNDES para a pequena imprensa

A importância do grande capital para a economia brasileira é que ele tem muito dinheiro para investir, certo? Errado. Toda grande empresa, nacional ou estrangeira, que investe no Brasil usa dinheiro do BNDES. O mínimo de justiça que o banco -- que empresta dinheiro público subsidiado -- pode fazer é emprestar igualmente para os pequenos. Quando os grandes chiam -- os ditos empreendedores, adeptos da livre iniciativa, neoliberais, enfim --, é porque querem que o dinheiro do Estado seja todo para eles, exclusivamente para eles.

Da Rede Democrática.
BNDES financiará a democratização midiática
Por Cesar Fonseca 
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, comanda o início de uma grande revolução no Brasil, abrindo o debate sobre a democratização midiática nacional, a partir do dia 7 de maio, terça feira, 14 horas, no Congresso Nacional. O tema central é o financiamento pelo BNDES para as mídias comunitárias.
O grande banco estatal brasileiro, que até hoje assistiu apenas os grandes grupos midiáticos, que atuam, como oligopólios, alienando o povo, agora, sob orientação da presidenta Dilma Rousseff, abre as portas para os pequenos.
Com certeza, o oligopólio midiático brasileiro, formado por meia dúzia de plutocratas, vai chiar brabo.
A democratização midiática começará a ser alavancada pelo poder dilmista por meio de financiamento do BNDES às "micro e pequenas empresas de comunicação nas diversas plataformas". Abre-se um mundo de novas oportunidades que balançará e renovará a cultura nacional. Isso significa que os empresários de pequeno porte, bem como associações comunitárias, terão oportunidade de explorar o setor de comunicação no Brasil, levando informações variadas, sintonizadas com os interesses da comunidade, a mais prejudicada pelo massacre midiático oligopolizado, que vende à população o pensamento único neoliberal, tanto no plano da política, como da economia e, também, da cultura.
O país está, praticamente, estagnado em termos culturais, sem movimento de renovação. A oligopolização midiática, sintonizada com o pensamento único neoliberal, não interessa por essa questão fundamental para formação da nacionalidade soberana. Ela está, unicamente, interessada em servir aos seus verdadeiros patrões, os grandes bancos, cuja missão tem sido, apenas, a de especular financeiramente com a moeda nacional, empobrecendo o povo, no processo de desorganização e fragilização da economia, sustentando, consequentemente, a colonização cultural.
Os grandes financistas, cujo discurso básico é o de atacar a orientação nacionalista imprimida pela presidenta Dilma à economia, odiarão, certamente, mais essa ação do BNDES. Participantes dos conselhos de administração dos principais veículos de comunicação do país, porque os financiam e, dessa forma, orientam sua linha editorial, voltada ao antinacionalismo, os representantes da bancocracia rearmarão suas baterias para os novos ataques.
A íntegra.

O agronegócio e a inflação

O que a "grande" imprensa não diz.

Da Página do MST.
Inflação dos alimentos está ligada à hegemonia do agronegócio, afirmam especialistas
Por José Coutinho Júnior
"Olha o meu cordão! Tomates! Estou usando ouro", disse a apresentadora Ana Maria Braga, do programa Mais Você, da Rede Globo, no dia 10 de abril. Ela proferiu essa frase e fez o programa inteiro usando um colar feito de tomates, em "protesto" ao aumento do preço.
Diversas piadas em relação ao preço alto do tomate se espalharam pela internet nas últimas semanas. Muito se discutiu na imprensa sobre a alta do preço, alardeando o crescimento da inflação provocado pela alta dos alimentos e que o aumento na taxa de juros seria a medida principal no controle da inflação.
Para o economista Guilherme Delgado, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o aumento dos juros para controlar a inflação tem custos econômicos e sociais.
O uso político da alta do tomate para forçar o aumento de juros se torna mais evidente ao analisar a queda brusca do preço do fruto. A inflação do tomate em março foi de 122,13%, sendo que no meio de abril o preço já havia caído mais de 75%. Além disso, a farinha de trigo teve um aumento de preço maior que o tomate (151,39%) por conta da seca no nordeste, e não recebeu tanta atenção dos analistas e da mídia quanto o tomate.
"O tomate é um produto de cultivo cíclico de 90 dias. Se está faltando no mercado é porque os agricultores estão plantando. O preço que estava muito alto começa a diminuir quando o plantio novo chega. A produção do tomate não é relevante para explicar a pressão inflacionária, porque senão temos um discurso puramente sazonal. Todas as economias do mundo, em todas as épocas, tem problemas sazonais. E isso não é causa de inflação", afirma Delgado.
Gerson Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), concorda. "Existe sim um problema de pressão dos preços dos alimentos, mas o tomate foi usado como um vilão para pressionar o governo a aumentar a Selic. O impacto do preço do tomate na taxa de inflação é mínimo, em torno de 0.2%."
Os especialistas avaliam que a alta inflacionária dos alimentos se deve, em grande parte, à política agrícola adotada pelo governo brasileiro, que prioriza as exportações do agronegócio em vez do abastecimento interno.
A íntegra.

A maquiagem da Pampulha para a copa

A lagoa, que na verdade é um esgoto a céu aberto, fica mais fedorenta justamente na época da copa -- ó azar! O que os gringos civilizados ricos vão pensar de nós?!

Do Projeto Manuelzão.
Para inglês ver 
Prefeitura de Belo Horizonte pretende "maquiar" Lagoa da Pampulha para a Copa do Mundo
No dia 18 de abril, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional visitaram a Lagoa da Pampulha para avaliar se o complexo paisagístico pode ser alçado a Patrimônio Cultural da Humanidade. Alguns problemas, porém, precisam ser solucionados para que a área seja reconhecida como patrimônio. De acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas, a Lagoa nunca teve índices de poluição tão ruins. Além disso, problemas estruturais, falta de restauração e a descaracterização de edificações e jardins também podem dificultar o processo. Entretanto, durante a Copa do Mundo, esses problemas estarão resolvidos. Pelo menos aparentemente.
A Prefeitura de Belo Horizonte planeja fazer uma "maquiagem" para limpar o espelho d’água, contratando uma empresa para oxigenar a Lagoa. Esse processo, a ser realizado meses antes do início da Copa, garantiria que as águas ficassem limpas visualmente e inodoras. Mas, para que isso aconteça, a Copasa precisa cumprir o cronograma de retirar todo o esgoto despejado na Pampulha até o final de 2013.
A íntegra.

Marina em campanha

Existe um espaço vazio na esquerda brasileira, desde que o PT se tornou governo e guinou para o centro. No entanto, só aparecem candidatos ainda mais à direita. Marina tinha uma bandeira ambientalista a empunhar, bandeira que põe em xeque o capitalismo, porque o sistema é incapaz de conter a destruição do planeta. No entanto, na sua cegueira política, prefere disputar espaço na direita congestionada.

Do Diário do Centro do Mundo.
A autodestruição de Marina 
Paulo Nogueira
Ao associar seu nome ao de figuras como Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, ela dá adeus ao eleitorado progressista que poderia ver nela uma opção em 2014.
Marina está abatendo a si própria antes de sequer levantar vôo.
Dois passos recentes foram particularmente desastrosos para quem tem, ou tinha, a ambição de fisgar um eleitorado de esquerda e centro-esquerda insatisfeito com o PT.
O primeiro foi um vídeo, divulgado ontem, no qual ela associa seu nome ao de Gilmar Mendes, uma das figuras mais rejeitadas do país.
No vídeo, ela agradece a Gilmar por ter evitado dificuldades para a criação da Rede, o partido com o qual ela pretende disputar a presidência em 2014 – desde que sejam alcançadas as 555.000 assinaturas requeridas.
Bater palmas para Gilmar, amplamente detestado pelo eleitorado progressista, é um erro colossal. Associar-se a ele é o equivalente, em termos eleitorais, a associar-se a José Serra.
O segundo passo foi tão autodestrutivo quanto o primeiro. Marina marcou um encontro com Joaquim Barbosa, também ele um anátema para os progressistas.
A íntegra.

Campanha popular para democratizar a comunicação no Brasil

Passados 25 anos da Constituição, seus capítulos mais importantes continuam letra morta, porque não foram regulamentados. É o caso da comunicação.A obra da ditadura militar permanece viva em vários aspectos. Temos ainda o sistema policial da ditadura, que herdou a repressão que durante mais de duas décadas foi feita pelo Exército; temos uma justiça de marajás que não funciona; temos parlamentares que legislam para si e para os ricos que pagam suas campanhas eleitorais; temos até um futebol dirigido pelo esquema corrupto e autoritário da CBF, cujo presidente é um antigo pupilo da ditadura. E temos o esquema monopolista da comunicação, controlada por meia dúzia de empresas -- das quais a Globo é a maior de todas -- em conluio com políticos e igrejas que receberam concessões.
A democracia formalizada em 1988 só existe na Constituição. O cidadão comum continua sendo manipulado pela imprensa, apanhando da polícia e sem ter acesso à justiça.

Do blog da campanha.
Projeto de Lei de Iniciativa Popular chegará às ruas em 1º de maio
O Projeto de Lei de Iniciativa Popular para a democratização das comunicações no Brasil deve chegar às ruas no dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador.
A decisão foi tomada pela plenária da campanha "Para Expressar a Liberdade", que reuniu representantes de mais de 30 entidades da sociedade civil em São Paulo, na última sexta-feira, 19/4/13, para debater e aprovar o documento -- considerado pelos presentes como o principal instrumento de luta da sociedade para a democratização das comunicações no país.
O documento trata da regulamentação das Comunicações Eletrônicas no país, rádio e televisão, setor atualmente regido pelo Código Brasileiro das Telecomunicações, e a regulamentação dos artigos de comunicação da Constituição Brasileira, como os que tratam da defesa de conteúdo nacional, diversidade regional e a produção independente.
Os apontamentos e análises realizados pelas entidades durante a plenária serão consolidados pelo Grupo de Trabalho de Formulação da campanha em novo documento, que seguirá para ampla divulgação junto à população e a coleta de assinaturas. Para ingressar no Congresso Nacional como vontade da população, deve recolher no mínimo 1,3 milhão de assinaturas.
O radialista João Brant, que participou do GT de Formulação e integra a coordenação executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), destacou que o documento garante princípios importantes para promover a dispersão da propriedade dos meios de comunicação: "Ele garante a ampla diversidade e pluralismo e a não concentração, fortalece o sistema público comunitário e traz um conjunto de ações de enfrentamento ao monopólio que não é só pela questão da propriedade, mas também pelo acesso à produção pela produção independente, do acesso pela produção regional".
O projeto reitera a defesa da promoção e a garantia dos direitos de liberdade de expressão e opinião, do direito à comunicação, da diversidade e pluralidade de ideias. Para as entidades, um dos maiores resultados da mobilização será a conscientização da população sobre a importância da democratização das comunicações no país.
"A grande decisão da plenária foi a de colocar o bloco na rua com esse instrumento que possibilitará fazer o diálogo com a sociedade. Vamos às ruas, fazer o debate, fazer os seminários, vamos às esquinas, para os locais de trabalho, para as fábricas e recolher as assinaturas para transformar esse projeto em uma realidade", disse Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora geral do FNDC.
A íntegra.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A história da Folha

E a "ignorância" do ministro Mercadante, o Pimentel paulista. Ele ajuda a deturpar a História.

Do Diário do Centro do Mundo via Blog da Dilma.
A declaração de amor de Mercadante por "Seu Frias"
Mais que bajulação, o que ficou estampado foi a ignorância do ministro da Educação. 
Por Paulo Nogueira
Uma das frases de Sêneca que mais me agradam fala o seguinte: "Quando penso em certas coisas que disse, tenho inveja dos mudos".
Ela me ocorreu ao ter ciência da carta que o ministro Aloízio Mercadante escreveu para a Folha de S. Paulo.
Mercadante fez um desagravo da memória de Octávio Frias de Oliveira, falecido dono do jornal, depois que um delegado dos tempos da ditadura militar disse, na Comissão da Verdade, o que todos sabem, exceto talvez ele mesmo, Mercadante: que Frias colaborou ativamente com a repressão a "terroristas", "subversivos" e "assassinos".
Frias foi o chamado colaborador total. De um lado forneceu carros do jornal para a perseguição de "subversivos" pela Oban, Operação Bandeirante, um grupo particularmente selvagem dedicado a exterminar a resistência à ditadura.
De outro, usou sua empresa jornalística para publicar conteúdos pró-ditadura.
Meu pai, editorialista e com carreira na Folha estabelecida antes que Frias comprasse o jornal em 1961, se recusou a escrever um editorial no qual Frias mandou que fosse dito que não existiam presos políticos – todos eram criminosos comuns.
Frias, nos piores anos da ditadura, manteve um jornal, a Folha da Tarde, que era uma espécie de porta-voz da repressão. (Mercadante poderia conversar sobre isso com Frei Betto, que foi jornalista da FT antes de Frias transformá-la numa extensão da Oban.)
Num certo momento, com a abertura política, Frias, como empresário, enxergou uma boa oportunidade de negócio ao engajar a Folha na campanha das diretas e deixá-la mais arejada.
Era um movimento óbvio. O concorrente Estadão já estava morto editorialmente, então. E a Globo era, como a FT, porta-voz da ditadura na tevê.
O distanciamento oportunista da Folha em relação ao regime não impediria Frias de acatar servilmente uma ordem de um general para que afastasse o diretor Cláudio Abramo depois que o grande cronista Lourenço Diaféria escreveu, com toda razão, que os paulistanos mijavam na estátua do Duque de Caxias, no centro da cidade, perto da Folha.
Bastava passar por lá e sentir o cheiro.
Para Cláudio Abramo foi um desdobramento irônico e amargo do editorial que meu pai recusou e ele, Cláudio, escreveu, sabe-se lá a que custo emocional e mesmo físico, uma vez que era um homem de esquerda.
Frias pôs imediatamente no lugar de Cláudio um jornalista que ele mantinha por causa das relações deste com o regime: Bóris Casoy, egresso do Comando de Caça ao Comunista e antigo locutor de rádio. (Anos depois, na televisão, ao falar dos lixeiros, Bóris mostrou quão pouco mudou nestes anos todos.)
Assustado, medroso, Frias tratou também de tirar seu nome da primeira página do jornal, como responsável. Bóris passou a figurar como o responsável.
Apenas para situar, Bóris marcou uma ruptura na Folha. Até ali, os chefes de redação eram jornalistas completos: tinham feito grandes reportagens a partir das quais subiram até serem testados também como editores.
Boris simplesmente não sabia escrever. Ele estava no jornal, e num cargo elevado, por razões políticas, e não jornalísticas.
Isso gerou situações bizarras. Na morte de Samuel Wainer, cabia a Boris escrever um pequeno tributo na coluna "São Paulo". Bóris chamou meu pai para escrever por ele por não ter capacidade para realizar a tarefa.
Mercadante mostrou uma ignorância desumana ao desconhecer tudo isso na carta que mandou à Folha.
Se existe um atenuante para Mercadante, é que parece haver no DNA do PT uma espécie de submissão mental aos donos da mídia.
Essa patologia ajuda a entender por que o Brasil não avançou nada, em dez anos de PT, na questão crucial para a sociedade de discutir os limites da mídia, a exemplo do que a Inglaterra acaba de fazer.
O momento simbólico dessa submissão – que o grande Etienne de La Boétie chamava de “servidão voluntária” – é assinado por Lula, ao escrever na morte de Roberto Marinho que ali se ia um, pausa antecipada para rir, um grande brasileiro, merecedor de três dias de luto oficial.
A íntegra.

domingo, 28 de abril de 2013

Violência, destruição do planeta e barbárie

Nesses casos absurdos e revoltantes, é bom ler a palavra sempre sensata e sensível do Sakamoto.
Acrescento: vivemos a barbárie. Desde a eclosão da Primeiro Guerra Mundial, quando o mundo do capitalismo liberal com suas promessas ruiu, entramos na barbárie, da qual a destruição do planeta e a violência absurda nos dão testemunhos todos os dias. Indivíduos seguem o exemplo dos Estados: há barbarismos maiores do que as câmaras de gás do nazismo, as bombas atômicas jogadas no Japão, as bombas de napalm jogadas no Vietnã ou o que Israel e EUA fazem contra os palestinos?
Se a Terra, que é a nossa mãe, de nada vale, por que valeria uma vida humana? Se o Estado pode cometer todas as violências, por que não posso eu? Esta é a ideia que anda solta neste mundo guiado pelo individualismo e pelo imediatismo do capital.
Contra a barbárie, era preciso criar o socialismo, mas não fomos capazes e agora parece tarde. De qualquer forma, quem quer o fim do capitalismo? Não o PT, não o Partido Socialista francês. Nem os comunistas chineses, que escolheram a poluição do progresso. Muito menos os americanos, que vivem na "pátria da liberdade e democracia".
Como observa Sakamoto, há mais chance de sermos mortos -- nos EUA, na Noruega, na China ou no Brasil -- por um maluco do que de ganharmos na loteria, mas continuamos jogando na mega-sena e ignorando os malucos, achando que (a desgraça) não vai acontecer com a gente.

Do Blog do Sakamoto.
Crime no ABC: nesses momentos, decidimos que tipo de sociedade nós somos 
Por Leonardo Sakamoto
Alguns leitores têm me cobrado uma posição a respeito do ocorrido em São Bernardo do Campo (SP), na última quinta (25/4/13), quando uma dentista foi queimada viva em seu consultório após assaltantes roubarem seus cartões bancários, tentarem um saque e se vingarem ao perceberem que ela tinha apenas R$ 30. O responsável por atear fogo tem 17 anos.
Na minha opinião, foi uma tragédia, um crime bárbaro. E os envolvidos devem ser responsabilizados pelo que prevê a lei, seja com internação para quem tiver menos de 18 anos ou com prisão para quem tiver essa idade ou mais. Se constatado que a pessoa é incapaz e é um risco para a sociedade e para si mesma, que seja encaminhada a uma instituição especializada.
Calculei que já escrevi uns dez posts contra a redução da maioridade penal nestes sete anos de blog, então não vou entrar na mesma discussão de novo. Ó, se tiverem curiosidade, a busca tá aí do lado para ser usada. Nas últimas semanas, foram vários.
Reafirmo, contudo, que sim, 93% dos paulistanos (que são favoráveis à redução, pela pesquisa Datafolha) estão errados e, considerando que a lei dificilmente mudará, o melhor seria que todos ajudassem a buscar soluções que atuem nas causas do problema. Ou alguém acha que uma pessoa capaz de entender o valor da vida ou que teve sua vida respeitada pela sociedade botaria fogo em alguém? Há casos patológicos e aqueles que a patologia fomos nós, como coletividade, através de nossa inação e ausência.
Sobre os casos patológicos, vale uma consideração. Atos de insanidade são atos de insanidade. A nossa sociedade, concordemos ou não com isso, vai continuar produzindo situações que não fazem sentido. Há aqueles que não têm nada a perder porque nada tiveram. E os que podem perder muito mas, sinceramente, não se importam.
Temos dificuldade de concordar com isso porque acreditamos que, criando regras e impondo normas, somos capazes de zerar o risco. Podemos diminuí-lo, nunca controlá-lo. Fazemos isso e jogamos o imponderável para baixo do tapete porque, se pensarmos nele, nem levantamos da cama de manhã para ir trabalhar ou estudar.
Sim, nossa sociedade gera aberrações por vários motivos e por nenhum. Sim, existe a possibilidade – maior do que ganhar na MegaSena – de você morrer nas mãos de um maníaco na rua. Como o ultradireitista Anders Behring Breivik, que, em julho de 2011, matou 77 pessoas na Noruega – entre elas 69 que estavam em um acampamento para jovens. Ou Wellington Menezes de Oliveira que assassinou 12 jovens, que tinham entre 12 e 14 anos, no que ficou conhecido como o Massacre do Realengo, no Rio de Janeiro, em abril do mesmo ano. Ao final, suicidou-se. Ou como – respeitadas as devidas proporções – tantas pessoas que dirigem totalmente embriagadas e não se importam com o restante de sua comunidade.
A íntegra.

Pelo marco civil da internet já!

Campanha do Idec.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O americano infiltrado

Pelo governo americano (?) para tumultuar a política na Venezuela. Violência é o outro nome dos EUA.

Do Opera Mundi.
Venezuela prende norte-americano acusado de incitar violência pós-eleitoral 
Um norte-americano de 35 anos, identificado como Timothy Hallet Tracy, foi detido na Venezuela por suposto envolvimento em "planos desestabilizadores" do país. Segundo o ministro de Relações Interiores e da Venezuela, Miguel Rodríguez, o suspeito teria recebido financiamento de ONGs para que estudantes e jovens promovessem ações violentas no país.
A íntegra.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A dengue, a saúde pública e os governos Aécio, Anastasia, Lacerda e Dilma

R$ 800 milhões para reformar o Mineirão para a Fifa, R$ 170 milhões para combater a dengue que ameaça todos os brasileiros. Unidades de Pronto Atendimento eleitas no Orçamento Participativo não saíram do papel; prefeitura preferiu gastar em publicidade. Aécio desviou recursos para saúde e fraudou prestação de contas. Todos os hospitais, inclusive particulares, estão lotados. Uma das razões é a epidemia de dengue.

Do Portal Minas Livre.
A dengue escancarou que a saúde em Minas está doente
Por Joana Tavares
Entrevista com o médico da família Bruno Abreu Gomes, que explica o que poderia ter sido feito para evitar a epidemia de dengue em Belo Horizonte e Minas Gerais.

- A dengue é culpa de quem deixou água parada em casa, do descuido das famílias?
- Primeira coisa: vários países do mundo, inclusive países que também são quentes, têm um clima tropical, são úmidos, não viveram e não vivem uma epidemia de dengue como Minas Gerais e o Brasil têm vivido. Na América Latina, países como Bolívia e Venezuela têm número de pessoas com dengue em relação à população total, que no termo técnico chamamos de incidência de dengue, dez vezes menor que Minas Gerais. Por que isso acontece? Essa é uma evidência que desmascara a teoria da prefeitura que a culpa é das famílias.
Segundo, a Prefeitura de Belo Horizonte, mensalmente, faz uma pesquisa que se chama Lira, que mede o índice de infestação de larvas do Aedes Aegypti, que é o mosquito que transmite a dengue, para ver como está a presença das larvas e do mosquito nas casas, na cidade, no estado. O índice de infestação das larvas já estava alto antes da epidemia. Então todos os técnicos já anunciavam que Belo Horizonte ia enfrentar uma epidemia de dengue nesse período das chuvas, caso a prefeitura não conseguisse controlar esses focos.

- O que a prefeitura poderia ter feito?
- A prefeitura deveria ter feito um trabalho mais forte de orientação, de conscientização, e tomado medidas para matar essas larvas, com inseticidas químicos ou biológicos. Deveria também ter construído uma estrutura de profissionais de saúde capaz de atender as pessoas adequadamente caso a epidemia viesse. Nenhuma dessas três medidas foi feita de forma adequada. Tanto é que o número de casos de dengue nessa epidemia de 2013 já é superior ao número de casos de 2010, que foi também uma epidemia importante. Então, a prefeitura e o governo estadual não fizeram tudo que podiam para evitar a epidemia, que era uma tragédia anunciada.
Outra questão importante é a carência de equipamentos públicos. Essa gestão do prefeito Márcio Lacerda prometeu para a população de Belo Horizonte a construção de mais 73 centros de saúde e sete UPA (Unidades de Pronto Atendimento) que até agora não saíram do papel. São serviços que poderiam ajudar a diminuir a demora dos atendimentos e melhorar a qualidade da atenção que se dá a cada pessoa. Uma caso que chama muito a atenção é a UPA da regional Nordeste, 1º de Maio, que está instalada de forma provisória no subsolo de um hospital, sob condições de iluminação, calor, ventilação sub-humanas. Os profissionais que trabalham na unidade e os pacientes estão submetidos a condições que podem piorar sua condição de saúde. É uma obra que está atrasada há alguns anos – foi aprovada pelo Orçamento Participativo em 2008 -- e até agora não foi concretizada.

- Qual foi o orçamento destinado para a dengue, depois do alerta dos especialistas?
- Parte dos recursos da saúde já são destinados periodicamente para as ações de prevenção à dengue. Além disso, o Ministério da Saúde investiu, depois da epidemia instalada, R$ 170 milhões, no Brasil inteiro, para enfrentar a dengue. Esse recurso ainda é muito inferior ao que deveria ter sido investido. Por exemplo, para reformar o Mineirão, os custos totais foram estimados em R$ 800 milhões. Certamente o valor investido para a dengue não dá conta de resolver todos os problemas. Estamos enfrentando hoje em Belo Horizonte uma situação em que faltam profissionais de saúde para atender todas as pessoas que sofrem com os sintomas.

- Além da conscientização, o que o poder público poderia ter feito para evitar a epidemia?
- O inseticida químico que a PBH usa, com o tempo, tende a gerar resistência das larvas do mosquito, que passam a não morrer mais com a substância. Mas há outras experiências, como no Vietnã, onde foram usados caramujos para conter as larvas, fazendo o controle biológico. O fato é que a Prefeitura de Belo Horizonte perdeu a guerra contra o mosquito. Minas Gerais é o quarto estado do Brasil com maior incidência de dengue – casos de pessoas infectadas em relação à população total – e é o estado que mais tem casos em números absolutos, e o maior número de mortes por dengue em todo o país. A dengue escancarou problemas estruturais do sistema de saúde no nosso município, no estado e no Brasil: a demora nos atendimentos, a falta de profissionais,a sobrecarga de trabalho dos trabalhadores atuantes. São problemas que já existiam e que foram visibilizados pela dengue. A dengue escancarou que a saúde em Minas Gerais está doente e precisa ser tratada com a atenção e prioridade necessária. Em outros lugares do mundo, já há sistemas de saúde que dão conta de enfrentar momentos como esse. A dengue foi a gota d'água que fez o copo transbordar. Deixou claro que estamos longe de ter um sistema único de saúde que seja gratuito, universal, que possa atender todas as pessoas de forma humana, com qualidade. Como nós queremos e como o povo brasileiro lutou na construção do SUS.
A íntegra.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Copas: ingressos caríssimos e jogos ridículos

Essas copas são a maior vergonha dos governos do PT. A notícia mais velha parece da Fifa, mas é de um saite do governo federal. Confundem-se: nas notícias e nas ações da copa, governo e Fifa parecem uma coisa só.
Os clientes vips não quiseram, então a Fifa colocou ingressos à venda para o povão. Quer estádios lotados. A 418 reais? R$ 266?
Os jogos programados para Belo Horizonte são ridículos: Taiti X Nigéria e Japão X México. O Brasil só joga aqui se for o primeiro da chave A; a Espanha, só se enfrentar o Brasil.
Não sabemos ainda quais serão os joguinhos da copa de 2014 em BH, mas já sabemos os preços de ingressos: podem passar de R$ 9 mil.
É a elitização do futebol brasileiro que está em curso. A história registrará que ela aconteceu sob o governo do Partido dos Trabalhadores, uma ironia. Futebol agora é para ser visto pela tevê, no horário que a Globo quiser (22h, por exemplo), em casa ou no bar. Estádio não é mais lugar para pobre.

Do jornal O Dia.
Fifa começa pré-venda de ingressos vips para a Copa: valor mínimo de R$ 1.189 
Os torcedores já podem comprar ingressos para a Copa do Mundo de 2014. Nesta segunda-feira (22/4/13), a Federação Internacional de Futebol (Fifa) começou a pré-venda de bilhetes vips para o Mundial pelo saite da entidade. Os kits, por enquanto, estão restritos para clientes dos cartões de crédito da Visa, patrocinadora do evento. O preço não é barato. O valor mínimo é de R$ 1.189.
Os ingressos comuns só vão ser comercializados após a Copa das Confederações. A Fifa deve anunciar os preços no dia 1º de julho.
A íntegra.

Do Portal da Copa.
Copa das Confederações: Fifa anuncia mais 42.308 ingressos para venda pública  
A Fifa colocará à disposição do público mais 42.308 ingressos para a Copa das Confederações Brasil 2013, que antes estavam reservados a grupos específicos e não foram retirados ou estavam vinculados a pedidos não pagos. Com isso, os torcedores terão nova chance de adquirir entradas para os jogos que estavam com os ingressos temporariamente esgotados: Brasil e Japão, em Brasília, no dia 15 de junho; Brasil e Itália, em Salvador, no dia 22, e a final no Maracanã, dia 30.
"Para a Fifa, é muito importante ter estádios cheios na Copa das Confederações. Queremos ter a certeza de que todas as pessoas terão a oportunidade de viver a experiência de assistir a algumas das melhores seleções do mundo e dizer: 'Eu estava lá'", disse Thierry Weil, diretor de Marketing da Fifa e responsável pelas vendas de ingressos da instituição.
A íntegra.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A caixa-preta das obras da Copa em Minas

Acesso a informação é lei, mas o governo tucano ignora solicitação feita pelo Instituto Ethos. Em Minas de Aécio e Anastasia, descumprir a lei é coisa corriqueira, pois todos são amigos e não há imprensa para denunciar. Está aí o caso do piso salarial dos professores, uma vergonha e uma afronta. Se fosse governo do PT, a imprensa batia sem dó, aumentava, inventava.

Do Portal Minas Livre.  
Governo de MG não libera informações sobre obras da Copa
Por Aloísio Lopes 
Acumulam-se na mesa do governador Antônio Anastasia, vários pedidos de informação baseados na Lei de Acesso à Informação. Além dos casos da Cemig e da Codemig, citados em reportagem anterior do Minas Livre, agora é a vez das obras para a Copa do Mundo de 2014. Passados 45 dias, do protocolo de um pedido de informações do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, o governo do Estado de Minas Gerais ainda não respondeu ao documento. O prazo estabelecido em lei, e regulamentado por Decreto Estadual, é de 20 dias, podendo e ser prorrogado por mais 10 dias, mediante justificativa.
As informações solicitadas serviriam para alimentar os Indicadores de Transparência Estadual, ferramenta criada pelo Projeto “Jogos Limpos dentro e fora dos Estádios’, coordenado pelo Ethos. que avalia a transparência dos investimentos para a Copa de 2014 nas 12 cidades-sede. Pedidos de informações com o mesmo conteúdo foram protocolados em outros 10 governos estaduais. Além de Minas, outros seis não responderam.
Os questionamentos do Instituto Ethos vão desde a existência de sítio eletrônico específico sobre ações e gastos estaduais com a Copa, telefone e local de atendimento para o cidadão que deseja se informar sobre os assuntos, até a realização ou não de audiências públicas em decorrência de obras relativas à Copa. No documento também são solicitados editais, licenciamentos, relatórios de impactos sociais e ambientais, relações de empenhos e valores liquidados sobre cada compra, contrato, obra e convênio.
A íntegra.

Professor da UFF contesta O Globo

Já está virando rotina. O Casado citado já foi bom jornalista, na época em que era possível ser bom jornalista nos jornalões. Hoje, aparentemente, ou o sujeito é do time ou está fora. Qual é o fato em relação a esse falso jornalismo praticado por Globo, Folha, Veja etc.? É que leitores de jornal no Brasil são indivíduos de classe média, intelectualizados, e já perceberam que estavam consumindo lixo, por isso se afastaram ou leem com reservas. Resta uma pequena parcela, que se considera bem informada lendo lixo, mas na verdade mantém seu hábito porque prefere cultivar o preconceito a pensar. Os jovens se informam pela internet, onde o universo é outro e o pensamento progressista é mais atraente, porque mais inteligente e criativo. Conclusão: a influência dessa imprensa é cada vez menor, como comprovam as eleições de 2006 e 2010 e as pesquisas de aprovação dos governos do PT.

Da Agência Carta Maior.
Economista na UFF enumera mentiras de 'O Globo' sobre Venezuela
O economista Victor Leonardo de Araújo, professor da Universidade Federal Fluminense, enviou carta ao jornal 'O Globo' enumerando os dados errados recorrentemente usados pelo jornal para criticar a economia da Venezuela. Entre eles, números sobre déficit público, inflação e produção industrial. Leia a íntegra do texto.

Victor Leonardo de Araujo 
"Prezada Senhora Sandra Cohen, editora de Mundo de O Globo
Já é sabido que o jornal O Globo não nutre qualquer simpatia pelo governo do presidente venezuelano Hugo Chávez, e tem se esforçado a formar entre os seus leitores opinião contrária ao chavismo – por exemplo, entrevistando o candidato Henrique Caprilles sem oferecer ao leitor entrevista com o candidato Nicolás Maduro em igual espaço. Isto por si já é algo temerário, mas como eu não tenho a capacidade de modificar a linha editorial do jornal, resigno-me.
O problema é que o jornal tem utilizado sistematicamente dados um tanto quanto estranhos na sua tarefa de formar a opinião do leitor. Sou professor de Economia da Universidade Federal Fluminense e, embora não seja "especialista" em América Latina, conheço alguns dados sobre a Venezuela e não poderia deixar de alertá-la quanto aos erros que têm sido sistematicamente cometidos.
Como parte do esforço de mostrar que o governo Chávez deixou a economia "em frangalhos", o jornalista José Casado, em matéria publicada em 15/04/2013 ("Economia em frangalhos no caminho do vencedor") informa que o déficit público em 2012 foi de 15% do PIB.
Infelizmente, as fontes desta informação não aparecem na reportagem (apenas uma genérica referência a “dados oficiais e entidades privadas”!!!), uma falha primária que nem meus alunos não cometem mais em seus trabalhos.
Segundo estimativas apresentadas para o ano de 2012 no "Balanço Preliminar das Economias da América Latina e Caribe", da conceituada Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o déficit foi de 3,8% do PIB, ligeiramente menor do que no ano anterior, mas muito inferior ao apresentado pelo jornal.
Caso o jornalista queira construir a série histórica para os resultados fiscais para a Venezuela (e qualquer outro país do continente), pode consultar também as várias edições do "Estudio Económico" também da Cepal.
A íntegra.

Por que o governo federal sustenta Veja, Globo, Folha etc.?

A pergunta que não quer calar e que deixa perplexos os pequenos veículos independentes, que não recebem verbas oficiais, foi feita agora por um deputado do PT. Enquanto recebem polpudas verbas publicitárias do governo federal, Globo, Veja, Folha & cia. tentam calar a nova imprensa da internet, movendo processos judiciais e exigindo caras indenizações.

Da Agência Carta Maior
Deputado do PT cobra Helena Chagas sobre recursos para grande mídia
Na tarde desta quarta-feira (10/4/13), o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou junto ao Gabinete da Liderança do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados requerimento para que a ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, explique aos parlamentares petistas os critérios usados para o direcionamento da mídia publicitária do Governo Federal.
No documento, Pimenta solicita a realização de um seminário, em data a ser definida, sobre a "Democratização dos Meios de Comunicação no Brasil" e que, além da ministra Helena Chagas, também sejam convidados representantes de blogueiros, das rádios comunitárias, além de representante das mídias regionais do Brasil.
"Quero levar para dentro da bancada do PT este debate. Já estamos há mais de 10 anos com governos populares neste País, com o presidente Lula e agora com a presidenta Dilma, mas em praticamente nada se alterou a concentração das verbas publicitárias do Governo Federal para os grandes meios de comunicação, em detrimento de uma política de afirmação de uma mídia regional e de formas alternativas de informação", criticou Pimenta.
A íntegra.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dia 26, sexta-feira, passeata no Rio

Para eleger Amaury Ribeiro Júnior para a Academia Brasileira de Letras. Amaury concorre com o ex-presidente FHC. Ele escreveu "A privataria tucana". FHC também escreveu um livro, "A arte da política". Li os dois e asseguro: o do Amaury é melhor. Mais honesto, mais informativo. FHC, como se sabe, ficou famoso com uma tese sociológica que não era sua; quando assumiu a presidência da República, temendo que exigissem que ele fosse progressista, pediu que esquecessem tudo que tinha escrito. Depois escreveu seu livro de memórias que melhor seria se se chamasse de "A arte da embromação". Um livro de auto-elogios. Ninguém comprou, só eu. Já o do Amaury é best-seller.

Da Agência Carta Maior.  
Autor de 'A Privataria Tucana' terá lançamento de candidatura à ABL dia 26  
Altamiro Borges 
Já está tudo certo para o ato de lançamento da candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do livro "A privataria tucana", para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele ocorrerá no dia 26 de abril, sexta-feira, às 15 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, nº 16, 17º andar, Centro).
Na sequência, os apoiadores sairão em passeata, acompanhados por um animado bloco carnavalesco, para registrar a candidatura na ABL. Por último, como ninguém é de ferro, haverá uma confraternização etílica na Cinelândia. Todos estão convidados para o ritual dos "imortais".
A íntegra.

Manifestantes viram as costas e vaiam funeral da dama de ferro

O enterro de Margareth Tatcher é um retrato do capitalismo atual. A ministra conservadora desmontou o Estado de bem-estar social britânico; cortou despesas do Estado com os pobres e destruiu os sindicatos em nome da modernidade, da competitividade, do progresso. Fez um mal danado e duradouro a milhões de pessoas. Quando ela morre, porém, não é enterrada com a austeridade que exigiu do povo, seu enterro consome milhões de libras. Na morte, ela demonstrou mais uma vez, para não deixar dúvidas, que cortou dinheiro dos pobres para dar mais luxo aos ricos.

Do Opera Mundi.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Alexandre Kalil no Bola da Vez da ESPN

O presidente do Atlético mostra os podres do futebol, do ponto de vista de quem administra um clube. E denuncia o esquema que entregou o Mineirão e outros estádios públicos para a iniciativa privada. "Nós agora temos um novo sócio: as empreiteiras", disse. Os governos do PT (assim como os tucanos e os peemedebistas) repetem, agora no futebol, o velho esquema das obras públicas. E privatizam o futebol. Se é para privatizar os estádios, eles devem ser transferidos aos clubes, que são quem entende de futebol, quem joga, tem jogadores, torcidas, quem promove espetáculos, quem é do ramo, enfim. O que empreiteiras têm a ver com isso? Por que as empreiteiras entraram no futebol? Kalil não diz, mas é porque é delas que sai o dinheiro que elege os políticos. O velho esquema "público-privado" (governo e empresários), como todos sabemos, funciona assim: os políticos no governo fazem obras públicas para pagar empreiteiras, o dinheiro público vai para as empreiteiras e elas dão uma porcentagem para eleger os políticos. E o ciclo recomeça.  

Inflação e manipulação

Notícia nenhuma talvez revela tanto a manipulação do noticiário quanto as que falam de inflação. Convivemos décadas com inflação mensal de "dois dígitos", como gostam de dizer os especialistas. Até que, finalmente, um plano deu certo. Mesmo assim, no governo FHC a inflação voltou a subir -- em maio de 1995 chegou a 2,67%, em novembro de 2002, a 3,02%.
Agora, anda abaixo de um dígito e há até deflação -- este mês, por exemplo, em São Paulo a alta é de 0,08%. E continua sendo notícia! Inflação de, digamos, "menos dois dígitos"! Jornalões e revistas sensacionalistas fazem escândalo com o preço do tomate! É o chamado sensacionalismo ridículo.
O que não significa que o custo de vida não pese no bolso do trabalhador. Por uma questão simples, intrínseca à economia capitalista: os preços variam, mas o salário é sempre o mesmo. No capitalismo, salário é o único preço sempre indexado.
Para quem vai ao sacolão e encontra por R$ 4,99 o quilo de uma maçã que custava R$ 2,99, é evidente que a inflação não é de 0,08%. E aí? O sujeito compra menos, ou não compra: compra uma fruta que está mais barata. Ou vai a outro sacolão. O preço da carne pesa muito na inflação, mas e se o sujeito é vegetariano? E se só consome alimentos orgânicos? Naturais? Integrais? Da mesma forma que para um a inflação pode pesar menos, para outro pode pesar mais.
Essa é a economia real, a economia da vida diária, da vida de quem trabalha, do cidadão comum. Os índices de inflação são fictícios, porque cada um consome de um jeito e se adequa aos preços que encontra. A inflação que existe para um não existe para outro. Sempre foi assim.
Antes como agora, índices de inflação são manipulações. Servem só pra encher espaço em jornal, para economistas ficarem ocupados, políticos fazerem discursos, para reajustar "proventos" de marajás do serviço público e ricos ganharem dinheiro aplicando seu capital.

Da Agência Brasil
Inflação na capital paulista tem leve alta de 0,08% 
Camila Maciel
São Paulo - Após quatro medições com deflação, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou leve alta de 0,08% na segunda apuração de abril. Na primeira prévia do mês, o índice na capital paulista, medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), registrou queda de 0,11%.A maior alta foi registrada no grupo alimentação, com variação de 0,5%. Em relação à última pesquisa (0,59%), no entanto, a taxa é 0,09 ponto percentual menor. Além do preço dos alimentos, outros quatro grupos tiveram variação positiva. As despesas com saúde e vestuário apresentaram a mesma taxa, com 0,45% cada. O grupo transportes teve alta de 0,23% e educação, de 0,18%.
Apenas dois grupos registraram deflação. Habitação apresentou variação de -0,12% e despesas pessoais de -0,8%. As taxas, no entanto, são superiores ao observado na primeira apuração de abril, quando os grupos registraram índices de -0,65% e -1,05%, respectivamente.
A íntegra.

O Globo não quer notícia nem pagando

Jornal marinho só aceita publicar matéria paga de sindicato dos trabalhadores se o texto for reescrito por seus censores. Um caso exemplar da liberdade de imprensa versão PIG.

Do Observatório da Imprensa.
Liberdade de imprensa segundo o 'Globo' 
José Attico Lebrão Rocha
Recentemente, os serventuários da Justiça do Estado do Rio de Janeiro foram surpreendidos por um anteprojeto de lei que concede auxílio-moradia aos juízes que militam em todo o estado. Tal auxílio é de 18% do salário dos magistrados e é retroativo a 10 (dez) anos. No total, a bagatela chega a R$ 400 milhões do orçamento do Tribunal de Justiça que, segundo o discurso oficial, começou o ano com um déficit estimado em R$ 180 milhões. E é deste mesmo orçamento que, coincidentemente, sai o salário dos serventuários, bafejados no ano passado por um "vigoroso reajuste" de 4%. O Sind-Justiça entendeu que a grana que vai chover nos bolsos de suas excelências e, por tabela, dos desembargadores, onera os cofres públicos, impede qualquer futuro reajuste salarial de quem trabalha na Justiça e barra o ingresso de 1.800 concursados que, se empossados, poderiam contribuir para amenizar um pouco a doente lentidão com que tramitam os processos nossos de cada dia. Querendo explicar ao respeitável público o que (agora sim, sorrateiramente) ocorre no Tribunal de Justiça do Rio, os serventuários da Justiça decidiram procurar os jornais dispostos a publicar matéria paga relatando os fatos. O Dia aceitou os R$ 14 mil dos serventuários e publicou na quinta-feira (11/4/13) a íntegra do texto. Mas O Globo e sua versão segunda linha, o Extra, paladinos da liberdade de imprensa (segundo eles), se recusaram a dar curso ao material dos serventuários. O jornal da família Marinho foi além. Segundo um contato, o texto só poderia ser publicado depois de passar pelo crivo dos censores da casa. O material modificado revelou-se uma mixórdia mal escrita, na qual desaparecem as reivindicações da classe e, de certa forma, ameniza o novo ganho mensal dos juízes (salários em torno de R$ 25 mil).
É lógico que O Globo – cuja tiragem pífia e pouca credibilidade não o recomendariam como veículo para esse tipo de publicação – sabe de que lado está. O interessante é a postura com que o jornal, onde pontificam Miriam Leitão e o literato da política (e membro da Academia Brasileira de Letras) Merval Pereira, defende a liberdade de imprensa. Liberdade, na versão de O Globo (e que todos nós devemos nos apressar em entender) é a que a imprensa corporativa tem de censurar textos com reivindicações de serventuários da justiça & trabalhadores assemelhados. Ou simplesmente se recusar a publicá-los. Mesmo quando esses trabalhadores se dispõem a pagar pela publicação.
A íntegra.

O golpe em marcha

A história brasileira e o golpe que acabou de fazer 49 anos e gerou uma ditadura de 21 deveriam ser suficientes para que entendêssemos que toda a agitação promovida pela "grande" imprensa durante governos democráticas tem como objetivo final o golpe e a ditadura.
A direita não consegue chegar ao poder pelo voto, por isso se especializa em criar climas golpistas. Na Venezuela o novo golpe já está a caminho. Nos EUA, o ex-presidente Bush foi eleito mesmo tendo recebido menos votos do que seu adversário, o ex-vice-presidente Al Gore; no entanto, foi empossado sem contestação e reeleito. Na Venezuela, a diferença pró-Maduro foi de mais de 1% e o resultado reconhecido pelo tribunal eleitoral e por observadores internacionais, mas a oposição não reconhece sua derrota e o governo americano (Obama!) quer recontagem de votos.
Na verdade, tudo tem o mesmo objetivo, que é também o da imprensa brasileira ao só noticiar coisa ruim, e repetir e ampliar essas notíticas dia após dia, numa prática sensacionalista que afasta leitores e assusta a velha classe média: preparar o golpe.
O golpe pode vir pelo voto, se a manipulação da opinião pública funcionar -- como funcionou na eleição de Collor, em 1989 -- ou pela força -- da violência, das armas, de preferência com ajuda norte-americana.
O golpismo atinge até mesmo militantes da esquerda que participaram de 1968, "o ano que não terminou", agora convertidos em neo-udenistas, que gritam como corvos, imitando o original (Carlos Lacerda), de triste memória.
Não há duvida -- como demonstram as pesquisas de aprovação à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula e comprovaram as eleições de 2002, 2006 e 2010 -- de que aqueles que querem a democracia são maioria. Mas os golpistas fazem muito barulho. E matam.

Do Opera Mundi.
Após mortes, Maduro promete "mão dura contra fascismo" e proíbe marcha
Governo diz que mortos são chavistas. Dois eram militantes do PSUV nos Estados de Táchira e Zulia
O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu nesta terça-feira (16/4) aplicar "mão dura contra o fascismo", ao mesmo tempo em que denunciou que grupos opositores planejam um golpe de Estado, após atos violentos serem registrados no país. Até o momento o saldo é de sete mortos, 61 feridos e diversas instalações públicas, como centros de saúde, danificadas.
Os CDIs (postos de saúde) de La Limonera, Oropeza e Trapichito foram incendiados, deixando um saldo de três mortos. Em La Limonera foi morto o militante chavista Luis Ponce, de 45 anos, por motoqueiros encapuzados. Dois militantes do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) foram assassinados nos Estados de Táchira e Zulia, além de um policial tachirense. Mais uma pessoa foi morta no Estado de Sucre. 
"Isso é responsabilidade daqueles que convocaram a violência, que desacataram a Constituição e as instituições (...) o plano é um golpe de Estado", afirmou Maduro em cadeia nacional de rádio e televisão. Ele foi eleito presidente domingo (14/4/13), porém, o candidato derrotado Henrique Capriles pede uma recontagem dos votos como condição para reconhecer o resultado. Capriles ainda não formalizou o pedido ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
A íntegra.

O país da "grande" imprensa

Do Observatório da Imprensa.
Um retrato assustador do país
Por Luciano Martins Costa 
Notícias coletadas aleatoriamente nos jornais de quarta-feira (17/4/13) permitem compor um mosaico curioso sobre o campo da comunicação. Observamos aqui a notícia como produto do trabalho jornalístico e seu movimento, a comunicação, como o processo de produção de cultura – ou seja, os produtos da imprensa vistos como tijolos que entram na composição de um determinado momento da História.
Esse retrato não inspira otimismo: para onde se olhe, o observador vai encontrar sinais de retrocesso. Do Globo, pode-se colher a informação de que a morte da juíza Patrícia Acioli, ocorrida em agosto de 2011, contou com a cumplicidade de todos os integrantes de um grupamento da Polícia Militar do Rio de Janeiro transformado em ponto de negociações com traficantes. Segundo o jornal carioca, todos os policiais militares do grupo, inclusive o então comandante, se cotizaram para planejar e executar o assassinato da magistrada que atrapalhava seus negócios.
A constatação de que uma unidade inteira de um batalhão pode ter sido corrompida faz o leitor atento se perguntar em quantos outros quartéis pelo Brasil afora essa praga pode ter sido inoculada.
Também no Globo, texto e imagens chamam atenção para incidente ocorrido na Câmara dos Deputados, com indígenas protestando contra projeto que tira do órgão especializado, a Funai, a palavra final sobre demarcações de terras e a transfere para... a Câmara dos Deputados. Por trás dessa proposta pode-se identificar os mesmos dedos ligeiros que quase transformaram a legislação de proteção ambiental em uma licença geral e irrestrita para desmatar.
A íntegra.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Brasil voltará a produzir insulina humana

Anúncio foi feito pela presidente Dilma, hoje, em Belo Horizonte. O Brasil produzia insulina humana, em Minas, por meio da Biobrás, mas a produção foi interrompida no governo FHC. A Biobrás foi vendida na onda neoliberal para um grupo estrangeiro, que monopolizou o mercado, aumentou os preços e passou a importar. Os sócios da Biomm -- Marcos Mares Guia e Gulherme Emrich -- são os mesmos antigos donos da Biobrás.
Você acha que o governo Dilma está ruim? Imagina como não seria num governo Aécio. Ou Serra. Tucano é ruim de com força, é contra o povo com convicção.

Do Blog do Planalto.
Com investimento de R$ 430 milhões, Brasil retoma produção de insulina humana
A presidenta Dilma Rousseff participou, nesta terça-feira (16/4/13), em Belo Horizonte, de evento que marcou a retomada da produção nacional de insulina humana. A previsão é de que, nos próximos cinco anos, sejam investidos R$ 430 milhões, entre recursos do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Celebramos a organização da demanda do Estado para que ele dê condições, para que uma empresa se forme, no Brasil, numa área de fronteira tecnológica, como a área da biotecnologia. (…) Vejo um ambiente muito favorável para o estabelecimento da [empresa] Biomm. (… ) Temos hoje a certeza que colocaremos insulina em todas farmácias populares do Brasil e conseguiremos mudar a história do país", afirmou Dilma.
A fabricação ficará a cargo da empresa brasileira Biomm, que deve começar a produzir a partir de 2015. A população deverá ter acesso ao medicamento a partir de 2017. O Brasil deixou de confeccionar insulina em 1999, e a retomada reduz a vulnerabilidade do país frente a crises internacionais de oferta do produto. Atualmente, são 10 milhões de brasileiros diabéticos, e 1,1 milhão recebem o medicamento do Sistema Único de Saúde.
A íntegra.

A Venezuela, o futuro da América Latina e o Brasil

Da Agência Carta Maior.
A valiosa teimosia dos venezuelanos 
Por Saul Leblon.
E não é que passados 14 anos de erros e acertos, golpe de direita, sabotagens, cerco midiático mundial, 17 consultas eleitorais vitoriosas e a incerteza trazida pela dramática morte de Chávez, ainda assim, na 18ª ida às urnas, 50,6% votaram pela continuidade, com Maduro? Por que tanta e tão longa insensatez?
Alguns detalhes escapam -- lá, como cá -- aos analistas de larga visão.
Quase a metade da população urbana da Venezuela vivia entre a pobreza e a miséria em 1999, quando tudo começou, lembra Gilberto Maringoni, direto de Caracas.
Hoje, esse percentual caiu a 28%.
A capital venezuelana é conhecida pelo elevado grau de criminalidade. Mas entre as 26 principais cidades da América Latina, é a que apresenta a menor taxa de desigualdade de renda.
Na Venezuela, mais de 80% das residência são de propriedade dos seus moradores.
Na prestigiada Colômbia, essa taxa é inferior a 50%.
Cerca de 95% dos lares venezuelanos têm saneamento básico...
São marcos de um processo inconcluso, que a maioria decidiu continuar. O que ela decidiu continuar, sob circunstâncias arestosas, digamos assim, não é pouco.
A Venezuela, hoje, é onde a América Latina ousa ir mais longe no aprendizado para o socialismo.
Não é um caminho de flores.
Nunca foi.
Nunca será.
Aqui, a insurreição armada de Che Guevara fracassou, em outubro de 1967, na Bolívia.
Aqui, a via democrática de Salvador Allende para o socialismo foi massacrada, em setembro de 1973, no Chile.
Desde então, o socialismo passou a figurar no discurso progressista hegemônico – o que não implica negligenciar as posições minoritárias à esquerda dele – como a margem de um rio desprovida de pontes e embarcações de acesso.
O ciclo de regressividade neoliberal parecia ter implodido as pontes e queimado todas as caravelas, sem chance de uma nova travessia.
O revés mercadista lubrificou o acanhamento de uns e a rendição de outros.
Reduziu-se o socialismo a um horizonte imaginário pouco, ou nunca, articulado às ações da realidade presente.
Até a ascensão de Chávez, eleito pela primeira vez, em 1998, nunca mais o socialismo havia sido reconsiderado como projeto de governo e horizonte concreto de superação dos conflitos e contradições da luta por justiça e desenvolvimento na América Latina.
É evidente que uma Venezuela sozinha jamais será socialista.
Os sinais de que uma etapa se esgotou são ostensivos.
E isso diz respeito sobretudo ao Brasil, o único aglutinador capaz de deter uma presumível espiral de crises destinada a apear Maduro e rachar o Exército.
Ou alguém acredita que eles vão aguardar até a próxima oportunidade eleitoral para tentar outra vez?
Mais que nunca, a Venezuela precisa de sócios, parceiros, apoio político, estratégico e financeiro para afrontar esse processo com a velocidade necessária.
Capriles deixou de ser uma caricatura de perdedor; forças locais e internacionais contrariadas pelo chavismo fizeram dele um vertedouro de ocupação do espaço político venezuelano.
Ou Maduro se torna algo semelhante na direção oposta ou será afogado em ondas sucessivas de desgaste.
Como Allende o foi. E como Lula quase foi, em 2005.
Insista-se: quem pode liderar esse cinturão em torno da Venezuela é o Brasil.
A íntegra.

Lula agora é mineiro

Tem senador que nasceu em BH, se elege com votos dos mineiros, mas gosta mesmo é do Rio. E tem Lula, que conhece Minas Gerais como poucos. A greve dos pedreiros de 1979 faz parte da história da capital, quem a presenciou não esquece. Lula já era mineiro, agora o é também formalmente.
Em tempo: esta notícia nos possibilita uma aula de jornalismo comparado: basta ler o texto abaixo, produzido certamente por jornalistas experientes que trocaram a "grande" imprensa pelo serviço público, e outro, feito pelo G1, que repete o baixo padrão informativo do noticiário atual.

Do saite da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Ex-presidente Lula é cidadão honorário de Minas Gerais 
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na tarde desta segunda-feira (15/4/13), no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o título de cidadão honorário do Estado. A homenagem foi realizada em Reunião Especial, por solicitação do deputado Rogério Correia (PT), que assim como outros deputados estaduais participou da cerimônia. O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), comandou os trabalhos e, em seu pronunciamento, lembrou o papel histórico desempenhado por Lula neste momento de intensa transformação do País.
O Plenário recebeu aproximadamente 350 pessoas para a homenagem, enquanto outras 300 acompanharam a solenidade das galerias.Primeiro a discursar, Rogério Correia, autor do requerimento para a homenagem, concedida ainda em 2011 mas só agora formalizada, classificou Lula como "eterno presidente da República". Ele lembrou os principais momentos da trajetória pessoal e política de Lula, destacando a importância da homenagem. "Minas Gerais reconhece agora o papel histórico desse brasileiro. Com esse título de cidadão honorário, ele se torna representante de todo o povo mineiro", afirmou.
O diploma de cidadão honorário de Minas Gerais foi entregue a Lula por Dinis Pinheiro e Rogério Correia. Sorrindo bastante, Lula ergueu a placa para o público, arrancando uma salva de palmas. Depois, foi a vez do ex-presidente discursar. Lula começou seu pronunciamento lembrando sua passagem por Minas Gerais, em julho de 1979, para apoiar a paralisação dos trabalhadores da construção civil, movimento que ficou nacionalmente conhecido como a "Greve dos Pedreiros".
Sempre com referências ao futebol, como fazia quando era presidente, Lula lembrou que os trabalhadores realizavam suas assembleias no antigo estádio do Atlético, perto da Assembleia, onde hoje é um shopping. A mobilização foi duramente reprimida, resultando na morte de um trabalhador de 24 anos, e representou, segundo Lula, uma virada histórica na mobilização dos trabalhadores, que começou em Minas.
"Se tenho tanto carinho e respeito por Minas é porque os mineiros têm muito carinho e respeito por mim. Entre nós, desde aquela época, criou-se uma profunda identidade, formada no mesmo compromisso de vida com a dignidade e a justiça. Não existe uma única região de Minas que eu não conheça profundamente e admire", afirmou.
Antes do início da solenidade, cerca de 600 pessoas se aglomeraram fora da ALMG -- entre integrantes de movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, admiradores do ex-presidente ou simplesmente curiosos -- para recepcionar Lula, que chegou à sede do Legislativo estadual pelo Hall das Bandeiras. Acenando para a multidão, o homenageado seguiu por um tapete vermelho até o Salão Nobre, onde se encontrou com autoridades.
A íntegra.

domingo, 14 de abril de 2013

A ruína da Europa

Está achando ruim o governo da Dilma? Veja o que seria um governo tucano.
O fim do bloco socialista -- por mais stalinista que ele fosse -- possibilitou a ascensão do neoliberalismo em todo mundo, com sua agenda de destruição dos sindicatos, privatização das estatais, sucateamento dos serviços públicos, precarização do trabalho. Tudo em nome do progresso. Na crise capitalista -- que volta de tempos em tempos, desde o século XIX -- os trabalhadores se encontram agora desorganizados, enfraquecidos e confusos. Afinal, só há o capitalismo e o mercado resolve tudo, então não nos resta nada além de esperar que os governos de direita "austeros" resolvam os problemas, aplicando remédios amargos como cortes de despesas e de benefícios sociais, demissões em massa, recessão etc. e esperar que o pior passe. Já se vão cinco anos.
Nunca é demais lembrar que também na crise os "investidores" lucram e os ricos ficam mais ricos.

Da Agência Carta Maior. 
O fado fúnebre que ensurdece o Brasil
Por Saul Leblon
A ortodoxia está matando nações na Europa.
O desemprego passa de 17 milhões de pessoas.
Na Espanha, 26% da infância encontra-se enredada na teia da pobreza, que avança sobre a 4ª maior economia do euro.
O jornal El Pais informa que os bancos de alimentos já não dão conta de atender a demanda: estima-se que 1,3 milhão de espanhóis dependem de ajuda para comer.
A cada 15 minutos uma família é despejada em Madrid, Barcelona ou em algum outro ponto do país.
Dizer Estado mínimo é suavizar a montanha desordenada de ruínas acumuladas nas diferentes dimensões da vida coletiva.
O que restará depois dos sucessivos e inalcançáveis ajustes serão talvez protetorados, enclaves, colônias.
Resíduos de nações expropriadas pelos mercados.
O que é uma Nação sem o patrimônio comum que a unifica?
O uso de viaturas em muitas repartições portuguesas passou a depender da vaquinha dos funcionários para a gasolina.
Papel higiênico deve ser trazido de casa (leia a coluna de Flávio Aguiar).
Tatcher, o símbolo disso tudo, será enterrada dia 17 próximo.
A lógica que encarnou enfrenta o seu crepúsculo, mas usa as próprias cinzas para tornar irrespirável a vida da sociedade, que ainda não se apoderou de novas referências históricas (sobre esse paradoxo, leia o blog do Emir.)
No Brasil, lamenta-se que Dilma não seja a "ladra do copo de leite", a exemplo da "Dama de Ferro", que subtraiu a merenda da escola pública inglesa, em 1970, como ministra da educação.
O governo se recusa a trazer a crise para dentro do país.
Inconsolável, o rentismo exige o "laissez-passer" para legitimar a "purga" que inveja na Europa.
Desdenha-se do "efeito provisório" das linhas de passagem erguidas para atravessar um cerco que se aperta.
A íntegra.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A desmoralização do STF

Para quem tinha dúvida sobre a farsa do julgamento do "mensalão", a conduta do ministro Fux revelou o caráter político do Supremo. Dá para confiar na imparcialidade de juízes que oferecem votos em troca da sua própria indicação? E Joaquinzão, que demonstrou nem ter lido os autos? O STF de Fux, Joaquinzão e Mendes não tem mais nenhuma credibilidade.

Do Diário do Centro do Mundo. 
Por que o Mensalão tem que ser revisto  
Paulo Nogueira
O caso Fux é uma evidência poderosa disso.
Um julgamento em circunstâncias longe das ideais
O caso Fux – seu encontro admitido com Dirceu quando buscava uma vaga no Supremo que o faria julgar o homem cujo favor queria – reforça um fato: o julgamento do Mensalão tem que ser urgentemente revisitado pelos brasileiros.
Nem que seja para, serenamente, e dadas à defesa todas as condições de trabalho, confirmar as sentenças.
Se não, há um grande risco de, mais para a frente, a sociedade lamentar não ter feito nada não, repito, para mudar o veredito – mas para submetê-lo a uma checagem humanitária, dadas as penas tão severas e lavradas em circunstâncias tão especiais: durante eleições.
Foi tudo muito rápido para um julgamento tão vital.
Vistas as coisas poucos meses depois, reforça-se a impressão de que foi decisiva a influência da mídia na condução das coisas.
A íntegra.

O mutirão dos blogueiros

Para se protegerem da Globa, da "grande" imprensa e da direita. Rodrigo Viana esteve em BH e falou no Sindicato dos Jornalistas, deu (ótima) entrevista à TV Assembleia (veja o link abaixo). Falta ao sindicato realizar ações efetivas para fazer florescer a nova imprensa em Minas.

Do blog Escrevinhador.  
Saiu a conta para ajudar os blogueiros! E uma entrevista: "Não é Kamel, é a Globo!"
Já está aberta a conta para ajudar os blogueiros vítimas de processos judiciais e perseguição política: 
Banco do Brasil, agência 4300-1, conta corrente número 50.530-7.
Vejam o recado do Altamiro Borges, o Miro, presidente do Centro Barão de Itararé:
Conforme o aprovado na reunião de terça-feira passada (2/abril/2013), na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé, este fundo será o “pronto-socorro” da blogosfera não corporativa. O dinheiro arrecadado será utilizado para cobrir custas de processos e advogados – e não para saldar multas e indenizações anteriores. A definição do apoio caberá à Comissão Nacional dos Blogueiros, eleita em junho passado, no III Blogprog em Salvador, e composta por representantes de 15 estados e mais nove integrantes nacionais. Blogueiros com mais estrutura, que já contam com assistência jurídica, abriram mão do uso do fundo para favorecer os ativistas digitais com maiores dificuldades financeiras.
Abaixo, uma entrevista deste blogueiro (Rodrigo Vianna) ao programa "Mundo Político", na TV da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
http://www.almg.gov.br/acompanhe/tv_assembleia/videos/index.html?idVideo=744168&cat=88
Temas
- o papel dos blogs como alternativa à velha mídia, que é dominada por meia dúzia de famílias;
- o uso da via judicial para impedir a atuação da imprensa alternativa: por que Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto Marinho (os três bilionários donos da Globo) usam Ali Kamel para processar blogueiros?
- os blogs incomodam a Globo e a velha mídia?

Outro futebol

Do Opera Mundi.
Times latino-americanos tentam resgatar espírito democrático do futebol em Copa Amadora Alternativa 
Raphael Piva, Gabriel Brito e Marina Mattar, de Gualeguaychú (Argentina)

Argentinos, brasileiros, chilenos, uruguaios e pessoas de variados países calçaram as chuteiras no mês de fevereiro em busca da conquista do título de campeão da América. A cena facilmente se ligaria ao início da Copa Libertadores. Mas, paralelamente à grande exposição e aos milionários patrocinadores que envolvem a principal competição de clubes do futebol profissional latino-americano, dezenas de equipes amadoras do continente se reuniram no balneário argentino de Gualeguaychú, província de Entre Ríos, para a segunda edição da Copa América Alternativa.
A proposta do evento é criar um ambiente que possibilite o intercâmbio esportivo, cultural e político a partir do futebol entre times de diferentes localidades. Por mais que as equipes tenham disputado a taça com seriedade, houve um esforço coletivo para colocar os ideais de solidariedade à frente da competição dos campos.
Imagens de Che Guevara e símbolos anarquistas e comunistas se juntavam a bandeiras de diversas lutas sociais estendidas entre as barracas dos participantes. As cerca de 300 pessoas que acamparam, entre os dias 14 e 17 de fevereiro, no Parque Unzué alternaram os jogos com atividades culturais, musicais e tarefas coletivas de manutenção do local, como a limpeza dos banheiros e vestiários.
A íntegra.

A propriedade privada de todos os alimentos da Terra

Não é à toa que os preços dos alimentos sobem. A Monsanto e mais duas ou três empresas gigantes controlam cada vez mais as sementes em todo o planeta nn no Brasil, inclusive, favorecidas que foram pelo sucateamento da Embrapa durante -- pasmem -- o governo Lula. Uma petição reúne manifestações de protesto em todo o mundo.

Do saite da Avaaz 
Monsanto X Mãe Terra
É inacreditável, mas a Monsanto e outras empresas deram as caras novamente. Essas empresas de biotecnologia sedentas por lucro acharam uma maneira de ter 'propriedade' exclusiva sobre algo que pertence a todos nós: nossa comida! Eles estão tentando adquirir patentes sobre os vegetais e frutas mais usados em nosso dia-a-dia, como pepinos, brócolis e melões, forçando os produtores a indenizá-los para produzir esses alimentos e podendo processar tais produtores caso eles não os indenizem.
Mas podemos impedí-los de comprar a nossa Mãe Terra. Empresas como Monsanto descobriram falhas na legislação européia para se dar bem, portanto precisamos fechar esses buracos antes que eles criem um perigoso precedente global sobre as patentes. Para isso, precisamos que países como Alemanha, França e Holanda -- onde a oposição está ganhando corpo -- peçam uma votação para acabar com os planos da Monsanto. A comunidade da Avaaz já mudou o curso de decisões de governos antes, e podemos fazer isto novamente.
Muitos fazendeiros e políticos já são contra -- só precisamos agora adicionar um pouco do poder popular para colocar pressão nestes países e manter as mãos da Monsanto longe da nossa comida. Quando chegarmos a 1 milhão de assinaturas, a Avaaz pressionará os políticos a pedirem uma votação, e entregaremos nossa mensagem em uma impactante ação presencial na frente de toda a mídia. Assine agora e compartilhe com todos para assim criarmos o maior protesto em defesa dos alimentos que já existiu.
Clique aqui para assinar a petição.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A banalidade da violência e a cumplicidade da imprensa

A PM, todos sabemos, continua sendo a mesma da época da ditadura. Nada de novo. O que chama atenção nesta notícia é ela própria. Bhaz não é grande imprensa (que eu saiba), mas o vício é antigo. A defesa do policial já está no título: "confunde". Como assim? O repórter (que não assina a matéria) testemunhou a confusão? Ou foi o tenente que disse? "Confunde" não é fato, o fato são os tiros contra o vigia, o vigia baleado, mas como se trata de policial, embora aposentado, a notícia já vem com a justificativa. O título não diz que o tenente baleou o vigia! E a matéria diz que a vítima foi baleada "por engano". Mais: diz que "o tiro saiu da arma"! Sozinho, talvez. Atirar não é uma violência maior do que arrombar? Já existe pena de morte para (suposto) arrombador de carro? E o tenente-coronel (segunda mais alta patente da PM) é médico também! E sobre o vigia, que também estava armado, embora não estivesse trabalhando e sim levando a mulher grávida ao médico, nenhuma palavra? Bhaz atribui o crime a uma "confusão" e justifica a violência praticada por quem deveria coibi-la.

Do Bhaz.  
Tenente reformado confunde vigia com ladrão e dispara seis tiros na região hospitalar de BH
Um vigia foi baleado por engano, na manhã desta quarta-feira (10), em frente ao Hospital das Clínicas, no bairro Santa Efigênia, região hospitalar de Belo Horizonte. O tiro saiu da arma de um tenente-coronel reformado da Polícia Militar (PM).
De acordo com a PM, o tenente-coronel de 65 anos, que também é médico na cidade de Alfenas, acompanhava um bebê em uma ambulância, quando viu dois homens arrombando um veículo Hyundai, na porta do hospital.
O policial reformado teria tentado impedir o assalto, mas os dois homens sacaram a arma. A PM afirma que ao ver o vigia João Paulino Araújo Filho, caminhando em sua direção ele atirou para se defender. Foram seis disparo e um atingiu a perna do vigia, que foi socorrido pelo próprio médico. João Paulino acompanhava a esposa que está grávida.
A íntegra.

Os ratos e o queijo

Para nós, pobres mortais que pagamos a conta, o interessante é notar como os ratos dividem o queijo em família, geração após geração.

Do Pragmatismo Político.
Sobrinha de Joaquim Barbosa é demitida por Renan Calheiros
Estagiária do Senado, ela fez a seguinte piada depois que um rato foi morto no Senado Federal em sua página no Facebook: "e a gente achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros"; novo presidente da casa considerou postagem ofensiva e a demitiu; presidente do STF não irá se pronunciar sobre o caso Uma piada no Facebook custou o emprego, no Senado, de uma sobrinha do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. A moça, que não teve sua identidade revelada pelo Senado, postou em sua página no Facebook a seguinte piada no mesmo dia em que um rato foi encontrado e morto a pauladas nas dependências da Casa: "E a gente achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros". 
A íntegra.

Sérgio Sampaio no Cabaré Mineiro em 1986

Para Ritinha.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Tribunal de Justiça vai julgar Aécio

Da série "notícias que você só lê na blogosfera". Quando governador, Aécio não aplicou em saúde o que a Constituição manda, e ainda falsificou informações para esconder sua improbidade administrativa. É a acusação, antiga, daquelas que a grande imprensa amiga dos tucanos ignora e se fosse contra um petista virava escândalo. É muito mais dinheiro desviado do que qualquer "mensalão". Não é à toa que a dengue está aí. Condenado, o candidato da direita à presidência da República ficaria inelegível. Qual será a articulação para impedir que isso aconteça? Já é surpresa que o tribunal não tenha arquivado o processo, como sói fazer nossa moderna justiça.

Do blog do deputado Rogério Correia. 
TJMG confirma: Aécio Neves é réu e será julgado por desvio de R$ 4,3 bi da saúde 
Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o senador Aécio Neves continua réu em ação civil por improbidade administrativa movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Aécio é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas e pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde no período de 2003 a 2008, período em que ele foi governador do estado. O julgamento deverá acontecer ainda esse ano. Se culpado, o senador ficará inelegível.
Desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde no estado. Conseqüência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação essa que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue.
A íntegra.

Do Portal Minas Livre.
Justiça aponta que governo Aécio mentiu sobre investimentos em saúde
Por Joana Tavares
Uma norma federal, chamada de Emenda 29, aprovada no ano 2000, determina que todos os estados do Brasil devem aplicar 12% do seu orçamento, que vem da arrecadação de impostos, em serviços de saúde. A Emenda determina ainda que os estados – e os municípios – teriam até o ano de 2004 para se adaptar à nova regra. Apesar de ser lei, o governo de Minas Gerais, dos anos de 2003 a 2008, não cumpriu essa norma básica. E pior: colocou na sua prestação de contas o investimento de R$ 3, 5 bilhões em saúde na conta da Copasa, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais, como forma de maquiar o orçamento e fingir que tinha feito todo o investimento necessário.
A promotora de Justiça de Defesa da Saúde, Josely Ramos Pontes, explica que foi feita uma fraude contábil, ou seja, foi contada uma mentira, para fechar as contas. "Enganaram os órgãos de fiscalização e a população o tempo inteiro", denuncia.
Os desembargadores entenderam que não foram investidos os 12% constitucionais previstos para a saúde. Consideraram que que há indicativos "suficientes" que as pessoas indiciadas cometeram mesmo o desvio, lesivo para o estado de Minas Gerais.De forma unânime, os magistrados concluem que não houve transferência de recursos para a Copasa, como tentava justificar o ex-governador, "não passando de artifício (fraude contábil, segundo o autor da ação) utilizado pela Contadora-Geral do Estado, com o aval do governador do Estado".
Eles apontam ainda a gravidade dessa lesão ao estado, pois o recurso deveria ser destinado para "reduzir doenças, possibilitar o acesso universal e igualitário a todos, como forma de inclusão social e preservação do direito fundamental que é a saúde, uma das razões de ser do Estado e fundamento da República".
A Advocacia-Geral da União (AGU) também comprovou que esse recurso não chegou à Copasa e, por fim, a própria empresa nega que tenha existido esses R$ 3,5 bilhões em seus balanços.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto no Estado de Minas Gerais (Sindágua/MG), os investimentos da Copasa nos últimos anos não ultrapassa a casa de R$ 900 milhões por ano. Em 2008, por exemplo, foram investidos R$ 805 milhões no estado.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE de 2008, Minas Gerais ficou abaixo da média nacional em número de municípios com tratamento de esgoto: 22,7%, contra 28,5 da média nacional ou os 78,4% do estado de São Paulo.
A íntegra.

Pela privatização do enterro da dama de ferro

O enterro da política que achava que o Estado não deve desperdiçar dinheiro com seus cidadãos, que destruiu sindicatos e desmontou o Estado de bem-estar social britânico vai custar 8 milhões de libras.

Da revista Samuel.
Abaixo-assinado pede privatização do enterro de Thatcher
Uma petição junto ao governo britânico pede que o enterro de Margaret Thatcher seja privatizado. Trata-se, evidentemente, de uma sarcástica crítica a sua gestão (1979-1990).
Thatcher foi, com o general Augusto Pinochet, que governou o Chile de 1973 a também 1990, a grande defensora do neoliberalismo. Os dois foram o modelo do modelo que até hoje domina boa parte do debate econômico.
Muita gente questiona o prefixo "neo" à palavra liberal. Mas o que diferenciava ao "neo" do liberalismo clássico? Sob o rótulo liberal, estavam identificadas uma série de políticas de respeito e proteção ao indivíduo. Algumas políticas liberais exigiam, inclusive, a participação do Estado, no sentido de "igualar os desiguais" – na educação pública, por exemplo.
A íntegra.

Paulo Nogueira escreve obituário do Estadão

No novo jornalismo feito por velhos jornalistas um artigo sobre o velho jornalismo feito por novos jornalistas e que está morrendo.

A agonia do Estadão 
Paulo Nogueira 
A verdade é que muita árvore foi derrubada à toa pelo jornal dos Mesquitas.

O Estadão está virtualmente morto.
Está cumprindo todas as excruciantes etapas da agonia dos jornais (e das revistas) na era da internet: demissões, demissões, demissões. Menos páginas, borderôs menores.
E futuro nenhum.
Pode ser que, em breve, o Estadão circule duas ou três vezes por semana, como está acontecendo com tantos jornais no mundo.
A Folha, em outras circunstâncias, vibraria. Na gestão Frias, um dos dogmas na Barão de Limeira era que apenas um jornal sobreviveria em São Paulo.
Semimorto o Estado, ficaria a Folha, portanto.
Mas os problemas da Folha são exatamente os do Estado. Pela extrema má gestão dos Mesquitas, eles apenas estão levando mais cedo o Estadão ao cemitério.
Isso quer dizer que não vai sobrar nenhum.
Lamento, evidentemente, cada emprego perdido por jornalistas que tiveram o azar de estar na hora errada na redação errada sob a administração errada derivada da família proprietária errada. (Os demitidos, importante que eles se lembrem disso, terão a oportunidade de respirar ares mais enriquecedores, sobretudo na mídia digital.)
Mas o jornal, em si, não deixará saudade.
Qual a contribuição do Estadão ao país?
O golpe de 1964, por exemplo. O Estadão, como o Globo, tem um currículo impecável quando se trata de abraçar causas ruins e misturar genuínos interesses privados com interesses públicos fajutos. No mundo perfeito, segundo o Estadão, os brasileiros serviriam basicamente de mordomos para os Mesquitas.
A íntegra.

As 250 mil contas secretas nos paraísos fiscais

Jornalistas investigativos de todas as partes do mundo estão revelando quem tem dinheiro escondido em paraísos fiscais. Este não é o lado B do neoliberalismo, é o lado A: o objetivo de tudo que acontece na economia mundial é exclusivamente enriquecer esses 250 mil marajás mundiais.

Do Diário do Centro do Mundo.
Repórteres de todo o mundo se juntam para expor as contas secretas dos paraísos fiscais
Por Paulo Nogueira
Hoje é um dia glorioso para o jornalismo investigativo nacional.
Um trabalho coletivo de jornalistas investigativos começou a publicar, em escala mundial, 2,5 milhões de documentos vazados sobre contas em paraísos fiscais.
Na origem dos vazamentos está uma associação de repórteres baseada em Washington, o ICIJ, pelas iniciais em inglês: International Consortium of Investigative Journalism.
O ICJI é uma espécie de Wikileaks. A diferença é que o Wikileaks tem uma característica mais ativista, e o ICJI é mais jornalístico. Seus integrantes, 82 espalhados pelo mundo, são repórteres. O pessoal do Wikileaks, a começar por Assange, é ativista.
Os vazamentos, segundo o ICJI, alcançam 250.000 contas de pessoas físicas e jurídicas de 170 países.
As revelações estão sendo processadas.
Entre os jornais que firmaram parceria com o ICJI estão o Guardian, o Le Monde e o Washington Post. Pesquisei, e não consegui encontrar nenhum jornal brasileiro.
Mas, uma vez mais: é um assunto de enorme interesse público. Evasão de impostos é, numa palavra, corrupção.
Até o momento em que escrevo, 20 horas de Londres, não tinham sido divulgadas informações sobre casos brasileiros.Fatalmente isso ocorrerá. Mas muito provavelmente não vai ser na mídia tradicional que você saberá.
A íntegra.

domingo, 7 de abril de 2013

O melhor jogador do Brasil

Entreouvido numa mesa de bar: "A Commebol proibiu o Galo de jogar no Independência. Agora, os jogos terão de ser no Palácio das Artes, que é lugar para espetáculos".
E qual é a diferença entre um atleticano normal e um atleticano chato? O atleticano normal acha que o Galo é o Barcelona do Brasil. O atleticano chato acha que o Barcelona é que é o Galo da Europa.
(Em memória do Bitoque, página de humor que circulava no caderno de esportes do extinto Diário da Tarde, às segundas-feiras, escrita por Afonso (?) e ilustrada por Radicchi.)

Do Diario do Centro do Mundo.
"RG10 é melhor do que Neymar"
Mas por não jogar no eixo Rio-São Paulo isso parece não importar

Nosso colunista de futebol, Scott Moore, recebeu uma carta do músico e jornalista Saulo Wanderley. Decidimos compartilhar trechos dela com todos. SW se refere a um texto de Scott em que o inglês diz que a seleção brasileira deve se compor de Ronaldinho Gaúcho e mais dez, e tece o que julgamos ser importantes considerações sobre o futebol nacional.  

Dear Mr. Moore,
Explico um pouco como funcionam as coisas da bola aqui em Terra Brasilis: o "país" foi descoberto – talvez já no sentido bancário – por um atravessador de oceanos chamado Cabral.
As aspas no "país" são por ainda não estar pronto. Temos ainda aqui um partido político cujo mascote é um pássaro bicudo chamado tucano, que rouba ovos no ninho alheio, como diz o National Geographic.
Desde Cabral proliferam por aqui todo tipo de atravessadores. Não é diferente no futebol. Os técnicos são atravessadores de craques, os comentaristas são ex-não-tão-craques atravessados como jornalistas, e a torcida atravessa todo tipo de obstáculo para ser enganada pelos atravessadores.
Em meio a tanta travessia ninguém se toca que RG10 é melhor do que Neymar, e que o melhor time do Brasil atualmente é o Atlético Mineiro, de onde o senhor pode tirar os outros 10 da seleção.
Acontece que o Atlético é mineiro, de Minas Gerais, um estado que não agrada aos atravessadores do chamado eixo Rio-SP, cuja filosofia se assemelha à do eixo da Segunda Guerra. Até minha mulher Marilia – que não é de Dirceu, muito menos do Zé Dirceu, e que é corinthiana — concorda que o Galo está em grande fase.
A íntegra.