terça-feira, 29 de novembro de 2011

Estudantes comuns a favor de Belo Monte

Outro lado, vídeo feito pelo "movimento" Tempestade em Copo D'Água, de estudantes de engenharia da Unicamp. Sem a produção do vídeo das celebridades globais, mas merece pelo menos a mesma atenção. Talvez seja mais autêntico. Quanto mais vejo o outro mais me convenço de que uma boa ideia foi usada para uma farsa. Nele, o peso da imagem das celebridades é muito mais forte do que as informações e os argumentos. No ano passado, a presidente da Associação Nacional dos Jornais disse que a imprensa cumpre o papel de oposição no Brasil porque os partidos de direita são muito fracos. Se isso é verdade, os artistas globais são a tropa de elite desse exército oposicionista.
Contra Belo Monte! Pelo decrescimento!

Troféu cara de pau 2011: Aécio Neves clama por educação de qualidade

No seu artigo de ontem na Folha de S. Paulo, o senador Aécio Neves deu mais uma demonstração de viver fora da realidade. Como diz seu amigo Ciro Gomes, Aécio lê pouco e não entende o Brasil. Quem será que escreve seus artigos? Dá razão ao blogueiro que sugere que a Folha lhe preparou uma armadilha ao convidá-lo para ser articulista. Alguém podia contar a ele que o salário pago aos professores mineiros é mais baixo do País e que a educação mineira é caótica porque ele não fez nada do que prega no artigo. Na Folha, o texto está disponível só para assinantes, mas este saite tucano o reproduziu na íntegra.

Sonho brasileiro
Folha de S.Paulo, 28/11/2011
Aécio Neves
A janela para o sonho, a gente sabe, é a educação. Mas, para muitos de nossos jovens, a janela permanece fechada. Vejam o baixo nível de aprendizado, o alto grau de repetência e o abandono precoce dos estudos, os currículos esclerosados e as escolas pouco atraentes à verdadeira aventura que é o conhecimento. E não é só isso. O programa Primeiro Emprego, uma das bandeiras da campanha do PT em 2002, ficou muito longe de apresentar os resultados prometidos. O ProJovem, anunciado com pompa e circunstância, seguiu o mesmo caminho e também fracassou. A inquietude da juventude, no Brasil e no mundo, está clamando: queremos sonhar. A nós nos cabe a responsabilidade de abrir portas e responder: aqui vocês têm as condições para construir esse sonho. Esse é o seu lugar.

As donas da rua


São mais de oito e meia da noite e a obra da esquina continua a toda. Foi assim o dia inteiro: caminhão betoneira ocupando larga pista do asfalto, engarrafando o trânsito, impedindo o passeio, o barulho da betoneira sem parar, enquanto os operários fazem a laje. Ao contrário de nós outros, comuns mortais, as construtoras não têm de respeitar leis do trânsito, nem regras urbanas, como ocupação do passeio e lei do silêncio. São mesmo as donas da cidade. Pode acontecer até de a BHTrans dedicar pessoal e carros para ajudá-las a movimentar caminhões grandes de madrugada, como já aconteceu na minha rua. Curioso é que nós, que moramos aqui e que pagamos IPTU, temos de obedecer leis, enquanto elas, que apenas estão de passagem, podem tudo. Imagina se qualquer um de nós instalasse uma fábrica no passeio, a prefeitura certamente não permitiria. No entanto, é o que fazem as construtoras, montam uma indústria (da construção civil, como gosta de ser chamada) num terreno e funcionam sem qualquer constrangimento das autoridades, desobedecendo a qualquer norma de convivência urbana. Depois de dois ou três anos de transtornos para os vizinhos e de vender apartamentos por preços milionários, aumentando os problemas locais, como congestionamento de trânsito, aumento do consumo de água e de energia elétrica, aumento do volume de esgoto e de lixo, vão embora. É um ótimo negócio, só disponível para os donos da cidade. Demonstra também uma norma de comportamento que aceitamos passivamente porque é assim que funciona o capitalismo: o interesse particular se sobrepondo ao interesse coletivo, o desrespeito pelo outro, o dinheiro como valor principal.

A revolução de novembro no Egito

A gente não entende a letra, mas o clipe vale pelas imagens da multidão feliz na praça. Os caracteres árabes no título significam "voz da liberdade".

Da Agência Carta Maior.
Os jovens guerreiros da praça Tahrir
Eduardo Febbro, direto do Cairo
Os guerreiros de Tahrir não levam armas. Óculos de natação para proteger os olhos das balas de borracha da polícia, um que outro pano ou lenço para se proteger dos gases lacrimogêneos letais, tênis velozes e uma expressão comum que atravessa o rosto de uma geração de guerreiros democráticos que têm entre 20 e 30 anos e já vão para sua segunda revolução. Estão unidos por uma fraternidade a toda prova e uma coragem capaz de desafiar a de qualquer soldado de elite de um exército profissional.
A íntegra.

A "grande" imprensa cada vez menor

Do portal Imprensa.
Editora Globo deve reduzir em 30% seu quadro de funcionários
2011 não está sendo um bom ano para as redações brasileiras. Depois de iG, MTV e Folha de S.Paulo, a Editora Globo inicia cortes que podem atingir até 30% de seu quadro de funcionários. Segundo apurou o Portal Imprensa, já foram desligados, nesta segunda-feira (28), jornalistas das redações das revistas Época São Paulo, Monet e Globo Rural. E os cortes não estão restritos a jornalistas. Profissionais da área Administrativa, Publicidade e Operações também estão na lista de demissões. De acordo com o publicado no Meio & Mensagem, cerca de 200 pessoas devem ser desligadas nos próximos dias, mas, até o final do ano, esse número pode chegar a 300. Ainda não há informações sobre as razões dos cortes. Nas últimas semanas, também vem circulando no mercado a informação de que o jornal O Estado de S. Paulo estuda uma redução no número de funcionários, que pode chegar a 40 vagas.
- "Folhateen" acaba e vira página na "Ilustrada"; sindicato protesta contra "recusa de diálogo".
- Grupo de imprensa corta 700 empregos.

Contra o novo código florestal

A mobilização via internet.

Da Avaaz.
Dilma: Salve a Amazônia!
Caros amigos do Brasil,
Esta semana nossa Presidente pode aprovar o novo Código Florestal que colocaria a Amazônia e seus protetores em grande perigo. Ativistas ambientais foram assassinados e os ruralistas no Congresso estão fazendo uma campanha desavergonhada para que a Presidente Dilma Rousseff sacrifique nossas florestas. Mas quando mais de 1.2 milhões de pessoas se mobilizaram, conseguimos adiar o texto no Congresso, e convencer conselheiros presidenciais a se pronunciarem. Agora o futuro da Amazônia está na caneta da Dilma. Somente uma pressão massiva do público pode fazer com que ela proteja nossas florestas e rejeite a política de ameaças e intimidação. Nos últimos três anos, os membros da Avaaz no Brasil deram grandes passos em direção ao mundo que queremos. Amanhã nos juntaremos a corajosos líderes indígenas, movimentos sociais e crianças para entregar nossa massiva petição de 1.2 milhões de assinaturas para o gabinete da Dilma. Mas, nossa força será duplicada se todos nós enviarmos mensagens diretas para Dilma proteger a Amazônia, nosso mais precioso recurso global.
A íntegra.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Falha ensina jornalismo à Folha

O rapaz é artista. Mais uma vez velha imprensa e velhos paulistanos (de cabeça, não de idade, necessariamente) demonstram seus preconceitos e intolerância.

Do blog Desculpe a nossa falha, ex-Falha de S. Paulo.
Exclusivo: Conheça o ciclista que "tomou um dedo" na capa da Folha e veja foto inédita da cena

No alto, a imagem que revela o contraplano da foto que foi capa da Folha (embaixo)

A cena é forte. Uma senhora mostra o dedo médio para um rapaz de bicicleta, sem camisa, que parece lhe pedir calma. Foto de capa da Folha de S.Paulo da última sexta-feira (25/11), a imagem era da passeata dos estudantes na USP na avenida Paulista que havia acontecido no dia anterior. Mais de 5 mil pessoas tomaram a via para pedir, entre outras reivindicações, a saída da PM do Campus e o afastamento do reitor João Grandino Rodas. A imagem espalhou-se pela internet rapidamente e retrata, de certa forma, o racha na cidade em torno dessa discussão que mistura estudantes da USP, invasão da reitoria, liberdade, polícia e preconceito. A fAlha achou Guilherme Folco, protagonista da foto. Recebemos também outra foto, de autoria desconhecida, que revela o outro lado da cena. É exatamente o mesmo momento da foto de capa da Folha, mas de outro ângulo. O músico, produtor e artista circense Guilherme, 32 anos, nasceu e foi criado na Mooca. E, diferentemente do que a Folha disse, não é estudante da USP, mas acha a discussão importante e por isso foi lá. Guilherme também trabalha, ao contrário do que afirmam centenas de comentários na internet – apesar de que, na opinião deste blog, o fato de a pessoa trabalhar ou não nada tem a ver com seu direito de protestar. A seguir, os melhores momentos da conversa com o homem.

- Você pode descrever o que acontecia naquele momento da foto?
- Ela já estava mostrando o dedo geral, antes da minha chegada. Quando vi ela assim xingando todo mundo fui lá explicar que se tratava de um protesto para pedir a mudança do reitor, que falta diálogo com a reitoria, que o orçamento de R$ 3,6 bilhões da USP é suficiente para garantir a segurança sem depender da PM… Enfim, ela não escutou e só gritava "Vocês só querem fumar maconha, não querem estudar! Têm que sair e dar a vez pra outro!”. Fiquei mal de ver como é tão superficial o pensamento geral… eu só queria falar que ela estava equivocada, sendo mal influenciada… eu tentava argumentar que aquilo não era um "ato de vagabundo que queria fumar cannabis", como ela dizia, aos gritos loucos.
- Você protestava pelo direito de poder fumar maconha livremente na USP, como disse aquela senhora e tantos outros?
- Não, imagina… Não dá pra termos uma lei dentro e outra fora do Campus. Mas acho que a descriminalização é o futuro, diminuiria ou resolveria o problema. O mundo todo está voltado para uma nova visão na questão das drogas, o plantio caseiro reduziria o poder do tráfico, há muitos políticos falando disso. Mas essa é uma outra discussão.
- Você é filiado a algum partido político?
- Não! Brasil unido governa sem partido [repete uma das palavras de ordem da manifestação]. A corrupção começa com os partidos políticos e o financiamento de campanhas. Sou pela diminuição do Legislativo. Esse sistema bilionário de assessores, verbas e imunidade parlamentar não é eficiente e tem que mudar já!
- Se você não é estudante da USP, por que foi no ato?
- Passei ali perto por acaso, conhecia a questão e acabei indo. Acho uma causa nobre sim! Diferente da maioria dos paulistanos… Fui no protesto contra o código florestal e Belo Monte, sou contra a corrupção do sr. Kassab na Prefeitura… Estamos vivendo um caos no Brasil e no mundo, não falta motivo para protestar: tem problema no preparo da Copa, quedas de ministros, um coronel assassino no massacre do Carandiru assumindo o comando da Rota… Estamos perdidos e a população não tem coragem de fazer nada, só fica acomodada assistindo suas TVs criticando quem está nas ruas tentando mudar algo. Lamentável.
A íntegra.

Velha imprensa: os "nossos corruptos" e os corruptos inimigos

Imprensa paulista abafa escândalos dos governos Alckmin e Kassab. Corruptos de direita têm imunidade.

Do Blog do Rovai.
Caso Controlar ou é por isso que o PiG é PiG
No dia 18 último, o presidente do Metrô foi afastado pela Justiça por descumprimento de ordem judicial. O caso em questão guardava relação com a concorrência da linha 5 do Metrô e o prejuízo calculado para o estado é de 4 bilhões de reais. Na quinta-feira passada, o MP pediu o afastamento do prefeito Gilberto Kassab por conta de prejuízos calculados em 1 bilhão de reais aos cofres públicos na licitação do Controlar. Na sexta, a Justiça determinou nova licitação e bloqueou os bens de Kassab. Os jornais de hoje ignoram ambos os casos nas suas manchetes. Um já caiu no esquecimento (Metrô) e o outro virou nota de rodapé (Controlar). Algumas pessoas acham forte a expressão PiG. Consideram-na inadequada por conta de condenar os veículos de imprensa por um papel que também é deles, o de fazer oposição. De fato, seria exagerado se os veículos comerciais tratassem todos os lados envolvidos no noticiário político a partir dos mesmos critérios. Ou ao menos de critérios semelhantes. Mas como isso está longe de acontecer, chamar os veículos comerciais de PiG não é exagero algum.
A íntegra.

Memória da imprensa alternativa: o jornal Movimento

Depoimento do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira ao Correio da Cidadania sobre imprensa alternativa ontem e hoje.

PM na Reitoria da USP: estudante denuncia que repórter da Globo foi cúmplice de tortura

Matéria denuncia a violência que aconteceu na USP, durante a ocupação do prédio da Reitoria, quando a PM isolou os estudantes com as portas fechadas, longe das vistas de quem estava de fora. Imprensa teve acesso e se calou, teve jornalista que xingou estudantes. Pelo menos uma equipe de reportagem foi cúmplice de tortura. Episódio revela que as polícias paulistas continuam agindo como na época da ditadura militar, negando direitos aos detidos, torturando, forjando provas, transformando vítimas em bandidos e contando com a cumplicidade da velha imprensa, que depois manipula o noticiário. Imprensa ou assessoria de imprensa do governo e da PM paulistas? Como no regime militar, os porões não agem por conta própria, servem ao governo.

Da Agência Carta Maior.
Estudante da USP: "A única visão que eu tinha era das botas"
"Apareceu um policial por trás de mim, apontando uma arma de grosso calibre. Eu fiquei paralisada; na minha frente o cordão de isolamento e atrás um cara armado. Ele me pegou , me disse que eu estava detida e me mandou deitar no chão. Chegaram mais dois PMs, que já me jogaram no chão para me imobilizar e eu comecei a gritar, já que eu não estava lá dentro e eles não tinham justificativa legal para me deter, eu só estava filmando. Foi quando um deles falou: "É melhor levar ela pra dentro". Eles me levaram arrastada pra frente da reitoria, quebraram o vidro e entraram. Era uma sala escura, não havia nenhum aluno, só policiais homens. Lá, me colocaram de pé e mandaram deitar no chão. Como eu não fiz imediatamente o que me pediram, eles chutaram minha perna, que ficou roxa. Acredito que isso conste no exame de corpo de delito. Quando me jogaram no chão, um homem sentou nas minhas pernas, próximo ao meu bumbum, e dois no meu tronco, pressionando com o joelho meu corpo no chão. Havia vários em volta fazendo uma roda, porque como estavam ao lado do vidro, se alguém estivesse passando poderia ver. A única visão que eu tinha era das botas. A sala estava toda escura. Devia ter uns 12 homens ali, algo descomunal para imobilizar uma mulher. Eles falaram que iam me levar presa e botaram um lacre nas minhas mãos. Também pegaram minha câmara. Eu gritava e batia as mãos no chão, e eles falavam "você está pedindo arrego?". Um deles pegou na minha nuca, bateu minha cabeça no chão várias vezes, na parte do couro cabeludo, para não deixar hematoma. Eu tentei reagir e mordi a mão do PM que segurava minha boca. Quando fiz isso, eles me falaram: "Você conhece o porco?". O porco era uma bolacha de plástico, um material muito resistente que enfiaram na minha boca. Era uma coisa achatada, que impedia de falar e me impediu de respirar pela boca, sendo que eu tenho dificuldade de respirar pelo nariz. Eu fiquei com isso na boca enquanto eles falavam: "é melhor ficar quieta senão vai ser pior". Eu pensei que não havia mais ninguém lá dentro, que todo mundo já havia sido retirado e que iam fazer o que quisessem comigo. Depois eu soube que tinha uma sala ao lado, onde as meninas ouviram tudo o que aconteceu ali, elas são testemunhas. Onde eu estava, não tinha uma mulher, ninguém. Depois de vários minutos dessa situação, me prenderam com um lacre, com as mãos pra trás. Apertaram isso muito forte e me levantaram pelos cabelos do chão; tiraram o 'porco' da minha boca e me levaram pra outro lugar, mais iluminado. Eu reclamava do meu braço, que ficou roxo; isso não saiu tanto no corpo de delito, já que ele foi feito às 2h da quarta-feira, e a reintegração foi às 5h do dia anterior. Os PMs me arrastaram para um corredor iluminado. Eu reclamei que meu braço doía muito e eles falaram que realmente estava muito apertado; pegaram uma faca enorme, pediram pra eu ficar quieta e cortaram o lacre. Nisso passou um repórter da Globo, o primeiro a chegar no local, que fez toda a cobertura. Quando eu o vi achei que era minha salvação: comecei a gritar e falar o que estava acontecendo. O repórter olhou com o maior desprezo e passou direto. Mas os câmaras filmaram um pouco, tanto que as imagens estão no Jornal Nacional, onde eu reclamo da minha mão. Eu falando o que tinha acontecido eles não colocaram. Um cara [PM] ainda me falou "viu, não adianta nada você reclamar". Não conseguia ficar de pé, mas eles queriam que eu ficasse; um PM pegou o cassetete e apertou contra a minha garganta pra eu ficar em pé, junto à parede. Minha garganta desde lá está inflamada e estou rouca.
A íntegra.

domingo, 27 de novembro de 2011

Aliança PSDB-Lacerda em BH será base para candidatura de Aécio em 2014

É o que diz o próprio senador tucano, em entrevista à revista Época. É uma entrevista fraca para um candidato a candidato a presidente, confirmando o que disse seu amigo Ciro Gomes ("Aécio lê pouco e não compreende o País"). Aécio foge das perguntas que o comprometem, como a vez em que foi pego dirigindo sem carteira e se negou a fazer o teste do bafômetro, puxa saco de FHC e, como avestruz, ignora as realizações do governo Lula.

Da revista Época.
Aécio Neves: "Dilma é refém de um governo de cooptação"
Época – O PSDB tem alianças com o PSB em vários estados, inclusive Minas Gerais. O PSB pode ser parceiro dos tucanos em 2014?
Aécio – Tenho uma relação pessoal antiga com o Eduardo (Campos, governador de Pernambuco e líder nacional do PSB). Em determinado momento, ele trouxe um convite do avô dele, Miguel Arraes, para que eu me filiasse e fosse candidato pelo PSB. Acredito que possa ocorrer um encontro natural. Hoje, o PSB tem compromisso com o governo, mas haverá nos estados uma movimentação natural para que setores do PSB e de outros partidos estejam próximos a nós. Chegaremos a 2014 robustos para disputar as eleições, até porque nas eleições municipais faremos muitas alianças com partidos que estão na base de apoio da presidente Dilma. E muitas dessas alianças serão contra candidatos do PT.
A íntegra.

Notícias sobre Aécio Neves

Que eu não tinha visto.

Do Blog do Lucas Figueiredo:
Folha desmonta marketing de Aécio na Folha

Danilo Gentili no youtube.

Da Folha Celebridades:
Aécio Neves e Ana Paula Junqueira são vistos saindo juntos de balada

Do blog histórias pra boi acordar:
Em entrevista na revista Época, aécio neves não esconde que está lendo o pior do neoliberalismo brasileiro: a incompetente miriam leitão

Filósofo francês defende o "decrescimento sustentável"

"Uma sociedade que deve crescer com a felicidade, qualidade do ar, da água, da alimentação, uma sociedade da abundância frugal, de prosperidade sem crescimento."

Do saite do Instituto Humanitas Unisinos.
Precisamos ultrapassar a economia e sair dela
Entrevista do filósofo francês Serge Latouche ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU na semana passada. Ele é também economista, sociólogo, antropólogo, professor emérito de Ciências Econômicas na Universidade de Paris-Sul (1984).
IHU On-Line - Em que sentido o decrescimento é viável em sociedades em desenvolvimento como o Brasil e a China, por exemplo? O conceito de decrescimento pode ser aplicado a países emergentes?
Serge Latouche - O fato de formular essa pergunta demonstra que o termo decrescimento não foi compreendido. A palavra decrescimento está sendo tomada literalmente. Não se trata de um conceito, mas um slogan. Esse slogan foi necessário porque estamos numa sociedade da comunicação, onde tudo passa por slogans e manipulação midiática. Um dos slogans mais nocivos e perversos do sistema é o desenvolvimento sustentável. Para nos opormos a ele, cunhamos o termo decrescimento sustentável. Esse slogan nasceu na França, numa sociedade muito desenvolvida, com sentido provocador, porque vivemos na religião do crescimento. Sua ideia é romper com a ideologia do crescimento. Assim, quando usamos a palavra decrescimento soa como uma blasfêmia. Isso leva as pessoas a se perguntarem como é possível dizer algo desse tipo. Por trás do decrescimento há um projeto de um outro paradigma, de uma verdadeira sociedade alternativa à sociedade de crescimento. Trata-se de um projeto para romper com uma sociedade e construir outra que não esteja voltada para a religião do crescimento. Se quisermos ser rigorosos, teríamos que falar em acrescimento, assim como falamos em ateísmo. Evidentemente, é preciso falar no projeto de uma outra sociedade que deve crescer com a felicidade, qualidade do ar, da água, da alimentação. Queremos construir uma sociedade que chamo, agora, da abundância frugal, uma sociedade de prosperidade sem crescimento. Retomo, por isso, a ideia de Ivan Illich de sobriedade feliz. O projeto é construir uma sociedade ecossocialista, algo já formulado por André Gorz. Ele próprio aderiu à palavra decrescimento.
A íntegra.

Greve em Belo Monte

Construção de Belo Monte é cercada de conflitos e as manifestações menos importantes são das celebridades globais. Além de indígenas e populações ribeirinhas contrários às obras, os operários contratados pelo consórcio liderado pela empreiteira Andrade Gutierrez protestam contra o não cumprimento dos compromissos assumidos.
Contra Belo Monte! Pelo decrescimento!

Do blog do Movimento Xingu Vivo.
Trabalhadores paralisam Belo Monte; indígenas dão ultimato a Norte Energia
Cerca de dois mil trabalhadores cruzaram novamente os braços desde a manhã de sexta-feira (25/11/11), no canteiro Belo Monte, principal obra da construção da usina hidrelétrica na região de Altamira (PA). O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelo empreendimento havia se comprometido a responder as 16 reivindicações dos trabalhadores ontem, dia 24. Esta é a segunda paralisação no mês de novembro. "A única resposta que tivemos foi a demissão dos maranhenses", comenta M., um dos trabalhadores. "E pra piorar, tivemos a notícia de que nem recesso de Natal nós teremos", explica. Segundo os operários, durante o processo de contratação, a empresa havia acordado a realizar não só a liberação no final do ano, como também permitir a "baixada" – retorno dos trabalhadores a suas casas de origem – de três em três meses. No entanto, ao chegarem no canteiro, o CCBM os informou de que a volta só aconteceria de seis em seis meses. Afora isso, desvios de função, assédio moral, más condições de trabalho e transporte, comida estragada e não-pagamento de horas extras estão entre as reclamações trabalhistas. Sob pressão, a empresa se comprometeu a receber os trabalhadores e a pauta de reivindicações na segunda-feira (28). O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintrapav) garantiu que acompanhará o encontro. Enquanto ocorria a greve, os povos indígenas reunidos na Casa do Índio, em Altamira, deram um ultimato à concessionária Norte Energia, responsável pela barragem. "Estamos cansados de ser tratados como idiotas. As oitivas não aconteceram e as condicionantes não estão sendo cumpridas", denunciaram lideranças Xipaya, Xikrin, Juruna, Kuruaya, Arawete e Assurini durante reunião frustrada com a concessionária, Funai e Mistério Público Federal. Lideranças e guerreiros dos povos de todo o Médio Xingu devem chegar na Casa do Índio no decurso da semana.
A íntegra.

sábado, 26 de novembro de 2011

Consumismo infantil ou "bullying de marcas": uma estratégia capitalista

Estimular o consumo é uma estratégia do capitalismo criada nos EUA depois da Segunda Guerra Mundial. "A nossa enorme economia produtiva exige que façamos do consumo nossa forma de vida, que transformemos a compra e uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego, no consumo", ensinou o teórico Victor Lebow, citado no vídeo A história das coisas. "Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior." As crianças fazem parte desse "mercado", pois além de consumirem induzem ao consumismo dos pais. Mesmo que tudo que comprem seja lixo.

Do blog Consumismo e Infãncia.
Viram isso? Unicef faz estudo sobre consumismo infantil na Europa
O consumismo infantil não tem nacionalidade, cor, nem classe social. O problema é um fenômeno mundial da sociedade de consumo e tem se agravado cada vez mais. Prova disso é que o assunto tornou-se objeto de pesquisas ao redor do mundo. O mais recente foi publicado pelo jornal espanhol El Pais. Trata-se de um estudo da Unicef, de setembro deste ano, sobre a vida em família na Grã-Bretenha, hoje extremamente pautada em desejos de consumo dos filhos, que parecem se confortar com os bens materiais na ausência dos pais. O chamado bullying de marcas se aproveita do tempo que os adultos precisam trabalhar e atingem crianças e adolescentes em cheio. Na reportagem do El Pais, estudiosos espanhóis foram consultados para saber se os pequenos de lá também estão nessa onda de consumismo. O resultado a gente já sabe: embora os padrões de consumo sejam diferentes, todos caminhamos no mesmo sentido. E no Brasil não é diferente.
A íntegra.

As misérias da mineração

Da Pública, agência de reportagem e jornalismo investigativo.
Peru: Mineração é uma bomba-relógio ambiental e social que vai explodir
Nesta semana milhares de camponeses no departamento de Cajamarca, no norte do Peru, protestaram contra o projeto de exploração de uma mina de ouro pela empresa americana Newmont, dizendo que ela vai causar enormes impactos na região. O projeto, de 4,8 milhões de dólares, seria o maior investimento do tipo na história do país. Uma investigação do Ciper, parceiro da Pública, mostra por que os peruanos estão tão desconfiados: há mais de 6 mil locais contaminados por exploração mineral no país. E apenas 50 empresas foram responsabilizadas até hoje.
A íntegra.

Greve geral em Portugal

Em quase toda a Europa a situação é a mesma: governos "resolvem" a crise capitalista cortando benefícios sociais para economizar recursos e pagar os banqueiros. Trabalhadores querem o contrário: tirar dos banqueiros e distribuir para os 99,99% restantes da sociedade.

Da Agência Carta Maior.
Greve geral repudia pacote de arrocho para Portugal
Trabalhadores portugueses cruzaram os braços numa greve geral contra as medidas de arrocho dotadas pelo governo. O contestado pacote prevê meia hora a mais de trabalho por dia sem aumento de remuneração, corte de salários e de subsídios de Natal e de férias para funcionários públicos, aumento de impostos, flexibilização das regras para desligamentos, entre outras medidas. Ele faz parte das contrapartidas para o socorro financeiro de € 78 bilhões da chamada troika (FMI, BC Europeu e Comissão Europeia).
A íntegra.

Celebridades globais contra Belo Monte 3

Mais do que artistas globais que podem não servir de referência política, o movimento Gota D'Água ganha credibilidade ao citar os movimentos Xingu Vivo Para Sempre e Humanos Direitos. O Humanos Direitos usa a mesma estratégia de vídeos com celebridades em campanhas de defesa da vida e dos direitos humanos. Suas primeiras reuniões datam de 2003. Outorga anualmente o Prêmio João Canuto -- homenagem ao sindicalista assassinado no Pará em 1985 -- a pessoas e instituições que se destacam na defesa dos direitos humanos. O Xingu Vivo apresenta-se como "um coletivo de organizações e movimentos sociais e ambientalistas da região de Altamira e das áreas de influência do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que historicamente se opuseram à sua instalação no Rio Xingu". Ele informa contar com o apoio de "mais de 250 organizações locais, estaduais, nacionais e internacionais", e agregar "entidades representativas de ribeirinhos, pescadores, trabalhadores e trabalhadoras rurais, indígenas, moradores de Altamira, atingidos por barragens, movimentos de mulheres e organizações religiosas e ecumênicas". Uma lista tão grande não deve deixar nenhuma organização séria de fora, e realmente fazem parte dela grupos da região tão diversos como: Prelazia do Xingu, movimentos de mulheres, pastorais, rádios comunitárias, sindicatos de trabalhadores, associações de moradores, associações profissionais, Fórum Regional de Direitos Humanos Dorothy Stang, associações de povos indígenas e associações de ribeirinhos, entre outras. Não há informação de data de constituição do movimento, mas as postagens mais antigas do saite datam de outubro de 2010. O Histórico do saite contém uma cronologia da hidrelétrica desde 1975, quando, durante a ditadura militar, a recém-criada Eletronorte começa a estudar a exploração do potencial hídrico da Amazônia para produção de eletricidade, gerando desde conflito com indígenas, ribeirinhos e ambientalistas. Vale a pena lê-lo para entender como o projeto atravessa todos os governos, sem ser executado, mas também sem ser abandonado, até ser incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o qual o governo Lula retoma o desenvolvimentismo iniciado por JK e continuado pela ditadura militar. Se Belo Monte não foi feita até hoje é não apenas pelas reações sociais que provocou mas também por incompetência e falta de recursos dos últimos governos miltares e dos governos civis de Sarney, Collor e FHC. O projeto faz parte de todos os planos nacionais de desenvolvimento, porque a "matriz energética" brasileira depende da hidreletricidade e o potencial que resta a ser explorado no País está na Amazônia. Isto significa que a construção de hidrelétricas amazônicas (Belo Monte é apenas uma da série) é uma questão profunda, que mexe não só com o modelo de desenvolvimento nacional, mas com o próprio capitalismo, que depende de crescimento contínuo e exploração de todos os recursos naturais. Ou seja, não há como crescer, não há como continuar a expansão capitalista sem construir hidrelétricas na Amazônia e, portanto, afetar o ambiente e as populações locais. Posicionar-se contra Belo Monte vai além do discurso falacioso do "desenvolvimento sustentável", é defender uma mudança de paradigma econômico, em que o ambiente passa a ser a principal referência. As celebridades globais que se aliam ao que há de mais reacionário no País (Globo, Veja e demotucanos) vão assumir esta bandeira?

Contra Belo Monte! Pelo decrescimento!

Governo Anastasia e deputados impõem derrota à educação pública em Minas Gerais

É o resultado da aprovação do substitutivo do governo pela Assembleia, quarta-feira passada. O governador Anastasia e a secretária da Educação Ana Lúcia Gazola fizeram acordo para o fim da greve, em setembro passado, mas não cumpriram sua palavra. Além de não pagar o piso salarial determinado por lei e pelo Supremo Tribunal Federal, o governo foi além: cortou biênios, triênios, quinquênios e gratificações, enfim, aqueles penduricalhos que melhoravam o vergonhoso salário de R$ 369 pago aos professores estaduais mineiros. O governo Aécio-Anastasia poupa dinheiro da educação para gastar com publicidade e pagar a dívida de construção do Shopping Adminstrativo. Veja aqui os deputados que são contra a educação e guarde seus nomes. Alguns deles têm pretensão de se eleger prefeito e até governador. Dois são ex-craques que decepcionam os atleticanos: João Leite (PSDB) e Marques (PTB).

Do Blog da Beatriz Cerqueira.
Quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Se o dia de hoje pudesse ser resumido em vitória do Governo e derrota do Sindicato, as consequências estariam restritas ao placar de um jogo político. Mas a realidade da escola pública mineira, o que inclui a situação de seus profissionais, não é um jogo político e com o resultado da votação do projeto de lei substitutivo no. 5, todos que defendem uma educação pública de qualidade perderam. Resta saber quem saiu vitorioso com o resultado deste dia. Foram 12 horas ininterruptas de discussão no plenário da Assembleia Legislativa. A categoria optou por sair do subsídio. O Governo do Estado assinou um documento se comprometendo a aplicar o Piso Salarial na carreira. O Governador Antônio Anastasia não cumpriu o compromisso que assumiu. Nesta noite de quarta-feira 51 deputados estaduais aprovaram o projeto de lei do governo tornando obrigatório o subsídio a partir de janeiro de 2012. A categoria perde novos biênios, quinquênios, trintenários, gratificação de regência, etc., perde o Piso Salarial Profissional Nacional.
Estes deputados estaduais votaram pela retirada de direitos da categoria e aprovaram o projeto de lei do subsídio: Alencar da Silveira Junior, Ana Maria Resende, Anselmo José Domingos, Antônio Carlos Arantes, Antônio Genaro, Antônio Lenin, Arlen Santiago, Bonifácio Mourão, Bosco, Célio Moreira, Dalmo Ribeiro, Deiró Marra, Délio Malheiros, Doutor Viana, Doutor Wilson Batista, Duilio de Castro, Carlos Henrique, Carlos Mosconi, Cássio Soares, Fabiano Tolentino, Fábio Cherem, Fred Costa, Gilberto Abramo, Gustavo Corrêa, Gustavo Valadares, Gustavo Perrella, Hélio Gomes, Henry Tarquinio, Inácio Franco, Jayro Lessa, João Leite, João Vitor Xavier, José Henrique, Juninho Araújo, Leonardo Moreira, Luiz Carlos Miranda, Luiz Henrique, Luiz Humberto Carneiro, Luzia Ferreira, Marques Abreu, Neider Moreira, Neilando Pimenta, Pinduca Ferreira, Romel Anízio, Rômulo Veneroso, Rômulo Viegas, Sebastião Costa, Tenente Lúcio, Tiago Ulisses, Zé Maia, Duarte Bechir.
Quando em janeiro de 2012 você perder os direitos de carreira que já adquiriu ou quando os profissionais de outros estados e municípios tiverem reajuste de 16% e Minas não praticar este reajuste, questionaremos os deputados estaduais que votaram contra a categoria.
Estes deputados estaduais defenderam a categoria: Adalclever Lopes, Adelmo Carneiro Leão, Almir Paraca, André Quintão, Antônio Júlio, Bruno Siqueira, Carlin Moura, Celinho do Sinttrocel, Durval Ângelo, Elismar Prado, Ivair Nogueira, Liza Prado, Maria Tereza Lara, Paulo Guedes, Pompilio Canavez, Rogério Correia, Rosângela Reis, Sávio Souza Cruz, Tadeu Leite, Ulisses Gomes.

Pega com a boca na botija e arrogante, Chevron tenta conquistar a velha imprensa

Multinacional americana está acostumada à impunidade e espera que governo reveja a multa.

Do Brasil 247
Chevron sai da defensiva e agora ataca a ANP
O presidente da Chevron para a África e a América Latina, Ali Moshiri, afirmou ontem esperar que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) reconsidere a punição imposta à empresa americana que teve sua autorização para perfuração suspensa no Brasil. "Foi desnecessário. A Chevron está aqui desde 1915. Dos meus 35 anos de carreira, 15 foram devotados a projetos no Brasil. A carta que chama a Chevron de negligente foi prematura", afirmou o iraniano, que diz ter sido "surpreendido" pelo órgão regulador. Ele e o presidente da unidade de negócios para a América Latina, Don Stelling, chegaram ao Brasil na terça-feira para contornar a crise. Segundo Moshiri, a empresa não vai recorrer à Justiça, por acreditar que pode resolver problemas com "bons relacionamentos". Moshiri explicou que o poço onde houve o vazamento não é segurado. A entrevista coletiva concedida pelo executivo transcorreu em um clima bem mais ameno que as coletivas anteriores. Moshiri negou que a empresa tenha manipulado vídeos e omitido informações à ANP. O presidente da Chevron Brasil, George Buck, informou que houve uma dificuldade técnica para fazer o download com as imagens do acidente.
A íntegra.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Celebridades globais contra Belo Monte 2

Pesquisando sobre o vídeo das celebridades contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte descobre-se que faz parte de um movimento, Gota D'Água, do qual reproduzo, abaixo, o "Quem somos". Me parece sério, mas incompleto. Gostaria de saber com que recursos a campanha é mantida, se os atores e as atrizes trabalham voluntariamente ou recebem cachê. Como o saite não informa, mandei e-mail para o endereço indicado. Recebi resposta automática informando que o saite está sobrecarregado e que serei respondido quando for possível. Passaram-se mais de 33 horas e ainda não recebi resposta. Continuarei aguardando.
Contra Belo Monte! Pelo decrescimento!

"Quem somos: Um mundo melhor, mais consciente e solidário. O Movimento Gota D’Água surgiu da necessidade de transformar indignação em ação. Queremos mostrar que o bem é um bom negócio e envolver a sociedade brasileira na discussão de grandes causas que impactam o nosso país. Utilizamos nossa experiência em comunicação para dar voz àqueles que se dedicam a estudar o impacto que as decisões de hoje terão no amanhã. O Movimento apoia soluções inteligentes, responsáveis, conscientes e motivadas pelo bem comum. O Gota D’Água é uma ponte entre o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais e os artistas ativistas. A primeira campanha do movimento discute o planejamento energético do país pela análise do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, a mais polêmica obra do PAC. O braço técnico desta campanha é formado por especialistas ligados a duas organizações de reconhecida importância para a causa: "Movimento Xingu Vivo Para Sempre" e o "Movimento Humanos Direitos". A missão da Gota D’Água é comover a população para causas socioambientais utilizando as ferramentas da comunicação em multiplataforma. Hoje existem inúmeros caminhos de se produzir conteúdo relevante para atingir e envolver as mais diversas audiências nos mais diferentes meios. Nossa proposta é usar estas inovações para seduzir e mobilizar a sociedade para causas socioambientais. Conselho: Maria Paula Fernandes, Sérgio Marone, Marcos Prado, Juliana Helcer, Enrico Marone, Ana Abreu, Sérgio Maurício Manon, Tica Minami, Ricardo Rezende, Luciana Soares de Souza, Ana Luíza Chafir, Thiago Teitelroit, Maria Paula Fidalgo, Luíza Figueira de Mello, Paulo Fernando Gonçalves, Carolina Kuenerz, Fernanda Mayrink, Miguel Pinto Guimarães.

Celebridades globais contra Belo Monte

Bacana esse vídeo, bem feito, mas não nasci ontem e desconfio. Algumas coisas me incomodam, como o tom indignado de algumas atrizes. Me lembra a indignação da classe média moralista manipulada pela Globo e pela Veja. Como todos são artistas globais, mais motivo para desconfiar... Também me incomoda acusar a obra de ser cara e dizer que o dinheiro vai sair do "meu" bolso. Quem sabe quanto custa uma hidrelétrica pra dizer se é cara ou não? É preciso comparar com outras obras e com dinheiro para outras necessidades da população, como educação, por exemplo. Será que esses atores se preocupam com educação pública? Será que se preocupam com dinheiro gasto, por exemplo, para a copa da máfi(f)a, sobre a qual a Globo se cala porque tem interesses nela? E o strip-tease da Maitê Proença, significa o quê? Que ela usa qualquer argumento pra nos convencer? Mas ela já passou da idade de usar esse argumento... Me incomoda celebridades emprestarem seus rostos famosos, suas vozes e interpretações a um movimento, porque não são cidadãos comuns. Tampouco o fato de serem celebridades lhes confere qualidades morais para servirem de exemplo para a população. Esse engajamento já aconteceu muitas vezes e a mais emocionante foi na campanha eleitoral de 1989, quando uma multidão de artistas (globais inclusive) gravaram o clipe "Lulalá". Mas só cantavam, não faziam discursos. Se esse vídeo revela adesão de artistas a um movimento decente, torna-se uma esperança a mais para o planeta. Mesmo porque é de se esperar que eles se engajem em causas tão ou mais importantes quanto essa. E são muitas. Mas será? Fico me perguntando em quem eles votaram no ano passado. Será que votaram na Dilma? Ou será que foram eleitores do Serra? Talvez da Marina, que carreou os votos dos moralistas constrangidos. Enfim, se eu tinha dúvidas sobre Belo Monte, esse vídeo não me ajuda a ficar contra a obra, pelo contrário.
Contra Belo Monte! Pelo decrescimento!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Golpe nos EUA: o capital toma o poder

Artigo longo, mas muito interessante. Em livro publicado há quase trinta anos, economistas americanos denunciaram como o capital sabotava a economia do país. Foram considerados adeptos da teoria da conspiração. Hoje, reconhece-se que estavam certos.

Da Agência Carta Maior.
Como o capital financeiro privatizou o Estado nos EUA
A elite dominante organizou em 1933 um golpe para tentar retirar a administração de Roosevelt do poder e tentar substituí-la com um governo nos moldes dos de Adolf Hitler e Benito Mussolini. (Um Comitê do Congresso de 1934 determinou que Prescott Bush, avô de George W. Bush, estava em contato com Hitler.) Entre os conspiradores estavam alguns dos mais proeminentes membros da classe de negócios, muitos deles nomes familiares da época: Rockefeller, Mellon, Pew, Morgan e Dupont, assim como empresas como Remington, Anaconda, Bethlehem e Goodyear, e os donos de Bird's Eye, Maxwell House e Heinz. Cerca de vinte dos maiores homens de negócios e de finanças de Wall Street planejavam juntar um exército de quinhentos mil homens, formado em sua maioria por veteranos desempregados. Essas tropas constituiriam as forças armadas por trás do golpe e serviriam para combater qualquer resistência gerada pela revolução. Os revolucionários escolheram o general Smedley Butler, que havia recebido a Medalha de Honra, para organizar as suar forças armadas. Butler ficou chocado com o plano e o contou para jornalistas e para o Congresso. Roosevelt rapidamente acabou com o plano. A tentativa de efetivar um golpe foi um evento marcante na história dos EUA, mostrando claramente o que pensavam os americanos ricos. (Não há menção desse evento nos livros de história dos EUA, ele não é considerado adequado para ser impresso.) O capital aprendeu uma lição de grande importância: controlar o poder do Estado deveria figurar como a sua principal agenda politica. Também aprendeu que é mais fácil planejar do que efetivar a tomada do controle do Estado. Nos últimos anos da Era de Ouro os capitães da riqueza estabeleceram uma estratégia politica de longo prazo para desfazer o New Deal e a Great Society, e para colocar no lugar mecanismos que prevenissem o seu reaparecimento. Desta vez era para ser um New Deal para o capital, um Estado descaradamente politizado para a classe que realmente conta. Estes foram os anos de formação do neoliberalismo.
A íntegra.

A incompetência e as mentiras da Chevron

Imagina se é num governo tucano, pré-sal nem teria a Petrobrás, seria todo de empresas como esta e a BP, aquela do desastre no Golfo do México.

Da Agência Carta Maior.
Escândalo Chevron: mentiras, multas irrisórias, politização e pré-sal
Petroleira norte-americana responsável por desastre ambiental escondeu das autoridades informação sobre fim de vazamento e tentou iludi-las com vídeo editado. Multas iniciais e pedido de indenização chegam no máximo a R$ 250 mi, quase nada para quem fatura US$ 200 bi. Para PSDB, governo demorou a agir. Partido não se indignou com 'mentiras', como fez com ministro, nem pediu CPI da Chevron, suspeita de buscar pré-sal alheio, como fez com Petrobras.
A íntegra.
"Após caso Chevron, é preciso rever lei que reparte o pré-sal"
Fernando Siqueira, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), diz que tragédia ambiental na bacia de Campos é oportunidade para rever lei do pré-sal. Para ele, Petrobras, escolhida como operadora da área, poderia administrar sozinha todo o processo exploratório sem depender de estrangeiras selecionadas através de leilões.
A íntegra.

Agora vai

Time joga mal e presidente demite equipe de comunicação.

Do Comunique-se.
Palmeiras demite equipe de assessoria de imprensa
Os jornalistas que faziam parte da equipe de relacionamento com a imprensa no Palmeiras foram dispensados na tarde desta segunda-feira (21/11). Além do grupo de comunicação, o gerente administrativo Sérgio do Prado e o advogado André Sica foram demitidos.
A íntegra.

A obra dos militares

Da Agência Carta Maior.
Desaparecidos, mas não olvidados
Maria Victoria de Mesquita BenevidesDe todos os livros que já li sobre esse período de horror, este é o que mais me emocionou. Lembro-me de ter visto o rosto devastado de K. na Cúria Metropolitana, quando ficou até amigo de dom Paulo Evaristo. Minha emoção ao ler K. é primeiro de compaixão (solidariedade com a dor), depois de enorme raiva e indignação... pela indiferença de tantos; pela hipocrisia de alguns rabinos que negaram apoio à "impura" (!); pelo "perdão" aos torturadores e demais responsáveis, garantido pelo STF; pela canalhice dos que, até hoje, martirizam a família com "informações"; pelo papel repugnante da USP, que demitiu a professora por "abandono do emprego"; pelos políticos que têm ojeriza do tema porque não dá voto – pode até tirar; pelos "ex-combatentes" que falam não querer revanchismo... a lista é longa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tucano fundamentalista quer que Brasil volte a ser Estado religioso

Ou seja, quer volta ao tempo do Império. E conseguiu assinaturas para propor emenda constitucional.

Da Carta Capital.
Por Jean Wyllys (deputado federal pelo Psol-RJ).
O começo de uma teocracia no Brasil?
Soube que o colega João Campos – fundamentalista cristão e deputado federal pelo PSDB de Goiás – andou coletando assinaturas para apresentar o que eu chamo de "PEC da Teocracia". Meses atrás, fui abordado por um dos muitos coletores de assinaturas para PECs e frentes parlamentares que se espalham pelos corredores da Câmara dos Deputados. Como não assino proposição alguma sem, antes, ler seu conteúdo, assim que me dei conta do que pretende a PEC de Campos (e o que ela pretende me dá arrepios de pavor), não só recusei-me a subscrevê-la como passei a alertar os deputados aliados do perigo que a proposta representa. Apesar de minha iniciativa, o deputado João Campos conseguiu o número de assinaturas necessário para protocolar sua proposta de emenda constitucional, em parte porque a bancada cristã na Câmara é numerosa, em parte porque é grande o número de deputados que, na pressa, assinam qualquer proposição sem ao menos ler seu conteúdo. Mas voltemos à PEC n° 99 de 2011: a "PEC da Teocracia"… Eu assim a batizo porque ela pretende que as "associações religiosas" possam "propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal". O que isso significa? Que, caso essa PEC venha a ser aprovada, as "associações religiosas" passam a fazer parte do seleto rol dos legitimados pela Constituição de 1988 a darem início ao processo de "controle concentrado de constitucionalidade": (a) o Presidente da República; (b) a Mesa do Senado Federal; (c) a Mesa da Câmara dos Deputados; (d) o Procurador-Geral da República; (e)o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (f) partido político com representação no Congresso Nacional; (g) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (h) Governador de Estado ou do Distrito Federal; e (i) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Qual seria o sentido em se admitir "associações religiosas" entre os legitimados a darem início ao processo de "controle concentrado de constitucionalidade" se a finalidade institucional das entidades confessionais não é promover a supremacia da Constituição, mas, sim, desenvolver a fé em seus adeptos? Ora, se o Estado é laico – como o é o brasileiro desde 1890 – questões de cunho moral e místico não podem ser parâmetro nem para a elaboração das normas nem para o seu controle. Valores espirituais não podem ser impostos normativamente ao conjunto da população, nem de forma afirmativa nem por via reflexa do controle, sob pena de violar a laicidade do Estado. Em uma sociedade multicultural e plurirreligiosa como a nossa, em que convivem pessoas das mais diferentes crenças (e também aquelas que não professam credo algum e que devem ser reconhecidas e respeitadas!), a laicidade é indispensável para que todos sejam tratados com o mesmo respeito e consideração. A emenda nem é mesmo uma proposição que visa à pluralidade das concepções religiosas. Pelo contrário: é fruto de uma onda encampada por um segmento que pretende impor seus credos — que devem pertencer à esfera privada — a toda a coletividade.
A íntegra.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Transparência passará a atingir também órgãos dos poderes judiciário e legislativo

Gente que fala muito, denuncia muito, posa muito, mas faz igual ou pior.

Da Agência Carta Maior.
Em 6 meses, Justiça, Ministério Público e ONGs terão de abrir gastos
A Lei de Acesso à Informação sancionada sexta-feira (18), que amplia a transparência do Estado brasileiro e com isso as possibilidades de controle social, deve promover uma pequena revolução quando entrar em vigor, em maio de 2012. A exposição das vísceras financeiras do governo federal na internet, que hoje é quase absoluta, terá de ser uma regra também na Câmara dos Deputados, no Senado e em duas áreas das mais fechadas à sociedade: Justiça e Ministério Público. Pela lei, todas as cortes, promotorias e procuradorias de Justiça do país terão de informar, na internet, o que fazem com seus orçamentos. Quanto administram, quanto gastam, qual o salário de seus servidores, quanto e para quem repassam recursos, quais as licitações em curso e os contratos assinados. Tudo o que o governo já faz no Portal da Transparência (www.portaltransparencia.gov.br). A mesma imposição vale para Câmara dos Deputados, Senado e todas as casas legislativas estaduais e municipais (se a cidade tiver mais de 10 mil habitantes). O chefe máximo de cada órgão tem dois meses para nomear pessoa ligada diretamente a ele para providenciar o cumprimento da obrigação. "A lei é revolucionária", diz o secretário de Assuntos Legislativos do ministério da Justiça, Marivaldo de Castro Pereira. A "revolução" ajudará a entender melhor movimentações bilionárias. Caso seja aprovada a proposta de orçamento 2012 que o governo mandou ao Congresso, no ano que vem, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá R$ 510 milhões, o Ministério Público da União, R$ 3,8 bilhões, a Câmara, R$ 4,2 bilhões e o Senado, R$ 3,3 bilhões.
A íntegra.

domingo, 20 de novembro de 2011

Campeonato brasileiro: o pior cenário

Este brasileirinho termina de forma dramática para os clubes mineiros: o América rebaixado, o Cruzeiro em situação muito perigosa e o Atlético ainda correndo risco. O Galo pode ser responsável pelo rebaixamento do rival, mas também é possível que o Cruzeiro seja rebaixado e, vencendo o clássico estadual na última rodada, leve junto o Atlético. No entanto, só uma combinação de resultados adversos fará com que o Galo chegue à última rodada ameaçado: ele tem de perder para o Botafogo, o Bahia não pode perder do Santos, na Vila Belmiro, o Atlético Paranaense tem de ganhar do América, em Uberlândia, Ceará e Cruzeiro têm de empatar, em Fortaleza. Já o Cruzeiro, poderá vencer o clássico estadual na última rodada e mesmo assim ser rebaixado. Além de vencer o Ceará, torcerá para o América vencer o Atlético PR... Tanto a vitória do América quanto a vitória do Cruzeiro beneficiarão o Atlético. Ironias do futebol.

Repressão em Rondônia é pior

Lá a polícia não esconde que continua atuando como na época da ditadura militar. Policial infiltrado entre estudantes e professores, à paisana, jovem, apreende máquina fotográfica de estudante, sem se identificar. A Polícia Federal -- subordinada à presidente Dilma, ex-presa política -- age da mesma forma como a PM e o Exército, isto é, como nos tempos da ditadura, o que mostra mais uma vez que a democracia brasileira está incompleta.

Da Carta Capital.
Em greve, alunos e professores são ameaçados
Por Felipe Milanez
Segue tensa a situação dos professores grevistas da Universidade Federal de Rondônia (Unir), em greve iniciada em 14 de setembro (65 dias). Depois da prisão do professor de história Valdir Aparecido de Sousa, em 21 de outubro (Veja o vídeo aqui), do atentado com uma pedra contra um outro professor e a prisão, logo em seguida, de dois alunos que distribuíam panfletos contra o reitor Januário Oliveira Amaral, o mais recente ato de intimidação foi um bilhete deixado em vários locais da universidade, contendo ameaças a professores e alunos, encontrado na quarta-feira 16 de novembro. O bilhete foi impresso em folhas A4, cortados a mão e espalhados por vários locais. Pelo menos três professores receberam o aviso em suas caixas de documentos. A mensagem é clara: "Não adianta contar vitória antes do tempo. Muita água ainda pode rolar… Segue alguns nomes que podem descer na enchente do rio" (sic). Os grevistas afirmam que há uma sindicância do Ministério da Educação em Porto Velho, apurando as denuncias contra o reitor. "Todos os professores citados são grevistas e atuam diretamente escrevendo ou procurando provas contra o Januário e seus amigos. E os alunos são os mais combativos", afirmou um dos líderes da greve, que pediu para não ser identificado.
A íntegra.

Economist: PM substituiu Exército na repressão política no Brasil

Da BBC Brasil.
Economist analisa 'atraso' brasileiro em lidar com os crimes da ditadura
Em sua edição desta semana, a revista britânica Economist trata da polêmica da Comissão Nacional da Verdade e analisa como o Brasil está atrasado em relação soa vizinhos para lidar com o legado da ditadura. A revista lembra que o projeto da comissão, que pretende esclarecer violações dos direitos humanos ocorridas de 1946 a 1985, já foi aprovado no Senado e deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff no próximo dia 23. E afirma que apesar de os três últimos presidentes do país terem sofrido nas mãos dos militares – Dilma foi torturada; Lula, preso e Fernando Henrique, obrigado a se exilar –, só agora o assunto está sendo tratado de maneira mais aprofundada. Diante disso, a publicação compara a situação do Brasil com seus vizinhos que mais sofreram com os chamados anos de chumbo. "O Brasil tem sido lento na revisão dos crimes da ditadura. A Argentina começou a processar os militares logo após o colapso do regime, em 1983", diz a reportagem. "A Suprema Corte do Chile decidiu em 2004 que os ‘desaparecimentos’ não eram passíveis de anistia." Na avaliação dos especialistas ouvidos pela Economist, essa demora no Brasil se deve ao fato de a transição para a democracia ter sido mais lenta e controlada no país. Uma das consequências desse atraso "é que a repressão continua, só que agora a violência se concentra mais na polícia, e não no Exército". A revista destaca que a truculência da polícia é raramente punida e frequentemente aplaudida, como acontece nos filmes Tropa de Elite, e que ativistas esperam que a Comissão da Verdade altere essas opiniões.
A íntegra.

As montanhas mais extraordinárias da Terra

Da BBC Brasil.
Cientistas explicam formação de 'cordilheira fantasma' na Antártida
A pesquisa precisou do apoio de sete países Cientistas dizem que agora podem explicar a origem do que talvez sejam as mais extraordinárias montanhas da Terra. As Gamburstsevs são do tamanho dos Alpes europeus e totalmente cobertas pelo gelo antártico. Sua descoberta na década de 1950 foi uma grande surpresa. A maioria supunha que o continente fosse plano e sem grandes variações. Mas dados de estudos recentes sugerem que a cadeia de montanhas formou-se há mais de um bilhão de anos, segundo o trabalho divulgado na publicação científica Nature. As Gamburtsevs são importantes por serem o local onde sabemos hoje que o gelo iniciou sua expansão pela Antártida.
A íntegra.

A segunda revolução no Egito

No Egito como no Brasil a Polícia Militar é usada para reprimir manifestações populares.

Da BBC Brasil.
Manifestantes seguem na praça Tahrir após de choques com polícia
Milhares de manifestantes permanecem neste domingo na praça Tahrir, no centro do Cairo, apesar de uma tentativa violenta da Polícia Militar de retirá-los e acabar com o protesto iniciado na sexta-feira. Pelo menos três pessoas morreram nos choques deste domingo. Cenas de batalhas foram vistas na praça durante boa parte do domingo. Os choques começaram quando manifestantes arremessaram pedras em direção ao prédio do ministério do Interior, vizinho à praça. A polícia respondeu com gás lacrimogênio. A correspondente da BBC no Cairo Yolande Knell disse que os manifestantes retornaram para a praça, gritando palavras de ordem, apenas uma hora após a ação da tropa de choque. Os violentos confrontos ocorrem há dois dias no Cairo e outras cidades egípcias. Jornais egípcios chamam os eventos de "a segunda revolução" e a correspondente da BBC disse que os protestos na praça Tahrir parecem com os que derrubaram o governo do presidente Hosni Mubarak em fevereiro. A uma semana das primeiras eleições parlamentares desde a queda Mubarak, os manifestantes protestam contra um rascunho de constituição que, que segundo eles, permitiria que os militares mantivessem muito poder após a eleição de um governo civil.
A íntegra.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Liberdade para o Tibete

Da Avaaz.
Tibet: O apelo por ajuda
Há alguns dias, Palden Choetso saiu do convento, despejou gasolina sobre seu corpo e ateou fogo em si mesma enquanto pedia por um "Tibet livre". Ela morreu alguns minutos depois. Desde o mês passado, nove monges e freiras se auto-imolaram como protesto contra uma crescente repressão chinesa sobre o pacífico povo tibetano. Estes atos trágicos são um apelo desesperado por ajuda. Com metralhadoras em punho, as forças de segurança chinesa estão espancando e sequestrando monges, cercando os monastérios, e até mesmo assassinando idosos que defendem os monges -- tudo isso em uma tentativa de suprimir os direitos tibetanos. A China restringe severamente o acesso à região. Mas se conseguirmos persuadir alguns governos a enviarem diplomatas e expor essa crescente brutalidade, poderemos salvar vidas. Temos de agir rapidamente -- essa situação horrível está saindo do controle por trás de uma cortina de censura. Cada vez mais temos visto que quando os próprios diplomatas são testemunhas das atrocidades, eles são motivados a agir, e aumentam a pressão política. Vamos responder ao apelo trágico de Palden e criar uma petição massiva para que seis líderes mundiais, que têm maior influência sobre Pequim, enviem uma missão ao Tibet e se posicionem contra a repressão.
Clique aqui para assinar a petição.

Movimento dos milionários indignados, segundo Maringoni

Da Agência Carta Maior.

Ciro Gomes: "Aécio lê pouco e não compreende o País. Sua hora passou"

Não dessa forma, mas foi o que o ex-ministro Ciro Gomes falou em longa e esclarecedora entrevista ao Uol. Ciro Gomes é a melhor cabeça política das últimas décadas, mas anda em más companhias, pulando de galho em galho: PDS, PMDB, PSDB, PPS -- atualmente está no PSB, o partido do prefeito Lacerda, do que se depreende, no mínimo, que é um partido contraditório. A seu favor, diga-se que cada vez que mudou de partido o fez por divergências políticas, não por privilegiar interesses pessoais oportunistas. Mas essa independência torna-o um político sem raízes e nos lembra sempre o ex-presidente Collor. A diferença é que Collor estava mais para Aécio: muito marketing e conteúdo ruim. Ciro Gomes, ao contrário, é brilhante, sabe do que está falando e, embora com polidez (já foi grosso), critica tudo e todos que precisam ser criticados. Suas entrevistas não são dessas entrevistas triviais de políticos, são sempre esclarecedoras e vale a pena lê-las.

Do Uol.
Transcrição da entrevista de Ciro Gomes à Folha e ao UOL
Folha/UOL: O sr. acha que a presidente Dilma consegue sustentar o alto nível de popularidade que ela vem obtendo ao longo do próximo ano?
Ciro Gomes: Espero que sim, vou colaborar para sim, mas não creio, porque a economia no ano que vem tende a esfriar muito.
Folha/UOL: O sr. acha que há uma crise anunciada pela frente?
Ciro Gomes: Ela tem uma crise anunciada pela frente.
Folha/UOL: De que proporção o sr. diria?
Ciro Gomes: A proporção dependerá de dois fatos muito relevantes. Um: o nível de crise econômica, o nível de centralidade que a questão econômica causará no meio social brasileiro. O outro é o comportamento do PT nas eleições municipais.
Folha/UOL: O sr. sempre foi um crítico da atuação do PT.
Ciro Gomes: Não, não. Eu sempre fui um aliado do PT.
Folha/UOL: Sim, mas crítico de certas práticas do PT.
Ciro Gomes: Agora, de um tempo para cá, o PT desertou, Fernando, das tarefas mais graves, que a sociedade... Sendo o partido mais importante do Brasil, desertou de qualquer compromisso ético. Desertou de qualquer compromisso republicano, desertou de qualquer compromisso transformador.
Folha/UOL: Mas a oposição, onde entra aí? Minha pergunta é: por que a oposição não consegue encontrar uma forma de apontar os erros?
Ciro Gomes: Tem duas oposições hoje. Uma oposição é o PSDB. A oposição PSDB não pode dizer nada porque na hora que diz qualquer coisa a turma já diz: "Mas vocês estavam lá fazendo a mesma coisa". Uma coisa impressionante, é chocante, é muito fácil desmontar o PSDB. "Ah, porque o governo está aparelhando os cargos, não sei o quê...". Espera aqui. Matarazzo. Andrea Matarazzo. Não sei quem não sei das quantas. Mendonça não sei das quantas. Estavam lá. Eram de qual partido? Vocês [PSDB] são iguaizinhos [ao PT]. É aquilo que eu estou dizendo. É o crime perfeito. E a outra oposição é o PT "revival", que é o PSOL. É o PT "revival", só consegue entender duas coisas: corporativismo e moralismo. Então é bajulação dos justos interesses dos servidores públicos, bancários etc. etc. E o moralismo. "Aí, roubalheira, esculhambação!". O Ivan Valente [do PSOL, deputado federal por São Paulo] até propôs uma CPI sobre a dívida pública brasileira, ainda tentei colaborar na minha época. Não aconteceu nada. Nada. Tudo dominado. Esse é o problema. O problema não é o escândalo das passagens que o brilhante jornalista Fernando Rodrigues denunciou com muita veemência, quase ganhou "Pulitzer" por causa disso. Esse é um problema completamente irrelevante, sendo sintoma de frouxidão moral, de fisiologia. É. Mas o problema da Câmara é o seguinte: esse Eduardo Cunha apresentou uma emenda, em uma Medida Provisória que criava um subsídio de R$ 1,6 bilhão de reais para o Minha Casa, Minha Vida, para construir um milhão de moradias, ele apresentou emenda criando um crédito de IPI exportação de R$ 80 bilhões de reais. Com os lobistas da Fiesp dentro do plenário da Câmara. Escandalosamente ali acertando as coisas, rapaz. Ninguém disse nada, Fernando. Eu fui para a tribuna. Esculhambei. Perdemos por 300 a 120 e conseguimos que o Lula, evidentemente, vetasse. Mas quase o País ia para a breca por uma emenda de um deputado.
Folha/UOL: Deixe-me perguntar do PSDB e desses três nomes que o sr. já citou do PSDB, Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves. As chances de cada um deles eventualmente vir a ser presidente. Geraldo Alckmin?
Ciro Gomes: Olha, nenhum paulista, nesta conjuntura, conseguiria ser presidente da República. Folha/UOL: Isso descartaria Serra e Alckmin.
Ciro Gomes: Por quê? Não é por nenhuma prevenção. As pessoas às vezes vêem intenções que eu não tenho. O problema é que no Brasil há falta de uma estratégia nacional, não existe um projeto nacional que faça as compensações, as mediações e que cada um se sinta partícipe de um projeto confortável. Está crescendo muito no Brasil e esse é um problema para ser discutido no Congresso Nacional. Aí está essa crise dos royalties, com o Rio de Janeiro. O Sérgio Cabral [do PMDB, governador do Rio] mobilizando 150 mil pessoas na rua. Fernanda Montenegro [atriz] indo para a rua, por uma impostura nessa discussão dos royalties. Ela está de boa fé, evidentemente. Porque não tem no País uma visão estratégica. Então o que está acontecendo? Está crescendo no país um ressentimento recíproco entre São Paulo e o resto do Brasil. As pessoas no Nordeste, em Manaus, por exemplo, não têm perigo. Porque todos os exercícios práticos da governança local, paroquial, provinciana de São Paulo hostilizam. Sejam nas oportunidades institucionais, que o Serra por exemplo, na Constituinte, cercou a Zona Franca de Manaus de restrições até ficar o sinal de que queria acabar. Desmontou o sistema de incentivos fiscais que compensariam o Nordeste das assimetrias competitivas. Briga com o Centro-Oeste e tal. Hoje, eu estou falando hoje... Porque o cara quer ser presidente da República e governava São Paulo e fazia dessas. Então essa é a questão prática.
Folha/UOL: Então isso exclui na sua opinião...
Ciro Gomes: Os dois. Os dois de São Paulo. Aí vem o Aécio. O Aécio tem uma chance. Mas o Aécio tem, na minha opinião, dois problemas.
Folha/UOL: Quais são eles?
Ciro Gomes: Um problema é ler pouco. Eu acho que isso é um problema dele. Ler pouco. O que quer dizer isso... Que ele é um extraordinário quadro, eu tenho por ele imensa afeição, respeito muito grande. Mas ele precisava compreender as coisas do País e formular. Porque não é fácil negar um projeto que trouxe 29 milhões da pobreza para a pequena classe média. Não é trivial. E não é com esse simbolismo de uma cordialidade, de um opositor cordial que ele vai afirmar uma proposta que vá derrubar essa coalizão de forças que trouxe 29 milhões de pessoas. Não é pensando, como muita gente pensa no Sudeste, que o que faz o nordestino ter simpatia com o Lula é o Bolsa Família. Não é. Sete em cada dez trabalhadores no Nordeste ganham o salário mínimo. E o salario mínimo hoje é o maior valor da história. O salario mínimo quando o Lula tomou posse, comprava menos da metade de uma cesta básica. Hoje compra três cestas básicas. Folha/UOL: Então Aécio lê pouco e o que mais?
Ciro Gomes: O outro problema é de aliança. É de aliança. Ele tem que conseguir decompor essa...
Folha/UOL: Primeiro o próprio partido dele...
Ciro Gomes: Sim. Exatamente. Essa é a grande questão. Ele tem que confrontar. Tem que confrontar. Não tem saída para ele. E a melhor hora para ele já passou. Era esta agora. Folha/UOL: Por quê?
Ciro Gomes: Porque o candidato mais fácil de ser derrotado era a Dilma.
Folha/UOL: Supondo-se que em 2014 seja o Lula [o candidato do PT à Presidência da República] ou a própria Dilma na reeleição.
Ciro Gomes: Mas aí já muito mais encorpada já. Muito mais uma obra. Muito mais legítima do que... [em 2010]. Não é? Havia um padecimento de legitimidade no dedaço que o Lula fez para indicar a Dilma [para disputar a Presidência pelo PT em 2010].
A íntegra.

A conquista da América e as ondas do mar que sobe

O texto abaixo, do francês Alexis de Tocqueville (publicado no Brasil pela Editora Hedra numa simples mas primorosa edição, com tradução de Plínio Augusto Coêlho), é uma aula de história sob vários aspectos. A "conquista do Oeste" americano transformou-se no gênero cinematográfico por excelência dos EUA, o faroeste (ou western), que fez o mundo inteiro aplaudir os mocinhos. Os mocinhos, na verdade, eram exterminadores de "índios", nome pelo qual Colombo chamou os habitantes do Novo Continente, por supor que havia chegado à Índia, em 1492. Os EUA se formaram na conquista pelos europeus de um extenso território que começou no litoral do Atlântico e chegou ao litoral do Pacífico. Não sobrou espaço para os habitantes primitivos, como Tocqueville mostra de forma sintética e dramática. No Brasil aconteceu o mesmo, com diferenças que atrasaram o processo de extermínio dos indígenas: os portugueses não chegaram ao Pacífico, que foi ocupado pelos espanhóis; exterminados no Leste, os "índios" foram salvos pela imensa e impenetrável Floresta Amazônica, na qual se abrigaram e sobrevivem ainda. Só a partir do governo JK e da construção de Brasília é que a conquista da Amazônia pelos "europeus" começa a se completar, processo a que assistimos, com a exploração mineral, a construção de hidrelétricas, instalação de siderúrgicas, exploração de madeira e a expansão da fronteira agrícola para plantio de soja. Quando se fala na "descoberta do Brasil" e na "descoberta da América", não se mencionam os fatos de que a população indígena do "Brasil" era de 5 milhões de habitantes, três vezes maior do que a população de Portugal. O império asteca tinha 25 milhões de pessoas, metade da população de toda a Europa, e sua capital, Tenochtitlán, tinha 200 mil habitantes, rivalizando com as maiores cidades europeias. Os nativos do atual território americano são estimados em 20 milhões. As observações de Tocqueville foram escritas durante uma viagem aos EUA a serviço do governo francês.

Utica, 6 de julho de 1831.
As raças indígenas fundem-se em contato com a civilização da Europa como a neve aos raios de sol. Os esforços que elas fazem para lutar contra seu destino só fazem acelerar para elas a marcha destrutiva do tempo. De dez em dez anos, aproximadamente, as tribos indígenas que foram empurradas para as vastidões do Oeste, percebem que nada ganharam recuando, e a raça branca avança ainda mais rápido do que eles se retiram. Irritadas pelo próprio sentimento de sua impotência, ou inflamadas por alguma nova injúria, reúnem-se e lançam-se impetuosamente sobre as regiões que outrora habitavam e onde agora erguem-se as habitações dos europeus. Os indígenas percorrem o país, queimam as casas, matam os rebanhos, fazem escalpos. A civilização então recua, mas recua como a onda do mar que sobe. Os Estados Unidos assumem a causa do menor de seus colonos e declaram que essas miseráveis tribos violaram a lei das nações. Um exército popular marcha contra elas. Não só o território americano é reconquistado como também os selvagens são empurrados ante os brancos, seus wigwams (tendas) destruídos, e, os brancos apoderando-se de seus rebanhos, deslocam o limite extremo de suas possessões cem léguas mais distante de onde se encontrava antes. Assim privados de sua nova pátria adotiva pelo que agradou a Europa culta e instruída chamar o direito da guerra, os indígenas reiniciam sua marcha rumo ao Oeste, até que se detenham em alguma nova solidão onde o machado do branco não tardará a fazer-se ouvir novamente. Na região que eles acabam de pilhar, colocada doravante ao abrigo de sua invasão, já se erguem agradáveis vilarejos que logo formarão populosas cidades. Caminhando à frente da imensa família europeia da qual foram a vanguarda, o pioneiro apodera-se das florestas abandonadas pelos selvagens. Ali constrói sua cabana rústica, e espera que a primeira guerra abra-lhe o caminho rumo a novos desertos...

6 de julho, partida de Utica.
Encontramos os primeiros indígenas de Oneida Castle, a 116 quilômetros de Albany. Eles mendigam.

O desastre ambiental na Bacia de Campos se assemelha ao no Golfo do México

Petroleira americana demonstra mesma irresponsabilidade da BP. Como será a exploração do pré-sal?

Do Greenpeace.
O tamanho do estrago
Completada uma semana desde que veio a público o derrame de petróleo da empresa Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) finalmente se pronunciou e estima que o vazamento possa chegar a mais de 330 barris, ou mais de 50 mil litros de petróleo a cada 24 horas. Primeiro vazamento desse tipo no Brasil, o acidente reproduz a história do Golfo do México. Por sinal, a plataforma SEDOC 706, que perfura os três poços da Chevron de onde saiu o vazamento, é da mesma empresa que operava com a BP no triste episódio mexicano, a Transocean. A área da mancha de óleo avistada em alto-mar, e que já foi detectada pelos satélites da Nasa, foi estimada pela Chevron no último domingo em 163 quilômetros quadrados. No entanto, após ver as imagens divulgadas pela Nasa, o geógrafo John Amos, diretor do saite SkyTruth, especializado em interpretação de fotos de satélites com fins ambientais, concluiu que o derrame pode chegar a 3.738 barris por dia, mais de dez vezes o que a ANP afirmou. Com isso, não se pode confiar em mais nada. "A causa ainda é desconhecida. A Chevron declara que o vazamento é resultado de uma falha natural na superfície do fundo do mar, e não no poço de produção no campo de Frade. Mas essa falha natural não aparecia no Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O que aconteceu em Frade para a 'falha natural' começar a jorrar petróleo? Onde está o EIA de Frade, para que a população possa acessá-lo?", questiona Leandra Gonçalves, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
A íntegra.

Da Agência Brasil.
Mancha de óleo na Bacia de Campos está diminuindo e se afastando da costa
A mancha de óleo na Bacia de Campos, provocada pelo vazamento em um campo de exploração de petróleo da Chevron está diminuindo de tamanho e continua se afastando da costa. A informação é da Marinha do Brasil e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que sobrevoaram hoje (18/11) a região do vazamento, no litoral norte do Rio de Janeiro. As autoridades estimam que a mancha tem 18 quilômetros de extensão e 11,8 quilômetros quadrados (km²) de área. Na terça-feira (14/11), a área da mancha era 13 km². No entanto, a maior parte do óleo está concentrada um metro abaixo da superfície do mar, e não pode ser vista no sobrevoo. Os dados de satélites, mais adequados nesse caso, indicam que no dia 14 a extensão da mancha chegava a 68 km, com cerca de 160 km² de área.
A íntegra.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Obras de manutenção e câmaras de vigilância: o orçamento "digital" do prefeito Lacerda

O orçamento participativo é uma iniciativa dos governos do PT. Há alguns anos se tornou digital, uma experiência interessante. O prefeito Lacerda não teve coragem de acabar com ele, mas tratou de torná-lo ridículo. Adotou mesmo o modelo Aécio-Anastasia: muita propaganda e pouco ou nada feito. A notícia abaixo não informa quem selecionou as obras que serão submetidas a votação, mas o nível baixou sensivelmente na administração Lacerda. Há até uma "construção de rotatória" na lista. Chama atenção a inclusão de implantação de câmaras de monitoramento (1984) como opção para quase todas as regiões. Difícil imaginar que numa cidade com tanta coisa para ser feita a instalação dessas câmaras -- caras e já objeto de denúncia de corrupção -- seja considerada prioridade. Inversamente, embora a cidade seja dramaticamente carente de espaços públicos há na lista só uma obra de criação de praça e outra de instalação de um parque! Faz sentido: a administração Lacerda é 100% voltada para construção de hotéis e obras para os turistas da copa da máfi(f)a, não sobram recursos para obras de interesse da população. Dezesseis das 36 obras são de "requalificação" ou "revitalização" -- nomes pomposos para manutenção. Isso é opção? Se a população não escolher essas obras, a prefeitura vai deixá-las deteriorar? Há até "reforma de calçadas do hipercentro" na lista! Antigamente, a prefeitura fazia isso como obrigação, não era preciso que a população implorasse. Mas antigamente também prefeito não vendia rua, não vendia todos os imóveis públicos disponíveis, não autorizava urbanização de áreas verdes nem proibia uso coletivo de espaços públicos. Apenas meia dúzia de obras mereceria constar da consulta popular, se ela não fosse um intrumento de propaganda de Lacerda, o prefeito milionário que não mora na cidade que administra.

Do blog da deputada Luzia Ferreira.
OP Digital promove a democracia participativa em Belo Horizonte
Na próxima segunda-feira (21/11), os belo-horizontinos já podem começar a votar e escolher nove novos empreendimentos para a cidade, a partir do Orçamento Participativo Digital (OP Digital). De uma lista de 36 empreendimentos selecionados, a população de Belo Horizonte irá escolher nove, beneficiando cada uma das regiões da capital. Desde 2006, quando foi criado, o OP Digital já contou com a participação de mais de 300 mil pessoas em seu processo de votação. Foram aprovadas dez obras, das quais nove já foram concluídas, como a revitalização da Praça Raul Soares, a construção do Complexo Esportivo Vale do Jatobá, no Barreiro, e a nova sede do Serviço de Acolhimento Institucional para a população de rua e migrante, no bairro Floresta. Em sua rodada de 2011, o OP Digital terá disponível R$ 50 milhões de reais, que serão divididos entre as regionais, com valor aproximado de R$ 5,5 milhões para cada uma. Para a votação, a Prefeitura de Belo Horizonte vai disponibilizar mais de 400 pontos públicos, que serão apoiados por monitores e estarão espalhados pelos Telecentros, escolas municipais e demais órgãos da Prefeitura. Conheça as obras as serem votadas.

Região Barreiro:
Alargamento da rua Júlio Mesquita
Construção de ponte no bairro Jatobá IV
Revitalização da rua Antônio Eustáquio Piazza (1)
Revitalização do Centro Comercial do Barreiro (2)

Região Centro-Sul:
Instalação de câmaras de videomonitoramento (1)
Reforma de calçadas do hipercentro (3)
Requalificação da Praça do Papa (4)
Restauração e requalificação do Viaduto Santa Teresa (5)

Região Leste:
Complexo de drenagem na rua Minduri
Instalação de câmaras de videomonitoramento (2)
Requalificação da pista de cooper na avenida dos Andradas (6)
Requalificação do Centro Comercial da Avenida Silviano Brandão (7)

Região Nordeste:
Construção da Praça da Juventude
Construção de centro cultural
Instalação de câmaras de videomonitoramento (3)
Revitalização dos parques da avenida José Cândido da Silveira (8)

Região Noroeste:
Instalação de câmaras de videomonitoramento (4)
Requalificação da avenida Abílio Machado (9)
Requalificação do Complexo da Lagoinha (10)
Tratamento de fundo de vale da avenida Sanitária

Região Norte:
Instalação de câmaras de videomonitoramento (5)
Requalificação da avenida Waldomiro Lobo (11)
Revitalização do campo do Tupinense (12)
Tratamento de fundo de vale da avenida Basílio da Gama

Região Oeste:
Drenagem e obras complementares da bacia da rua Platina
Instalação de câmaras de videomonitoramento (6)
Ponte sobre o córrego Cercadinho
Revitalização da rua Úrsula Paulino (13)

Região Pampulha:
Construção de rotatória
Implantação do Parque Vila Barroquinha
Instalação de câmaras de videomonitoramento (7)
Urbanização da avenida Francisco Negrão de Lima

Região de Venda Nova:
Construção de espaço cênico
Recuperação dos corredores de transporte coletivo (14)
Revitalização da avenida Vilarinho (15)
Revitalização do Centro Comercial de Venda Nova (16)

Robert Crumb fala sobre livro com suas ilustrações para capas de discos
Em entrevista exclusiva, o recluso quadrinista diz que o punk é um estilo vazio e revela que vive num casamento infiel
André Miranda

Lançado em 1968, o disco "Cheap thrills", da Big Brother and the Holding Company, ficou famoso por trazer Janis Joplin soltando o vozeirão em hinos como "Summertime" e "Piece of my heart". Mas a figura que vem à mente dos fãs quando se pensa no disco não é a de Janis soltando seus agudos. A imagem lembrada é sempre a da capa, dividida em quadrinhos que interpretavam cada uma das canções de "Cheap thrills". Tratava-se da primeira ilustração feita por Robert Crumb para um disco. Dali em diante, Crumb, um dos maiores quadrinistas da história, ícone da contracultura e notável admirador de músicas velhas, fez outras centenas delas. Agora, mais de 400 desses trabalhos estão reunidos no livro "R. Crumb: the complete record cover collection", que acaba de ser lançado nos EUA. Em entrevista ao GLOBO, por telefone, Crumb falou da compilação, divagou sobre o amor, assumiu sua infidelidade, enalteceu o Occupy Wall Street e atacou o punk. Enfim, foi o Robert Crumb de sempre.Veja tambémMais sobre quadrinhos no blog GibizadaCartunista Bill Keane morre aos 89 anosTodos sabem que o senhor é um grande fã de música, sobretudo do início do século XX. Qual é o seu sentimento ao transformar o som de um disco em uma imagem?ROBERT CRUMB: No caso da capa que fiz para a Janis Joplin, eles me deram os títulos das músicas e eu desenhei sem nem ouvir o disco. Para falar a verdade, eu nem era interessado na banda, apenas criei uma capa com base naquelas músicas. Mas, depois, passei a fazer apenas capas de discos de cujas músicas eu gostava, sobretudo músicas de um estilo antigo, romântico. A imagem vem à cabeça por inspiração nessas músicas.O senhor então não aceita encomendas para capas de discos que não lhe agradam?Não, não preciso mais de dinheiro. O que já aconteceu é eu ter feito muitas capas em troca de velhos compactos de 78 rotações para minha coleção. Faço também para bandas contemporâneas que tocam músicas velhas que admiro, e ainda as capas dos discos dos quais eu participo como músico, como a Cheap Suit Serenaders, a Les Primitifs du Futur e a Eden and John’s East River String Band.Quantos compactos tem hoje?Tenho algo em torno de 6.500 compactos. Tenho prateleiras no meu estúdio com todos eles.O senhor escuta música enquanto desenha?Não, não consigo. Para mim, ouvir música é um ritual. Você coloca o disco na vitrola, escuta a música, depois se levanta, tira o compacto e aí decide se quer ouvir outro. A cada música, é necessário um esforço físico. Gosto disso, gosto de ouvir música focado nela. Fecho meus olhos e escuto com bastante profundidade. E acho que é por isso que sou cada vez mais seletivo com que escuto e não fico ouvindo música ambiente enquanto faço outras atividades.Hoje, há uma espécie de culto a esse tipo de música antiga que o senhor tanto admira, como o swing e o jazz do início do século XX. A que o senhor atribui esse apreço dos mais jovens?É difícil dizer. O que sei é que muita coisa está na internet hoje, e por isso muitos jovens estão se interessando em ouvir músicas antigas. Nos EUA, há uma erupção de bandas formadas por adolescentes tocando músicas dos anos 1920. Obviamente, eles ouvem o estilo a partir dos compactos de 78 rotações ou fazendo downloads, já que há um número pequeno de CDs do gênero. A questão é que, no mundo moderno, se você é adolescente e quer ouvir música, quais são suas opções? Punk? Disco? Techno? Rap? Todas essas coisas, para mim, são musicalmente bastante sinistras. O punk pode ser útil como uma forma de se rebelar contra a sociedade burguesa, mas musicalmente é vazio, não tem a densidade que a antiga música tradicional tem.Mas o que essa música tradicional pode ter de tão especial?Veja, as pessoas redescobrem essa música de geração para geração. É como voltar ao tempo em que as pessoas comuns tinham o direito de gravar suas músicas. O que aconteceu nos anos seguintes foi que a música foi se tornando mais comercial, e isso afetou a maneira com que os artistas tocam e também com que os fãs escutam suas canções. Muita gente desistiu de tocar, porque a regra passou a ser ligar o rádio e escutar o que estivesse tocando. Bons músicos se perderam por causa de um complexo de que nunca conseguiriam cantar tão bem quanto aquelas pessoas no rádio. As pessoas se afastaram da música verdadeira assim. A música deixou de ser feita por pessoas comuns. Além disso, as sociedades foram passando por uma necessidade de sofisticação urbana. Isso fez com que um filho se envergonhasse com a possibilidade de ouvir a mesma música de seu pai. É uma expressão de rebeldia, que tem muito a ver com o surgimento do rock’n’roll. Está tudo bem se isso for divertido, mas essa atitude envelhece depois de um tempo. Essa música não dura até você fazer 40 ou 50 anos.Eu tenho um relacionamento com outra mulher que vejo algumas vezes por ano. Aline não gosta, mas ela aceita O senhor tem um iPod ou algum outro MP3 player?Não. Eu não quero escutar música num headphone. Não quero levar a música comigo quando viajo. Estou plenamente satisfeito em ouvir a música que amo sozinho no meu estúdio, podendo prestar completa atenção naquilo. E também tenho essa compulsão de colecionador, essa coisa maluca de querer comprar compactos de 78 rotações. Aliás, é muito difícil achar compactos brasileiros antigos, das décadas de 1920 e 1930, de artistas como Luperce Miranda e Pixinguinha. Alguns amigos no Brasil já procuraram para mim e não conseguiram. Queria ter compactos de maxixe, que é um samba antigo, ou de choro. Eu me lembro que, quando fui a Paraty (na Flip de 2010), ouvi uma banda tocando choro na rua. Eu queria ter passado a noite toda ouvindo aquela música, mas me levaram para outro lugar.O que mais o senhor se recorda da sua participação na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em 2010?Fiquei impressionado como havia muitos jovens agradáveis lá. Isso foi bom. Mas, ao mesmo tempo, eles colocaram uns caras imensos com ternos pretos em todo o lugar, para fazer segurança. Houve algumas vezes em que eu estava no meio da multidão, e aqueles guarda-costas empurravam as pessoas de forma violenta. Isso foi estranho.O senhor viveu na Califórnia nos anos 1960, uma época em que as pessoas iam às ruas para protestar. Isso, porém, acabou se perdendo nas décadas seguintes. Só que, há dois meses, vemos um movimento como o Occupy Wall Street, um protesto contra as corporações financeiras dos EUA. Como o senhor avalia o que tem ocorrido em Nova York?É fabuloso. As pessoas têm poder, quase nada pode tocá-las, elas governam o mundo. São mais poderosas do que jamais foram. Espero que o Occupy Wall Street tenha algum efeito e faça com que os políticos se movimentem para evitar que uma elite capitalista acumule tanta riqueza. É uma riqueza mantida por meio de seus relações públicas e da máquina gigante de propaganda que eles têm. Centenas de milhares de pessoas trabalham para a máquina publicitária dessa elite. Elas trabalham noite e dia para evitar que qualquer crítica atinja essa gente. É muito difícil se rebelar contra eles.Esse tipo de movimento pode inspirar o senhor de alguma forma em seus trabalhos? O senhor está preparando algum novo livro?Na verdade, no momento estou fazendo uma tira de quadrinhos com minha mulher, Aline (Kominsky-Crumb, autora de livros como "Essa bunch é um amor", recém-lançado no Brasil pela editora Conrad). Nós fazemos tiras de uma página inteira para uma revista francesa. Aliás, minha agente está negociando com uma revista brasileira a publicação da tira. É uma revista que começa com a letra "p", como é mesmo o nome?"piauí"?Isso, exatamente. Eles já publicaram umas coisas minhas antes, e sua reprodução foi bastante boa.Como é criar em parceria com sua mulher? A vida de casado pode atrapalhar ou influenciar de alguma maneira a criação em dupla?É uma situação engraçada. Eu não sei como conseguimos fazer isso. É um milagre que funcione (risos).Há quanto tempo o senhor é casado com Aline?Desde 1978. É um longo tempo. É claro que tivemos altos e baixos. Mas tem uma coisa que ajuda. Nós dois fomos infiéis nesse tempo, com alguns relacionamentos fora do casamento. Eu ainda tenho um relacionamento com outra mulher que vejo algumas vezes por ano. Aline não gosta, mas ela aceita.Isso é sério?É, sim. Ela também tem um relacionamento de 15 anos com um cara francês que mora na nossa cidade.Vocês são amigos?Não, mas o vejo algumas vezes na rua. Não sou ciumento. Nós dois somos humanos, e não acreditamos na fidelidade absoluta. E também não queremos mentir um para o outro sobre isso. As pessoas mentem umas para as outras, elas perdem tempo e energia traindo e mentindo. Eu falei para a Aline logo que nós começamos a nos envolver que gostaria de viver com ela, mas não daria para ser fiel. Eu não consigo. Ela aceitou. Então, hoje eu tenho um relacionamento longo com uma outra mulher que vive nos EUA. Uma vez por ano, nós passamos umas semanas juntos.Mas e o amor? O amor não pode levar à fidelidade?Eu nem sei mais o que amor significa. Eu amo minha filha, amo meu neto. Mas você deve definir o amor como um tipo de sentimento egoísta por outra pessoa? Há egoísmo no amor. Só que não quero que minhas relações com mulheres sejam baseadas em egoísmo.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/robert-crumb-fala-sobre-livro-com-suas-ilustracoes-para-capas-de-discos-3240013#ixzz1dyPeUxUC
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A íntegra.