terça-feira, 19 de agosto de 2025

Ciro Gomes e o "projeto nacional" do Elias Jabbour

É isso aí. Não conhecia Elias Jabbour, mas andei ouvindo-o em entrevistas e podcasts e fiquei desconfiado, apesar das suas posições conciliatórias e do seu grande conhecimento sobre a China. Meu faro para stalinistas é infalível. Agora ele faz esses ataques destemperados ao Ciro Gomes. Obviamente tem interesses. E fico sabendo que ele trabalha para o prefeito Eduardo Paes, do Rio. As críticas do Frederico Krepe são bem sensatas. E eu pensando que os "comunistas" estavam evoluindo. A vassalagem ao Lula é infinita. É por isso também que a esquerda brasileira não avança. Triste. 

 

domingo, 17 de agosto de 2025

A história de Frankenstein, de Mary Shelley

Muito bom. A forma como eu gosto de entender uma obra literária. Aplausos para essa interessantíssima Sofia Nestrovski. 

 

A história do livro Brasil nunca mais

Um podcast excelente com uma história sensacional e fundamental para a memória do Brasil.

Uma homenagem ao dia dos economistas

Veja as manchetes do começo do vídeo. Ingênuos pensam que são erros, outros acham que é só a desonestidade do capital. 

O problema da economia (uma pequena reflexão).

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Por que não há alternativas ao PT?

Esse vídeo complementa o debate do vídeo anterior.

Jones Manoel x Elias Jabbour: governo Lula é neoliberal?

Um debate urgente. A resposta é óbvia: sim. E não é de hoje, é desde 2003. O debate é urgente, mas já passou da hora também há vinte anos. Desde o primeiro governo Lula a esquerda deveria estar tentando formar uma alternativa ao PT e ao Lula, porque desde o primeiro governo ele mostrou que seu governo seria neoliberal. Aliás, há mais tempo, desde que divulgou a "Carta aos brasileiros", mais conhecida como "Carta aos banqueiros", na qual se comprometeu em continuar a política neoliberal de FHC. 

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Os desorganizados são a nova classe operária

"Os partidos de centro-esquerda e centro-direita estão em colapso. E por que não conseguiram resolver os problemas básicos das sociedades contemporâneas? A base histórica da social-democracia eram os trabalhadores da antiga vanguarda econômica, que era a indústria. Na teoria marxista, era essa a classe que falava pelos interesses universais da humanidade. Mas agora essa classe passou a ser vista como só mais um grupo falando pelos seus próprios interesses. A verdadeira minoria representativa dos interesses universais da humanidade é essa pequena burguesia subjetiva que eu descrevi. Essa maioria de pessoas pobres e desorganizadas. Então os partidos liberais (progressistas) não resolvem os problemas porque não entenderam que a única solução possível é organizar uma forma socialmente inclusiva desse novo paradigma produzir a economia de conhecimento, com as capacitações dessa periferia. A conversa no Brasil é uma variação desse drama universal. Então a grande maioria no Brasil elegeu o direitista (Bolsonaro) que nomeia para conduzir a economia o funcionário do mercado financeiro que não faz absolutamente nada para construir um capitalismo popular. Então a confusão persiste." 

Uma entrevista do Roberto Mangebeira Unger à BBC Brasil. Não é nova, tem mais de um ano, mas como o Brasil está parado, continua atual, como aquele livrinho que ele escreveu há trinta anos. Ele é um tipo esquisito e não faz questão de ser claro, mas quem se dá o trabalho de afastar o preconceito encontra ideias interessantes e até premonitórias, como o livrinho citado confirma. Na verdade, a afirmação do título é óbvia, mas ver o óbvio é o desafio da mente confundida pela ideologia. Para ler a íntegra, clique aqui

 


Trinta anos marcando passo

Há trinta anos, Ciro Gomes e Roberto Mangabeira Unger publicaram um livrinho, O próximo passo -- uma alternativa prática ao neoliberalismo. Muita água passou debaixo da ponte depois, água que parecia boa, água que parecia melhor ainda, água ruim, água pior ainda, água contaminada, água que, há trinta anos, nos ventos auspiciosos do Plano Real, não podíamos imaginar que viria, de forma que nossa vida tornou-se essa coisa horrorosa de nos acostumarmos a nos banhar em águas sujas sem ter esperança de que voltem a ficar limpas. Reler aquele livrinho (digo livrinho porque era mesmo um livrinho de bolso com menos de cem páginas), que eu li na época e tenho exemplar com autógrafos dos autores, proporciona uma viagem ao passado e, tendo vivido as ilusões e desgraças que vivemos nessas três décadas, pensar em como o Brasil poderia ter sido melhor, se aquelas ideias tivessem sido implantadas, em vez de sucumbirmos de forma lamentável ao neoliberalismo. Trinta anos foi o período em que a China tornou-se o que é hoje. O que teria acontecido com o Brasil se também tivesse começado um novo plano de desenvolvimento próprio? Lembremos, rapidamente, que o Brasil começou a existir como nação em 1930, com a revolução liderada por Getúlio Vargas; a partir de então, em diferentes ritmos, direções e governos, seguimos durante meio século um projeto nacional de desenvolvimento, até o colapso da ditadura militar. A democracia que a minha geração ajudou a restabelecer abandonou aquele projeto e adotou a cartilha neoliberal de submissão ao capital internacional liderado pelo imperialismo americano. Desde então nenhum outro plano foi apresentado aos brasileiros, exceto este, do Ciro Gomes e do Mangabeira Unger. A tragédia brasileira é tão grande que o prefácio me faz lembrar Nietzsche, que dizia falar do futuro como quem olha para o passado: o que está dito ali é absolutamente atual, é de certa forma a previsão do que aconteceu nessas três décadas. Quem quiser conferir o livrinho ou pelo menos ler o prefácio e fazer sua própria avaliação, clique aqui. Como contraponto, publico vídeo do podcast Calma urgente! em que Gregório Duvivier, de quem falei na postagem anterior, louva o presidente Lula, emocionado. As pessoas que formam o trio do programa estão entre as que mais admiro e me fazem pensar: a quem ponto chegamos. Para ser exato, não estamos marcando passo há trinta anos e sim andamos para trás, voltamos à condição de nação exportadora de matérias-primas; pior: a devastação ambiental para proporcionar ao mundo os produtos primários que ele compra é hoje infinitamente mais rápida, mais extensa, mais danosa, alcançou a Amazônia, contamina solo, águas e ar, muda o clima.