sexta-feira, 19 de abril de 2019

Xadrez da Lava Jato e da guerra contra as milícias

Por Luis Nassif, em 23/3/2019 




O primeiro passo é entender que se tem um país com instituições em ruínas. A normalidade democrática de um país depende da Constituição, do conjunto das leis, mais que isso, das práticas democráticas consolidadas.

Essa institucionalidade foi rompida pelo impeachment e pelo papel do STF (Supremo Tribunal Federal) levando ao desmonte dos partidos políticos, à desmoralização das instituições, dentre as quais o próprio STF, germinando esse monstro da Lagoa – os Bolsonaros.

Mas não foi em decorrência de um movimento organizado. Foi uma onda de dejetos arrastando tudo o que encontrou pela frente, sem nenhum laivo de racionalidade.

A obsessão do juiz com o espelho e com os selfies

Justamente por isso, não existem alianças duradouras nem poderes consolidados nessa maionese política. Cada grupo age de maneira oportunista, ocupando vácuos de poder  de forma intimidatória, personalista, muitas vezes expondo-se com uma vaidade ridícula, já que esse tipo de desordem estimula o exibicionismo das personalidades mais desequilibradas – que não são mais contidas pelas regras implícitas em um ambiente civilizado.

Peça 1 – os poderes de Estado

Entendido esse pano de fundo, vamos ao nosso mapa das guerras.

Nele, estão os três poderes, o Executivo, representado pelos Bolsonaros, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional. Incluí também duas instituições com poder de Estado: a Procuradoria Geral da República e as Forças Armadas. E o chamado quarto poder – a mídia, como braço político da entidade chamada mercado.

Finalmente, as organizações que disputam o poder de forma não-institucional, as Lavas Jatos – já que não pode ser entendida como uma organização única – e duas duas organizações clandestinas: as milícias sociais e as milícias reais.

Peça 2 – a fonte de poder da aliança Bolsonaro-Lava Jato

A estrutura de poder atual, que está indo a pique, é uma aliança entre a Lava Jato (especialmente a do Paraná e do Rio de Janeiro) e os Bolsonaros, pactuada na indicação de Sérgo Moro para Ministro da Justiça, depois do apoio fundamental que deu para a eleição de Bolsonaro.

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