terça-feira, 22 de outubro de 2019

Pantanal, Forte de Copacabana e + 200 pontos turísticos que o governo quer alugar

Não tem nada errado, era isso que ele pretendia, sempre pretendeu e prometeu fazer. É a ideologia, são os interesses do neoliberalismo, do capitalismo predador, das castas privilegiadas para quem o povo é lixo e a natureza é "recurso natural", que deve ser explorado e transformado em lixo também, sempre para deleite e lucro dos ricaços e poderosos.
Errado é a maioria do povo o eleger, errado é os brasileiros apoiarem passivamente a destruição do seu país, sua entrega para estrangeiros, sua destruição pelo capital predador e pelas castas privilegiadas que no meio da mais profunda crise do país em todos os tempos continuam ganhando novos privilégios.
Tá péssimo, já esteve ruim e vai piorar mais ainda.
Bacurau. Acorda, amor. 

Aluga-se o Brasil
Exclusivo: Pantanal, Forte de Copacabana e +200 pontos turísticos que Bolsonaro quer alugar


Breno Costa, The Intercept Brasil, 16 de Outubro de 2019

Jair Bolsonaro está colocando em marcha um plano imenso para transformar áreas públicas, praias, cachoeiras, lagoas e zonas de preservação ambiental em empreendimentos turísticos privados. Tive acesso a documentos internos do Ministério do Turismo que mostram como isso está se desenvolvendo de maneira acelerada no governo de Bolsonaro — um entusiasta da criação de “Cancúns” brasileiras.

Um dos documentos é uma planilha produzida no primeiro semestre deste ano que lista 222 propriedades da União espalhadas por 17 estados e Distrito Federal, que o governo quer passar para a iniciativa privada explorar (clique aqui para ver a lista completa). São indicações feitas pelos governos estaduais a pedido do governo federal. Há desde prédios históricos e terrenos em locais privilegiados a parques nacionais e ilhas. Até mesmo um parque no Pantanal está entre os alvos do governo — com 135 mil hectares, quase o tamanho da cidade de São Paulo, o Parque do Pantanal Matogrossense hoje não tem infraestrutura turística alguma.

A lista será consideravelmente maior. Os outros 9 estados, entre eles São Paulo, ainda não haviam respondido ao pedido do Ministério do Turismo por áreas da União em seus territórios que seriam de interesse turístico para uma eventual concessão à iniciativa privada.

Claro que essas áreas não serão todas concedidas ao mesmo tempo, e haverá modelos diferentes de concessão e destinação. Mas o projeto, que o governo deverá anunciar ainda neste ano, segue as bases de um programa iniciado há três anos pelo governo de Portugal.

O Revive, como será chamado também no Brasil, concede construções históricas sem uso e/ou em estado deteriorado para empresas privadas, com vistas ao turismo. Isso não envolve simplesmente um trabalho de restauração. Somente neste ano, nove patrimônios históricos portugueses foram colocados à disposição, entre conventos, mosteiros e até um castelo. Todos eles irão virar hotéis, com 50 anos de concessão à empresa vencedora da licitação (há um concurso para cada local). Neste momento, o governo português está recebendo propostas de grupos hoteleiros e outros interessados em transformar o Mosteiro de Travanca, em Amarante, uma joia beneditina colocada de pé quatro séculos antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil.

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.