domingo, 20 de outubro de 2019

Água, não papel higiênico

Ilustração com a rainha Victoria em uma banheira sobre o mapa mundi
Os hábitos no banheiro que causam estranheza em outras partes do mundo

"Como árabes, temos de ter três coisas quando vamos viajar: passaporte, dinheiro e um bidê portátil", brincou o comediante egípcio Bassem Youssef em sua performance de estreia no Reino Unido, em junho.

Ele exibiu uma ducha higiênica, também conhecida como shattaf. "Não entendo: vocês são um dos países mais avançados do mundo. Mas quando se trata da parte de trás, você estão atrasados."

Muitas pessoas concordariam com Youssef. A tendência em diversos países ocidentais das pessoas se limparem apenas com papel higiênico depois de usar o banheiro — em vez de enxaguar — causa perplexidade em outros lugares do mundo.

A água limpa de maneira mais organizada do que o papel: correndo o risco de inspirar uma reação de nojo, imagine tentar remover as fezes da pele apenas com papel...

Além disso, ainda que o papel higiênico não seja tão áspero quanto peças de cerâmica (usadas pelos gregos antigos) ou espigas de milho (como entre os americanos no período colonial), a água é menos abrasiva do que as marcas mais macias disponíveis no mercado.

Há tempos, uma visita ao banheiro se encerra com um jato d'água em vários países. E não apenas no mundo não ocidental, afinal, foram os franceses que deram ao mundo a palavra bidê. Mesmo que ele esteja desaparecendo na França, continua a ser padrão na Itália, na Argentina e em muitos outros lugares. Enquanto isso, a ducha higiênica de Youssef é comumente encontrada na Finlândia e no Brasil.

Ainda assim, grande parte do Ocidente depende do papel higiênico, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos. E, quando comparadas com qualquer outro lugar do mundo, essas duas nações tiveram a maior influência na cultura moderna do banheiro, observa a historiadora da arquitetura Barbara Penner em seu livro Bathroom ("Banheiro", em inglês).

Clique aqui para ler a íntegra na BBC Brasil.