Ouvir Franklin Martins sempre é bom. Ele tem pedigree, tem uma história admirável, faz parte da geração de 68, tem experiências no jornalismo e no governo e uma obra extraordinária de pesquisa da MBP; não é qualquer um. Sua limitação, na minha opinião, é ver a realidade de um ponto de vista político tradicional, numa época em que o absurdo se impõe no mundo. Sua aula de história é importante, embora quase tudo eu já soubesse e pense igual. Ele disse duas coisas novas para mim. A primeira é que abandonar a oposição legal entre 1964 e 1974 foi um erro, o que me parece correto, e até óbvio, hoje, diante das consequências da luta armada. A segunda é que a política está presente na MPB desde o Império, o que é uma característica que nenhuma outra nação tem, e isso aconteceu em decorrência da oralidade da nossa cultura, numa sociedade de analfabetos.