sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Um pouco mais do futuro aterrador que já chegou

Do El País. 

‘Years and Years’: O mundo vai para o inferno esta tarde
Série da BBC mostra um futuro assustador que poderia começar a acontecer amanhã
Xavi Sancho
23 ago 2019 - 07:28 BRT

O mais habitual nas ficções sobre um futuro distópico é imaginar o que nos acontecerá em décadas ou séculos, quando não sobrar nada do bom que temos no planeta, como oceanos, árvores, tomates. Ou quando o bom que imaginamos que o futuro traria acaba sendo, digamos, não muito bom (e esses robôs pareciam tão simpáticos...). Se se busca um efeito mais imediato e, portanto, aterrador, se imagina uma mudança selvagem de paradigma. Um meteorito, um ataque extraterrestre, uma catástrofe ambiental...

Tudo o que acontece em Years and Years (Anos e Anos) poderia começar a nos acontecer amanhã. Ou esta tarde. Em vez de adivinhar os próximos 15 anos, o que essa série de seis episódios produzida pela BBC (exibida no Brasil pela HBO) faz é simplesmente antecipá-los. Por exemplo, uma candidata populista inescrupulosa (Emma Thompson, interpretando uma mistura entre Eduardo Inda e Nigel Farage) lidera as pesquisas. A China e os EUA estão no início de uma guerra nuclear: já no primeiro episódio, os norte-americanos lançam um míssil nuclear em uma ilha artificial chinesa no Pacífico.

Então, o presidente Mike Pence sucede o segundo mandato de Trump. E há outra crise de refugiados, provocada desta vez pela instabilidade na Ucrânia. A economia entrou em colapso por causa do penúltimo fim de ciclo do capitalismo tardio, tão voraz que, em vez de reconverter brokers em donos de padarias chiques ou em autores de livros de autoajuda, não deixa nada pela metade e os manda diretamente entregar pacotes de bicicleta e morar com suas avós. Encontramos inclusive uma geração de jovens cuja aspiração é se livrar de seus corpos e se tornar informação armazenada na nuvem. Vendo o estado das coisas, sua opção parece quase a mais sensata.

Vemos tudo isso através de uma família de Manchester, os Lyons.

Clique aqui para ler a íntegra no El País.