Os primeiros a descumprir a Constituição no Brasil são aqueles que devem zelar pelo seu cumprimento. É pertinente lembrar que isso acontece há décadas, como diz inclusive a repórter Amanda Rossi, no vídeo de apresentação da série Brasil dos privilégios, do UOL. A postagem abaixo foi feita aqui em setembro de 2019 reproduzindo reportagem do Estado de Minas. O Brasil é um país de castas.
Quanto ganha quem manda no Brasil desde 2015
Enquanto essa
gente diz que combate a corrupção, o Brasil afunda. Imagina quanto
ganham os procuradores da larva jato. As reportagens do The Intercept
Brasil estão mostrando. Como é possível que alguém que ganha dos cofres
públicos R$ 68 mil por mês esteja combatendo a corrupção, o crime? Como
vencimentos tão altos podem ser pagos por um Estado que não tem dinheiro
para pagar R$ 2 mil de aposentadoria a quem trabalhou mais de 30 anos? E
isso não é novo, desde os anos 1980 reportagens denunciam os
supersalários. O que é novo é o poder que essa gente ganhou ao mesmo
tempo em que seus supersalários aumentaram, em vez de diminuírem. O
Brasil é um país de castas privilegiadas formadas por procuradores,
juízes, militares e outras. Que se aliam a banqueiros, ruralistas,
mineradoras. E agora também ao crime organizado e igrejas evangélicas.
Para controlar o Estado. E garantir seus privilégios, supersalários, os
juros mais altos do mundo, a matança de pobres, o desmatamento da
Amazônia, o uso livre dos agrotóxicos, a destruição ambiental pela
mineração, o trabalho escravo.
Procurador que reclamou de salário ganha bem mais que R$ 24 mil por mês
João Henrique do Vale e Tiago Rodrigues*, Estado de Minas
Entre salário, indenizações e outras remunerações, ele recebeu em média
R$ 68,2 mil por mês entre janeiro e julho deste ano, segundo dados que
constam no portal da transparência do MPMG
O procurador de Justiça Leonardo Azeredo dos Santos, que se queixou em
uma reunião com colegas de receber o 'mizerê' de R$ 24 mil por mês,
ganha, na verdade, bem mais que o reclamado, segundo dados do portal da
transparência do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Isso, devido
a indenizações e outras remunerações que se somam ao salário. Somente
em março, mês em que obteve o menor valor, foi mais que o dobro de R$ 24
mil. Nesses sete meses, a média recebida por ele foi de R$ 68.275,34.
As informações que constam no portal da transparência do MPMG mostram
que o rendimento líquido total do procurador é, realmente, um pouco
abaixo de R$ 24 mil. Mesmo assim, outros valores se somam ao salário. Em
julho, por exemplo, que é o último mês com os dados disponíveis para
consulta, Leonardo recebeu indenização de R$ 9.008,30, e remunerações
retroativas/temporárias, de R$ 32.341,19. Ao todo, o valor recebido,
incluindo o salário, foi de R$ 65.152,99.
Clique aqui para ler a íntegra no saite do jornal Estado de Minas.