terça-feira, 17 de maio de 2011

Indignada, população reage à privatização do Mercado Distrital do Cruzeiro

Hotéis (não é um só, não), shopping, estacionamento para 1.900 carros. É o próprio inferno que Lacerda que criar no bairro Cruzeiro, onde hoje funciona um pacato e agradável mercado distrital. Decadente, sim, mas porque a prefeitura não cuida, porque não interessam à administração Lacerda áreas públicas, áreas verdes, áreas de lazer. Lacerda administra a cidade como se fosse sua empresa e só quer saber de fazer com que ela dê lucro. Lucro, para a população – cois que o prefeito ignora – é qualidade de vida.

Do Estado de Minas.
População rejeita demolição do Mercado Distrital do Cruzeiro
Representantes de moradores, arquitetos e urbanistas atacam o projeto que muda o perfil do centro de compras, enquanto a prefeitura corre para viabilizar a obra
Flávia Ayer
28/4/2011
Ao tentar dar o próximo passo para mudar o perfil do Mercado Distrital do Cruzeiro, a Prefeitura de Belo Horizonte viu que não será tão fácil derrubar o tradicional centro de compras da Região Centro-Sul de BH e transformá-lo em um empreendimento que abrigará dois hotéis, lojas, restaurantes e 1,9 mil vagas de estacionamento. Sob enxurrada de críticas da comunidade, arquitetos e urbanistas, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de BH adiou a votação da proposta para o dia 18, com o objetivo de discutir melhor o assunto. Um empecilho a mais aos planos da prefeitura, que agora corre contra o tempo para conseguir protocolar o projeto até 31 de julho.
A comunidade e entidades representativas de arquitetos e urbanistas não se convencem dos atributos dados ao novo mercado. Pelo contrário, consideram que o projeto apaga uma história construída há 36 anos, com a assinatura do arquiteto Éolo Maia. "A memória da cidade não se constitui apenas de arquitetura. O mercado faz parte de um patrimônio imaterial, das tradições do bairro e das famílias. Defendemos a reabilitação do Distrital do Cruzeiro e não sua demolição", afirma a diretora de patrimônio do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Luciana Feres, adiantando que a entidade defende um concurso público para criar um projeto para o mercado.
Durante a reunião do conselho, moradores deixaram clara a oposição à obra. "Nossa indignação é proporcional ao grande problema que agora enfrentamos", reiterou o músico Chico Amaral. A presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro), Patrícia Caristo, afirma que a comunidade quer um espaço que presenteie a população com uma área de lazer, e não com mais concreto. "O mercado não está à mingua como a prefeitura insiste em dizer. Ele tem um papel social. Queremos nosso céu e não esse projeto."
A íntegra.