quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Homenagem a Gal Costa (1945-2022)


"Lembrei da noite em que a encontrei no show de Gal Costa, no Teatro Francisco Nunes; Gal cantava acompanhando-se ao violão, sentada num banquinho, em tom intimista, sozinha, iluminada por um facho de luz no palco escuro, até que no meio do show, quando repetia a letra de Vapor Barato, entraram guitarra, baixo e bateria, o palco clareou e aquela apresentação se transformou numa explosão de rock and roll. Os gritos lancinantes da cantora provocaram uma catarse coletiva e eu pensei que Sandra gostaria de estar ali. Ato contínuo, a avistei, um pouco à minha frente, linda. Ficou feliz em me ver, me abraçou radiante, me deu a mão e compartilhamos aqueles momentos mágicos." 

(Trecho do livro 1972, segundo volume da trilogia Cadernos do Calbercan, publicado em 2021.)

O show Fa-tal Gal a Todo Vapor e o disco homônimo são para mim o mais marcante símbolo da resistência dos artistas e do jovens nos opressivos anos de chumbo da ditadura militar.