"Justiça intergeracional." É justo o termo, sem trocadilho, e óbvio: a geração que manda no mundo hoje está condenando seus filhos e netos a viver num mundo em que não terão o que ela teve, porque estamos destruindo a Terra. O que me chama atenção, porém, mas uma vez, é a nossa capacidade de conversar fiado enquanto o mundo pega fogo. O que eu acrescentaria à explicação abaixo é: inclusive essa. Quer dizer: essa escolha de produzir textos acadêmicos em vez de agir. "Agir", para mim, é uma coisa muito simples que partidos, movimentos sociais, instituições científicas e de comunicação etc. e seus integrantes não fazem: se unirem num movimento mundial e forte para pôr fim ao capitalismo destruidor e começar uma nova civilização baseada na igualdade entre os humanos e no convívio em equilíbrio com a Natureza. Não será fácil, mas não é esse o problema, o problema é que não existe sequer a iniciativa determinada de fazer isso. A academia pretensiosa e a imprensa cínica brincam de formar a consciência do caos.
Esta publicação de certa forma se soma à anterior. Tudo é entretenimento no mundo absurdo do capitalismo medieval. Milhares de intelectuais e cientistas se dedicam a "trabalhar" e ganhar dinheiro público para produzir textos e pesquisas sobre o sexo dos anjos, o que significa narrar o que todos sabemos que está acontecendo e não fazer nada para mudar. Um comunista famoso do século XIX escreveu uma vez alguma coisa parecia com "os filósofos até hoje se dedicaram a interpretar o mundo, mas o que importa é transformá-lo", posição correta, embora pretensiosa, como a obra em geral daquele filósofo alemão, porque, de fato, filósofos foram também, digamos, "ativistas" e essa coisa de mudar o mundo é uma coisa dos séculos XIX e XX, fruto dessa ideologia comunista europeia, ao passo que civilizações antigas de outras partes do planeta viveram com muito mais sabedoria e muito menos pretensão, inclusive aqui neste continente denominado externamente pelo colonizador de "América".
Do Nexo. Clique aqui para ler a íntegra.
Clima e justiça intergeracional
Fillipi Nascimento 28 de Agosto de 2025 (atualizado 28/8/2025 às 17h52)
Parceiro Neri/Insper
A justiça intergeracional implica reconhecer que as escolhas feitas hoje podem impor custos desproporcionais a quem ainda não nasceu, tanto no acesso a recursos como na capacidade de enfrentar crises ambientais. Entenda noções centrais deste debate
Justiça intergeracional
A obrigação das gerações atuais de agir de forma a preservar as condições ambientais, sociais e econômicas necessárias para que as futuras tenham oportunidades equivalentes ou melhores de desenvolvimento e bem-estar. No campo climático, significa tomar decisões que limitem impactos irreversíveis, reduzam riscos e mantenham a integridade dos ecossistemas. Esse princípio exige políticas de longo prazo, que ultrapassem ciclos eleitorais e interesses imediatos, integrando ciência, planejamento e participação social.
A justiça intergeracional também implica reconhecer que as escolhas feitas hoje podem impor custos desproporcionais a quem ainda não nasceu, tanto no acesso a recursos como na capacidade de enfrentar crises ambientais. Trata-se, portanto, de um compromisso ético e político com a continuidade da vida em condições dignas, sustentado por princípios de equidade e responsabilidade compartilhada no tempo.
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