Homenagem póstuma tardia ao Lô Borges. Não publiquei nada sobre ele nesses sete dias desde sua morte porque não cultuo Lô nem o Clube da Esquina. Clube da Esquina, pra mim, é o álbum, uma obra-prima como o Abbey Road, uma conjunção perfeita de astros, em que tudo deu certo, começando pela criatividade potencial de cada um e pelo encontro que cria outra coisa maior ainda. Imagina um disco que, além de tudo, tem arranjos de Eumir Also sprach Zarathustra Deodato. Um dos melhores de todos os tempos. Depois do Clube da Esquina, Milton foi cada vez mais um músico do topo e gravou coisas muito boas, mas nada se equipara àquele álbum, assim como os demais integrantes, dos quais, para mim, o talento mais brilhante e constante foi (é) Toninho Horta. Hoje, porém comecei a cantar "Meu irmão eu sou como você é" e lembrei do Lô, que, para continuar nas comparações, é, para mim, uma espécie de Rimbaud belo-horizontino, brilhou intensamente muito jovem e eclipsou. Não precisava fazer mais nada para entrar para a história além das canções do Clube e desse álbum estranho, irregular, gravado às pressas para atender a gravadora, sem nome, famoso como "o disco do tênis", uma obra de arte já na capa, assim como o Clube da Esquina, fotos do Cafi, ambos lançados no ano emblemático, mais uma vez para mim, de 1972, marcantes na minha vida, ano e discos. Naquele ano, as canções do "disco do tênis", assim como o Clube da Esquina, tocavam direto na alma. Gosto do disco como um todo, de algumas canções em especial: Como o machado, Faça seu jogo, O caçador, Homem da rua, Aos barões, e continuo achando esta a melhor de todas.
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