sábado, 20 de dezembro de 2025

Um debate rico e oportuno sobre neoliberalismo, governo Lula e muito mais

O neoliberalismo foi um golpe do capitalismo no Estado de Bem-Estar Social que vigorou a partir do fim da II Guerra Mundial, numa época em que o socialismo avançava. Quando a URSS desmoronou, o capitalismo deitou e rolou, conquistou o mundo com o discurso das privatizações, do Estado mínimo, do empreendedorismo, da prosperidade individual etc. No Brasil, aconteceu uma coisa que pouca gente entendeu, mas agora está cada vez mais evidente e o debate desse vídeo é especialmente esclarecedor e oportuno. O avanço do neoliberalismo veio junto com a redemocratização e foi conduzido por governos de partidos e políticos de esquerda, FHC e Lula, depois de deflagrado pelo governo Collor. Sob esses governos, o Brasil abandonou o projeto desenvolvimentista, que vinha desde a Revolução de 1930, e adotou o projeto do Consenso de Washington, abandonou a industrialização e o progresso tecnológico e voltou a ser uma nação exportadora de produtos primários. A obra desses presidentes foi tão eficiente que, quando a extrema direita chegou ao poder, com temer, o minúsculo, e bozo, o boçal, só precisou radicalizar a destruição do Estado, que já estava bem avançada. O novo governo Lula sequer cuidou de reverter o que a extrema direita fez, ao contrário, continua sua obra, em grande medida. Agora a esquerda, pelo menos seus setores críticos e pensantes, começa a refletir e entender o que aconteceu. O trauma do governo bozo colaborou para isso, mas há também outro fator, o fim do ciclo Lula, que já tem data marcada, no máximo 2030, talvez o ano que vem. Só agora começa a cair a ficha de que, a despeito de ter sido um operário, um sindicalista e um líder popular, Lula foi um político burguês, que governou para o capital, para os banqueiros e para o agrotoxiconegócio. Nunca teve um projeto de desenvolvimento nacional, ao contrário do Ciro Gomes, e fez o que o capitalismo internacional hegemônico queria. A consciência que aparece nesse debate, que não é de hoje, foi feito em agosto passado, e de muitos outros que estão acontecendo, bem como a crítica sem temor, o temor que prevaleceu na esquerda durante tanto tempo, quando qualquer discordância do Lula e do PT era considerada de direita, essa crítica e essa consciência mostram que a esquerda se mexe e se renova. O passo seguinte é formular um projeto socialista de desenvolvimento nacional, com um discurso claro e sem medo de ser "radical", com bandeiras e lutas objetivas dos trabalhadores e um programa de governo alternativo ao projeto radical da extrema direita, que é a destruição do Estado e de todos os direitos sociais, bem como ao projeto neoliberal moderado, que o lulopetismo põe em prática desde 2003.  

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