A notícia do El País (abaixo) cita uma questão estarrecedora e decisiva na política, mas não nova: a guerra de informações pelas redes sociais. Não é nova porque foi isso que elegeu o atual presidente. Basta dizer que o maior fato político da eleição de 2018 foram as manifestações #EleNão, e no entanto quem cresceu na preferência do eleitorado depois foi o candidato capitão, porque manipulou as redes sociais. O que grande parte da população leu, ouviu ou viu sobre as manifestações não foi o que aconteceu, mas as mentiras que a campanha do atual presidente espalhou (fake news),
Isso significa que estamos numa época -- graças à democrática internet -- em que o que vale para formar opinião não é mais o fato, mas a versão do fato disseminada na internet, quem ganha a guerra da versão ganha a opinião pública. O que também não é novidade: a ditadura militar controlou a opinião pública via Rede Globo, que criava uma versão cor de rosa do Brasil nos tempos de maior repressão, inclusive censura à imprensa, às artes, a tudo.
Agora não há censura mais, mas a Globo continua manipulando informações, como se viu na obscena campanha do impeachment. E há esse fato novo, a manipulação das redes sociais via robôs. Como mostra a matéria do El País, o atual governo mantém mobilizado seu exército que dissemina fake news, enquanto faz o desmanche do país. Ou seja, tenta manter apoio para o desmanche e para o governo, dizendo que faz uma coisa enquanto faz outra, e disseminando também mentiras sobre seus adversários políticos.
A matéria aponta para o confronto entre os fatos nas ruas e as mentiras nas redes, o que é fundamental e decisivo, mas é preciso atuar também sobre as fake news, tanto da parte de quem divulga a verdade, quanto da parte das autoridades que precisam ser severas e exemplares na punição de quem dissemina fake news.
Isso não acontece no Brasil porque a esquerda não está tendo capacidade de atuar nas redes sociais e porque as autoridades estão envolvidas no golpe, são cúmplices das fake news, como foram cúmplices do impeachment, como foram cúmplices da larva jato. O Estado brasileiro faliu no golpe, as instituições não cumprem suas obrigações legais.
Por isso o Brasil vive num estado de exceção, por isso é preciso uma nova ordem constitucional, para que o país volte a ser um Estado de Direito, uma democracia.
A questão fundamental é: o capitão presidente continua tendo a iniciativa de ação, a oposição apenas reage. Enquanto continuar assim, não haverá mudança no quadro político. A oposição precisa ter iniciativa, apresentar um programa à sociedade. Não faz isso porque, na minha opinião, não tem. A esquerda se perdeu contaminada pela conversa fiada do neoliberalismo e pelo fim da URSS. Apesar de ter conquistado o poder pelo voto em 2002 e se mantido nele em mais três eleições consecutivas, até ser deposto por um golpe, o PT não fez um governo de esquerda, fez um governo que misturou desenvolvimentismo com neoliberalismo, e criou renda mínima para os mais pobres, mas nada consistente.
Consistente, na minha opinião, seria investir prioritariamente em educação pública de qualidade em tempo integral para todos e comprometer a sociedade nesse projeto. O PT distribuiu renda e apostou na nova classe média, no aumento do consumo. Veio o golpe e toda a distribuição de renda inconsistente escorreu para o ralo, e voltamos à miséria, à desigualdade crescente, ao desemprego.
O programa da oposição deve ser a DEMOCRACIA, resumindo nessa palavra tudo que significa o oposto do que faz a extrema direita, do que faz o golpe. Significa distribuir poder, renda, conhecimento, riqueza, construir um novo Estado com participação do povo.
O que podemos desejar é que tenha ficado pelo menos a consciência de uma parte da população que entendeu o que aconteceu e é capaz de lutar pela recuperação e ampliação dos seus direitos. A greve nacional da educação, hoje, pode indicar isso.
Mobilização por educação confronta bolsonaristas nas redes e testa força nas ruas
quarta-feira, 15 de maio de 2019
A sociedade reage ao desmanche da nação e ao autoritarismo
A quebra da ordem constitucional que aconteceu no Brasil a partir o resultado das urnas em 2014 exige uma nova Constituição, um novo processo constituinte. Vivemos num estado de exceção, todas as instituições da República faliram no golpe, aderindo a ele ou não reagindo como exigia a democracia. Em vez da presidenta reeleita, tivemos um presidente que implantou o programa da oposição, derrotado nas urnas. O presidente eleito em 2018 só o foi porque o candidato preferido pela população foi preso e porque fake news de forma ampla, ilegal e decisiva.
Agora a sociedade começa a acordar, porque tudo que esse governo faz é destruir, sem sequer ter um projeto para pôs no lugar. Sua proposta é voltar ao fracassado liberalismo do século XIX. Sua batalha é para aprovar a reforma da Previdência, que, mesmo draconiana, acabando com a aposentadoria para os mais pobres, não vai resolver problema nenhum, a crise econômica vai continuar e com ela as cenas dantescas que vemos no país há um quadriênio: miséria nas ruas, duas bacias hidrográficas destruídas, epidemias, violência.
Sem o exemplo superior do respeito às leis pelas autoridades, a nação afunda na anarquia, os valores se perdem, a civilização deteriora, seres humanos se transformam em bestas. Essa situação caótica na qual no golpe nos meteu só pode ser resolvida com uma assembleia constituinte, que reorganiza a nação legalmente, socialmente, politicamente, economicamente.
Hoje é um dia de reação, com o que pode ser o primeiro ato de resistência consequente, a greve nacional da educação. Foi assim em 1977, quando o movimento estudantil nas universidades abriu caminho para as greves no ABC paulista e outras que se seguiram, campanha Diretas já!, eleição da Tancredo e Constituição de 1988. O caminho pode ser longo, quatro anos horrorosos e inimagináveis já se passaram, mas chegará um dia em que as coisas estarão melhores e a democracia prevalecerá, não por doação das elites, mas por vontade do povo.
As duas primeiras notícias abaixo são do El País e da BBC. Não é por acaso que a "grande" imprensa brasileira ignora os acontecimentos que vão contra o golpe; ela participou ativamente do golpe e está comprometida com ele. Assim como a larva jato não foi para combater corrupção, a reforma da Previdência não vai resolver problema nenhum, apenas piorar a vida dos trabalhadores, mas os veículos repetem essa baboseira todos os dias, como idiotas obsessivos. As outras são do GGN, que faz jornalismo sem recursos, mas com dignidade.
Mobilização por educação confronta bolsonaristas nas redes e testa força nas ruas
'Não podemos ignorar o Estado fuzilando civis', diz ministra que votou por prisão de militares que mataram músico e catador
Dia Nacional de Greve na Educação: manifestações ocorrem em todo o país
Economistas destroem ‘mitos’ da ‘reforma’ da Previdência e lançam manifesto
Jornalismo convencional defende educação, mas se isenta de questionar reforma da previdência
Agora a sociedade começa a acordar, porque tudo que esse governo faz é destruir, sem sequer ter um projeto para pôs no lugar. Sua proposta é voltar ao fracassado liberalismo do século XIX. Sua batalha é para aprovar a reforma da Previdência, que, mesmo draconiana, acabando com a aposentadoria para os mais pobres, não vai resolver problema nenhum, a crise econômica vai continuar e com ela as cenas dantescas que vemos no país há um quadriênio: miséria nas ruas, duas bacias hidrográficas destruídas, epidemias, violência.
Sem o exemplo superior do respeito às leis pelas autoridades, a nação afunda na anarquia, os valores se perdem, a civilização deteriora, seres humanos se transformam em bestas. Essa situação caótica na qual no golpe nos meteu só pode ser resolvida com uma assembleia constituinte, que reorganiza a nação legalmente, socialmente, politicamente, economicamente.
Hoje é um dia de reação, com o que pode ser o primeiro ato de resistência consequente, a greve nacional da educação. Foi assim em 1977, quando o movimento estudantil nas universidades abriu caminho para as greves no ABC paulista e outras que se seguiram, campanha Diretas já!, eleição da Tancredo e Constituição de 1988. O caminho pode ser longo, quatro anos horrorosos e inimagináveis já se passaram, mas chegará um dia em que as coisas estarão melhores e a democracia prevalecerá, não por doação das elites, mas por vontade do povo.
As duas primeiras notícias abaixo são do El País e da BBC. Não é por acaso que a "grande" imprensa brasileira ignora os acontecimentos que vão contra o golpe; ela participou ativamente do golpe e está comprometida com ele. Assim como a larva jato não foi para combater corrupção, a reforma da Previdência não vai resolver problema nenhum, apenas piorar a vida dos trabalhadores, mas os veículos repetem essa baboseira todos os dias, como idiotas obsessivos. As outras são do GGN, que faz jornalismo sem recursos, mas com dignidade.
Mobilização por educação confronta bolsonaristas nas redes e testa força nas ruas
'Não podemos ignorar o Estado fuzilando civis', diz ministra que votou por prisão de militares que mataram músico e catador
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sexta-feira, 10 de maio de 2019
O que é ser uma falsa herdeira diante de ser uma herdeira de verdade?
Os falsos herdeiros um dia acabam presos, os herdeiros verdadeiros herdam fortunas roubadas, passam a vida roubando e nunca vão presos. Parodiando aquela velha frase: "o que é assaltar um banco diante de abrir um banco?".
Especialistas logo encontram uma doença em gente como essa Ana. E no comportamento dos herdeiros de verdade? Qual é a doença dessa gente? Por que ser banqueiro (milionário e destruir o planeta e seus semelhantes) não é considerado doença nem crime?
A notícia:
A falsa herdeira que enganou a alta sociedade de NY e deixou um rastro de golpes no valor de milhares de dólares
Alessandra Corrêa*. De Winston-Salem (EUA) para a BBC Brasil.
Ela se apresentava como Anna Delvey, herdeira alemã de uma fortuna de 60 milhões de euros (cerca de R$ 261 milhões), e em pouco tempo conquistou a alta sociedade de Nova York. Morava em hotéis cinco estrelas, frequentava festas exclusivas, vestia roupas de grife, viajava em jatos privados e distribuía gorjetas de US$ 100 (R$ 388).
Clique AQUI para ler a notícia na íntegra.
Especialistas logo encontram uma doença em gente como essa Ana. E no comportamento dos herdeiros de verdade? Qual é a doença dessa gente? Por que ser banqueiro (milionário e destruir o planeta e seus semelhantes) não é considerado doença nem crime?
A notícia:
A falsa herdeira que enganou a alta sociedade de NY e deixou um rastro de golpes no valor de milhares de dólares
Alessandra Corrêa*. De Winston-Salem (EUA) para a BBC Brasil.
Ela se apresentava como Anna Delvey, herdeira alemã de uma fortuna de 60 milhões de euros (cerca de R$ 261 milhões), e em pouco tempo conquistou a alta sociedade de Nova York. Morava em hotéis cinco estrelas, frequentava festas exclusivas, vestia roupas de grife, viajava em jatos privados e distribuía gorjetas de US$ 100 (R$ 388).
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Por que eles querem reformar a Previdência
A questão da reforma da Previdência é que ela não precisa ser reformada, mas ninguém diz isso. Ao dizer "ninguém" estou me referindo a políticos e partidos políticos, e a veículos de comunicação. Assim como tudo mais que Temer fez e o capitão está fazendo, a reforma da Previdência é uma bandeira ideológica. Não se trata de falência da Previdência, muito menos de retomar o crescimento, trata-se de defender interesses particulares dessa gente que está no poder.
Quem está no poder desde o golpe são fanáticos ideológicos, os liberais exaltados, evangélicos exaltados etc. Eles estão defendendo seus interesses particulares, querem dinheiro do Estado para eles, não querem que o Estado dê dinheiro para pobres. Nem em aposentadoria, nem em saúde, nem em educação, nem em transporte, nem em moradia, nem em seguro desemprego, nem em bolsa família.
É simples assim. Mas a esquerda capturada pelo neoliberalismo é incapaz de dizer não à reforma da Previdência e dizer claramente: "Queremos manter a Previdência como está, vamos tirar dinheiro dos banqueiros para sustentar a Previdência e a educação pública, a saúde pública, o transporte público, a moradia dos pobres, o bolsa família, a pequena propriedade rural, o ambiente, os territórios indígenas e tudo mais".
Empresas ligadas a deputados devem R$ 172 milhões à Previdência
Camilla Veras Mota, da BBC News Brasil em São Paulo.
Mesmo tendo passado pela maior renovação dos últimos 20 anos, a Câmara dos Deputados mantém uma característica que marcou as legislaturas anteriores – empresas ligadas a parlamentares devem cifras milionárias ao fisco e, em particular, à Previdência, cuja proposta de reforma tramita na Casa.
Um levantamento feito pela BBC News Brasil com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostra que um em cada quatro deputados é sócio, diretor ou presidente de empresa com débito em aberto com a Receita Federal ou o INSS.
São 134 parlamentares, que somam uma dívida de R$ 487,5 milhões. A Previdência responde por mais de um terço desse valor: R$ 172 milhões em débitos de 61 empresas ligadas a 46 deputados.
Clique AQUI para ler a íntegra da matéria.
Quem está no poder desde o golpe são fanáticos ideológicos, os liberais exaltados, evangélicos exaltados etc. Eles estão defendendo seus interesses particulares, querem dinheiro do Estado para eles, não querem que o Estado dê dinheiro para pobres. Nem em aposentadoria, nem em saúde, nem em educação, nem em transporte, nem em moradia, nem em seguro desemprego, nem em bolsa família.
É simples assim. Mas a esquerda capturada pelo neoliberalismo é incapaz de dizer não à reforma da Previdência e dizer claramente: "Queremos manter a Previdência como está, vamos tirar dinheiro dos banqueiros para sustentar a Previdência e a educação pública, a saúde pública, o transporte público, a moradia dos pobres, o bolsa família, a pequena propriedade rural, o ambiente, os territórios indígenas e tudo mais".
Empresas ligadas a deputados devem R$ 172 milhões à Previdência
Camilla Veras Mota, da BBC News Brasil em São Paulo.
Mesmo tendo passado pela maior renovação dos últimos 20 anos, a Câmara dos Deputados mantém uma característica que marcou as legislaturas anteriores – empresas ligadas a parlamentares devem cifras milionárias ao fisco e, em particular, à Previdência, cuja proposta de reforma tramita na Casa.
Um levantamento feito pela BBC News Brasil com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostra que um em cada quatro deputados é sócio, diretor ou presidente de empresa com débito em aberto com a Receita Federal ou o INSS.
São 134 parlamentares, que somam uma dívida de R$ 487,5 milhões. A Previdência responde por mais de um terço desse valor: R$ 172 milhões em débitos de 61 empresas ligadas a 46 deputados.
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Capitão presidente decreta o fim do Dia das Mães
A data faz parte do legado de Getúlio Vargas que os liberais exaltados querem liquidar. Assim como a CLT, a Petrobrás e tudo mais que começou a ser criado em 1930. E o horário de verão. Não sei se o capitão presidente vai fazer isso, não li em lugar nenhum, talvez ele não tenha pensado nisso ainda, mas é bem mais factível do que muitas fake news que os brasileiros repetem. De qualquer forma, é uma boa oportunidade para discutir essa ideologia liberal fanática. E a ideologia da Revolução de 30. Se o Dia das Mães é parte do legado do ditador Getúlio, por que não acabar também com essa data, como acabaram com o horário de verão? A matéria da BBC não se compromete. Trata o assunto como curiosidade, como quase tudo. O sujeito fez a matéria na Eslovênia (!) para publicar no Brasil. Mas é brasileiro, pelo nome. Eu, heim. Será que foi à Eslovênia pesquisar sobre o Estado Novo?
Dia das Mães: como surgiu a celebração no Brasil e por que a data varia em outros lugares do mundo
Edison Veiga. De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil.
"O segundo domingo de maio é consagrado às mães, em comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento no sentido da bondade e da solidariedade humana."
Assim declara o decreto de número 21.366, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas (1882-1954) e publicado em 5 de maio de 1932.
O documento ainda tece três considerações para justificar a lei: "que vários dias do ano já foram oficialmente consagrados à lembrança e à comemoração de fatos e sentimentos profundamente gravados no coração humano"; "que um dos sentimentos que mais distinguem e dignificam a espécie humana é o de ternura, respeito e veneração, que evoca o amor materno"; e "que o Estado não pode ignorar as legítimas imposições da consciência coletiva, e, embora não intervindo na sua expressão, e do seu dever reconhecê-las e prestar o seu apoio moral a toda obra que tenha por fim cultuar e cultivar os sentimentos que lhes imprimem, força afetiva de cultura e de aperfeiçoamento humano".
Clique AQUI para ler a notícia na íntegra.
Dia das Mães: como surgiu a celebração no Brasil e por que a data varia em outros lugares do mundo
Edison Veiga. De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil.
"O segundo domingo de maio é consagrado às mães, em comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento no sentido da bondade e da solidariedade humana."
Assim declara o decreto de número 21.366, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas (1882-1954) e publicado em 5 de maio de 1932.
O documento ainda tece três considerações para justificar a lei: "que vários dias do ano já foram oficialmente consagrados à lembrança e à comemoração de fatos e sentimentos profundamente gravados no coração humano"; "que um dos sentimentos que mais distinguem e dignificam a espécie humana é o de ternura, respeito e veneração, que evoca o amor materno"; e "que o Estado não pode ignorar as legítimas imposições da consciência coletiva, e, embora não intervindo na sua expressão, e do seu dever reconhecê-las e prestar o seu apoio moral a toda obra que tenha por fim cultuar e cultivar os sentimentos que lhes imprimem, força afetiva de cultura e de aperfeiçoamento humano".
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sábado, 4 de maio de 2019
Manhã com Bach
Clique AQUI para ouvir Manhã com Bach, um delicioso programa da civilizada Rádio USP, desta vez apresentando a Suíte Inglesa Número 2.

Impeachment já!
Crimes de responsabilidade não faltam, ao contrário do que aconteceu com o impeachment da ex-presidenta Dilma, cujo processo foi forjado. Nassif já listou dezenas de crimes de responsabilidade praticados pelo presidente capitão e seus ministros, num desgoverno sem precedentes na história do Brasil. O mais lúcido e bem informado dos analistas brasileiros convoca os brasileiros para interromper o desgoverno antes que a nação seja destruída e retroceda um século, porque esse é o propósito do capitão e seus liberais exaltados, evangélicos exaltados, milicianos exaltados, militares exaltados etc.
Tem que tirar Bolsonaro, antes que acabe com o sistema educacional brasileiro
Por Luis Nassif, no GGN, 3/5/19
O bloqueio das verbas de custeio, autorizado por Jair Bolsonaro, vai paralisar todo o sistema de ensino superior e dos Institutos Federais de Educação. E foi motivado exclusivamente pela tal guerra ao marxismo cultural que orienta todas as ações de governo e pelos investimentos de Paulo Guedes no setor privado.
É tão maluco esse desmonte quanto seria a ideia de estatizar o setor privado. São posições ideológicas sem nenhuma avaliação sobre o resultado final para o país.
Essa loucura vai desestruturar o sistema universitário, prejudicar milhares de alunos, interromper pesquisas científicas, comprometer o atendimento dos hospitais universitários.
Insisto: o país não pode continuar refém desses celerados. O governo é transitório. Dura um mandato, dois, com reeleição. Há obras que são permanentes, como é o caso do sistema de ensino público. Não há nenhuma possibilidade de conferir a um mandatário o poder de destruir uma construção intergeracional e, mais do que isso, essencial para o desenvolvimento do país.
Talvez essa irresponsabilidade seja derrubada em breve, por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Mas como se pode conviver com armadilhas diárias, desmontes diários de toda uma construção política, social, de várias gerações de brasileiros, não apenas destruindo o que foi construído ao longo de décadas, mas deixando um vácuo, sem nenhum projeto alternativo?
O STF, o Congresso, o Judiciário, as Forças Armadas são parte do Estado brasileiro. Não podem permitir a continuidade dessa loucura. Se não agirem, serão cúmplices da destruição do país como Nação.
(Clique AQUI para ler no GGN.)
Tem que tirar Bolsonaro, antes que acabe com o sistema educacional brasileiro
Por Luis Nassif, no GGN, 3/5/19
O bloqueio das verbas de custeio, autorizado por Jair Bolsonaro, vai paralisar todo o sistema de ensino superior e dos Institutos Federais de Educação. E foi motivado exclusivamente pela tal guerra ao marxismo cultural que orienta todas as ações de governo e pelos investimentos de Paulo Guedes no setor privado.
É tão maluco esse desmonte quanto seria a ideia de estatizar o setor privado. São posições ideológicas sem nenhuma avaliação sobre o resultado final para o país.
Essa loucura vai desestruturar o sistema universitário, prejudicar milhares de alunos, interromper pesquisas científicas, comprometer o atendimento dos hospitais universitários.
Insisto: o país não pode continuar refém desses celerados. O governo é transitório. Dura um mandato, dois, com reeleição. Há obras que são permanentes, como é o caso do sistema de ensino público. Não há nenhuma possibilidade de conferir a um mandatário o poder de destruir uma construção intergeracional e, mais do que isso, essencial para o desenvolvimento do país.
Talvez essa irresponsabilidade seja derrubada em breve, por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Mas como se pode conviver com armadilhas diárias, desmontes diários de toda uma construção política, social, de várias gerações de brasileiros, não apenas destruindo o que foi construído ao longo de décadas, mas deixando um vácuo, sem nenhum projeto alternativo?
O STF, o Congresso, o Judiciário, as Forças Armadas são parte do Estado brasileiro. Não podem permitir a continuidade dessa loucura. Se não agirem, serão cúmplices da destruição do país como Nação.
(Clique AQUI para ler no GGN.)
Bastidores da entrevista do Lula
Esses bastidores das notícias, que os jornais não publicam, sempre me pareceram tão ou mais importantes que as notícias. As notícias são sempre uma seleção e enfatização de informações, feitas pelos repórteres, editores e donos dos veículos.O depoimento abaixo é do advogado do El País, que acompanhou a entrevista publicada domingo passado (30/4).
Sobre o que falou Lula
Não era crível que a um único brasileiro, isolado em uma sala da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, não se aplicava a Constituição Federal.
Cezar Britto, no El País.
Confesso que, nos meus 34 anos de advocacia militante, não havia testemunhado um aprisionado ser tratado com tanta rigidez, insensibilidade e constrangimento. Da chegada até a saída do pequeno e cercado birô em que sentara — sempre escoltado por policiais armados — não fora permitido ao entrevistado qualquer interação com as pessoas que se encontravam na sala, desde um abraço amigo ou mesmo simples e educado aperto de mão. Nada, além do distanciamento compulsório.
A cena de isolamento testemunhada pelo Brasil quando da presença de Lula no sepultamento de seu neto Arthur — guardadas as devidas proporções — era também repetida na ambiência interna da superintendência curitibana. Deu-me a impressão de que tratavam o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva como uma espécie de criminoso de altíssima periculosidade. O que acentuava a contradição da própria autoridade policial, pois no dia anterior, não fosse o firme posicionamento do ministro Ricardo Lewandowski, manobrara para encher a sala de entrevista com jornalistas por ele próprio escolhido, desrespeitando a decisão judicial e o direito constitucional de recusa do próprio entrevistado.
Ultrapassada esta fase, as câmaras passaram a registrar, depois, o que muitas outras fingiam não saber: que Lula — ainda com condenação não transitada em julgado e preso antes da formação definitiva da culpa — era o único brasileiro censurado previamente por decisão judicial, pelos próprios órgãos de imprensa, pelos contumazes defensores da liberdade de imprensa e até mesmo pelas associações que sempre repelem com veemência qualquer ataque a esta mesma e fundamental liberdade.
Afinal, como destacado em grandes manchetes no recente episódio envolvendo o saite O Antagonista e a revista Crusoé, a liberdade de imprensa é direito universal, fundamental para a preservação do Estado Democrático de Direito. Direito que, inclusive, já havia sido concedido a pessoas condenadas em decisões transitadas em julgado, alguns em presídios de segurança máxima, como atestam os diários programas de puro sensacionalismo policial e até mesmo as grandes empresas de comunicação em seus horários tidos como comercialmente nobres. Direito já exercido por Fernandinho Beira Mar, Marcola, o chamado Maníaco do Parque, Bruno do Flamengo, Guilherme de Pádua, Suzane Richthofen, Farah Jorge Farah, Hosmany Ramos, Alexandre Nardoni, Anna Carolina Jatobá, dentre tantos outros entrevistados, perigosos ou não.
Assim, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressou, no dia 26 de abril de 2019, na pequena sala instalada na Superintendência Regional de Polícia Federal do Paraná, não apenas se quebrou o isolamento físico a ele imposto, inclusive no seu ato rebelde de cumprimentar os jornalistas que iriam exercer o seu trabalho por aproximada duas horas de entrevistas. Quando o entrevistado começou a falar diante das câmaras previamente instaladas, quedava-se parte da Bastilha que o fazia ser o mais desigual dos brasileiros. Naquele momento, não mais era ele o único cidadão, aprisionado ou não, judicialmente amordaçado e previamente impedido de exercer o constitucional direito de exprimir o seu pensamento. O silêncio compulsório imposto ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva estava rompido, reconhecendo-o — mesmo com injustificável retardo — como cidadão comum, detentor dos mesmos direitos e de idênticos deveres dos demais.
E quando Luiz Inácio começou a falar, compreendeu-se a razão do silêncio imposto ao ex-presidente Lula, do aparato policial que o isolava do mundo, da cumplicidade dos “notórios defensores da liberdade de imprensa” e do tratamento marginalizado.
(Clique AQUI para ler a íntegra no El País.)
Sobre o que falou Lula
Não era crível que a um único brasileiro, isolado em uma sala da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, não se aplicava a Constituição Federal.
Cezar Britto, no El País.
Confesso que, nos meus 34 anos de advocacia militante, não havia testemunhado um aprisionado ser tratado com tanta rigidez, insensibilidade e constrangimento. Da chegada até a saída do pequeno e cercado birô em que sentara — sempre escoltado por policiais armados — não fora permitido ao entrevistado qualquer interação com as pessoas que se encontravam na sala, desde um abraço amigo ou mesmo simples e educado aperto de mão. Nada, além do distanciamento compulsório.
A cena de isolamento testemunhada pelo Brasil quando da presença de Lula no sepultamento de seu neto Arthur — guardadas as devidas proporções — era também repetida na ambiência interna da superintendência curitibana. Deu-me a impressão de que tratavam o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva como uma espécie de criminoso de altíssima periculosidade. O que acentuava a contradição da própria autoridade policial, pois no dia anterior, não fosse o firme posicionamento do ministro Ricardo Lewandowski, manobrara para encher a sala de entrevista com jornalistas por ele próprio escolhido, desrespeitando a decisão judicial e o direito constitucional de recusa do próprio entrevistado.
Ultrapassada esta fase, as câmaras passaram a registrar, depois, o que muitas outras fingiam não saber: que Lula — ainda com condenação não transitada em julgado e preso antes da formação definitiva da culpa — era o único brasileiro censurado previamente por decisão judicial, pelos próprios órgãos de imprensa, pelos contumazes defensores da liberdade de imprensa e até mesmo pelas associações que sempre repelem com veemência qualquer ataque a esta mesma e fundamental liberdade.
Afinal, como destacado em grandes manchetes no recente episódio envolvendo o saite O Antagonista e a revista Crusoé, a liberdade de imprensa é direito universal, fundamental para a preservação do Estado Democrático de Direito. Direito que, inclusive, já havia sido concedido a pessoas condenadas em decisões transitadas em julgado, alguns em presídios de segurança máxima, como atestam os diários programas de puro sensacionalismo policial e até mesmo as grandes empresas de comunicação em seus horários tidos como comercialmente nobres. Direito já exercido por Fernandinho Beira Mar, Marcola, o chamado Maníaco do Parque, Bruno do Flamengo, Guilherme de Pádua, Suzane Richthofen, Farah Jorge Farah, Hosmany Ramos, Alexandre Nardoni, Anna Carolina Jatobá, dentre tantos outros entrevistados, perigosos ou não.
Assim, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressou, no dia 26 de abril de 2019, na pequena sala instalada na Superintendência Regional de Polícia Federal do Paraná, não apenas se quebrou o isolamento físico a ele imposto, inclusive no seu ato rebelde de cumprimentar os jornalistas que iriam exercer o seu trabalho por aproximada duas horas de entrevistas. Quando o entrevistado começou a falar diante das câmaras previamente instaladas, quedava-se parte da Bastilha que o fazia ser o mais desigual dos brasileiros. Naquele momento, não mais era ele o único cidadão, aprisionado ou não, judicialmente amordaçado e previamente impedido de exercer o constitucional direito de exprimir o seu pensamento. O silêncio compulsório imposto ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva estava rompido, reconhecendo-o — mesmo com injustificável retardo — como cidadão comum, detentor dos mesmos direitos e de idênticos deveres dos demais.
E quando Luiz Inácio começou a falar, compreendeu-se a razão do silêncio imposto ao ex-presidente Lula, do aparato policial que o isolava do mundo, da cumplicidade dos “notórios defensores da liberdade de imprensa” e do tratamento marginalizado.
(Clique AQUI para ler a íntegra no El País.)
Nova York também dá o exemplo
O segundo exemplo do dia vem de Nova York.
“Homofóbico virulento”: leia a carta de senador americano ao hotel Marriott de NY contra Bolsonaro
Publicado em 4/5/19, pelo DCM.
O senador democrata Brad Hoylman organizou a campanha para cancelar o evento em homenagem a Bolsonaro em Nova York.
Ele escreveu uma carta ao hotel Marriott, onde iria ocorrer a festa, e a tornou pública:
"Estou escrevendo para vocês como o único senador LGBTQ pelo Estado de Nova York e senador representante de Times Square para pedir que cancelem o jantar de “Personalidade do Ano” da Câmara de Comércio em homenagem ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro em 14 de maio de 2019.
O presidente Bolsonaro tem um histórico extremamente perturbador de intolerância e misoginia.
Entre outras coisas, ele disse uma vez que “seria incapaz de amar um filho homossexual” e que preferiria que seu filho morresse a ser gay. Além disso, o presidente Bolsonaro disse que uma deputada brasileira “não merecia ser estuprada” porque “ela é muito feia”.
Dado o registro sórdido de comentários públicos do Presidente Bolsonaro, fico chocado com o fato de que uma empresa do meu distrito organizaria um evento em apoio a ele.
Também estou profundamente preocupado com a mensagem que tal evento enviaria para seus funcionários e novaiorquinos em geral, incluindo jovens LGBT, muitos dos quais estão lutando por sua identidade.
Outros estabelecimentos da cidade de Nova York, como o Museu de História Natural e o Cipriani Wall Street, recusaram corajosamente a realização deste evento nas últimas semanas por causa dos comentários ultrajantes e inaceitáveis do Presidente Bolsonaro.
Insisto que vocês façam o mesmo com firmeza contra a intolerância e cancelem a festa de “Personalidade do Ano” de 2019 da Câmara de Comércio do Brasil-EUA no Marriott Marquis. (…)
Atenciosamente,
Brad Hoylman
Senador
27º Distrito do Senado"
(Clique AQUI para ler no DCM.)
“Homofóbico virulento”: leia a carta de senador americano ao hotel Marriott de NY contra Bolsonaro
Publicado em 4/5/19, pelo DCM.
O senador democrata Brad Hoylman organizou a campanha para cancelar o evento em homenagem a Bolsonaro em Nova York.
Ele escreveu uma carta ao hotel Marriott, onde iria ocorrer a festa, e a tornou pública:
"Estou escrevendo para vocês como o único senador LGBTQ pelo Estado de Nova York e senador representante de Times Square para pedir que cancelem o jantar de “Personalidade do Ano” da Câmara de Comércio em homenagem ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro em 14 de maio de 2019.
O presidente Bolsonaro tem um histórico extremamente perturbador de intolerância e misoginia.
Entre outras coisas, ele disse uma vez que “seria incapaz de amar um filho homossexual” e que preferiria que seu filho morresse a ser gay. Além disso, o presidente Bolsonaro disse que uma deputada brasileira “não merecia ser estuprada” porque “ela é muito feia”.
Dado o registro sórdido de comentários públicos do Presidente Bolsonaro, fico chocado com o fato de que uma empresa do meu distrito organizaria um evento em apoio a ele.
Também estou profundamente preocupado com a mensagem que tal evento enviaria para seus funcionários e novaiorquinos em geral, incluindo jovens LGBT, muitos dos quais estão lutando por sua identidade.
Outros estabelecimentos da cidade de Nova York, como o Museu de História Natural e o Cipriani Wall Street, recusaram corajosamente a realização deste evento nas últimas semanas por causa dos comentários ultrajantes e inaceitáveis do Presidente Bolsonaro.
Insisto que vocês façam o mesmo com firmeza contra a intolerância e cancelem a festa de “Personalidade do Ano” de 2019 da Câmara de Comércio do Brasil-EUA no Marriott Marquis. (…)
Atenciosamente,
Brad Hoylman
Senador
27º Distrito do Senado"
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