A candidatura do ministro Patrus Ananias para governador de Minas será um acontecimento histórico e, caso seja eleito, um divisor de águas na história mineira. Depende apenas do PT escolhê-lo como candidato. Por incrível que pareça, isso não é certo, embora a necessidade de segundo turno na eleição para presidente do PT MG, no próximo domingo, 6, seja motivo de otimismo. Disputam o atual presidente, deputado federal Reginaldo Lopes, que apoia a candidatura de Pimentel para governador, e o secretário de comunicação do PT nacional, Gleber Naime, que apoia Patrus. No primeiro turno, Reginaldo teve 47% dos votos e Gleber, 38%. Os demais candidatos (Padre João, Gilmar Machado e Oleg Abramov) apoiam Gleber. A campanha de 2010 tem tudo para empolgar os mineiros: "Dilma presidente! Patrus governador!"
O texto abaixo, do blog do ex-ministro Nilmário Miranda, fala da importância de se escolher Patrus.
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O PT tem dois bons nomes para disputar e ganhar o governo de Minas. Cabe avaliar qual deles reúne as melhores condições, quem tem o melhor perfil, qual deles encarna o melhor projeto democrático popular, quem une mais o PT, quem amplia mais as alianças, quem mobiliza e realiza a mais ampla aliança social.
Patrus foi responsável pela montagem e execução de uma formidável rede de proteção social no país e do maior programa de inclusão social da história do Brasil – o Bolsa Família. Além do BF, o BPC, o PETI, o PAA, o Projovem Adolescente, CRAS, CREAS e da rede restaurantes populares. Só para Minas Gerais o Ministério de Desenvolvimento Social repassa 3 bilhões por ano para 853 municípios, o que sustentou as políticas sociais no estado, onde se investe pouco no social.
A questão social vem de longe na história de Patrus: vem da sua formação filosófica, política e religiosa.
Foi na sua gestão como prefeito de BH (1992-1996) que foi criada a 1ª Coordenadoria de Direitos Humanos do país (Helena Greco); a 1ª Secretaria de Abastecimento (Regina Nabuco; antecipação do programa Fome Zero); o Restaurante Popular; o Orçamento Participativo; os Conselhos de participação e controle populares; as políticas ambientais, de patrimônio, culturais e de igualdade racial; e políticas inclusivas inovadoras.
Patrus estimula o engajamento e a militância cidadã, para além do marketing, dos conchavos, dos "militantes de aluguel".
Patrus pode retomar as alianças com o PCdoB, PRB de José Alencar e com o PMDB, rompidas em 2008 com o confuso processo das eleições de BH que dividiu o PT.
Patrus viabiliza uma ampla aliança social que incluiu as igrejas e suas pastorais; as universidades; os operadores do direito e do serviço social; a vasta rede de gestores e agentes sociais, conselheiros, ONG’s, movimento sindical, os movimentos sociais, intelectuais e o povo da cultura.
Conhece bem Minas Gerais, tem prestigio nacional e internacional.
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Patrus tem melhores condições de dialogar com o PMDB e com Hélio Costa; são colegas de ministério e apoiadores de Dilma Rousseff para um entendimento, sem posições e arrogância.
Votarei no Gleber dia 6 de dezembro. O apoio de Padre João e de Gilmar Machado já inicia a reunificação do PT em torno de um grande e generoso projeto para Minas Gerais. Para o projeto nacional estamos unidos.
Na base, os apoiadores de Patrus e Pimentel querem a unidade, sentem que é o nosso momento. Não temos o direito de falhar.
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