Do Repórter Brasil.
'Sojização' acentua pobreza e migrações, afirmam camponeses
Cerca de 100 mil paraguaios deixam suas terras todos os anos.
Por Antonio Biondi e Marcel Gomes, do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis Assunção (Paraguai)
Enquanto a soja cresce vertiginosamente no país, camponeses e indígenas paraguaios experimentam o outro lado da moeda. Cerca de 43% da população ainda vive no meio rural. São, em sua maioria, famílias pobres que se desdobram para sobreviver: seja resistindo no campo ou seguindo o fluxo para as cidades. "Os camponeses estão sendo desterrados. Não há políticas especiais para o campo", denuncia Magui Balbunea, da Coordenação Nacional das Mulheres Rurais e Indígenas (Conamuri). De acordo com ela, as conseqüências do atual modelo de expansão da sojicultura são cada vez mais graves. Com o avanço do grão, vem aumentando o número de sem-terras nos acampamentos e as terras agricultáveis disponíveis para a produção famíliar são cada vez menores. "Há um empobrecimento terrível no campo, e migração para as maiores cidades", acrescenta a liderança camponesa.
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