quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Choque de gestão

É isso.
Quebrar o estado, não investir em saúde, não pagar o piso constitucional aos professores, deixar os rios secarem, elevar a dívida pública à estratosfera e distribuir "lucros" aos acionistas privados das empresas estatais. Mais até do que o permitido por lei.
E multiplicar os gastos com propaganda para dizer que faz o que não faz e dar muito dinheiro para a imprensa amiga, que prega a eficiência do Estado, mas depende do dinheiro público para sobreviver.
É o que o governador eleito Fernando Pimentel está herdando.



Do jornal GGN.
Cemig ultrapassa teto de distribuição de lucros
ter, 11/11/2014 - 17:30
Tatiane Correia

Jornal GGN - A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) oficializou na última sexta-feira a decisão de pagar dividendos extraordinários aos investidores no valor de R$ 1,1 bilhão, o que corresponde a R$ 0,874208588 por ação.
Segundo comunicado divulgado ao mercado, o valor a ser pago será retirado da reserva de lucros Estatutária. O crédito será feito aos acionistas no dia 19 de dezembro, e terão direito todos os titulares de ações constantes do livro de registro de ações nominativas em 7 de novembro, e os papéis estão sendo negociados ex-direitos desde o dia 10 de novembro.
O que poderia ser um evento normal de mercado acabou tomando outras proporções diante dos questionamentos efetuados pelo Sindicato dos Eletricitários de Minas (Sindieletro-MG). "Somando o repasse extra com os dividendos já distribuídos em 2014, a Cemig repassará R$ 3,35 bilhões de dividendos, o que, em termos percentuais, representa a transferência de 108,2% do lucro obtido pela estatal no ano passado (veja gráfico abaixo)", diz a entidade, em comunicado, ressaltando que a estatal está entrando com recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para adiar o pagamento de 3% de aumento real que a Justiça garantiu para os trabalhadores.
Em entrevista ao Jornal GGN, o diretor do Sindieletro-MG, Jefferson Leandro, explica que este não é o primeiro ano em que o valor encaminhado aos investidores supera os 100% do lucro apurado. “A gente vem denunciando isso desde o início do governo Aécio Neves. No governo Itamar Franco o estatuto foi cumprido, uma vez que o limite mínimo seria de 25% e era isso que o Itamar repassava. Quando Aécio entrou, o valor de repasse chegou a 50%, mas existe uma amarração no acordo dos acionistas que acaba permitindo que isso aconteça. Acionamos o Ministério Público e não conseguimos efetivamente uma redução desse repasse aos acionistas”.
A íntegra.