As ligações entre tráfico de drogas, indústria bélica,
grandes grupos econômicos, capital financeiro, grande mídia, consumismo, governos corruptos e bandidos são características do capitalismo
decadente contemporâneo, que criou o "homem adequado ao consumo".
Guerras, tráficos de armas e de drogas, terrorismo, violência,
consumismo e destruição ambiental não são defeitos do sistema, mas
políticas deliberadas para manter vivo o capital.
Capital é o dinheiro
aplicado para obter lucro e ser sempre maior do que antes. Crescimento
econômico e desenvolvimento são eufemismos de capital. A humanidade, há
muito tempo, produz mais do que o suficiente para todos vivermos com conforto, o que é preciso fazer é distribuir a riqueza, não é produzir cada vez mais.
O PT é um partido capitalista, apesar do nome. O fato de haver uma oposição de direita a ele tão agressiva, como houve na eleição deste ano, é motivo de espanto e preocupação.
Significa que setores políticos poderosos querem muito mais do que aumentar seu capital, querem o desmanche do Estado para ganharem também abertamente com os tráficos diversos, isto é, o lucro subterrâneo, ilegal, muito maior do que o declarado e taxado, que é o que provoca todo tipo de crime e a corrupção desenfreada.
Como acontece já em alguns países países latino-americanos governados pela direita, com influência forte dos EUA.
Do Opera Mundi.
'Capitalismo criou ser humano adequado ao consumo', diz filósofa sobre burguesia
Ester Vaisman, organizadora de 'Lukács: Estética e Ontologia', diz que manipulação do capital atravessa relações humanas, apoiando conservadorismo
Dodô Calixto e Rodolfo Machado | São Paulo - 30/10/2014 - 13h11
"A decadência ideológica se manifesta, primeiro, na afirmação de uma impotência do ser humano, não só de conhecer a realidade, mas de mudar e transformar o mundo. Portanto, qualquer ideia de libertação ou emancipação é considerada como uma utopia, ou uma recaída tardia às tendências socialistas, de constituição de um mundo onde todas as pessoas possam viver bem em todos os níveis, não só no material, mas também no cultural", analisa. "O capital não é algo material. Pelo contrário, é uma relação social. Porém, ele ganha uma autonomia, como se tivesse uma vontade própria, construindo um ser humano adequado a ele. Portanto, o fato de um shopping center se tornar um lugar de lazer no fim de semana é um símbolo maior dessa alienação que se dá no nível do consumo. Logo, a alienação não se dá apenas na fábrica, na indústria: ela atinge a todos, mesmo os que não atuam, no chão de uma fábrica", analisa.
O ano de 1848 marca, na Europa, a emergência de um novo sujeito histórico: a classe trabalhadora. A partir daí, o pensamento da direita, enraizado no capital, entra em declínio, no que é considerada a decadência ideológica burguesa. Essa é a análise de Ester Vaisman, professora de filosofia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Organizadora do livro "Lukács: Estética e Ontologia", ela cita o filósofo húngaro György Lukács para exemplificar como o capital mostrou no decorrer dos últimos séculos “uma sobrevida, uma capacidade de autoperpetuação e reprodução inimagináveis”.
A íntegra.