sábado, 15 de maio de 2010
Procura-se um xerife
Um pega de carros sem silencioso no escapamento percorreu esta madrugada avenidas e ruas da zona sul de Belo Horizonte, acordando moradores, revoltados. Possivelmente dirigidos por filhinhos de ricos e autoridades, acostumados à velha impunidade brasileira. O barulho estrondoso inicial durou alguns minutos – e de madrugada, quando se acorda sobressaltado, minutos parecem horas. Era a largada. Às 5h. Depois o barulho diminuiu até quase sumir. Quem voltou a pegar no sono, porém, ouviu o barulho se reaproximar e ficar cada vez mais alto. Outra vez passou e mais uma vez voltou. Três vezes. O que estarrece é que a polícia não apareceu para contê-los. Belo Horizonte tem polícia federal, polícia militar, polícia civil, guarda municipal, fiscais de trânsito, mas nenhum deles aparece quando o cidadão, que os sustenta com o pagamento de impostos, precisa. A ausência de autoridade é um fenômeno característico da nossa cidade nos dias atuais. As corporações policiais continuam as mesmas dos tempos da ditadura e continuam desviadas das suas funções de zelar pela ordem democrática.