O prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda, é exceção, um milionário que conseguiu se eleger. Esta notícia é mais interessante do que parece. Não se trata de curiosidade. Há políticos ricaços, como o plantador de soja Blairo Maggi e Paulo Maluf, mas eles têm "talento" para a política. Ter muito dinheiro para gastar na campanha não garante voto. Por isso os ricos preferem financiar campanhas de políticos profissionais, que se tornam ricos no exercício do mandato. Fica claro a quem estes servem, depois.
Apenas 4 se elegem entre os 10 mais ricos
Fazendeiros, empresários, investidores e outros candidatos com patrimônio acima de R$ 100 milhões disputaram na eleição deste ano uma vaga nos Legislativos estaduais, na Câmara ou no Senado. Levantamento realizado pelo iG aponta, entretanto, que dos 10 concorrentes mais ricos nestas eleições, apenas quatro conseguiram se eleger.
Dono de uma fortuna de R$ 224,6 milhões em fazendas, sítios e ações de empresas – entre elas uma mineradora e uma usina – o empresário Airton Garcia tentou uma vaga de deputado federal pelo DEM paulista. Teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) e concorreu por meio de recurso. Ainda assim, o resultado nas urnas não foi suficiente. O candidato recebeu 35,2 mil votos e não conseguiu ser eleito.
Também candidato a deputado federal, Marcelo Almeida (PMDB-PR) é o mais rico de todos os concorrentes às eleições, com uma fortuna de R$ 708,9 milhões. Almeida, que declarou à Justiça Eleitoral ser deputado por profissão, não foi eleito por pouco. Ficou em 32º lugar em uma eleição com 30 candidatos eleitos.