A história da ascensão de João Havelange e seu ex-genro Ricardo Teixeira na direção do futebol mundial, com ajuda – lamentável – do Pelé.
Do Vermelho.
Ricardo Teixeira, o Rei da Bolada
Por Jaime Sautchuk
No livro Os Descaminhos do Futebol, publicado há dez anos, eu já contava a história dessa dinastia. Mostrava, inclusive, como o então falido empresário Ricardo Teixeira entrou no mundo do futebol, pelas mãos de seu então sogro, mas eterno aliado, João Havelange, com ajuda de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Vale aqui, desde logo, um parêntese, para refrescar a memória. Havelange foi atleta de polo aquático, e até representou o Brasil em competições internacionais, como as Olimpíadas de Melbourne, em 1956. Mas, desde 1937, mesclava sua atividade esportiva com as de dirigente de entidades esportivas e de empresário. Era dono de loja de armas no Rio de Janeiro, e, também, da empresa de ônibus interestadual Cometa. Ele se elegeu presidente da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) em 1956. A parte de futebol, porém, ficava com o empresário paulista Paulo Machado de Carvalho, que levou o Brasil à vitória na Copa de 1958, foi chamado pela mídia de "Marechal da Vitória" e homenageado pelo presidente Juscelino Kubitschek em monstruosa festa no Pacaembu, em São Paulo. E repetiu o feito no Chile, na Copa de 1962. Havelange sequer foi às duas copas. Mas, vendo que o futebol era o filé dos cifrões nos desportos, expulsou Paulo Machado e assumiu o setor. No processo da Copa de 66, aprontou mil e umas. Montou um time com 45 jogadores para rodar o mundo e, na competição mesmo, obteve o retumbante fracasso que todos conhecemos e amargamos.
A íntegra.