Médico diz que desistiu de alertar mães e pais. Eles não o ouvem.
Do Viomundo.
Médicos puxam a orelha de pais e mães
por Conceição Lemes
No capítulo "Emagrecer" do livro "Saúde – A hora é Agora", a médica endocrinologista Maria Teresa Zanella, professora titular de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Unifesp, recomenda: toda criança, desde pequena, deve ser estimulada à prática da atividade física e à alimentação saudável para prevenir a obesidade. O psiquiatra Arthur Kaufman, coordenador do Projeto de Atendimento ao Obeso (Prato), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e professor da Faculdade de Medicina da USP, concorda com ela mas desabafa: "Falar para os pais é o mesmo que falar para as paredes. Eu já desisti de mudar a cabeça deles, não adianta". Basta um giro num domingo e talvez lhe dê razão. Em parques, por exemplo, quantas crianças bem pequenininhas você encontra tomando refrigerante na mamadeira? Em churrascarias, quantas pulam as saladas e vão direto para frituras, como batata ou cebola frita? Em redes de fast-food, quantas estão se empapuçando com hambúrgueres em vez de almoçar? As crianças não aprenderam esses maus hábitos alimentares sozinhas. Foram acostumadas pelos pais, que costumam dizer: "É melhor comerem isso do que nada". O cardápio das crianças, aliás, é organizado de acordo com o que os adultos acham que elas gostam. Só que muitas vezes os adultos não se dão conta de que foram eles que criaram esses gostos nas crianças. E são justamente essas preferências que elas transmitirão para os amigos, os irmãos e, no futuro, para os seus filhos.
A íntegra.