sábado, 2 de julho de 2011
TV Brasil transforma a televisão brasileira
O Brasil se civiliza. Internet de banda larga a R$ 35. TV Brasil. Poder ver tevê e navegar na internet sem depender da NET, da Globo. O Brasil antigo era o da tevê aberta, com meia dúzia de canais privados e o virtual monopólio da Globo. O Brasil do neoliberalismo foi o Brasil da tevê por assinatura e da internet, com monopólio da NET, da Globo, que de um passou a deter dezenas de canais de todos os tipos, sempre com o mesmo estilo de programação de baixo nível: o esporte da Globo nos canais Sportv, o jornalismo da Globo na Globonews, o entretenimento da Globo nos canais GNT e Multishow (agora tem até um canal de reprises). E canais americanos, o que dá quase na mesma ou é pior, porque passamos a consumir programação americana no original, com legendas (legenda é um crime contra o cinema, mas isso é outro assunto), em vez dos programas reciclados pela televisão brasileira. As brechas estavam em um ou outro canal de programação estrangeira de melhor qualidade e nos primeiros canais (TV do governo federal, TV Câmara, TV Senado, TV Assembleia, TV Comunitária, TV Universitária). E então chegou a TV Brasil, que nos últimos três (?) anos vem se impondo com uma programação inteligente, criativa, inovadora, alternativa. Com qualidade técnica (não é uma tevê pública mal feita) e bom conteúdo. Programas diversificados de todos os tipos: jornalismo, música popular, música clássica, infantis, meio ambiente, esportes, saúde, educação, variedades, até seriado adulto. Enfim, programação para todos os gostos. É possível passar o sábado ou o domingo diante da televisão vendo só a TV Brasil e gostar do que se vê. A TV Brasil está mudando a televisão brasileira, porque pela primeira vez nos oferece televisão de qualidade, não comercial, inteligente, não episodicamente, como a tevê comercial oferece, com A Grande Família, algum programa de reportagem, algum especial, algum programa de música, ou até uma ou outra novela. A TV Brasil oferece qualidade durante todo o tempo, como objetivo de produção, uma vez que não é uma televisão comercial nem atende interesses políticos. E mostra que é possível inventar na televisão, não é preciso repetir as mesmas fórmulas da década de 1950 que a Globo e outros canais repetem. É preciso ainda que ela passe a produzir localmente, que tenha sucursais em todos os estados, todas as capitais (por enquanto, a produção mineira é feita pela TV Minas, também pública, mas que está sujeita a interesses políticos do governo estadual, como as demais tevês ditas educativas do país). Já é possível, porém, ter novamente só tevê aberta, o que tinha se tornado impossível com a chegada da tevê a cabo, porque esta oferecia muito mais opções e melhores do que a tevê aberta comercial, com suas novelas, programas de auditório, sensacionalismos e jornalismo manipulador.