domingo, 11 de abril de 2010
Quem vai parar os moleques do Santos?
Uma das personagens decisivas na vitória do Santos sobre o São Paulo, hoje, foi o juiz Marcelo Rogério. Ele quase se perdeu, quando os jogadores sãopaulinos partiram para o antijogo e os santistas pareceram intimidados, começaram a errar e deixaram de fazer o que fazem melhor: tocar a bola, driblar, jogar pra frente, marcar gols. Mas o árbitro conseguiu manter o equilíbrio e não fez a balança pender injustamente para o dono da casa. Devia ter dado cartão amarelo ao Dagoberto por sucessivas encenações (o objetivo claro do jogador era conseguir a expulsão de um adversário), mas teve o mérito de não se deixar enganar nem se impor pelo autoritarismo. Durante grande parte do segundo tempo, ele passou a não marcar faltas contra o São Paulo que marcava contra o Santos e a dar cartão amarelo para jogadores do Santos em faltas que, se contra o São Paulo, ele apenas apitava. Em determinado momento, os sãopaulinos acharam que iam ganhar no grito, mas o curioso equilíbrio do árbitro possibilitou que o Santos, afinal, se impusesse e vencesse, quando interveio a segunda personagem decisiva do jogo: o deus do futebol. Ninguém sabe como ele se chama, mas que existe, existe. E é justo. O gol da vitória santista veio aos 45 minutos do segundo tempo, numa jogada típica do São Paulo, daquelas que já garantiram tantos títulos ao clube do Morumbi. Gol de bola parada, encobrindo Rogério Ceni, gol de zagueiro, em falha dos cavalões da zaga sãopaulina. O deus do futebol faz gols certos por bolas tortas. Se o São Paulo tiver humildade para aprender, vai entender que aquele gol foi uma mensagem olímpica: o importante é competir. Ou, como quer a Fifa e porque não acho outra palavra, neste ano de Copa do Mundo: futebol é melhor com fairplay.