quinta-feira, 6 de maio de 2010

Democracia brasileira é apenas eleitoral

O fim da ditadura militar veio num acordo das elites, que driblaram a campanha das Diretas Já! e impuseram um presidente civil eleito indiretamente. O destino desmascarou a encenação, substituindo Tancredo por Sarney, um filhote do regime militar. A anistia beneficiou os torturadores. Muitas instituições ficaram intocadas, como a polícia. Na primeira eleição direta, a Rede Globo elegeu Collor. A participação popular se limita ao voto, de quatro em quatro anos. O único partido criado de baixo para cima foi o PT, que, no governo, se aburguesou e se afastou das bases – basta ver a recente prévia estadual mineira para escolher o candidato a governador, que só contou com participação de 30% dos filiados. A diminuição das desigualdades sociais só começou depois de 17 anos, timidamente, no governo Lula. A educação pública de qualidade, o caminho mais curto para igualar oportunidades, continua não recebendo atenção. Os privilégios persistem, pode mais quem tem dinheiro ou é amigo do rei. Ainda falta muito para o Brasil se tornar um país civilizado, como mostra esta matéria da BBC Brasil.

Brasil tem democracia forte, mas incompleta, afirmam analistas
Fabrícia Peixoto
Da BBC Brasil em Brasília
Freqüentemente elogiado por ter um sistema político livre e por manter eleições diretas e transparentes, o Brasil ainda precisa liquidar as diferenças sociais para se tornar uma democracia “plena”, avaliam pesquisadores ouvidos pela BBC Brasil. (...) A principal avaliação é de que o país conquistou um importante espaço como uma “democracia eleitoral”, mas que ainda não conseguiu aplicar o conceito de democracia em outras áreas.

A íntegra:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/05/100506_democracia_brasil.shtml