A incompetência na gestão do transporte em Belo Horizonte é gritante. Para ficar num único exemplo: a linha de ônibus Circular SC01 A e B.
Como o nome diz, a linha tem trajeto circular, ao longo da Avenida do Contorno, a qual, por sua vez, forma o perímetro do centro da capital. É, portanto, uma linha que faz a integração da cidade: dela, o passageiro pode se deslocar para qualquer lugar mo município, seja a área central, sejam os bairros ao redor. A linha A vai numa direção e a linha B na contrária.
O Circular 1, como é mais conhecido, deve ser, portanto, uma linha bem servida, com veículos passando um atrás do outro, uma linha privilegiada, com ônibus especiais, que atendem até turistas em passeio pela capital, certo? Errado.
Na hora do almoço, hoje, eu esperei no ponto, durante 21 minutos. Isso mesmo: 21 minutos, tempo marcado no relógio.
Pode-se supor que eu tenha dado azar, que essa situação foi atípica. Infelizmente, não. Esse tempo de espera é comum e não é de hoje. O Circular 1 é a pior linha de ônibus de Belo Horizonte.
Enquanto eu esperava, passaram três veículos da linha SC02, outra linha chamada de circular, que compete com o Circular 1, mas não tem a mesma serventia, porque se desvia no caminho e faz trajeto confuso.
Aliás, há mais duas linhas similares, 3 e 4, que só servem para confundir. Para piorar a situação, o Circular 1 tem uma variação, o Circular 1R, que também só percorre uma parte da Contorno e retorna, atrapalhando o usuário incauto, pois os veículos são idênticos.
O resultado dessa gestão caótica do transporte coletivo é que os pontos e os ônibus do Circular 1 estão sempre cheios. Muitos passageiros desistem de tomá-lo e ele perde a função de integração que deveria ter.
Ao mesmo tempo, inúmeras linhas trafegam pela Contorno, em vários trechos, congestionando a avenida, que poderia ser servida por uma única linha de qualidade.
Quando a prefeitura anuncia que vai melhorar o transporte, que vai fazer isso e aquilo, o belo-horizontino desconfia. Se nem o mínimo, o simples e barato, o mais que óbvio é feito...