O jornal que defendeu o governo Médici, auge da ditadura (1964-1985), e cedeu carros para transporte de presos torturados, "revela" informações do processo contra a presidente eleita Dilma Rousseff, obtidas sob tortura. "Repórteres" de hoje equivalem aos dedos-duros que serviam ao regime militar.
Dilma tinha código de acesso a arsenal usado por guerrilha
Matheus Leitão
Lucas Ferraz
De Brasília
A presidente eleita, Dilma Rousseff, zelava, junto com outros dois militantes, pelo arsenal da VAR-Palmares, organização que combateu a ditadura militar (1964-1985). Entre os armamentos, havia 58 fuzis Mauser, 4 metralhadoras Ina, 2 revólveres, 3 carabinas, 3 latas de pólvora, 10 bombas de efeito moral, 100 gramas de clorofórmio, 1 rojão de fabricação caseira, 4 latas de "dinamite granulada" e 30 frascos com substâncias para "confecção de matérias explosivas", como ácido nítrico. Além de caixas com centenas de munições. A descrição consta do processo que a ditadura abriu contra Dilma e seus colegas nos anos 70. A Folha teve acesso a uma cópia do documento. Com tarja de "reservado", até anteontem ele estava trancado nos cofres do Superior Tribunal Militar.
A íntegra.