É a privatização das áreas públicas remanescentes em Belo Horizonte. O capital, que tudo destrói, encontrou no prefeito empresário neoliberal autoritário Márcio Lacerda o aliado certo: a prefeitura vai leiloar 81 imóveis municipais, entre eles o Mercado Distrital da Barroca e a mansão residencial do prefeito, que tem um painel do Guignard e fica na orla da Lagoa da Pampulha. Lacerda, que detesta espaços públicos e já privatizou o uso da Praça da Estação, não consegue pensar em destinação melhor para dezenas de lotes de 1 mil a 10 mil metros quadrados do que a construção de mais espigões. O que poderia se transformar em espaços de lazer e áreas verdes, numa cidade tão carente deles, vai ser transferido à iniciativa privada. Incrível também que nenhum vereador nem organização da sociedade tente impedir na justiça a concretização desse crime. Casas, terrenos vagos, escolas e até clubes, como o do América, estão virando edifícios. E assim, rapidamente, a qualidade de vida na cidade vai se deteriorando. Em Belo Horizonte é impossível até andar nos passeios, tomados por lixos, lixeiras, postes, árvores, canteiros, carros e motos estacionados, obras de construção, mesas de bar, cocôs de cachorro, orelhões, caixas de correio e uma infinidade de obstáculos. Áreas públicas são uma necessidade nas grandes cidades. Quando as pessoas moram em casas, têm quintais e conhecem os vizinhos, a vida comunitária se forma assim. Quando casas são substituídas por edifícios, esse convívio desaparece juntamente com espaços privados. É preciso, portanto, criar praças, parques, espaços de lazer, com bastante verde, para que as pessoas convivam e façam caminhadas, para que crianças brinquem e idosos possam sair dos apartamentos. O prefeito, que mora num condomínio em Nova Lima e se considera moderno, que é rico e já viajou o mundo inteiro, deveria saber disso, pois as grandes metrópoles mundiais estão preocupadas com espaços públicos. Mas não, sua política é de privatizar os espaços públicos e administrar a cidade como se fosse uma empresa lucrativa.
PBH inicia pelo Mercado da Barroca leilão de R$ 200 milhões em imóveis
Pedro Rocha Franco, Estado de Minas
Vendem-se construções e terrenos públicos em Belo Horizonte. E o primeiro é um espaço fechado há nove anos, a ser posto à venda hoje pela prefeitura: o Mercado Distrital da Barroca, na Avenida do Contorno, Região Centro-Sul da capital. O preço mínimo é de R$ 19,5 milhões e quem pagar mais leva. Será apenas o primeiro de uma longa lista. A expectativa do Executivo municipal é de pôr à venda cerca de 80 terrenos considerados em desuso e sem valor histórico.
A íntegra.
Centro de Lazer no Bairro Ouro Preto pode virar empreendimento imobiliário
Luana Cruz e Marina Rigueira, Estado de Minas
Piscinas, quadras, sauna, ginásio poliesportivo, campo de futebol e espaços de lazer podem dar lugar a um empreendimento imobiliário. O terreno do Centro de Lazer do América (Clam), no Bairro Ouro Preto, Região da Pampulha, é cobiçado por cerca de 10 construtoras que pretendem levantar prédios na Rua Mantena, onde funciona o clube. O presidente do América, Marcos Salum, afirma que o clube não foi vendido, mas confirma o interesse das empresas em adquirir o terreno.
A íntegra.