quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Obama contra a Fox
A imprensa imparcial é um mito do capitalismo. A liberdade de imprensa é uma das várias liberdades que a burguesia prometeu e não realizou. Nos EUA é um fundamento da nação, por isso seu abandono faz tantos estragos, mas em países da periferia do capitalismo, como o Brasil, ela nunca foi levada a sério. Obama mostrou o caminho, quando se valeu da internet para se eleger. A rede é uma dessas inovações que o capitalismo cria e o colocam em xeque. Os grandes empresários perderam o controle da informação, por isso radicalizam nos veículos tradicionais, que dominam. A "grande" mídia se transforma, nos dias atuais, no que o fascismo já foi, quase cem anos atrás, como instrumento de salvação do capitalismo. Não nos enganemos com novas teorias e terminologias, Marx já deu nome a isso no século XIX: luta de classes. Os problemas que estão aí são grandes demais para que a economia "de mercado" dê conta de resolver, e é isso, em última instância, que os capitalistas sempre querem. Nas últimas décadas foi chamada de neoliberalismo. Qualquer limite ao capital, qualquer distribuição de renda mexem no seu bolso e no seu poder. Aqui, essa gente não é capaz nem de engolir Lula, que, olhando bem, fez o quê? Fez o capitalismo funcionar, os negócios darem lucros e os banqueiros ganharem como nunca. E Obama? Representa na melhor das hipóteses uma demanda social que explodiu há cinquenta anos. No capitalismo atual há muita gente ganhando de forma criminosa – para citar apenas três setores: os bancos, a indústria automobilística e a indústria bélica – e que só sobreviverá à custa de mais danos à sociedade, à vida e ao meio ambiente. O capital tem também setores avançados, como a indústria da informática, mas não são eles que mandam. Talvez estejamos assistindo, nos EUA, a uma disputa de poder entre esses grupos atrasadíssimos, que podemos chamar de indústria da morte, e outros grupos modernos do capital, que fazem avançar a civilização.