quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Aécio, Ciro e Pimentel
Os passos recentes de Aécio e Ciro remetem à eleição para prefeito de Belo Horizonte, no ano passado, que ainda não foi bem analisada e compreendida. Em 2008, o PT governava a capital mineira pelo quarto mandato consecutivo e certamente emplacaria o quinto. Surpreendentemente, o prefeito Pimentel decidiu fazer um acordo com o governador Aécio e os dois apoiaram o mesmo candidato, de um terceiro partido. Qual? O PSB, esse mesmo PSB do Ciro, candidato a presidente, mas que abre mão da candidatura pelo amigo Aécio. (O prefeito de BH, hoje, é amigo de Pimentel e ex-secretário de Aécio.) Consta que o PT majoritário (o minoritário, do ministro Patrus Ananias e outros, foi dissidente e não apoiou o candidato da aliança governista) está arrependido de ter entrado na jogada. É o mesmo arranjo no qual Aécio aposta, ao falar de um governo pós-Lula, que não é nem contra nem a favor, capaz de atrair setores que hoje estão com o governo federal. Que setores seriam esses? O PSB de Ciro, por exemplo, que enche de elogios o governador mineiro. Esse novo arranjo de centro-direita representaria um passo à frente na política brasileira, um continuísmo renovador, uma renovação continuísta, ou algo assim, pois Aécio carrega essa fama de moderno, bom administrador e conciliador. Quem vive em Minas sabe que não é assim; nada mais neoliberal e autoritário do que o governo Aécio, cujo investimento mais forte é em publicidade.